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Este documento discute o aumento da prevalência de cardiopatias congênitas, com ênfase na comunicação interventricular (civ). Ele aborda as características morfológicas da civ, os fatores que desencadeiam a ic, os sinais clínicos, a avaliação da função do ventrículo direito (vd) no pós-operatório tardio de tetralogia de fallot, a importância da ressonância nuclear magnética, o tratamento percutâneo de pacientes com tetralogia de fallot e a correção cirúrgica da civ. O documento também discute as cardiopatias congênitas associadas, como a hipoplasia de ventrículo esquerdo, estenose aórtica crítica e coarctação da aorta pré-ductal.
Tipologia: Notas de aula
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alteração estrutural do coração ou dos grandes vasos da base, apresentando significância funcional real ou potencial
Quadro clínico
fundamental na avaliação da criança com suspeita de cardiopatia congênita
Anomalias cardíacas congênitas Cianótica A cianose da criança com cardiopatia congênita é do tipo central, quase sempre generalizada; entretanto, em alguns casos, ela pode ser evidente no dimídio inferior (membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas) e vice-versa , denominada cianose diferencial. O seu aparecimento ocorre quando a concentração da hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em crianças com anemia. Pode ser leve ou mesmo ausente nos casos de fluxo pulmonar aumentado e grande mistura arteriovenosa. Há três causas para a cianose : presença de uma lesão obstrutiva direita com tetralogia de Fallot, conexão ventrículo-arterial discordante (TGA) e presença de uma mistura comum (ventrículo único). Ecocardiograma: diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e a não cardíaca (pulmonar, hematológica e neurológica). Após reconhecer como cardíaca , é imperativa a definição morfológica da anomalia >> a investigação feita em caráter de urgência. Teste de hiperoxia pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre causa cardíaca e não cardíaca de cianose central. O aumento de pO2 acima de 160 mmHg após a administração de oxigênio a 100%, por 5 a 10 minutos, sugere ausência de cardiopatia congênita cianótica, mas pO2 > 250 mmHg efetivamente a exclui. O não aumento do pO2 acima dos níveis citados está fortemente associado a alteração cardiológica. Anomalia Morfologia Sintomas Fisiopato Diagnóstico Tratamento Evolução Tetralogi a de Fallot : Derivações da direita para a esquerda: É conjunto de 4 alterações cardíacas: CIV, Dextroposi- ção da aorta, estenose pulmonar (EP) e hipertrofia VD Prevalência: 0,21 por
nascidos vivos, cerca de 3,36% das CC. VD tem dimensões externas aumentadas por causa da hipertrofia. A EP, em geral, é infundíbulo-valvar. A morfologia do infundíbulo (subpulmonar) é de grande importância clínica e cirúrgica, pois é a estrutura responsável pela progressão da EP. Em alguns casos, a obstrução da via de saída é total - atresia pulmonar com CI geralmente, a CIV é do tipo perimembranosa, grande e não restritiva. As artérias pulmonares podem ser normais ou apresentar diferentes anormalidades, incluindo alterações de calibre, de confluência e de distribuição. Cavalgamento ou dextroposição da valva aórtica é uma alteração essencial; entretanto, o grau é bastante variável, de 15 a 50%. Quando > 50%, passa a ser dupla via de saída de ventrículo direito (DVSVD). A circulação colateral sistêmico-pulmonar é mais comum em pacientes com atresia pulmonar e CIV, podendo ser a única forma de suprimento sanguíneo pulmonar. Pode ocorrer a associação de várias outras anomalias cardíacas: CIA, PCA, DSAV, estenose subaórtica fibromuscular, estenose valvar aórtica, anomalias das conexões venosas sistêmicas e pulmonares e coarctação da aorta. O arco aórtico à direita é um achado relativamente comum Diretamente relacionadas com a anatomia da doença. Se EP leve , pode ser acianótico, com sopro cardíaco alto. À medida que EP progride , aparece a cianose (central, generalizada - pele e mucosas) e o sopro vai diminuindo ou, até mesmo, a desaparecer (refletindo a diminuição da passagem de sangue pela valva pulmonar). Alguns RN exibem cianose intensa desde o nascimento. Nesses casos, uma obstrução grave na via de saída do VD está presente , e a circulação pulmonar pode ser dependente da persistência de um canal arterial. Crianças maiores podem apresentar baqueteamento digital e adotar a posição de cócoras p/ melhorar hipóxia. A crise de hipóxia é uma manifestação clínica frequente nessa doença, e é situação grave e requer reconhecimento rápido e tratamento adequado, pois pode levar a complicações neurológicas graves. Durante a crise tem cianose intensa, acompanhada por taquipneia e, frequentemente, alterações de consciência. Geralmente ocorre pela manhã, precipitada por atividades como defecar ou chorar. É mais frequente em lactentes, 2 e 6 meses. No exame do precórdio, não se observa hiperatividade e pode não haver frêmito. B1 tem intensidade normal ou pouco aumentada, e a B2 é única. O sopro é sistólico ejetivo e varia de intensidade e de duração, dependendo do grau de EP. O sopro contínuo pode estar presente em RN com canal arterial aberto. Sinais de IC raramente estão presentes, a menos que exista uma grande CIV com EP leve ou grande número de colaterais sistêmico-pulmonares.
