Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Cardiopatias congênitas: prevalência, características, diagnóstico e tratamento, Notas de aula de Pediatria

Este documento discute o aumento da prevalência de cardiopatias congênitas, com ênfase na comunicação interventricular (civ). Ele aborda as características morfológicas da civ, os fatores que desencadeiam a ic, os sinais clínicos, a avaliação da função do ventrículo direito (vd) no pós-operatório tardio de tetralogia de fallot, a importância da ressonância nuclear magnética, o tratamento percutâneo de pacientes com tetralogia de fallot e a correção cirúrgica da civ. O documento também discute as cardiopatias congênitas associadas, como a hipoplasia de ventrículo esquerdo, estenose aórtica crítica e coarctação da aorta pré-ductal.

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 21/05/2024

marillia-alves-1
marillia-alves-1 🇧🇷

6 documentos

1 / 4

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
alteração estrutural do coração ou dos grandes vasos da base, apresentando significância funcional real ou potencial
Epidemio
Há um aumento na prevalência de cardiopatias congênitas, principalmente naquelas menos complexas, como a comunicação interventricular (CIV)
A mortalidade é extremamente alta. Cerca de 20% das crianças morrem nos primeiros 12 meses de vida, e a sobrevida em 15 anos é de 77%
Quadro
clínico
Ocorre principalmente nos primeiros meses de idade; no entanto, o reconhecimento da doença pode ser feito em qualquer fase da vida, inclusive no período fetal e na fase adulta - comunicação interatrial (CIA).
São manifestações de distúrbios hemodinâmicos e estão fundamentalmente relacionados às alterações no fluxo pulmonar
São classificadas funcionalmente em: cardiopatia de hipofluxo pulmonar, de hiperfluxo pulmonar e de normofluxo pulmonar.
Os neonatos e lactentes são encaminhados, geralmente, por quatro alterações clínicas: cianose, insuficiência cardíaca (IC), sopro e arritmia.
Em crianças maiores e adolescentes, outros sintomas podem estar associados às anomalias congênitas, como dor precordial, tontura e síncope
Fisiopatologia
Os distúrbios fisiopatológicos produzidos são limitados
Muitas lesões complexas com potencial de alta letalidade podem apresentar-se como um processo fisiopatológico simples; por isso, deve-se definir a anatomia e a fisiologia sem hesitação, para direcionar a conduta e evitar consequências desastrosas.
Diagnóstico
A história clínica desde o período fetal, incluindo história de cardiopatia congênita na mãe ou em gestações anteriores, exame físico bem detalhado, geral e específico, com medida de PA em membro superior e inferior e caracterização do sopro, é
fundamental na avaliação da criança com suspeita de cardiopatia congênita
A raio X de tórax e o eletrocardiograma (ECG) são exames mais acessíveis e contribuem para a formulação de uma hipótese de diagnóstico, mas em raras ocasiões indicam uma doença.
Ecocardiograma bidimensional com Doppler é o exame mais importante no diagnóstico do defeito anatômico e na avaliação funcional. Há, ainda, outros exames que podem ser importantes no diagnóstico: estudo hemodinâmico, TC, angioTC e RM.
Anomalias cardíacas congênitas
Cianótica
A cianose da criança com cardiopatia congênita é do tipo central, quase sempre generalizada; entretanto, em alguns casos, ela pode ser evidente no dimídio inferior (membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas) e vice-versa,
denominada cianose diferencial. O seu aparecimento ocorre quando a concentração da hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em crianças com anemia. Pode ser leve ou mesmo ausente nos casos de fluxo
pulmonar aumentado e grande mistura arteriovenosa.
Há três causas para a cianose: presença de uma lesão obstrutiva direita com tetralogia de Fallot, conexão ventrículo-arterial discordante (TGA) e presença de uma mistura comum (ventrículo único).
Ecocardiograma: diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e a não cardíaca (pulmonar, hematológica e neurológica). Após reconhecer como cardíaca, é imperativa a definição morfológica da anomalia >> a investigação feita em caráter de urgência.
Teste de hiperoxia pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre causa cardíaca e não cardíaca de cianose central. O aumento de pO2 acima de 160 mmHg após a administração de oxigênio a 100%, por 5 a 10 minutos, sugere ausência de cardiopatia congênita
cianótica, mas pO2 > 250 mmHg efetivamente a exclui. O não aumento do pO2 acima dos níveis citados está fortemente associado a alteração cardiológica.
Anomalia
Morfologia
Sintomas
Fisiopato
Tratamento
Evolução
Tetralogi
a de
Fallot:
Derivações
da direita
para a
esquerda: É
conjunto de
4 alterações
cardíacas:
CIV,
Dextroposi-
ção da
aorta,
estenose
pulmonar
(EP) e
hipertrofia
VD
Prevalência:
0,21 por
1.000
nascidos
vivos, cerca
de 3,36%
das CC.
VD tem dimensões externas
aumentadas por causa da hipertrofia. A
EP, em geral, é infundíbulo-valvar.
A
morfologia do infundíbulo
(subpulmonar)
é de grande importância
clínica e cirúrgica,
pois é
a estrutura
responsável pela progressão da EP.
Em
alguns casos, a obstrução da via de saída
é total - atresia pulmonar com CI
geralmente, a CIV é do tipo
perimembranosa, grande e não
restritiva. As artérias pulmonares
podem ser normais ou apresentar
diferentes anormalidades, incluindo
alterações de calibre, de confluência e
de distribuição.
Cavalgamento ou dextroposição da
