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Guias e Dicas
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Resumo, História e Evolução da Educação Física no Brasil: Marcos e Tendências Pedag, Resumos de Educação Física

A evolução da educação física no brasil, desde o período do descobrimento até as tendências pedagógicas contemporâneas. Aborda marcos temporais importantes, como a reforma couto ferraz e a inclusão da educação física nas constituições federais. Analisa a influência militar e esportiva na educação física escolar, bem como a concepção biopsicossocial e a abordagem crítico-superadora, destacando a importância da cultura corporal e do jogo no contexto educacional. O texto oferece uma visão abrangente da trajetória da educação física no país, suas transformações e desafios ao longo do tempo. Útil para estudantes e profissionais da área que buscam compreender o desenvolvimento histórico e as diferentes abordagens pedagógicas da educação física no brasil. Ele fornece uma base sólida para reflexões sobre a prática e o papel da educação física na formação integral dos alunos. Além disso, o texto apresenta questões e comentários que auxiliam na c

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 06/06/2025

paulo-kesley
paulo-kesley 🇧🇷

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Evolução Histórica e Abordagens
Pedagógicas da Educação Física
no Brasil
Apresentação do Curso
Este curso será ministrado por Jonathan Roitman e Leandro Thomazini.
Jonathan Roitman é graduado em Educação Física pela UFRJ e pós-
graduado em Reabilitação Cardíaca e Atividade Física em Saúde pela UFJF.
Ele trabalhou no colégio Pedro II e foi nomeado em concursos do TRE/RJ,
Polícia Civil/RJ e FUNARTE. Leandro Thomazini é Mestre em Educação pela
UNIFESP, especialista em Pedagogia do Esporte Escolar pela Unicamp e em
Educação Física Escolar pela ESEF-Jundiaí, além de graduado em
Pedagogia e Educação Física. Ele possui 14 anos de experiência na
Educação Básica e também atuou no Ensino Superior e a Distância.
Introdução à História da Educação Física
A aula abordará a história da Educação Física, com foco nas tendências e
abordagens pedagógicas, considerando os aspectos sócio-históricos e
culturais.
História da Educação Física no Brasil
Para entender a história da Educação Física no Brasil, é necessário
considerar a história do país, pois a Educação Física esteve ligada ao
período político-ideológico vigente, funcionando como um "instrumento
político".
Um Passeio pela Pré-História
A Educação Física existe desde os primórdios, com atividades físicas
praticadas pelo homem. A diferença entre atividade física e exercício físico
reside no fato de que o exercício físico é uma atividade física controlada,
planejada, estruturada, repetitiva e intencional. As atividades primitivas
possuíam aspectos básicos como naturais, utilitárias, guerreiras e rituais. A
evolução da Educação Física, enquanto ciência, acompanhou a evolução do
homem. No período pré-histórico, os registros históricos das práticas de
Educação Física são escassos, mas indicam um caráter social, político,
ritualístico e recreativo.
Educação Física no Brasil a partir de 1500
Em termos de Brasil, a Educação Física pode ser considerada desde o
descobrimento em 1500, com a previsão da primeira aula de ginástica e
recreação após a chegada dos portugueses. As atividades físicas nesse
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Baixe Resumo, História e Evolução da Educação Física no Brasil: Marcos e Tendências Pedag e outras Resumos em PDF para Educação Física, somente na Docsity!

Evolução Histórica e Abordagens

Pedagógicas da Educação Física

no Brasil

Apresentação do Curso

Este curso será ministrado por Jonathan Roitman e Leandro Thomazini. Jonathan Roitman é graduado em Educação Física pela UFRJ e pós- graduado em Reabilitação Cardíaca e Atividade Física em Saúde pela UFJF. Ele trabalhou no colégio Pedro II e foi nomeado em concursos do TRE/RJ, Polícia Civil/RJ e FUNARTE. Leandro Thomazini é Mestre em Educação pela UNIFESP, especialista em Pedagogia do Esporte Escolar pela Unicamp e em Educação Física Escolar pela ESEF-Jundiaí, além de graduado em Pedagogia e Educação Física. Ele possui 14 anos de experiência na Educação Básica e também atuou no Ensino Superior e a Distância.