Acianótica Quando essas doenças apresentam repercussão hemodinâmica, a causa de encaminhamento geralmente é a insuficiência cardíaca (IC) - taquipneia, cansaço e interrupções às mamadas, sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia. É rara a descompensação isolada do lado esquerdo ou do lado direito do coração. Fatores são fundamentais para o desencadeamento da IC: 1°: fechamento do canal arterial ocorre funcionalmente durante as primeiras horas ou nos dias iniciais de vida; 2 °: diminuição da resistência vascular pulmonar , que ocorre ao longo dos primeiros meses de idade. O débito sistêmico em doenças obstrutivas, como hipoplasia de ventrículo esquerdo, estenose aórtica crítica e coarctação da aorta pré-ductal, depende do fluxo da artéria pulmonar para a aorta através do canal arterial. Com o fechamento do canal, o fluxo sistêmico diminui abruptamente, ocorrendo IC e choque cardiogênico. Shunt E-D Derivações da esquerda para a direita: tem quadro clínico é mais tardio Anomalia Morfologia Sintomas Fisiopato Diagnóstico Tratamento Evolução Comunicaçã o interatrial (CIA): prevalência: 5 a 10% de todas as cardiopatias Frequência: 8,67% entre defeitos congênitos sexo feminino de 2:1.
Coarctação da aorta (CA) Prevalência: 8 - 10% sexo masculino: 2: A associação com a valva aórtica bicúspide é muito frequente 85% e é a doença cardíaca mais comum na síndrome de Turner (30%). Pode ser localizada ou segmentar e apresentar-se nas regiões pré- ductal, paraductal e pós-ductal. A localização + comum é entre subclávia esquerda e junção aortoductal - região pré-ductal. A coarctação segmentar é + comum em neonatos e lactentes, e a localizada, nas crianças maiores. Lesões associadas são frequentes e entre as principais, estão: PCA, CIV, CIA, SHVE, transposição dos grandes vasos da base e DVSVD. Ocorrência de lesões obstrutivas múltiplas E, associadas à coarctação de aorta, é síndrome de Shone. Idade, intensidade da obstrução e anomalias associadas determinam a clínica da criança. Neonato com coarctação grave desenvolve clínica de IC e, algumas vezes, choque cardiogênico na 2° ou 3° semana de vida. Pulsos estão ausentes em MMII e normalmente não se ouve sopro, pode ser audível na fúrcula e na região interescapular, mas presença no precórdio é consequência de anomalias associadas. O sopro contínuo da circulação colateral é raro na criança pequena. Pode ser mais precoce e intenso quando há associação de CIV. Crianças maiores podem ser assintomáticas, sendo a suspeita DX feita pela diferença de pulsos entre os membros superiores e inferiores, presença de HAS, click ejetivo, causado pela valva aórtica bicúspide, audível em ápice e ou na base. Fadiga, cefaleia, epistaxe e dor em MMII, são frequentes. Quando a coarctação da aorta é muito importante, o débito sanguíneo para o dimídio inferior do corpo é feito pelo canal arterial. Com o fechamento do canal, há súbito aumento no retorno venoso pulmonar e na pós-carga do VE. Consequentemente, desenvolve-se a falência do VE, com aparecimento de sinais de IC grave. Como na hipoplasia do VE e na estenose aórtica crítica, o débito sistêmico é dependente do canal arterial. A coarctação não crítica evolui com hipertrofia do ventrículo esquerdo e HAS na parte superior do corpo. Se a obstrução se faz gradualmente, desenvolve-se a circulação colateral, com pouco comprometimento do débito para a parte inferior do corpo. Raio X de tórax do RN com IC, há cardiomegalia com congestão pulmonar. ECG mostra, na maioria sobrecarga VD. Em crianças maiores, pode ser normal, com dilatação da aorta ascendente. Em escolares e adolescentes, observam-se o “sinal de 3” e erosões nas superfícies inferiores das costelas, apresenta-se normal ou com sobrecarga VE. Ecocardiograma + Doppler é importante no auxílio DX. É necessário que a coarctação seja demonstrada na imagem ecocardiográfica, pois gradiente de pressão pode estar ausente ou subdimensionado nas graves. RM e tomografia helicoidal são exames que demonstram com mais clareza o tipo de lesão. Em alguns, CAT pode ser necessário para confirmação DX ou p/ esclarecer outras anomalias associadas, sendo a maior indicação, porém CAT terapêutico: pode ser feito com dilatação por balão ou aplicação de stent. Reconstrução na RM: exame de imagem de escolha, tornando desnecessário o CAT para avaliação anatômica. Neonatos com choque cardiogênico, a conduta inicial é semelhante à da hipoplasia de VE com uso de prostaglandina. A indicação para tratamento invasivo (dilatação ou cirurgia) deve ser feita em todos os sintomáticos e nos assintomáticos que têm HAS ou sinais de repercussão hemodinâmica nos exames complementares. Tratamento deve ser de urgência nos RN e lactentes com IC, e eletivo nos pacientes assintomáticos ao longo do 1° ano de vida. A abertura da coarctação é feita por CAT cardíaco. No neonato e no lactente, o melhor tratamento é o cirúrgico. A dilatação com balão é mais utilizada em casos de recoarctação ou de coarctação nativa em pacientes maiores. Se associada à CIV, pode ser feita bandagem da artéria pulmonar ou correção total. O stent expansível p/ tamanho adulto por balão implantado com angioplastia por ser realizado com sucesso em 8 a 10 anos. A cirurgia com ressecção do segmento com coarctação e anastomose término-terminal é o procedimento de escolha. Mortalidade alta nos que evoluem p/ IC. Sem reparo ou com correção tardia evoluem normalmente, com HAS na vida adulta. No com CA importante, assintomáticos ou pouco sintoma na infância,evolução natural mostra morte prematura em torno da 3° ou 4° década de vida, causas: IC, ruptura da aorta, EB e hemorragia intracraniana. Tratados podem ter complicações e lesões residuais: HAS, recoarctação, aneurisma e endocardite infecciosa.