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Antimicrobianos: Mecanismos de Ação, Resistência Bacteriana e Terapias, Notas de estudo de Farmacologia

Uma visão abrangente sobre antimicrobianos, incluindo seus mecanismos de ação, o desenvolvimento de resistência bacteriana e diferentes tipos de terapias. explica de forma clara e acessível como os antibióticos funcionam, as estratégias de resistência bacteriana e a importância do uso adequado de antimicrobianos para evitar o surgimento de superbactérias. são apresentados exemplos de classes de antibióticos, como penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos, detalhando seus mecanismos de ação e espectro de atividade. O texto utiliza analogias criativas para facilitar a compreensão dos conceitos complexos, tornando-o um recurso valioso para estudantes de biologia, medicina e áreas afins.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 29/04/2025

gabrielcouraa_
gabrielcouraa_ 🇧🇷

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@Medlife_Coura
• Imagine que nosso corpo é uma
grande cidade protegida por um
exército de soldados
especializados: o sistema
imunológico. No dia a dia, essa
cidade é constantemente
atacada por invasores
microscópicos, bactérias, vírus,
fungos e parasitas. Mas, felizmente,
contamos com aliados poderosos:
os antimicrobianos, verdadeiras
“armas químicas” que ajudam a
derrotar essas ameaças.
• Entre os antimicrobianos, os
antibióticos são os heróis mais
famosos quando falamos de
bactérias. Cada um deles age de
maneira específica, atacando
pontos vulneráveis dos inimigos,
como a parede celular, o DNA ou
os ribossomos bacterianos. Assim,
os antibióticos impedem o
crescimento ou eliminam as
bactérias, ajudando nosso corpo
a se recuperar das infecções.
• No entanto, nem tudo são flores
nessa guerra microscópica. Com o
tempo, algumas bactérias
desenvolvem “táticas de
sobrevivência” e criam mecanismos
de resistência. Elas podem:
Construir barreiras
protetoras contra os
antibióticos;
Bombear o medicamento
para fora antes que ele
faça efeito;
Modificar seus alvos para o
antibiótico não consiga
agir;
Produzir enzimas que
destroem os antimicrobianos
antes que eles funcionem.
• Esse fenômeno de resistência
bacteriana se tornou um dos
maiores desafios da medicina
moderna. Se continuarmos usando
antibióticos de forma inadequada,
seja por automedicação, uso
excessivo ou interrupção precoce
do tratamento, ajudamos as
bactérias a ficarem cada vez mais
fortes e difíceis de eliminar.
• Por isso, entender a terapia
antimicrobiana e os mecanismos
de resistência é essencial para
garantir que nossas armas contra
os microrganismos de resistência
são essenciais para garantir que
nossas armas contra
microrganismos continuem eficazes.
• Imagine que as bactérias são
pequenas fabricas do mal,
produzindo problemas no nosso
corpo. Para detê-las, os
antimicrobianos entram em ação
como agentes secretos,
sabotando essas fabricas de
diferentes maneiras.
Quebra da muralha
(inibição da parede
celular): Alguns antibióticos,
como a penicilina, atacam
a parede que protege a
bactéria, como se fossem
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Antimicrobianos:
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Baixe Antimicrobianos: Mecanismos de Ação, Resistência Bacteriana e Terapias e outras Notas de estudo em PDF para Farmacologia, somente na Docsity!

  • Imagine que nosso corpo é uma grande cidade protegida por um exército de soldados especializados: o sistema imunológico. No dia a dia, essa cidade é constantemente atacada por invasores microscópicos, bactérias, vírus, fungos e parasitas. Mas, felizmente, contamos com aliados poderosos: os antimicrobianos, verdadeiras “armas químicas” que ajudam a derrotar essas ameaças.
  • Entre os antimicrobianos, os antibióticos são os heróis mais famosos quando falamos de bactérias. Cada um deles age de maneira específica, atacando pontos vulneráveis dos inimigos, como a parede celular, o DNA ou os ribossomos bacterianos. Assim, os antibióticos impedem o crescimento ou eliminam as bactérias, ajudando nosso corpo a se recuperar das infecções.
  • No entanto, nem tudo são flores nessa guerra microscópica. Com o tempo, algumas bactérias desenvolvem “táticas de sobrevivência” e criam mecanismos de resistência. Elas podem: ➔ Construir barreiras protetoras contra os antibióticos; ➔ Bombear o medicamento para fora antes que ele faça efeito; ➔ Modificar seus alvos para o antibiótico não consiga agir; ➔ Produzir enzimas que destroem os antimicrobianos antes que eles funcionem.
  • Esse fenômeno de resistência bacteriana se tornou um dos maiores desafios da medicina moderna. Se continuarmos usando antibióticos de forma inadequada, seja por automedicação, uso excessivo ou interrupção precoce do tratamento, ajudamos as bactérias a ficarem cada vez mais fortes e difíceis de eliminar.
  • Por isso, entender a terapia antimicrobiana e os mecanismos de resistência é essencial para garantir que nossas armas contra os microrganismos de resistência são essenciais para garantir que nossas armas contra microrganismos continuem eficazes.
  • Imagine que as bactérias são pequenas fabricas do mal, produzindo problemas no nosso corpo. Para detê-las, os antimicrobianos entram em ação como agentes secretos, sabotando essas fabricas de diferentes maneiras. ➔ Quebra da muralha (inibição da parede celular): Alguns antibióticos, como a penicilina, atacam a parede que protege a bactéria, como se fossem Introdução: Antimicrobianos:

martelos derrubando um castelo. Sem essa proteção, as bactérias ficam frágeis e acabam morrendo. ➔ Bloqueio da comunicação (inibição da síntese proteica): Outros antibióticos, como a tetraciclina, interrompem a produção de proteínas essenciais para a bactéria sobreviver, como se desligassem a central telefônica de uma fábrica. Sem comunicação interna, a produção para e a bactéria morre. ➔ Sabotagem do manual de instruções (inibição do DNA ou RNA): Antimicrobianos como as fluoroquinolonas impedem a bactéria de copiar suas próprias instruções genéticas, tornando impossível sua reprodução. É como se alguém rasgasse o manual de montagem de uma fábrica, sem ele, nada pode ser produzido. ➔ Roubo de Energia (inibição do metabolismo bacteriano): Sulfamidas, por exemplo, agem bloqueando enzimas essenciais que as bactérias usam para produzir energia. Sem combustível, elas entram em pane e param de funcionar.

  • Moléculas agem em estruturas específicas, dando uma classificação podendo ser de amplo espectro ou um espectro estreito, onde os de amplo espectro conseguem pegar estruturas presentes em ambas os tipos de bactérias, já o de espectro estreito age diretamente em estruturas específicas das bactérias. Definição de Antimicrobiano:
  • Os antimicrobianos são substâncias capazes de inibir o crescimento ou eliminar microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Eles podem ser naturais (produzidos por outros microrganismos, como os antibióticos), semissintéticos ou totalmente sintéticos.
  • Dependendo do seu alvo, os antimicrobianos são classificados em: ➔ Antibiótico s (combatem bactérias) ➔ Antivirais (atacam vírus) ➔ Antifúngicos (atacam fungos) ➔ Antiparasitários (Agem contra protozoários e vermes) Definições:

Terapia Profilática:

  • Imagine que seu corpo é uma cidade e as infecções são ladrões tentando invadi-la. Em vez de esperar o ataque acontecer, por que não colocar guardas nas portas para impedir que o problema comece?
  • Isso é exatamente o que a terapia profilática faz, ela consiste no uso de medicamentos (geralmente antimicrobianos) para prevenir infecções antes que elas ocorram. ➔ Quando usamos a terapia profilática:
  • Antes de cirurgias para evitar infecções no local operado.
  • Em pessoas com sistema imunológico fraco.
  • Após exposição a agentes infecciosos (Ex: tomar antibiótico após contato com meningite bacteriana)
  • Em algumas doenças crônicas, como febre reumática recorrente.
  • A terapia profilática não deve ser usada sem necessidade , pois o uso excessivo de antibióticos pode levar à resistência bacteriana , tornando as infecções futuras mais difíceis de tratar. Terapia Empírica: - Imagine que um detetive precisa resolver um crime rapidamente, mas ainda não tem todas as provas sobre o culpado. Mesmo assim, ele faz uma aposta baseada nas pistas iniciais e age antes que seja tarde. - Isso é exatamente o que acontece na terapia microbiana, ela consiste no uso de um antimicrobiano antes de saber exatamente qual microrganismos está causando a infecção, com base nos sintomas do paciente, no local da infecção e nos germes mais prováveis naquela situação. ➔ Quando usamos a terapia empírica? - Em infecções graves, como sepse ou meningite, onde esperar pelo resultado dos exames pode ser fatal. - Quando não há tempo para identificar o agente causados, mas há suspeitas com base na clínica do paciente. Terapia definitiva: - Se a terapia empírica é como dar um tiro baseado em suspeitas, a terapia definitiva é quando o alvo já está identificado e o ataque é preciso. - A terapia definitiva ocorre quando o agente causador da infecção já foi identificado por exames laboratoriais. Com essa informação o médico pode escolher o antimicrobiano mais eficaz e específico, reduzindo Classificação das Terapias:

efeitos colaterais e diminuindo o risco de resistência antimicrobiana. Terapia Sequencial:

  • Imagine que você começa um tratamento forte e intenso, mas, conforme melhora, pode trocar para algo mais simples e seguro. Esse é o conceito da terapia sequencial.
  • A terapia sequencial consiste na substituição de um antimicrobiano intravenoso (injetável) por um antimicrobiano via oral, assim que o paciente apresenta melhora clínica e pode continuar o tratamento de forma mais confortável e segura.
    • Imagine que as bactérias são pequenos castelos e que a parede celular é sua muralha protetora, essa muralha é feita de peptidoglicano , um material super-resistente que impede que a bactéria exploda com as mudanças de pressão.
    • Etapa 1: Produção dos tijolos (Fábrica no citoplasma): Dentro da bactéria, começam a ser produzidos os “tijolinhos” da parede celular. Esses tijolos são pequenas moléculas chamadas N- acetilglisamina (GlcNAc) e N- acetilmurâmico (MurNAc).
    • O MurNAc recebe uma “Alça” de aminoácidos (penta peptídeo), que ajudará mais tarde a conectar os tijolos uns aos outros.
    • Etapa 2: Transporte dos tijolos (Entrega pela membrana): Agora que os tijolos estão prontos, eles precisam ser levados para fora das células, mas como atravessar a membrana?
    • Entra em ação o bactoprenol , um transportador especial que age como um guindaste e carrega os tijolos da parte interna para parte externa da bactéria.
    • Etapa 3: Construção da muralha (Fase Extracelular):
    • Transglicosilação : Encaixa os tijolos novos na parede, como se estivesse construindo um muro com blocos de lego. Classificação quanto ao mecanismo de ação: Inibidores da Síntese da Parede Celular: Biossíntese da Parede Celular:

farmacodinâmica tempo- dependente, ou seja, sua eficácia está relacionada ao tempo em que a concentração do fármaco permanece acima da concentração inibitória mínima para o patógeno alvo. Mecanismos de Resistência:

  • As bactérias podem desenvolver resistência aos B- lactâmicos através de vários mecanismos: ➔ Produção de B-lactamasses: Enzimas que hidrolisam o anel b-lactâmico, inativando o antibiótico. ➔ Alteração das PBPs: Modificação nas proteínas alvo que reduzem a afinidade pelo antibiótico. ➔ Diminuição da permeabilidade externa: Redução da entrada do antibiótico na célula bacteriana. ➔ Efluxo ativo: Bombas que expulsam o antibiótico do interior da célula.
  • As penicilinas são como demolidoras de fortalezas bacterianas, isso porque elas atacam a parede celular das bactérias, impedindo que elas construam suas defesas. Sem essa parede protetora, as bactérias ficam vulneráveis e acabam destruídas. E como isso acontece?
  • As bactérias precisam de uma enzima chamada transpeptidade (PBP) para construir sua parede celular. Mad as penicilinas se ligam a essa enzima e a bloqueiam. Sem essa construção, a bactéria entra em colapso e morre.
  • Os diferentes tipos de penicilinas: 1 - Penicilinas Naturais: O primeiro herói.
  • Incluem a penicilina G e V, que são ótimas contra bactérias Gram- positivas
  • São arqueiros precisos: Atingem alvos específicos, mas algumas bactérias desenvolveram defesas contra elas. 2 - Penicilinas resistentes à B- lactamases: Os reforçados
  • Algumas bactérias vilãs criaram uma “arma secreta” chamada b- lactamase, que destrói a penicilina antes que ela possa agir.
  • Mas heróis como oxacilina e meticilina foram criados para resistir esse ataque. 3 - Aminopenicilinas: Os de longo alcance:
  • A amoxicilina e a ampicilina foram desenvolvidos para atingir mais inimigos, inclusive algumas gram-negativas.
  • Elas são como super-heróis com jetpacks, conseguindo alcançar lugares onde as penicilinas naturais não chegam. Penicilinas:

4 - Penicilinas de Espectro ampliado: O todo poderoso

  • Como a piperacilina, são capazes de derrotar inimigos ainda mais resistentes, como a temida pseudomona
  • Elas pertencem à família dos b- lactâmicos, assim como as penicilinas, e seu superpoder é inibir a construção da parede celular das bactérias, fazendo com que elas se desmanchem. Primeira Geração: Os Clássicos
  • Exemplo: Cefalexina, Cefazolina
  • Ação: ótimos contra bactérias Gram-positivas, como Streptococcus e Staphylococcus.
  • Usadas para: Infecções de pele, amigdalites, infecções urinarias simples. Segunda Geração: Os Versáteis
  • Exemplos: Cefuroxima, Cefoxitina
  • Ação: Além de Gram-positivas, agora entram algumas Gram- negativas, como Haemophilus Influenzae e a Neisseria Gonorrhoae
  • Usadas para: Infecções respiratórias (como sinusite e pneumonia), infecções ginecológicas e até doenças sexualmente transmissíveis. Terceira Geração: Os Poderosos - Exemplos: Ceftriaxona, Ceftazidima, Cefotaxima - Ação: Amplo espectro contra Gram-negativas, incluindo algumas resistentes, a Ceftazidima é um dos poucos que lutam contra pseudomonas aeruginosa. - Usadas para: Meningite, pneumonia grave, sepse e infecções urinarias complicadas. Quarta geração: Os Indestrutíveis - Exemplo: Cefepima - Ação: Atuam contra Gram- positivas, Gram-negativas e até algumas super-resistentes. - Usadas para: Infecções hospitalares graves, pneumonias complicadas e infecções em pacientes imunossuprimidos. Quinta Geração: Os últimos defensores - Exemplo: Ceftarolina - Ação: O único capaz de derrotar superbactérias. - Usadas para: Infecções de pele e pneumonias resistentes a outros antibióticos. - Os carbapenêmicos pertencem à família dos B-lactâmicos, como as penicilinas e cefalosporinas. Porém, eles são mais fortes e resistentes, capazes de combater uma grande variedade de bactérias, incluindo aquelas que já Cefalosporinas: Carbapenêmicos

têm uma barreira extra que impede sua entrada. Quem são os Glicopeptídeos: 1 - Vancomicina: A mais famosa

  • Usada contra infecções graves e resistentes
  • Pode ser administrada via endovenosa ou, para infecções intestinais, por via oral
  • Pode causar a síndrome do homem vermelho, uma reação alérgica que deixa a pele avermelhada.
  • Inibição da tranglicosilase, que impede o alongamento do peptídoglicano e a ligação cruzada. 2 - Teicoplanina: A discreta
  • Parecida com a vancomicina, mas com menos efeitos colaterais e uma meia-vida longa
  • Usada para infecções hospitalares e ósseas 3 - Dalbavancina e Oritavacina: As novas armas
  • Possuem tempo de ação super longo
  • São usadas para infecções de pele causadas por bactérias resistentes.
  • Imagine que os antibióticos b- lactâmicos sejam guerreiros, lutantando contras as bactérias invasoras. Mas, com o tempo, algumas bactérias ficaram espertas e criaram ume escudo protetor chamado b-lactamase.
    • Essa enzima destrói o anel b- lactâmico, que é a arma dos antibióticos, tornando-os inúteis. Como os inibidores da B- lactamase funcionam?
    • Eles se ligam à B-lactamase e a inativam antes que ela destrua os antibióticos. Dessa forma os B- lactâmicos podem agir livremente e derrotar as bactérias.
    • Os inibidores da B-lactamase não tem efeito antibiótico sozinho eles são sempre combinados com um antibiótico B-lactâmico para aumentar sua eficácia. Quem são os inibidores da B- lactamase 1 - Ácido Clavulânico: O parceiro clássico!
    • Sempre combinado com amoxicilina (Amoxicilina + Clavulanato = Clavulin® ).
    • Excelente contra infecções respiratórias e urinárias. 2 - Tazobactam : O reforço pesado!
    • Combinação com piperacilina (Piperacilina + Tazobactam = Tazocin® ).
    • Muito usado para infecções hospitalares graves. Inibidores da B-Lactamase

3 - Sulbactam : O discreto e eficiente!

  • Combinação com ampicilina (Ampicilina + Sulbactam = Unasyn® ).
  • Útil contra algumas bactérias resistentes e anaeróbicas. 4 - Avibactam : O superinibidor!
  • Atua contra β-lactamases mais fortes, como as do tipo ESBL e KPC.
  • Combinação com ceftazidima (Ceftazidima + Avibactam = Avycaz® ). 5 - Vaborbactam e Relebactam : Os mais novos na tropa!
  • Usados com carbapenêmicos para tratar infecções multirresistentes.