Introdução à História da Educação Física

A aula abordará a história da Educação Física, com foco nas tendências e abordagens pedagógicas, considerando os aspectos sócio-históricos e culturais.

História da Educação Física no Brasil

Para entender a história da Educação Física no Brasil, é necessário considerar a história do país, pois a Educação Física esteve ligada ao período político-ideológico vigente, funcionando como um "instrumento político".

Um Passeio pela Pré-História

A Educação Física existe desde os primórdios, com atividades físicas praticadas pelo homem. A diferença entre atividade física e exercício físico reside no fato de que o exercício físico é uma atividade física controlada, planejada, estruturada, repetitiva e intencional. As atividades primitivas possuíam aspectos básicos como naturais, utilitárias, guerreiras e rituais. A evolução da Educação Física, enquanto ciência, acompanhou a evolução do homem. No período pré-histórico, os registros históricos das práticas de Educação Física são escassos, mas indicam um caráter social, político, ritualístico e recreativo.

Educação Física no Brasil a partir de 1500

Em termos de Brasil, a Educação Física pode ser considerada desde o descobrimento em 1500, com a previsão da primeira aula de ginástica e recreação após a chegada dos portugueses. As atividades físicas nesse

período estavam ligadas à cultura primitiva, com elementos naturais para a sobrevivência.

Surgimento Formal da Educação Física no Brasil

O marco inicial do surgimento da Educação Física no Brasil é 1851, com a Reforma Couto Ferraz, que tornou obrigatória a Educação Física nas escolas. No entanto, houve resistência dos pais em relação a atividades não "intelectuais". Em 1937, a Constituição incluiu a Educação Física no currículo como prática educativa obrigatória.

Avanços e Legislação

Em 1879, o Projeto 224 - Reforma Leôncio de Carvalho, defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. Em 1969, o decreto-lei nº 705/69 tornou obrigatória a Educação Física/Esportes no ensino do 3º Grau, exceto nos cursos noturnos. A Educação Física foi inicialmente incluída nas escolas sob o nome de Ginástica. Em 1854, a Ginástica tornou-se obrigatória no primário e a Dança, no secundário.

História da Educação Física no Brasil

Marcos Temporais e a República

A profissionalização da Educação Física no Brasil ocorreu durante a República, mesmo com influências militaristas. O desenvolvimento cultural da Educação Física teve início no Brasil Império, embora de forma não tão expressiva.

Reforma Couto Ferraz (1851)

A Reforma Couto Ferraz, em 1851, tornou obrigatória a Educação Física nas escolas do município da Corte. Essa medida enfrentou resistência dos pais, que viam pouco valor intelectual nas atividades físicas. A tolerância era maior em relação aos meninos, devido à associação da ginástica com instituições militares, enquanto as meninas enfrentaram maior oposição.

Métodos Ginásticos no Início do Século XX

No início do século passado, a necessidade de sistematizar a ginástica nas escolas levou ao surgimento dos métodos ginásticos. Esses métodos buscavam valorizar a ginástica na escola e aprimorar o físico dos indivíduos.

Ginástica e o Espírito Nacionalista

Idealizadores acreditavam que o "espírito nacionalista" e o "corpo saudável" poderiam ser desenvolvidos pela ginástica, baseada em ciências como biologia, fisiologia e anatomia. A ginástica deveria estimular os jogos, considerados fonte de emulação social. Jahn criou "obstáculos artificiais",

Educação Física Militarista (1930-1945)

Na iminência de uma grande guerra, a tendência da educação física migrou para a Militarista, caracterizada pela preparação do homem para o combate. O objetivo era formar jovens capazes de suportar conflitos.

Educação Física Pedagogicista (1945-1964)

A concepção Pedagogicista trouxe ideias de educação para a escola e estabeleceu uma relação entre aluno e professor. Através de atividades coletivas com regras definidas, a educação física passou a tratar das relações sociais e do bem-estar social. A ginástica, a dança e o desporto eram vistos como meios de aceitar as regras do convívio democrático e preparar as novas gerações para o altruísmo. A Educação Física passou a produzir materiais teóricos, como livros e teses, que embasaram essa tendência educativa.