valva aórtica é uma alteração essencial;
entretanto, o grau é bastante variável,
de 15 a 50%. Quando > 50%, passa a ser
dupla via de saída de ventrículo direito
(DVSVD). A circulação colateral
sistêmico-pulmonar é mais comum em
pacientes com atresia pulmonar e CIV,
podendo ser a única forma de
suprimento sanguíneo pulmonar.
Pode ocorrer a
associação de várias
outras anomalias cardíacas
: CIA, PCA,
DSAV, estenose subaórtica
fibromuscular, estenose valvar aórtica,
anomalias das conexões venosas
sistêmicas e pulmonares e coarctação
da aorta. O arco aórtico à direita é um
achado relativamente comum
Diretamente relacionadas com a anatomia da
doença. Se EP leve, pode ser acianótico, com
sopro cardíaco alto. À medida que EP progride,
aparece a cianose (central, generalizada - pele e
mucosas) e o sopro vai diminuindo ou, até mesmo,
a desaparecer (refletindo a diminuição da
passagem de sangue pela valva pulmonar).
Alguns RN exibem cianose intensa desde o
nascimento. Nesses casos, uma obstrução grave
na via de saída do VD está presente, e a circulação
pulmonar pode ser dependente da persistência de
um canal arterial. Crianças maiores podem
apresentar baqueteamento digital e adotar a
posição de cócoras p/ melhorar hipóxia.
A crise de hipóxia é uma manifestação clínica
frequente nessa doença, e é situação grave e
requer reconhecimento rápido e tratamento
adequado, pois pode levar a complicações
neurológicas graves. Durante a crise tem cianose
intensa, acompanhada por taquipneia e,
frequentemente, alterações de consciência.
Geralmente ocorre pela manhã, precipitada por
atividades como defecar ou chorar. É mais
frequente em lactentes, 2 e 6 meses.
No exame do precórdio, não se observa
hiperatividade e pode não haver f rêmito. B1 tem
intensidade normal ou pouco aumentada, e a B2 é
única. O sopro é sistólico ejetivo e varia de
intensidade e de duração, dependendo do grau de
EP. O sopro contínuo pode estar presente em RN
com canal arterial aberto.
Sinais de I C raramente estão presentes
, a menos
que exista uma grande CIV com EP leve ou grande
número de colaterais sistêmico-pulmonares.
O defeito
anatômico
fundamental é o
desvio
anterossu-
perior do septo
infundibular
CIV e a estenose
subpulmonar
são os defeitos
mais
importantes. A
CIV serve, de
via
de saída
sistêmica p/ VD
e VE
assim é
responsável pela
equivalência de
pressões entre
as 2 cavidades.
O QC depende
da EP. A
quantidade de
sangue desviado
do VD para a
circulação
sistêmica será >
quanto > for a
EP. Assim, EP
leve é pouco
cianótico ou até
acianótico, e EP
grave cianose
importante
Circulação pulmonar
diminuída, mas pode estar
normal ou aumentada na EP
leve
confluência
e tamanho das artérias
pulmonares
Clínico: suporte p/ evitar a piora da cianose e a
crise de hipóxia. Deve-se manter um controle
rigoroso da hemoglobina, evitar anemia e
policitemia. Os com crises de cianose em espera p/
cirurgia podem beneficiar-se com uso de
propranolol (1-3 mg/kg/dia), p/ promover
relaxamento da musculatura infundibular e evitar
a crise de hipóxia, a qual proporciona alto risco de
morte e deve ser tratada como emergência:
posição joelho-tórax: deitado, deve-se colocar
os joelhos sobre o abdome, aumentando a
resistência vascular periférica;
oxigenoterapia e sulfato de morfina (0,2 mg/kg):
SC, IM ou EV e visa a suprimir o centro respiratório
e abolir a taquipneia;
betabloqueadores: relaxa musculo infundibular
cetamina (1-3 mg/kg) EV: promove sedação e
aumento da resistência vascular periférica
bicarbonato de Na (1 mEq/kg), EV;
vasoconstritores: epinefrina (0,01 mg/kg);
cirurgia paliativa de derivação sistêmico-
pulmonar é indicada quando não houver melhora
satisfatória com as medidas clínicas adotadas.
Cirúrgico: correção total definitiva (fechamento
da CIV e ampliação da via de saída do VD) vem
sendo realizada > 6 meses de vida, embora alguns
serviços a indiquem aos 3 meses. A cirurgia
paliativa só é indicada nas situações de urgência
ou quando existe uma anatomia desfavorável,
como artérias pulmonares hipoplásicas, ou < 3
meses. Em algumas situações, quando a valva
pulmonar e o tronco pulmonar são hipoplásicos,
necessidade da colocação de homoenxerto
para manter um adequado fluxo pulmonar
História natural dos não operados é
diretamente influenciada pela gravidade
dos defeitos anatômicos,
somente 23%
desses atingem os 10 anos,
e cerca de 30%
deles morrem no ano. Os principais
fatores de risco para o óbito são embolia
paradoxal, trombose cerebral e pulmonar,
abscesso cerebral e endocardite infecciosa.
A cirurgia modificou a evolução natural
desses pacientes, com bom prognóstico
pós-operatório.
Têm sido descritas complicações após longo
tempo de seguimento, como arritmias,
disfunção do VD, hipertensão pulmonar
(HP) e morte súbita
A
ressonância nuclear magnética
é,
atualmente, o
principal método de imagem
para avaliação da função do VD no pós-
operatório tardio
de tetralogia de Fallot que
apresenta sintomas e alterações
significativas ao ecocardiograma e ao ECG,
tendo grande importância para indicação
de reoperação. Uma alternativa bem-
sucedida para tratamento de pacientes com
tetralogia de Fallot operados e que tenham
indicação de troca de valva pulmonar é o
implante percutâneo (não cirúrgico) de
prótese
Os pacientes com tetralogia de Fallot
corrigidos cirurgicamente podem ter
indicações de diferentes níveis de limitação
das atividades físicas,
dependendo da
presença de defeitos residuais, alteração de
função ventricular
pf3
pf4

