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CORRELAÇÃO DOS RESULTADOS DOS EXPERIMENTOS DA PSICOLOGIA SOCIAL EXPERIMENTAL AMERICANA (FILME: EXPERIMENTO DE MILGRAN) E A TESE BANALIDADE DO MAL DE HANNA SOBRE A FIGURA DE EICHAMANN
Tipologia: Resumos
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Adolf Eichmann foi um criminoso de guerra julgado em 1961. Ele foi condenado por ser um dos responsáveis por enviar milhões de judeus aos campos de concentração e de extermínio no leste europeu. Mesmo após sua condenação, ele alegava que estava “cumprindo ordens”, buscando dessa forma, se desresponsabilizar pelo genocídio cometido na época. Em seus estudos filósofa Hannah Arendt observou que o discurso realizado por Eichmann era repetido por outros nazistas, tornando essa justificativa um clichê burocrático, uma realidade perturbadora que ela chamou de “banalidade do mal”. A normalidade de Eichmann assustou Arendt e colocou-a em busca de outros modelos explicativos para o mal, para além do determinismo histórico e da distorção ideológica do nazismo, negando as teorias do mal como patologia, possessão demoníaca, determinismo histórico ou alienação ideológica. Através do conceito de “banalidade do mal”, Arendt concluiu que esses crimes não foram praticados pelos chamados “monstros”, mas sim, por “pessoas normais” que eram incapazes de refletir sobre suas ações. Ela ainda sugeriu que o mal poderia ser o resultado da ausência do pensamento. Sua obra “Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal” foi bastante criticada em incompreendida na época pela comunidade judaica. Três meses após o julgamento de Eichmann, um psicólogo norte-americano chamado Stanley Milgram decidiu investigar e as pessoas comuns seriam capazes de práticas atrozes se recebessem ordens de alguém investido em posição de autoridade. Para que tal estudo foi possível, ele considerou que seria necessário que a experiência descartasse variáveis como vida pregressa violenta ou constrangimentos financeiros. Para seu experimento, Milgran montou um laboratório na Universidade de Yale na qual duas pessoas por vez, seriam sorteadas para as posições de cobaia e
de professor, entretanto, o sorteio era falso, somente os com indicação de professores eram voluntários, a cobaia era um ator contratado. O teste consistia na repetição pelo professor de pares de palavras que a cobaia deveria memorizar. Para as respostas erradas, o professor deveria aplicar choques elétricos, acionando botões à sua frente. Os choques iam se tornando mais fortes de modo que, a partir de certa intensidade, a cobaia começava a gritar e a exigir que o experimento terminasse. Os choques eram fictícios, mas o ponto é que os voluntários imaginavam que fossem reais. Os resultados desse experimento mostrou que 65% da amostra do estudo foi capaz de ir até o final do experimento, disparando choques de 450 volts que, se fossem verdadeiros, poderiam matar. Todos os participantes, 40 pessoas, continuaram até o limite dos 300 volts. O autor concluiu que mesmo em uma democracia, mesmo onde não há a presença de um líder como o Führer para dar ordens e, sem o constrangimento de perder seus empregos, as pessoas ainda seriam capazes de torturar outra pessoa, bastando apenas que ela tenha um pouco de autoridade. Foi então que a obra de Arendt ganha evidencia empírica dramática e persuasiva. O resultado dessa pesquisa deu origem ao ensaio “Obediência à autoridade” e foi uma marco revolucionário para a psicologia contemporânea. Assim, é notadamente impossível não correlacionar a tese da banalidade do mal de Arendt com o experimento de Milgram. Ambas as obras comprovaram que a prática de atos violentos pode ser realizado por qualquer pessoa, sem que ela seja considerada um “monstro” psicopata. Esses atos poderiam estar vinculados a dificuldade que o ser humano tem em distinguir o certo e o errado em determinadas situações – no casos das duas obras, a situação é ao fato de a pessoa ter autoridade e usá-la de forma violenta.