Educação Física Competitivista ou Esportivista

Durante a ditadura militar, a concepção pedagógica da época era Competitivista ou Esportivista. Houve uma forte tendência ao esporte de alto rendimento. A Educação Física/Esportes tornou-se obrigatória no ensino do 3º Grau, sendo considerada uma atividade destituída de conhecimentos e voltada à formação de mão de obra para a produção.

Tecnicismo

O tecnicismo visava disseminar o ensino de movimentos técnicos para o trabalho, alimentando a necessidade de mão de obra qualificada. A relação professor-aluno era caracterizada como "instrutor-recruta" e "treinador- atleta", devido à influência militar e à determinação do esporte no conteúdo de ensino.

Tendências Pedagógicas na Educação Física

Escolar

A Educação Física Escolar, historicamente, revelou uma identidade esportiva, fortalecida pela pedagogia tecnicista devido aos seus pressupostos de racionalização, eficiência e eficácia.

Críticas e Redemocratização

A crítica excessiva ao esporte de rendimento levou a um extremo onde os alunos decidem o que fazer na aula, com o professor apenas fornecendo o material e marcando o tempo. A Redemocratização, em 1985, trouxe a concepção Popular da Educação Física, que a associa à educação dos trabalhadores e à organização das classes populares.

Evolução Histórica e Influências

A inserção da Educação Física no Brasil ocorreu através da instituição militar, com aulas ministradas por instrutores do exército. No período pós- guerra, houve a divulgação e influência do esporte na Educação Física escolar. A Educação Física Militarista não se preocupava com a saúde pública, entendendo que essa questão estava ligada à organização econômico-social e política do país. Essa vertente valorizava a competição e a superação individual como valores fundamentais para uma sociedade moderna, voltada para o culto do atleta-herói.

Movimento Renovador e Abordagens Pedagógicas

A busca por romper com o modelo mecanicista resultou no surgimento das Abordagens Pedagógicas da Educação Física Escolar, que visam renovar a teoria e a prática para estruturar o campo de conhecimento específico da área. O Movimento Renovador trouxe o debate sobre o papel da Educação Física no currículo escolar, influenciado por correntes humanistas que contestavam a concepção tecnicista. As mudanças nos objetivos da Educação Física nas décadas de 70 e 80 foram influenciadas por essas correntes, centradas nas pessoas e na integralidade do sujeito.

Problemas e Características do Movimento Renovador

Ao longo da história da Educação Física, diversos problemas foram identificados, como a reprodução do esporte na escola, o ensino exacerbado da técnica e a hegemonia dos conteúdos esportivos, além da exclusão de alunos que não se enquadravam. Uma característica marcante do Movimento Renovador foi a proposta de envolver conceitos de outras ciências, como Sociologia e Psicologia.

Classificação das Abordagens Pedagógicas

As abordagens pedagógicas podem ser divididas em preditivas e não preditivas. As preditivas concebem uma nova concepção de Educação Física e definem princípios norteadores, enquanto as não preditivas abordam a Educação Física sem estabelecer parâmetros ou metodologias. As abordagens preditivas incluem Aulas abertas, Construtivista-interacionista, Crítico-superadora, Saúde Renovada, Desenvolvimentista e Educação Física plural. As Propositivas Não Sistematizadas definem princípios identificadores, mas sem sistematizar uma perspectiva metodológica, como a abordagem Desenvolvimentista.

Abordagem Desenvolvimentista

A abordagem Desenvolvimentista visa desenvolver a autonomia dos sujeitos, valorizando a criatividade e a linguagem, sem deixar de lado o movimento humano por meio dos esportes e jogos como conteúdo principal. A autonomia surge da experimentação, aprendizagem e criatividade, utilizando o "arranjo material" para criar situações de experimentação.