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Cardiopatias congênitas: prevalência, características, diagnóstico e tratamento e outras Notas de aula em PDF para Pediatria, somente na Docsity!

alteração estrutural do coração ou dos grandes vasos da base, apresentando significância funcional real ou potencial

Epidemio • Há um aumento na prevalência de cardiopatias congênitas, principalmente naquelas menos complexas, como a comunicação interventricular (CIV)

• A mortalidade é extremamente alta. Cerca de 20% das crianças morrem nos primeiros 12 meses de vida, e a sobrevida em 15 anos é de 77%

Quadro clínico

• Ocorre principalmente nos primeiros meses de idade; no entanto, o reconhecimento da doença pode ser feito em qualquer fase da vida, inclusive no período fetal e na fase adulta - comunicação interatrial (CIA).

• São manifestações de distúrbios hemodinâmicos e estão fundamentalmente relacionados às alterações no fluxo pulmonar

• São classificadas funcionalmente em: cardiopatia de hipofluxo pulmonar, de hiperfluxo pulmonar e de normofluxo pulmonar.

• Os neonatos e lactentes são encaminhados, geralmente, por quatro alterações clínicas: cianose, insuficiência cardíaca (IC), sopro e arritmia.

• Em crianças maiores e adolescentes , outros sintomas podem estar associados às anomalias congênitas, como dor precordial, tontura e síncope

Fisiopatologia• Os distúrbios fisiopatológicos produzidos são limitados

• Muitas lesões complexas com potencial de alta letalidade podem apresentar-se como um processo fisiopatológico simples; por isso, deve-se definir a anatomia e a fisiologia sem hesitação, para direcionar a conduta e evitar consequências desastrosas.

Diagnóstico • A história clínica desde o período fetal, incluindo história de cardiopatia congênita na mãe ou em gestações anteriores, exame físico bem detalhado, geral e específico, com medida de PA em membro superior e inferior e caracterização do sopro , é

fundamental na avaliação da criança com suspeita de cardiopatia congênita

• A raio X de tórax e o eletrocardiograma (ECG) são exames mais acessíveis e contribuem para a formulação de uma hipótese de diagnóstico, mas em raras ocasiões indicam uma doença.

• E cocardiograma bidimensional com Doppler é o exame mais importante no diagnóstico do defeito anatômico e na avaliação funcional. Há, ainda, outros exames que podem ser importantes no diagnóstico: estudo hemodinâmico, TC, angioTC e RM.

Anomalias cardíacas congênitas Cianótica A cianose da criança com cardiopatia congênita é do tipo central, quase sempre generalizada; entretanto, em alguns casos, ela pode ser evidente no dimídio inferior (membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas) e vice-versa , denominada cianose diferencial. O seu aparecimento ocorre quando a concentração da hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em crianças com anemia. Pode ser leve ou mesmo ausente nos casos de fluxo pulmonar aumentado e grande mistura arteriovenosa. Há três causas para a cianose : presença de uma lesão obstrutiva direita com tetralogia de Fallot, conexão ventrículo-arterial discordante (TGA) e presença de uma mistura comum (ventrículo único). Ecocardiograma: diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e a não cardíaca (pulmonar, hematológica e neurológica). Após reconhecer como cardíaca , é imperativa a definição morfológica da anomalia >> a investigação feita em caráter de urgência. Teste de hiperoxia pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre causa cardíaca e não cardíaca de cianose central. O aumento de pO2 acima de 160 mmHg após a administração de oxigênio a 100%, por 5 a 10 minutos, sugere ausência de cardiopatia congênita cianótica, mas pO2 > 250 mmHg efetivamente a exclui. O não aumento do pO2 acima dos níveis citados está fortemente associado a alteração cardiológica. Anomalia Morfologia Sintomas Fisiopato Diagnóstico Tratamento Evolução Tetralogi a de Fallot : Derivações da direita para a esquerda: É conjunto de 4 alterações cardíacas: CIV, Dextroposi- ção da aorta, estenose pulmonar (EP) e hipertrofia VD Prevalência: 0,21 por

