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Microbiologia: Leptospirose, Clostrídios e Salmonelose em Saúde Animal e Pública, Notas de aula de Bacteriologia

Informações detalhadas sobre a leptospirose, causada pela bactéria leptospira, incluindo sua epidemiologia, patogenia e implicações em saúde pública e animal. aborda também as bactérias do gênero clostridium, focando em espécies como c. Tetani e c. Chauvoei, descrevendo suas características, patogenicidade e doenças associadas. finalmente, discute as salmonelas, sua patogenia e as infecções comuns em animais, com ênfase em saúde pública. O texto é rico em detalhes microbiológicos e epidemiológicos, útil para estudantes de veterinária e áreas afins.

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 23/04/2025

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AGRAVOS E IMUNIDADE DA
SAÚDE ANIMAL - PROF.
FERNANDO
Microbiologia
BACTÉRIAS DO GÊNERO LEPTOSPIRA
- Agente etiológico: ordem
Spirochaetales
; espécies: L.
interrogans (preocupação em saúde pública e
animal) e L. biexa (não causa tantos problemas);
Diversos sorovares (são grupos de leptospiras que
reagem de forma semelhante a anticorpos, com
base nos carboidratos da membrana externa): a
interrogans pode ser canicola,
icterohaemorrhagiae, grippotyphosa, pomona,
wolffi, hardjo - dependendo do sorovar, descobre-se
onde o animal vive
- Bactéria espiroqueta
gram-negativa
(essas podem ser
como: leptospira,
treponema ou
barreled)
- Helicoidais móveis
- Aeróbicas
obrigatórias
- Extremidades em forma de ganchos
- Têm um agelo chamado periplasmático (vai bem no
meio da bactéria)
- Temperatura: crescem bem em temperaturas
corporais (28º e 30ºC) ou seja, são mesólas
- Faixa de pH: resistência entre 6,8 e 7,6
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AGRAVOS E IMUNIDADE DA

SAÚDE ANIMAL - PROF.

FERNANDO

Microbiologia

BACTÉRIAS DO GÊNERO LEPTOSPIRA

  • Agente etiológico: ordemSpirochaetales; espécies: L. interrogans (preocupação em saúde pública e animal) e L. biflexa (não causa tantos problemas); Diversos sorovares (são grupos de leptospiras que reagem de forma semelhante a anticorpos, com base nos carboidratos da membrana externa): a interrogans pode ser canicola, icterohaemorrhagiae, grippotyphosa, pomona, wolffi, hardjo - dependendo do sorovar, descobre-se onde o animal vive
  • Bactéria espiroqueta gram-negativa (essas podem ser como: leptospira, treponema ou barreled)
  • Helicoidais móveis
  • Aeróbicas obrigatórias
  • Extremidades em forma de ganchos
  • Têm um flagelo chamado periplasmático (vai bem no meio da bactéria)
  • Temperatura: crescem bem em temperaturas corporais (28º e 30ºC) ou seja, são mesófilas
  • Faixa de pH: resistência entre 6,8 e 7,
  • Epidemiologia e transmissão: amplamente distribuída, porém está mais focada em clima quente e úmido porque ela precisa da água e de temperaturas boas pra sobreviver ↳Também é sazonal, depende das épocas do ano, das estações. Transmissão: contato direto ou indireto (pela água) com urina de animal infectado Pele lesionada (com abrasões ou cortes) tem mais risco de ser contaminada, porém também se pega com pele intacta por imersão prolongada Conjuntiva; Ingestão de água contaminada
  • Fatores de virulência: proteínas de superfície e enzimas hialuronidase e lipase que vão criar adesão
  • Patogenia: ao entrar na pele, ela vai “cavando” e entra na corrente sanguínea pelos vasos (bacteremia=bactéria no sangue). Para o organismo se defender, vai recrutar, principalmente, os macrófagos para combater a leptospira, que vão lançar interleucinas (proteínas produzidas por células do sistema imunológico), que vão aumentar a permeabilidade vascular (microfuros que os vasos têm para sair nutrientes do sangue), já que vai ter muita célula de defesa, causando uma vasculite sistêmica (inflamação nos vasos sanguíneos). Nisso começa a extravasar sangue, facilitar a entrada da leptospira em outros lugares e os anticorpos vão matar todas as células do sangue que passarem por eles por causa de toda essa confusão. ↳Injúria vascular severa: agressão física, química ou biológica que pode causar uma resposta inflamatória

tamponada com fosfato), formando a solução mãe, na proporção de 1:25 (um pra vinte e cinco). Isso vai ser diluído em microplacas (“colocando e tirando 1ml de PBS”) até ficar, no mínimo 1:400, passando em suscetíveis tubos. Daí, vai testar eles em diferentes sorovares (leptospira) e vai pegar uma gota e olhar no microscópio. ↳Negativa: se tiver várias leptospiras nadando livremente, porque não teve nada para deter o sorovar; ↳Positiva: várias leptospiras aglutinadas, pois vai ter anticorpo, produzido pelo animal, contra aquele patógeno. Porém, só a partir da solução 1:100, antes dela vai ser apenas suspeito, pois pode ser reação à vacina da lepto. Nesse caso, o laboratório pede novamente uma nova amostra de soro do animal depois de alguns dias.