Abordagem Desenvolvimentista

O movimento é o principal meio e fim da educação física, sendo a habilidade motora o conceito mais importante. Habilidades locomotoras, manipulativas e de estabilidade são conteúdos dessa abordagem. Não há intenção de desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e pensamento lógico- matemático, muito menos buscar, na educação física, solução para todos os problemas sociais do país. O principal objetivo é oferecer experiências de movimento adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento do aluno. O movimento é o principal meio e fim da Educação Física, garantindo a especificidade de seu objeto. A proposta também não é buscar na Educação Física solução para todos os problemas sociais do país, com discursos genéricos que não dão conta da realidade. Uma limitação ou crítica desta abordagem é a pouca importância sobre a influência do contexto sociocultural e o desenvolvimento cognitivo do aluno. A Educação Física deve proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido através da interação entre o aumento da diversificação e a complexidade dos movimentos. O principal objetivo da Educação Física é oferecer experiências de movimento adequadas ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada. Brincadeiras e jogos populares estariam mais voltados aos aspectos da ludicidade e não em habilidades motoras, foco da abordagem Desenvolvimentista.

Abordagem Construtivista-Interacionista

A construção do conhecimento se dá através da interação do indivíduo e o mundo, o meio. Existe uma valorização das experiências e cultura do aluno, deixando que o aluno construa o conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas. Há interesse em usar a Educação Física para atingir o desenvolvimento cognitivo. A principal ferramenta dessa abordagem são as atividades lúdicas e espontâneas, como os jogos. Jogos simbólicos são aqueles de ficção ou imitação, neles, a criança assume e exerce papéis, representa situações variadas. A Psicologia tem influência nesta abordagem, tendo Piaget como referencial teórico. O construtivismo na área de Educação Física tem o mérito de considerar o conhecimento que o aluno previamente já possui, registrando sua cultura de jogos e brincadeiras. A abordagem busca desenvolver essa cultura no processo de ensino e aprendizagem, aproveitando as brincadeiras de rua, os jogos com regras, as rodas cantadas e outras atividades que compõem o universo cultural dos alunos. Ela representa uma alternativa aos métodos diretivos de ensino, pois o aluno constrói seu próprio conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas.

Abordagem Saúde Renovada

Há um retorno da saúde como demanda, assim como na tendência higienista. A abordagem saúde renovada quer implementar exercício físico dentro e fora da escola. Não é uma abordagem apenas escolar, mas sim com foco na saúde como um todo, como rotina de vida, e mais ampla. Informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios são alguns

dos objetivos dessa abordagem. É de fundamental importância a promoção da prática da atividade física e melhoria de fatores fisiológicos como cardiovascular, flexibilidade, resistência muscular, capacidades motoras e a composição corporal como fator coadjuvante na busca de uma melhor qualidade de vida por meio da saúde. Essa abordagem tem um caráter inclusivo. A disseminação do exercício físico é geral, para que os alunos cresçam de forma saudável e tendo como rotina a prática de atividades físicas. A abordagem propicia elaboração de conhecimentos sobre a atividade física para o bem-estar e saúde. Os testes de aptidão física são os instrumentos recomendados para a avaliação no meio escolar. O foco é em aptidão física para a saúde, envolvendo todos os alunos e não apenas os mais aptos. A prevenção de doenças e melhora da qualidade de vida da população é o que interessa para os defensores desta abordagem. O objetivo da Educação Física escolar é levar o educando a valorizar a prática do exercício físico, contribuindo para que os alunos se conscientizem da importância de se adotar um estilo de vida permanentemente ativo. Busca promover a autonomia do aluno para a prática de exercícios físicos dentro e fora da escola a fim de propiciar um estilo de vida ativo visando à saúde para toda a vida.

Abordagem da Psicomotricidade

O envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando garantir a formação integral do aluno. Inaugura uma nova fase de preocupações para o professor de Educação Física que extrapola os limites biológicos e de rendimento corporal, passando a incluir e a valorizar o conhecimento de origem psicológica. A proposta direcionava suas preocupações para além dos limites biológicos ou de rendimento. Defende o ato de aprender através de processos cognitivos, afetivos e motores, buscando a formação integral do aluno. Enfatiza a necessidade dessa área de promover o desenvolvimento integral da criança, articulando seus processos cognitivos, afetivos e motores. Advoga por uma ação educativa que ocorra a partir dos movimentos espontâneos da criança, seja ela sem ou com problemas, além de favorecer a gênese da sua imagem do corpo. A ação educativa a partir dos movimentos espontâneos da criança é o que promoverá o desenvolvimento integral do aluno, através dos processos cognitivos, afetivos e motores.