nascidos vivos, cerca de 3,36% das CC. VD tem dimensões externas aumentadas por causa da hipertrofia. A EP, em geral, é infundíbulo-valvar. A morfologia do infundíbulo (subpulmonar) é de grande importância clínica e cirúrgica, pois é a estrutura responsável pela progressão da EP. Em alguns casos, a obstrução da via de saída é total - atresia pulmonar com CI geralmente, a CIV é do tipo perimembranosa, grande e não restritiva. As artérias pulmonares podem ser normais ou apresentar diferentes anormalidades, incluindo alterações de calibre, de confluência e de distribuição. Cavalgamento ou dextroposição da valva aórtica é uma alteração essencial; entretanto, o grau é bastante variável, de 15 a 50%. Quando > 50%, passa a ser dupla via de saída de ventrículo direito (DVSVD). A circulação colateral sistêmico-pulmonar é mais comum em pacientes com atresia pulmonar e CIV, podendo ser a única forma de suprimento sanguíneo pulmonar. Pode ocorrer a associação de várias outras anomalias cardíacas: CIA, PCA, DSAV, estenose subaórtica fibromuscular, estenose valvar aórtica, anomalias das conexões venosas sistêmicas e pulmonares e coarctação da aorta. O arco aórtico à direita é um achado relativamente comum Diretamente relacionadas com a anatomia da doença. Se EP leve , pode ser acianótico, com sopro cardíaco alto. À medida que EP progride , aparece a cianose (central, generalizada - pele e mucosas) e o sopro vai diminuindo ou, até mesmo, a desaparecer (refletindo a diminuição da passagem de sangue pela valva pulmonar). Alguns RN exibem cianose intensa desde o nascimento. Nesses casos, uma obstrução grave na via de saída do VD está presente , e a circulação pulmonar pode ser dependente da persistência de um canal arterial. Crianças maiores podem apresentar baqueteamento digital e adotar a posição de cócoras p/ melhorar hipóxia. A crise de hipóxia é uma manifestação clínica frequente nessa doença, e é situação grave e requer reconhecimento rápido e tratamento adequado, pois pode levar a complicações neurológicas graves. Durante a crise tem cianose intensa, acompanhada por taquipneia e, frequentemente, alterações de consciência. Geralmente ocorre pela manhã, precipitada por atividades como defecar ou chorar. É mais frequente em lactentes, 2 e 6 meses. No exame do precórdio, não se observa hiperatividade e pode não haver frêmito. B1 tem intensidade normal ou pouco aumentada, e a B2 é única. O sopro é sistólico ejetivo e varia de intensidade e de duração, dependendo do grau de EP. O sopro contínuo pode estar presente em RN com canal arterial aberto. Sinais de IC raramente estão presentes, a menos que exista uma grande CIV com EP leve ou grande número de colaterais sistêmico-pulmonares.

