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Guias e Dicas
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Emílio ou da Educação: Reflexões de Rousseau sobre a Liberdade e a Vontade na Infância, Resumos de Filosofia

Uma análise de 'emílio ou da educação', de rousseau, focando em sua abordagem sobre a liberdade e a vontade na infância. o texto explora as ideias de rousseau sobre a educação natural, o aprendizado por experiência e a importância do respeito ao desenvolvimento infantil, contrastando-as com os métodos tradicionais. são discutidas as influências dessas ideias na educação brasileira, analisando a aplicação prática dos conceitos rousseaunianos em diferentes contextos educacionais, como escolas construtivistas e a educação progressista. a análise aprofunda a crítica de rousseau à educação convencional, destacando a importância da experiência sensorial e da liberdade na formação da criança.

Tipologia: Resumos

2025

À venda por 06/05/2025

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LIVRO SEGUNDO
João Enrique, Kauê Brandão, Igor
Miguel e Lucas Alves
EMÍLIO OU DA EDUCAÇÃO
LIVRO SEGUNDO
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LIVRO SEGUNDO

João Enrique, Kauê Brandão, Igor

Miguel e Lucas Alves

EMÍLIO OU DA EDUCAÇÃO

LIVRO SEGUNDO

S U M Á R I O

A INFÂNCIA E A EDUCAÇÃO

SENSORIAL

O DESENVOLVIMENTO DA

RAZÃO PRÁTICA

A IMPORTÂNCIA DA

EXPERIÊNCIA DIRETA

EVITANDO PRECONCEITOS E

A AUTORIDADE EXCESSIVA

REFLEXÕES DE RUSEAUL SOBRE

A LIBERDADE E VONTADE

COMO ESSA EDUCAÇÃO É

UTILIZADA NO BRASIL?

A infância e a educação sensorial Rousseau mostra que a criança deixa de chorar tanto quando começa a falar, pois agora pode comunicar suas sensações com palavras: ➤ “ Quando as crianças começam a falar, choram menos. Esse progresso é natural: uma linguagem é substituída por outra. ” A resposta do adulto ao sofrimento da criança molda sua própria forma de lidar com a dor. Isso reforça a importância do ambiente sensorial e emocional: ➤ “ No fundo, é menos o golpe do que o temor que atormenta, quando a gente se machuca. ” Rousseau defende que a criança viva a dor em pequenas doses, pois isso a prepara sensorial e emocionalmente para suportar sofrimentos maiores: ➤ “ Sofrer é a primeira coisa que deve aprender e a que terá mais necessidade de saber. ” Ele se opõe aos métodos que evitam qualquer desconforto físico. A liberdade do corpo está diretamente ligada ao desenvolvimento sensorial e emocional: ➤ “ Ao invés de deixá-lo mofar no ar viciado de um quarto, levá-lo-ão diariamente a um prado. Que aí corra, se debata, caia cem vezes por dia: tanto melhor. ” Rousseau sustenta que a criança deve experimentar o prazer de viver, de sentir, de estar no mundo com o corpo e os sentidos. O sofrimento gratuito é desumano e contraproducente: ➤ “ Desde o momento em que possam sentir o prazer de serem, fazei com que dele gozem. ” A felicidade está na harmonia entre os desejos (muitas vezes provocados pela imaginação) e as capacidades reais do indivíduo, o que começa a ser moldado na infância, por meio da experiência direta: ➤ “ Está portanto na desproporção entre nossos desejos e nossas faculdades aquilo em que consiste nossa miséria.

A infância e a educação sensorial

" É preciso que sinta sua fraqueza e não que com ela
sofra; é preciso que peça e não que mande."
Rousseau aponta que a criança deve experimentar suas
necessidades e aprender com elas, não por imposição,
mas pela vivência.
" Ela não deve ser nem animal nem homem e sim criança
mesmo. "
Essa frase reforça a ideia de que a criança tem uma
natureza própria, e sua educação deve respeitar suas
etapas de desenvolvimento – com destaque para a
percepção sensorial como base.
" Antes que os preconceitos e as instituições humanas
alterem nossas tendências naturais, a felicidade das
crianças, bem como a dos homens, consiste no emprego
de sua liberdade. "
Aqui Rousseau mostra que a educação ideal é aquela que
respeita o contato direto da criança com o mundo — com
foco no aprendizado através da experiência sensível, não
pela memorização ou obediência cega.
" As crianças não gozam, mesmo em seu estado natural,
senão de uma liberdade imperfeita, semelhante à de
que gozam os homens na sociedade. "
Um reconhecimento de que a criança ainda é limitada
fisicamente e cognitivamente, e por isso a educação deve
se adaptar a essas limitações, valorizando o aprendizado
por meio dos sentidos.
“ O mundo real tem seus limites; o mundo imaginário é
infinito. Não podendo alargar um, restrinjamos o
outro ”