Abordagem Sistêmica

Entende a Educação Física como um sistema hierárquico aberto, uma vez que os níveis superiores, como as Secretarias de Educação, exercem algum controle sobre os sistemas inferiores, como a direção da escola, o corpo docente e outros. Em termos de hierarquia, temos 4 níveis: Objetivos educacionais da Educação Física, Objetivos da escola, Objetivos do professor e Processo de aprendizagem. Essa abordagem não foca apenas nas habilidades motoras, apesar de também constar como objetivo.

criança. A educação integral é o foco, e a Educação Física é o meio para alcançá-la.

Tabela Comparativa das Abordagens

Uma tabela resume as principais características das abordagens: Crítico- Emancipatória (Elenor Kunz), Crítico-Superadora (Coletivo de Autores), Desenvolvimentista (Go), Sistêmica (Betti) e Cultural (Daólio). Cada abordagem possui autores, metodologias, influências teóricas e objetivos específicos.

Aspectos Socioculturais na Educação Física

Jocimar Daólio, autor referenciado na abordagem pedagógica cultural, defende os princípios da pluralidade, alteridade e consideração das diferenças culturais na Educação Física. A Educação Física lida com o ser humano e suas manifestações culturais, construídas de acordo com a história, origem ou local, e ligadas ao corpo, ao esporte, aos jogos, às lutas e à ginástica.

Importância da Educação Física e seus Aspectos

Socioculturais

A cultura deve ser entendida como um dos principais conceitos para a Educação Física e o esporte. Quando a Educação Física tem uma atuação eminentemente cultural, considera-se primeiro a história, a origem e o local daquele grupo específico e, depois, suas representações sociais, trazidas juntas pelas suas necessidades, seus valores e seus interesses. A atividade física, em uma visão mais ampla, deixa de perceber o homem essencialmente biológico, para concebê-lo segundo uma visão mais abrangente, em que se considerem os processos sociais, históricos e culturais.

Conteúdos e Abordagens Pedagógicas

Os jogos, as ginásticas, os esportes, as danças e as lutas constituem as temáticas culturais mais trabalhadas e historicamente relacionadas à Educação Física. A área contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, incluindo atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde. Os conteúdos conceituais e procedimentais mantêm uma grande proximidade, na medida em que o objeto central da cultura corporal de movimento gira em torno do fazer, do compreender e do sentir com o corpo. Os conteúdos atitudinais apresentam- se como objetos de ensino e aprendizagem, e apontam para a necessidade de o aluno vivenciá-los de modo concreto no cotidiano escolar, buscando minimizar a construção de valores e atitudes por meio do “currículo oculto”.

Contexto Histórico e Críticas

As abordagens pedagógicas surgem num contexto de perda da identidade da Educação Física. Rodrigues e Bracht enfatizam que ao olhar as culturas produzidas no campo da Educação Física e as críticas elaboradas no plano acadêmico colocaram as condições de possibilidade para o surgimento de propostas sugerindo outras possibilidades de justificação da Educação Física. A Educação Física foi utilizada ao longo da história para disseminar as vontades políticas ou as necessidades ideológicas das épocas. As abordagens tentam trazer essa "justificação da Educação Física". Os autores criticam a procura de uma verdadeira Educação Física, defendendo a compreensão e análise das repercussões que uma dada inserção da Educação Física causa em uma realidade escolar específica. A escola produz e é parcela de cultura, e a Educação Física deve dialogar e "dançar" conforme essa cultura.

Educação do Corpo e Cultura

A educação do corpo perpassa pelo desenvolvimento da autonomia afim de possibilitar às pessoas a compreensão do corpo e sua relação com a cultura.

Influência do Marxismo

Pela influência do marxismo, a abordagem crítico-superadora tem inspiração no chamado materialismo histórico-dialético de Karl Marx e compreende a Educação Física escolar como uma disciplina que trata pedagogicamente, de um tipo de conhecimento denominado cultura corporal, na qual visa a aprendizagem da expressão corporal como linguagem.