  • O defeito anatômico fundamental é o desvio anterossu- perior do septo infundibular
  • CIV e a estenose subpulmonar são os defeitos mais importantes. A CIV serve, de via de saída sistêmica p/ VD e VE assim é responsável pela equivalência de pressões entre as 2 cavidades.
  • O QC depende da EP. A quantidade de sangue desviado do VD para a circulação sistêmica será > quanto > for a EP. Assim, EP leve é pouco cianótico ou até acianótico, e EP grave cianose importante Raio X de tórax tem várias alterações, mas nenhuma é patognomônica. Cardiomegalia raramente é observada. Crianças maiores, o coração adquire forma bastante sugestiva: sua ponta é desviada superiormente com o bordo esquerdo côncavo, lembra “tamanco holandês”. Circulação pulmonar, em geral, é diminuída, mas pode estar normal ou aumentada na EP leve. Os sinais + característicos no ECG são VD VE CIV desvio do eixo do QRS para a direita e hipertrofia VD. Ecocardiograma, todas as características morfológicas da podem ser exploradas e definidas p/ uma correta indicação cirúrgica: tamanho e localização da CIV; confluência e tamanho das artérias pulmonares; lateralidade do arco aórtico; suprimento Sanguíneo pulmonar; anomalias associadas; e origem e trajeto das artérias coronárias. O CAT cardíaco é em muitos serviços só é realizado nos casos que o ecocardiograma não elucidou totalmente todos os aspectos da doença. Clínico: suporte p/ evitar a piora da cianose e a crise de hipóxia. Deve-se manter um controle rigoroso da hemoglobina, evitar anemia e policitemia. Os com crises de cianose em espera p/ cirurgia podem beneficiar-se com uso de propranolol (1- 3 mg/kg/dia), p/ promover relaxamento da musculatura infundibular e evitar a crise de hipóxia, a qual proporciona alto risco de morte e deve ser tratada como emergência: - posição joelho-tórax : deitado, deve-se colocar os joelhos sobre o abdome, aumentando a resistência vascular periférica; - oxigenoterapia e sulfato de morfina (0,2 mg/kg): SC, IM ou EV e visa a suprimir o centro respiratório e abolir a taquipneia; - betabloqueadores : relaxa musculo infundibular - cetamina (1-3 mg/kg) EV: promove sedação e aumento da resistência vascular periférica - bicarbonato de Na (1 mEq/kg), EV; - vasoconstritores: epinefrina (0,01 mg/kg); - cirurgia paliativa de derivação sistêmico- pulmonar é indicada quando não houver melhora satisfatória com as medidas clínicas adotadas. Cirúrgico: correção total definitiva (fechamento da CIV e ampliação da via de saída do VD) vem sendo realizada > 6 meses de vida, embora alguns serviços já a indiquem aos 3 meses. A cirurgia paliativa só é indicada nas situações de urgência ou quando existe uma anatomia desfavorável, como artérias pulmonares hipoplásicas, ou < 3 meses. Em algumas situações, quando a valva pulmonar e o tronco pulmonar são hipoplásicos, há necessidade da colocação de homoenxerto para manter um adequado fluxo pulmonar História natural dos não operados é diretamente influenciada pela gravidade dos defeitos anatômicos, somente 23% desses atingem os 10 anos, e cerca de 30% deles morrem no 1° ano. Os principais fatores de risco para o óbito são embolia paradoxal, trombose cerebral e pulmonar, abscesso cerebral e endocardite infecciosa. A cirurgia modificou a evolução natural desses pacientes, com bom prognóstico pós-operatório. Têm sido descritas complicações após longo tempo de seguimento, como arritmias, disfunção do VD, hipertensão pulmonar (HP) e morte súbita A ressonância nuclear magnética é, atualmente, o principal método de imagem para avaliação da função do VD no pós- operatório tardio de tetralogia de Fallot que apresenta sintomas e alterações significativas ao ecocardiograma e ao ECG, tendo grande importância para indicação de reoperação. Uma alternativa bem- sucedida para tratamento de pacientes com tetralogia de Fallot operados e que tenham indicação de troca de valva pulmonar é o implante percutâneo (não cirúrgico) de prótese Os pacientes com tetralogia de Fallot corrigidos cirurgicamente podem ter indicações de diferentes níveis de limitação das atividades físicas, dependendo da presença de defeitos residuais, alteração de função ventricular

Acianótica Quando essas doenças apresentam repercussão hemodinâmica, a causa de encaminhamento geralmente é a insuficiência cardíaca (IC) - taquipneia, cansaço e interrupções às mamadas, sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia. É rara a descompensação isolada do lado esquerdo ou do lado direito do coração. Fatores são fundamentais para o desencadeamento da IC: 1°: fechamento do canal arterial ocorre funcionalmente durante as primeiras horas ou nos dias iniciais de vida; 2 °: diminuição da resistência vascular pulmonar , que ocorre ao longo dos primeiros meses de idade. O débito sistêmico em doenças obstrutivas, como hipoplasia de ventrículo esquerdo, estenose aórtica crítica e coarctação da aorta pré-ductal, depende do fluxo da artéria pulmonar para a aorta através do canal arterial. Com o fechamento do canal, o fluxo sistêmico diminui abruptamente, ocorrendo IC e choque cardiogênico. Shunt E-D Derivações da esquerda para a direita: tem quadro clínico é mais tardio Anomalia Morfologia Sintomas Fisiopato Diagnóstico Tratamento Evolução Comunicaçã o interatrial (CIA): prevalência: 5 a 10% de todas as cardiopatias Frequência: 8,67% entre defeitos congênitos sexo feminino de 2:1.