A importância da experiência direta Vede um gato entrar pela primeira vez num quarto; visita, fareja, não fica um instante sossegado, não confia em nada senão depois de ter tudo examinado, tomado conhecimento de tudo. Assim faz a criança quando começa a andar, a entrar, por assim dizer, no espaço do mundo. Toda a diferença está em que, à vista, comum à criança e ao gato, a primeira junta, para observar, as mãos que lhe deu a natureza e o outro o faro sutil de que esta o dotou. Essa disposição, bem ou mal cultivada, é o que torna as crianças vivas ou lerdas, doentias ou saudáveis, tontas ou prudentes. Os primeiros movimentos naturais do homem sendo os de se medir com tudo o que o cerca, e de aprender em cada objeto que percebe todas as qualidades sensíveis que lhe dizem respeito, seu primeiro estudo é uma espécie de física experimental relativa à sua própria conservação, e de que o afastam com estudos especulativos antes que tenha tomado conhecimento de seu lugar no mundo. Há cores alegres e cores tristes: as primeiras são mais do gosto das crianças; assentam-lhes melhor também e não sei por que não atender, nisso, a conveniências tão naturais; mas, a partir do momento em que preferem um tecido por ser rico, já seus corações estão entregues ao luxo e a todas as fantasias da opinião; e tal gosto não lhes veio por certo de si mesma. [...] É como se lhes dissessem: Sabei que o homem só vale por sua roupa, que vosso valor está nas vossas. Será de se espantar que tão sábias lições impressionem a juventude, que ela só venha a estimar o ornato e que só julgue do mérito pela aparência exterior?

A importância da experiência direta Se eu devesse corrigir uma criança assim mimada, faria com que suas roupas mais ricas fossem as mais incômodas, que nelas se sentisse sempre embaraçada, constrangida, sempre escravizada de mil maneiras; faria com que a liberdade e a alegria fugissem diante de seu luxo; se ela quisesse participar dos jogos de outras crianças mais simplesmente vestidas, tudo cessaria, tudo desapareceria no mesmo instante. Um leito fofo, em que se afunda nas plumas ou no acolchoado, funde e dissolve o corpo, por assim dizer. Os rins aquecidos demais se endurecem. Disso resultam muitas vezes a pedra e outros incômodos e, infalivelmente, uma compleição delicada que os alimenta todos é uma parte essencial do aprendizado de que falei há pouco. Demais, atento em medir o perigo pelas suas forças e a compartilhá-lo, não terei que temer nenhuma imprudência em regrando o cuidado de sua conservação pelo que devo à minha. Saí sem luz; se tivesse tido teria sido pior ainda. Era preciso passar pelo cemitério: atravessei-o impavidamente porque, enquanto eu me sentia ao ar livre, nunca tivera terrores noturnos.

Reflexões de Ruseaul sobre a liberdade e vontade O texto também explora a ideia de que a criança, mesmo em sua fase inicial de desenvolvimento, já possui uma visão clara do mundo ao seu redor. Ela é capaz de fazer julgamentos sensatos, tomar decisões práticas e lidar com situações cotidianas com mais competência do que muitas vezes se imagina. A criança não busca se provar para os outros ou seguir padrões, mas sim agir de acordo com o que sente e com o que é mais conveniente para ela, sem recorrer a fórmulas ou a atitudes de imitação. Além disso, o autor questiona a necessidade de forçar a criança a se comportar de uma maneira que não condiz com sua natureza. Ele sugere que a verdadeira educação deve permitir à criança se expressar livremente, sem as amarras de uma educação autoritária e controladora. Quando deixada à sua própria liberdade, a criança é capaz de se desenvolver de maneira mais autêntica e genuína, sem o peso da vaidade ou da competitividade que muitas vezes surgem quando o processo educativo é excessivamente formal. O autor termina o texto refletindo sobre a possibilidade de uma educação mais natural, onde a criança possa aprender através de suas próprias experiências e interações com o mundo, em vez de ser moldada por um sistema que muitas vezes não compreende suas necessidades reais. O objetivo é que a criança alcance uma maturidade plena e uma compreensão mais profunda de si mesma e do mundo ao seu redor, sem perder a felicidade e a liberdade de sua infância. Em um exemplo que o autor usa, o pai de um garoto realiza um pequeno teste, pedindo que seu filho encontre um papagaio que está projetado na sombra. A resposta da criança é imediata e correta, evidenciando não apenas a clareza de seu julgamento, mas também a educação mais livre e natural a que ela foi submetida. Essa abordagem simples, mas eficaz, de educação se opõe aos métodos tradicionais, que se baseiam em questionamentos incessantes e formas rígidas de avaliação. Em resumo, o texto defende uma educação que respeite a liberdade da criança, que valorize suas próprias experiências e seu desenvolvimento natural, e que se distancie de métodos autoritários e acumulativos. Ele propõe uma educação mais genuína, onde a criança possa crescer de forma autêntica, livre de pressões externas, sem perder a espontaneidade e a clareza de suas ideias. O objetivo é que ela possa viver uma infância feliz e saudável, sem ser sobrecarregada por expectativas ou normas que não condizem com sua natureza.

Como essa educação é utilizada no Brasil? O que você acha?