História da Educação Física no Brasil

Durante a República, houve uma profissionalização da Educação Física, com a formação militar como centralidade nas escolas. A criação do Ministério da Educação e Cultura arremata a importância da época. O final da década de 1970 marca um período de grandes transformações na Educação Física escolar brasileira, mudanças estas que se manifestam até os dias atuais. Atualmente coexistem na área várias concepções, todas elas tendo em comum a tentativa de romper com o modelo tecnicista/ esportivista, característico da Educação Física da década de 1970. As abordagens que surgiram associadas à Educação Física a partir do final da década de 1970 resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Embora contenham enfoques diferenciados entre si, com pontos muitas vezes divergentes, têm em comum a busca de uma Educação Física que articule corpo e mente do indivíduo e aspectos relacionados à performance humana.

Abordagem Humanista

A abordagem humanista da Educação Física destaca a função social da Educação Física dentro da cultura corporal, desenvolvendo a capacidade intelectual ao promover a reflexão do conhecimento científico apresentado.

Abordagem Construtivista

A Abordagem Construtivista da Educação Física sofreu influência da psicomotricidade na inclusão das dimensões afetivas e cognitivas do ser humano, bem como na discussão do objeto da Educação Física. Esta abordagem tem por objetivo a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo.

Educação Física e Instituição Militar no Início do Século

XX

Nas quatro primeiras décadas do século XX, a Educação Física escolar no Brasil foi marcada pela instituição militar e pelos movimentos ginásticos.

Métodos Ginásticos Europeus

Os métodos ginásticos correspondem aos quatro países que deram origem às primeiras sistematizações sobre a ginástica nas sociedades burguesas: Alemanha, Suécia, França e Inglaterra. No Brasil, o método sueco teve uma adequação maior aos estabelecimentos de ensino, por seu caráter pedagógico, social e com bases científicas. A ginástica francesa teve seu apoio legal a partir de 1929, através de um decreto proposto pelo Ministério da Guerra. A implementação da ginástica alemã ocorre na primeira metade do século XX, devido ao número grande de imigrantes alemães no país.

Surgimento da Educação Física na Europa

A Educação Física surge no âmbito escolar na Europa no final do século XVIII e início do século XIX, em forma de jogos, ginástica, dança e equitação, no contexto do surgimento da sociedade capitalista. Esta disciplina escolar passou a receber uma atenção especial das autoridades estatais e das classes hegemônicas daquele período, pois viam na mesma a possibilidade de uma preparação da mão-de-obra pelo cuidado com o corpo.

Práticas Históricas e Princípios Anatomofisiológicos

São práticas históricas da Educação Física ligadas em princípios anatomofisiológicos, buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira: higienista e militarista.

Objetivos do Planejamento Anual

Para a organização do seu planejamento anual para as aulas de Educação Física, o professor busca fundamentação nos pressupostos didático- pedagógicos de uma abordagem de ensino da Educação Física que visa propiciar a aquisição de conhecimentos relacionados à importância da atividade física voltada para a melhoria da aptidão; estimular atitudes positivas com relação aos exercícios físicos; estabelecer, como comportamento universal, a prática regular de atividades que possam ter continuidade após os anos escolares; e promover independência na escolha de programas de atividades físicas relacionados à saúde.

Concepção Biopsicossocial

A concepção biopsicossocial trouxe para a Educação Física Escolar a ampliação do entendimento de corpo superando o viés biologicista e inaugura uma nova atribuição para a disciplina na escola, legitimando o papel do professor e a contribuição da disciplina para a formação integral do aluno. A introdução da Educação Física no âmbito escolar, no Brasil, sob a denominação de ginástica, foi fortemente influenciada pela concepção higienista, cujo objetivo era promover a adoção de hábitos saudáveis para ficar livre de doenças. Na década de 1970, os objetivos da Educação Física na escola estavam vinculados à formação de uma geração forte, capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na guerra. As mudanças nos objetivos da Educação Física, que aconteceram nas décadas de 70 e 80, foram influenciadas por correntes humanistas em contestação à concepção tecnicista e denominaram se movimentos “renovadores”.