  • CIA ostium secundum (OS) : é o defeito mais comum e ocorre na região da fossa oval, sendo também conhecido como CIA tipo fossa oval, e corresponde a 50 a 70% das CIAS.
  • CIA ostium primum (OP): é conhecida como defeito do septo AV parcial e está localizada junto às valvas atrioventriculares; quase sempre está associada à fenda no folheto anterior da valva mitral, e corresponde a 30% das CIAS.
  • CIA seio venoso (SV): localizada junto à desembocadura da veia cava superior ou inferior e associada à drenagem anômala parcial de veias pulmonares direitas. Não apresentam sinais de taquipneia, dispneia aos esforços e interrupções às mamadas – sintomas e sinais típicos de hipertensão venocapilar pulmonar. A maioria é assintomática. Algumas vezes, fadiga, infecções respiratórias de repetição e palpitações. Raramente, em lactentes, ocorre IC e atraso no crescimento. Nas CIA OP, os sintomas normalmente são mais graves e precoces na infância , com sinais de IC, atraso no desenvolvimento ponderoestatural e sopro de insuficiência mitral. A impulsão sistólica do ventrículo direito é palpável na borda esternal esquerda por causa de sua dilatação. Sopro sistólico de ejeção em borda esternal esquerda na valva pulmonar (2° EI) pela estenose relativa da valva. Pelo mesmo motivo, ausculta-se um sopro diastólico precoce ou mesodiastólico na borda esternal esquerda inferior, na valva tricúspide – somente quando a CIA é ampla. Na CIA OP, além dos sinais anteriores, há sopro holossistólico de insuficiência mitral Ocorre desvio do sangue do átrio esquerdo (AE) para o átrio direito (AD) em virtude da maior capacidade de distensão das paredes do AD, da menor resistência vascular pulmonar e da maior complacência do ventrículo direito (VD) No RN, esse shunt ainda é muito leve, em razão da elevada resistência vascular pulmonar (RVP) e da menor complacência do VD. Conforme a pressão diminui e a complacência VD aumenta, o shunt aumenta. Por isso, a ausculta típica é rara nos primeiros meses de vida. Admite-se que o shunt ocorra durante todo o ciclo cardíaco, mas é mais intenso ao final da sístole e no começo da diástole ventricular. Por causa da passagem do sangue da E-A pela CIA, há hiperfluxo pulmonar e retorno de sangue aumentado para o AE, na CIA há esvaziamento para o AD e a pressão desse sistema não se eleva. Com o volume aumentado nas cavidades direitas, há dilatação do AD, VD e da artéria pulmonar, além de um prolongamento no tempo de esvaziamento do VD, denotado por desdobramento fixo da segunda bulha – típico da CIA - que é o atraso no fechamento da valva pulmonar. O grande fluxo nas valvas pulmonar e tricúspide provoca as estenoses relativas, responsáveis pelos sopros cardíacos. Se não houver correção da CIA se indicado pode desenvolver, em idade adulta, IC, arritmia e HP Padrão característico no ECG é a presença de complexo QRS tipo Rsr’ (distúrbio de condução do ramo direito) nas derivações precordiais direitas, por sobrecarga VD, mas o exame pode ser normal no caso de CIA pequena. Em 50%, observa-se mudança na onda P , sugerindo aumento AD. CIA grande: hipertrofias AD e VD com desvio do eixo p/ D CIA OP: além da mencionada, há hemibloqueio anterior esquerdo e sobrecarga VE Raio X de tórax: nota-se cardiomegalia à custa do AD e VD e da artéria pulmonar (2° arco esquerdo proeminente). A circulação pulmonar está aumentada sem sinais de congestão pulmonar (ausência de vasos predominantes na porção apical). Ecocardiograma confirma DX e caracteriza a CIA pela visualização direta. A repercussão pode ser medida por aumento das cavidades direitas e fluxo pulmonar, pelo cálculo de Qp/Qs (relação do fluxo pulmonar com o fluxo sistêmico, o normal é 1:1). Em alguns pacientes, crianças obesas e adultos, a visualização do defeito é + difícil. Nesses casos, a injeção de solução salina em veia periférica e o ecocardiograma transesofágico podem ajudar. Cateterismo, raramente indicado para DX , é utilizado se suspeita de drenagem anômala parcial das veias pulmonares ou p/ avaliação de pressões. Atualmente, a indicação maior é com objetivo terapêutico, p/ fechamento da CIA com dispositivos, nos casos de CIA OS com bordos bem delimitados.
  • Fechamento da comunicação: indicado quando relação Qp/Qs > 1,5, pode ser feito por cirurgia ou cateterismo intervencionista (CAT IT) em CIA OS. Fechamento percutâneo por meio de CAT IT com colocação de prótese se tornou o método de escolha, mas só pode nas CIA OS: CIA com diâmetro > 5 mm e < 25mm e bordas septais suficientes ao redor p/ o posicionamento da prótese, uso preferível em > 15 kg