BACTÉRIAS DO GÊNERO CLOSTRIDIUM

  • A maioria são não patogênicos;
  • Estão em todos os lugares, pois formam esporos;
  • Bastonete gram+;
  • Anaeróbio estrito (obrigatório);
  • Estágio de dormência;
  • Não produtor de toxinas;
  • Extremamente resistente no ambiente, mesmo em condições extremas;
  • Mesófilos e psicrotróficos termodúricos (microrganismos que, além de se multiplicam bem em temperaturas de refrigeração, podem sobreviver também a temperaturas de pasteurização)
  • Infecções mais comuns e saúde pública:
  1. Clostridium botulinum: produz neurotoxinas ↳Sua toxina pode ser utilizada com fins terapêuticos e estéticos: no botox, por exemplo, nas rugas da testa é

injetada a toxina botulínica que evita a contração, se ligando aos receptores neurológicos de movimento, deformando esses receptores e quando chegar a acetilcolina (com informação de contrair) ela não vai conseguir passar essa informação, sem estímulo o músculo fica relaxado. Isso é chamado de Paralisia Flácida (que também acontece quando há infecção) ↳Em animais causa o botulismo

✔O quadro clínico da intoxicação botulínica caracteriza-se por paralisia progressiva, iniciando-se geralmente nos membros posteriores. O animal apresenta dificuldades na locomoção, cambaleante e tendência a se deitar. Com a evolução da doença a paralisia vai se acentuando e agravando o quadro clínico. ↳Em humanos o botulismo causa intoxicação alimentar (lembrando que o esporo não produz toxina e sim a célula vegetativa) ↳Manifestações neurológicas: ・Inespecíficas: cefaleia, tontura ・Específicas: paralisia flácida ↳Como ela chega nos produtos enlatados? Os animais infectados liberam esporos (não produz toxina, quem faz isso é a célula germinativa), fazendo contaminação ambiental. Tendo um processamento inadequado, a toxina botulínica vai para o produto final.

  • Bacillus anthracis ↳Bastonetes gram+ ↳Causa antraz ou carbúnculo hemático ↳Já foi arma biológica ↳Facilmente confundida com B. cereus, porém esse sofre hemólise e a colônia do anthracis fica semelhante a vidros ↳Doença ocupacional, comum em determinadas profissões
  • Habitat: ocorre em solos com muita matéria orgânica (húmus), inclusive com multiplicação no solo ↳Os solos ácidos reduzem a sobrevivência
  • Espécies suscetíveis: ruminantes, cobaias equinos, suínos, homem sensível (relacionado com grupos profissionais)
  • Fatores de virulência:
  1. Cápsula - poli-D-ácido glutâmico: ela tem um ácido com ação antifagocitária
  2. Toxina complexa: complexo de substâncias. Existe um antígeno protetor, que defende o bacillus anthracis de várias defesas do corpo dos animais e seres humanos. Esses antígeno protetor segura o: ↳Fator de edema: enzima adenilato-ciclase que aumenta as taxas de AMP cíclico e se enche de água. ↳Fator Letal: enzima zinco-metalloprotease que estimula macrófagos a liberarem citocinas. Quanto maior a quantidade de citocinas, maior o diâmetro de permeabilidade vascular, pois precisa de mais células para entrar, tendo extravasamento de sangue (hemorragia), lesão e, para defender, o corpo manda tanta coisa que necrose por entupir.
  • Patogenia: ingestão (esporo), forma vegetativa, septicemia (espalhamento), órgãos (edema, congestão-aumenta o calibre dos vasos e consequentemente o fluxo sanguíneo-, hemorragias, choque) ✔Com isso há uma destruição dos fagócitos, danos nos mecanismos de coagulação, trombose, aumento da permeabilidade capilar, edema, queda da pressão sanguínea, choque e morte.
  • Diagnóstico: coloração de Wirtz-Conklin (Verde de Malaquita) ✔Adição de solução verde de Malaquias ✔Aquecimento sob água fervente por 5 minutos ✔Lavagem com água ✔Adição de corante safranina ↳é como uma coloração de gram, porém usa-se safranina e ao invés de cristal violeta usa-se o verde de malaquita (que vai grudar nos esporos)
  • Formas de contaminação: inalação ou ingestão gastrointestinal
  • Emergência sanitária mundial
  • Em humanos causa pústulas na pele por uma doença conhecida como carbúnculo ou antraz.

FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE

GÊNERO SALMONELLA

  • Espécies:Salmonella bongori eSalmonella enterica (alvo, com várias subespécies, a principal éenterica enterica e também com vários sorovares) -> 90% das infecções em animais e humanos
  • Sorovares/sorotipos:Salmonella enterica enterica Enteritidis ou simplesmenteSalmonella Enteritidis

célula do hospedeiro que induz a célula a englobar-la, através dos filamentos de actina. E quando entra a bactéria tenta destruí-la, mas ela trava essa fagocitose, mata a célula e passa pras células vizinhas repetir o processo.

  • Salmonella causa infecção alimentar
  • Infecções mais comuns causadas por salmonella em animais e implicações em saúde pública ✔Bovinos: diarreia em bezerros mastite por salmonela (é mais comum a teta estar contaminada do que o leite, mas ainda sim é raro) ✔Aves: pulorose, causada pelaSalmonella Pullorum (muito comum em aves jovens específica das aves). A ave fica apática, com asas mais baixas e apresenta diarreia branca bacilar ↳Tifo aviário: causada pelaSalmonella Gallinarum (galinhas vermelhas são mais suscetíveis geneticamente) ✔ Bizu para as principais salmonelas que causam doenças: “Ponta Grossa Tem Extraterrestre” (Pullorum, Gallinarum, Enteritidis, Typhimurium)

ESCHERICHIA COLI

  • Bastonete Gram-
  • Não formam esporos
  • Grupo dos coliformes “fecais”, melhor descrito como coliformes termotolerantes ↳Por que? Tinha coliformes totais, todas da família enterobacteriaceae, e os fecais que eram 3. Pois os cientistas achavam que era próprio do tubo gastrointestinal de animais e seres humanos, porém hoje, o único que você pode confirmar ser de fezes é a Escherichia coli. Daí tem um teste de fermentação de lactose, e por isso esse nome foi denominado.
  • Tem capacidade de formar biofilmes
  • Ubiquitário: ampla faixa de crescimento
  • Faixa de crescimento: 5°C a 47°C, porém a temperatura de crescimento ótimo é entre 35 a 40°C
  • São mesófilas e psicrotróficas
  • pH: 3,8 a 9,5, porém o pH ótimo é entre 7 e 7,
  • Classificação: ela tem 2 tipos
  1. Sorotipos: mostra onde tem antígenos, são eles H (antígenos flagelares - proteínas nos flagelos); O (antígenos de membrana - proteínas na membrana); F (antígenos fimbriais - proteínas nas fimbrias). ↳Ex.: O157H7 -> mais perigoso para o ser humano, pode causar doenças hemorrágicas graves
  2. Patótipos: como ela interage. Pode ser encontrar em sigla ou como o nome mesmo A) Escherichia coli Enteropatogênica (EPEC): ao interagir com o enterócito, vai fazê-lo engloba-la e destruir suas vilosidades, diminuindo absorção e causando diarreia por infecção intestinal; B) Escherichia coli Enterotoxigênica (ETEC): vai liberar toxinas e destruir o enterócito causando diarreia por toxinfecção alimentar; C) Escherichia coli Enterohemorrágica (EHEC): libera uma toxina, que vai destruir o enterócito e a bactéria vai abrir caminho pro S. Circulatório, fazendo bacteremia. Junto com a toxina, vai causar também lesões nos vasos sanguíneos, causando hemorragias, vômito e diarreia com sangue. Ex.: O157H7; D) Escherichia coli Enteroinvasiva (EIEC): no meio das vilosidades do enterócito existem as células M que chamam o macrófago para para deter os patógenos. Quando a bactéria entra, ela resiste por ter fator antifagocítico e se multiplica dentro do macrófago matando-o depois. Daí elacsai e vai para os enterócitos ao lado destruindo-os invadindo-os. Elas entram pelas Células M causando infecção alimentar;
  • Outra classificação é de acordo com o genoma viral, ou seja, alguns tem DNA e outros RNA. Os que são haploides tem 1 segmento e os que são diploides tem 2 segmentos, então a classificação ficaria assim:
  1. Vírus DNA Haploides
  2. Vírus DNA Diploides
  3. Vírus RNA Haploides
  4. Vírus RNA Diploides

MORFOLOGIA

ESTRUTURA

REPLICAÇÃO

  • Quando há uma compatibilidade entre vírus e célula, há uma absorção, a célula engloba o vírus e ele entra na célula. Nisso ele vai perder o capsídeo e o envelope, ocorrendo o desnudando e sobrando só o código genético. O ribossomo vai replicar o código genético dos vírus com receita para formar novas proteínas para que novos vírus sejam formados dentro da célula.

MUTAÇÕES VIRAIS

  • Ocorrem de duas formas:
  1. Drift antigênico: surgimento de novos aminoácidos do nada no núcleo capsídeo viral. Mutação espontânea.