Abordagens Pedagógicas na Educação Física

Escolar

Novas Abordagens Pós-

Em oposição às abordagens tecnicistas, esportivistas e biologicistas, surgiram novas abordagens na Educação Física escolar a partir do final da década de 70. Essas novas abordagens foram inspiradas no contexto histórico social do país, nas tendências da educação em geral e em questões específicas da Educação Física.

Construtivismo

A perspectiva construtivista visa a construção do conhecimento através da interação do indivíduo com o mundo. A construção do conhecimento exige elaboração e ação sobre o mundo. A aquisição do conhecimento é um processo contínuo, construído pelo indivíduo ao longo da vida, não sendo inato nem adquirido passivamente.

e valorizando a contextualização dos fatos e o resgate histórico, levantando questões de poder, interesse, esforço e contestação.

Concepção Higienista

Na concepção higienista na educação física, a preocupação central são os hábitos de higiene e a aptidão física. Nas concepções, higienista e militarista, a educação física é compreendida como uma disciplina prática não necessitando de uma fundamentação teórica de suporte.

Educação Física no Regime Militar

As aulas de educação física eram desenvolvidas no período de regime militar no Brasil predominantemente com base na pedagogia tecnicista. Uma das funções da disciplina educação física ministrada nas escolas durante esse período era o desenvolvimento da aptidão física dos estudantes, com a finalidade de capacitá-los para desempenharem atividades relacionadas ao trabalho.

Reforma Couto Ferraz

A Reforma Couto Ferraz, compreendida como a gênese da educação física escolar no Brasil, foi parte da modernização pedagógica no Brasil.

História e Abordagens da Educação Física

Métodos Ginásticos Europeus e a Promoção da Saúde

Os métodos ginásticos europeus marcaram um período em que a educação física se estabeleceu como promotora da saúde, impulsionada pela expansão de academias e do mundo fitness.

Renovação Teórica na Educação Física Brasileira

A década de 1980 representou o início de uma renovação teórica na educação física brasileira, influenciada pela redemocratização do país. Surgiram abordagens pedagógicas que contrastavam com a educação física praticada anteriormente.

Período Militarista

O período militarista justificava a importância da educação física nas escolas como meio de preparar corpos fortes, saudáveis e disciplinados.

Período Esportivista

A realização de megaeventos esportivos no Brasil, como o Pan-Americano, as Olimpíadas e a Copa do Mundo de futebol, representa o período identificado como esportivista.

Período Higienista

A valorização do desenvolvimento físico e moral por meio dos métodos ginásticos é uma característica do período identificado como higienista.

Influências na Educação Física no Século XX

Na primeira metade do século XX, a educação física sofreu influências de correntes filosóficas, tendências políticas, científicas e pedagógicas. Até a década de 50, a educação física foi influenciada pela filosofia positivista, pela área médica (higienismo) e por interesses militares (nacionalismo, instrução pré-militar). Em meados do século XX, ocorreram mudanças na educação física e na educação em geral, influenciadas pelo pensamento pedagógico da época, como a vertente escola-novista.

Importação de Modelos e Práticas Corporais

A partir da segunda metade do século XX, houve a importação de modelos e práticas corporais, como os sistemas ginásticos alemão e sueco e o método francês.

Influência dos Métodos Ginásticos da Instituição Militar

Nas quatro primeiras décadas do século XX, a influência dos métodos ginásticos da instituição militar foi marcante no sistema educacional.

Ação Teórico-Prática de Crítica

Nas duas primeiras décadas do século XX, houve uma ação teórico-prática de crítica ao quadro existente, buscando desenvolver um corpo de conhecimento científico para imprimir uma identidade pedagógica à educação física.

Movimento "Esporte para Todos"

O movimento "Esporte para Todos" (EPT) surgiu no Brasil a partir de 1973, buscando a democratização das atividades físicas e desportivas.

Abordagem Construtivista

A abordagem construtivista valoriza o aluno, seu conhecimento prévio e seus saberes.

O Jogo na Abordagem Construtivista-Interacionista

Na abordagem construtivista-interacionista, o jogo tem um papel privilegiado como conteúdo/estratégia, e os conteúdos devem ser desenvolvidos em uma progressão pedagógica, das habilidades mais simples às mais complexas.