  • Cirurgia: indicada na CIA SV e OP e algumas CIA OS, devendo ser feita a correção da fenda na valva mitral e das anomalias de drenagem pulmonar, se concomitante. A correção cirúrgica tem de ser realizada eletivamente por volta de 2 a 4 anos, p/ evitar efeitos deletérios da dilatação crônica do AD e VD que são causa de arritmia e de IC no adulto. Procedimento é simples e com mortalidade menor que 1%, por incisão médio-esternal ou técnica minimamente invasiva. Somente a CIA OS se fecha espontaneamente , pode ocorrer em 80% dos pacientes com CIA OS de 3 - 8 mm, < 1 ano e meio. Com diâmetros > 8 mm, raramente se fecham, sendo improvável > 4 ano. A CIA de repercussão , se não corrigida, pode levar, na 2° ou 3° década de vida, o desenvolvimento de HP, insuficiência do VD, arritmias. Desfechos fatais causas: endocardite bacteriana (EB) subaguda, tromboembolismo cerebral paradoxal. Tratamento cirúrgico tem baixa mortalidade e bom prognóstico em longo prazo. Igual resultado tem sido alcançado com o fechamento por meio do CAT cardíaco. Evolução em longo prazo necessita de + observações:, comprometimento de valvas AV, arritmias e shunts residuais Não há indicação de restrição de atividade física Anomalia Morfologia Sintomas Fisiopato Diagnóstico Tratamento Evolução Comunicação interventricular (CIV) Mais frequente, representan do 15 a 20% de todas as CC. Não apresenta predileção por sexo e pode ser encontrada de forma isolada ou em associação com outras anomalias. Septo interventricular tem: 1 pequeno septo membranoso e 1 grande septo muscular que possui 3 componentes: septo de via de entrada membranoso ( 5 - 8%), septo trabecular (muscular) e septo infundibular ( 5 - 7%) CIV perimembranosa é + comum 7 0%, envolve os septos membranoso e muscular. CIV da tetralogia de Fallot é uma CIV grande perimembranosa, não restritiva com extensão p/ região subpulmonar. CIV de via de entrada (justatricuspídea) é observada com defeito do septo atrioventricular. O quadro clínico, que depende da magnitude do shunt, geralmente começa a se manifestar no final do 1° mês de vida, intensificando-se nos 2 meses seguintes. Manifestação tardia, após 6º mês, é muito rara e quase sempre está relacionada a complicações da doença. Clinicamente, é possível dividir as CIV em pequenas (Qp/Qs 1 - 1 ,5 há sopro sistólico 2 a 5+/+6 holossistólico) Na vida fetal, as pressões nos ventrículos são = por isso a passagem de sangue pela CIV é irrelevante. Contudo, após o nascimento, com o fechamento dos shunts fisiológicos (placenta, FO e canal arterial), ocorre queda da pressão pulmonar e aumento da pressão sistêmica, com passagem de sangue da esquerda para a direita. Essa queda, que está associada à diminuição da RVP, ocorre mais rapidamente nas primeiras horas de vida com a expansão pulmonar e, depois, vai diminuindo lentamente ao longo dos primeiros meses. Em consequência, a quantidade de sangue que passa através da CIV aumenta gradualmente, à medida que diminui a RVP. Esse shunt, porém, pode ser limitado pelo tamanho do defeito. Com isso, é possível concluir que a repercussão hemodinâmica da CIV depende da RVP e do tamanho do defeito. O fluxo aumentado na circulação pulmonar chega ao AE, e ao VE, dilatando-os e elevando a pressão diastólica e, por conseguinte, aumentando a pressão capilar pulmonar. O aumento da pressão venocapilar é responsável pelos sintomas de taquipneia, dispneia aos esforços e interrupções às mamadas. Todas as cardiopatias com Radio x de tórax na CIV pequena é normal, na moderada, aumento da circulação pulmonar com cardiomegalia à custa das cavidades esquerdas. Na grande, há importante aumento da circulação pulmonar, com sinais de hiperfluxo e congestão venosa, e uma cardiomegalia significativa, consequência do aumento das cavidades esquerdas, da artéria pulmonar e do VD Na hiper-resistência vascular pulmonar, os vasos dos hilos pulmonares ficam proeminentes, com ausência de vasos na periferia, e a área cardíaca pode estar normal ou discretamente aumentada, com grande aumento da artéria pulmonar. É importante notar que na CIV não existe aumento da aorta. ECG mostra-se normal na CIV pequena. Na moderada, existe sobrecarga VE; em alguns casos, com predomínio do VE. Na grande, a sobrecarga é biventricular, com predomínio, às vezes, do VD. Na hiper-resistência pulmonar , observa-se sobrecarga VD. Sobrecarga AE pode ser visualizada nas CIV moderadas e grandes. Tratamento clínico : terapêutica medicamentosa indicada p/ os que apresentam sinais de IC. O uso de diurético provoca melhora substancial. Quando necessário, utiliza- se um vasodilatador associado IECA. Alguns serviços preconizam o uso isolado do IECA. Não é necessária a restrição de atividades físicas na ausência de HP Fechamento percutâneo com prótese é possível em algumas CIV musculares selecionadas, longes das valvas atrioventriculares e acesso cirúrgico é difícil. Alguns fazem procedimento híbrido, com toracotomia esquerda e fechamento com prótese “perventricular”, sem necessidade de circulação extracorpórea. Tratamento cirúrgico : correção cirúrgica total indicada p/ qualquer idade para os que apresentam IC refratária ao tratamento clínico, retardo do desenvolvimento ponderoestatural e desenvolvimento de HP O tratamento eletivo deve ser feito quando o Qp/Qs > 2,0/1,0, em qualquer idade no paciente sintomático, incluindo o início da vida, e quando existe evidência de aumento da RVP, devendo, neste caso, ser o mais breve possível. Também é uma indicação importante quando CIV se encontra na via de saída, com potencial de Na evolução natural, a CIV pode ter fechamento espontâneo em 30 a 40%, sendo + frequente nas CIV trabeculares pequenas, principalmente no 1° ano. Podem desenvolver EP, progressão da HP para síndrome de Eisenmenger, insuficiência aórtica, obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo e endocardite infecciosa. Os mecanismos envolvem o tecido da valva tricúspide, a lascínea da valva aórtica (é possível aparecer complicação importante: a insuficiência aórtica), a

