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Mas a antropologia social contemporânea propõe que enxerguemos com cautela as descobertas tecnológicas. Segundo o autor, toda tecnologia que o homem produziu ao ...
Tipologia: Notas de aula
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Resumo T1 do texto extraído do livro de Roberto Damatta RELATIVIZANDO: UMA INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA SOCIAL Atividade da disciplina LES237 Sociedade, Cultura e Natureza
Bruna Tavares Argento - Gestão Ambiental nº USP: 9816462 com contribuições dos grupos e do professor
No prefácio de seu livro, Roberto DaMatta deixa claro que sua intenção é entender honestamente aquilo que consideramos exótico, apresentando a antropologia como uma verdadeira “leitura do mundo social”. O autor considera que a antropologia não permite construir certezas ou axiomas indiscutíveis, tendo em vista especialmente que a cultura, como costumes e comportamentos, é bastante dinâmica. De fato, a antropologia, enquanto ciência social, constitui um campo fecundo para desenvolver comparações entre as ciências naturais e as ciências sociais. DaMatta lembra que os esquemas teóricos do século XIX eram otimistas em relação ao futuro, confiando na mística e na ideologia do progresso. Mas a antropologia social contemporânea propõe que enxerguemos com cautela as descobertas tecnológicas. Segundo o autor, toda tecnologia que o homem produziu ao longo da história é parte não mais importante do que o conjunto do conhecimento humano. Esse saber sim é uma importante arma para mudanças democráticas contrárias a ordens opressivas.. Sobre este ponto, o debate em sala de aula e as proposições de muitos grupos levantaram o problema de uma postura exagerada de Roberto DaMatta desfavorável às ciências naturais, em particular no que se refere à produção tecnológica. De fato, é possível considerar que o autor é muito severo em sua análise sobre a simplicidade das ciências naturais ou do uso inescrupuloso da tecnologia. No entanto, é também plausível pensar que o autor força o traço para defender as peculiaridades das ciências sociais, acusada frequentemente de pouca
cientificidade por não utilizar os métodos das ciências da natureza, e para alertar sobre o risco de considerar toda tecnologia como intrinsecamente positiva. Na verdade, o uso desta última pode ser orientado de uma maneira ou de outra em função do contexto social (por exemplo, democrático, autoritário, militarizado ou excludente). As críticas se dirigiram também à interpretação de DaMatta sobre a pouca influência das ciências sociais. Nas discussões em sala de aula, foram lembradas as contribuições destas últimas para inúmeras escolhas da vida social, no plano por exemplo das políticas públicas ou dos movimentos sociais. Por outro lado, DaMatta sugere que devemos enxergar o todo pelas partes, sendo importante estudar as diversas relações entre os homens. O conhecimento é uma arma usada tanto para oprimir quanto para se libertar da opressão. Assim, pode vir a ser usado com diferentes conotações. Ao estudar as sociedades tribais, Damatta nos mostra que devemos valorizar aquilo que é diferente, exótico, sabendo aprender com as diferenças. Então, trata-se de protegê-las de maneira respeitosa, sem tratar sociedades tradicionais como se fossem formadas por animais próximos de sua extinção. O centro da sociabilidade humana presente em qualquer sociedade está, segundo o autor, no “sentir-se parte de uma totalidade viva e atuante”. De fato, o círculo social no qual o homem está inserido é de fundamental importância para sua socialização. Porém, as diferenças entre as sociedades podem sempre enriquecer a inteligência humana, considerando que tais diferenças são somente externa, relativas a determinados temas, problemas e situações, afinal todos os homens e mulheres compartilham a mesma aventura humana. Quanto ao argumento principal do texto, trata-se de destacar que as ciências naturais e as ciências sociais têm diferenças no que se refere ao formato da pesquisa. Enquanto as ciências naturais estudam fatos mais simples, simplicidade aqui se referindo à possibilidade de controlar profundamente o ambiente de pesquisa em laboratório ou de reproduzir os experimentos científicos, as ciências sociais estudam fatos mais complexos.
Em termos gerais, o autor conduz o leitor a refletir sobre como o cientista social atua para aperfeiçoar sua pesquisa. Foi somente a partir do início do século passado que os antropólogos sociais passaram a testar suas interpretações em dois níveis: naquele de sua própria sociedade e também naquele da sociedade estudada, com o próprio nativo. Ao apresentar sua teoria a este último, o cientista estará mostrando suas conclusões sobre aquela sociedade de forma a criar um plano de diálogo com o qual potencializará suas descobertas, agregando novos conhecimentos ao seu estudo, permitindo inclusive conhecer mais profundamente a própria sociedade do cientista.
Referências
DAMATTA, Roberto (1987), Relativizando, uma introdução à antropologia social , Rio de Janeiro: Rocco.
TOLEDO, Víctor M. e BARRERA-BASSOLS, Narciso (2015), Memória biocultural , São Paulo: Expressão popular.