Coarctação da aorta (CA) Prevalência: 8 - 10% sexo masculino: 2: A associação com a valva aórtica bicúspide é muito frequente 85% e é a doença cardíaca mais comum na síndrome de Turner (30%). Pode ser localizada ou segmentar e apresentar-se nas regiões pré- ductal, paraductal e pós-ductal. A localização + comum é entre subclávia esquerda e junção aortoductal - região pré-ductal. A coarctação segmentar é + comum em neonatos e lactentes, e a localizada, nas crianças maiores. Lesões associadas são frequentes e entre as principais, estão: PCA, CIV, CIA, SHVE, transposição dos grandes vasos da base e DVSVD. Ocorrência de lesões obstrutivas múltiplas E, associadas à coarctação de aorta, é síndrome de Shone. Idade, intensidade da obstrução e anomalias associadas determinam a clínica da criança. Neonato com coarctação grave desenvolve clínica de IC e, algumas vezes, choque cardiogênico na 2° ou 3° semana de vida. Pulsos estão ausentes em MMII e normalmente não se ouve sopro, pode ser audível na fúrcula e na região interescapular, mas presença no precórdio é consequência de anomalias associadas. O sopro contínuo da circulação colateral é raro na criança pequena. Pode ser mais precoce e intenso quando há associação de CIV. Crianças maiores podem ser assintomáticas, sendo a suspeita DX feita pela diferença de pulsos entre os membros superiores e inferiores, presença de HAS, click ejetivo, causado pela valva aórtica bicúspide, audível em ápice e ou na base. Fadiga, cefaleia, epistaxe e dor em MMII, são frequentes. Quando a coarctação da aorta é muito importante, o débito sanguíneo para o dimídio inferior do corpo é feito pelo canal arterial. Com o fechamento do canal, há súbito aumento no retorno venoso pulmonar e na pós-carga do VE. Consequentemente, desenvolve-se a falência do VE, com aparecimento de sinais de IC grave. Como na hipoplasia do VE e na estenose aórtica crítica, o débito sistêmico é dependente do canal arterial. A coarctação não crítica evolui com hipertrofia do ventrículo esquerdo e HAS na parte superior do corpo. Se a obstrução se faz gradualmente, desenvolve-se a circulação colateral, com pouco comprometimento do débito para a parte inferior do corpo. Raio X de tórax do RN com IC, há cardiomegalia com congestão pulmonar. ECG mostra, na maioria sobrecarga VD. Em crianças maiores, pode ser normal, com dilatação da aorta ascendente. Em escolares e adolescentes, observam-se o “sinal de 3” e erosões nas superfícies inferiores das costelas, apresenta-se normal ou com sobrecarga VE. Ecocardiograma + Doppler é importante no auxílio DX. É necessário que a coarctação seja demonstrada na imagem ecocardiográfica, pois gradiente de pressão pode estar ausente ou subdimensionado nas graves. RM e tomografia helicoidal são exames que demonstram com mais clareza o tipo de lesão. Em alguns, CAT pode ser necessário para confirmação DX ou p/ esclarecer outras anomalias associadas, sendo a maior indicação, porém CAT terapêutico: pode ser feito com dilatação por balão ou aplicação de stent. Reconstrução na RM: exame de imagem de escolha, tornando desnecessário o CAT para avaliação anatômica. Neonatos com choque cardiogênico, a conduta inicial é semelhante à da hipoplasia de VE com uso de prostaglandina. A indicação para tratamento invasivo (dilatação ou cirurgia) deve ser feita em todos os sintomáticos e nos assintomáticos que têm HAS ou sinais de repercussão hemodinâmica nos exames complementares. Tratamento deve ser de urgência nos RN e lactentes com IC, e eletivo nos pacientes assintomáticos ao longo do 1° ano de vida. A abertura da coarctação é feita por CAT cardíaco. No neonato e no lactente, o melhor tratamento é o cirúrgico. A dilatação com balão é mais utilizada em casos de recoarctação ou de coarctação nativa em pacientes maiores. Se associada à CIV, pode ser feita bandagem da artéria pulmonar ou correção total. O stent expansível p/ tamanho adulto por balão implantado com angioplastia por ser realizado com sucesso em 8 a 10 anos. A cirurgia com ressecção do segmento com coarctação e anastomose término-terminal é o procedimento de escolha. Mortalidade alta nos que evoluem p/ IC. Sem reparo ou com correção tardia evoluem normalmente, com HAS na vida adulta. No com CA importante, assintomáticos ou pouco sintoma na infância,evolução natural mostra morte prematura em torno da 3° ou 4° década de vida, causas: IC, ruptura da aorta, EB e hemorragia intracraniana. Tratados podem ter complicações e lesões residuais: HAS, recoarctação, aneurisma e endocardite infecciosa.