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Guias e Dicas
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Resumo de Anestesiologia 1, Resumos de Anestesiologia

Resumo de anestesiologia 1 com foco para principais características e fármacos.

Tipologia: Resumos

2021

À venda por 28/08/2024

juliana-favaretto
juliana-favaretto 🇧🇷

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Resumo de Anestesio
Aula 1 - Jejum Pré-anestésico
INTRODUÇÃO
Mendelson (1946) relação alimentação e aspiração em cirurgias com anestesia descrição de
duas síndrome
1. Inalação de alimento sólido obstrução respiratória e morte ou atelectasia maciça
2. Aspiração de conteúdo gástrico líquido (reflexos laríngeos deprimidos pela anestesia
geral) desenvolviam cianose, taquicardia e dispneia; maior incidência em crianças,
idosos e cirurgias de emergência; maioria ocorre durante a laringoscopia e durante
extubação.
PORQUÊ JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO
Evitar broncoaspiração regurgitação
Lembrar: paciente em emergência não está em jejum ar vai para traqueia e estômago
paciente regurgita
Aspiração: inspiração de fluídos ou de um corpo estranho (via aérea)
Regurgitação (relaxamento do esfíncter esofágico inferior) ou vômito (aumento da contração da
musculatura diafragmática e do reto do abdômen, e manobras reflexas) aspiração pulmonar de
conteúdo gástrico
Indução anestésica depressão dos reflexos faríngeo e laríngeo (tosse, deglutição e engasgo)
broncoaspiração (laringe e faringe tem função de proteção das vias aéreas e de fonação, se o
paciente não está em jejum, ele irá regurgitar e não haverá proteção) intubação com o paciente
acordado (não indução e, consequentemente, não depressão dos reflexos, paciente não regurgita)
Maior risco em pacientes com esvaziamento gástrico retardado, pressão intra-abdominal
aumentada, diminuição dos reflexos protetores ou intubação difícil
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME DE RESPIRAÇÃO
PULMONAR
Fatores que Interferem na Motilidade e Esvaziamento Gástrico: Íleo paralítico, Refluxo
gastroesofágico, Diabetes, Gestante (por conta do volume abdominal que comprime o estômago);
Esvaziamento Gástrico é retardado por dor, ansiedade, trauma, trabalho de parto,
diabetes, úlcera péptica, insuficiência renal, álcool e medicamentos.
Fatores que Interferem na Pressão Intra-Abdominal: Estenose de Piloro, Obstrução intestinal,
Abdômen Agudo Obstruído;
Fatores que diminuem o pH gástrico: Hipersecreção gástrica por H. pylori;
Fatores que diminuem os reflexos da via aérea: Nível de consciência baixo.
RECOMENDAÇÕES DE JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO (ADULTOS/CRIANÇAS SAUDÁVEIS)
Ingestão de líquidos claros (sem resíduos): água, chá, suco de laranja sem polpa (esvaziamento de
1/2hs);
Leite Materno: esvaziamento de 4 hs alto teor de gordura;
Leite não humano ou fórmula: Não pode ingerir considerados sólidos quando em conjunto
com o suco gástrico formam coágulos; esvaziamento de 6hs;
Refeição Leve: torrada e líquidos transparentes (esvaziamento de 6hs);
Refeição Contendo Carnes e Alimentos Gástricos: esvaziamento de 8hs ou mais;
Recomendação: não consumir alimentos sólidos (inclusive leite) nas 6/8hs antes da cirurgia e
líquidos sem resíduos, podem ser ingeridos até 2 horas antes
Juliana Favaretto
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Resumo de Anestesio

Aula 1 - Jejum Pré-anestésico

INTRODUÇÃO

● Mendelson (1946) → relação alimentação e aspiração em cirurgias com anestesia → descrição de duas síndrome

  1. Inalação de alimento sólido → obstrução respiratória e morte ou atelectasia maciça
  2. Aspiração de conteúdo gástrico líquido (reflexos laríngeos deprimidos pela anestesia geral) → desenvolviam cianose, taquicardia e dispneia; maior incidência em crianças, idosos e cirurgias de emergência; maioria ocorre durante a laringoscopia e durante extubação. PORQUÊ JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO ● Evitar broncoaspiração → regurgitação ● Lembrar: paciente em emergência não está em jejum → ar vai para traqueia e estômago → paciente regurgita ● Aspiração: inspiração de fluídos ou de um corpo estranho (via aérea) ● Regurgitação (relaxamento do esfíncter esofágico inferior) ou vômito (aumento da contração da musculatura diafragmática e do reto do abdômen, e manobras reflexas) → aspiração pulmonar de conteúdo gástrico ● Indução anestésica → depressão dos reflexos faríngeo e laríngeo (tosse, deglutição e engasgo) → broncoaspiração (laringe e faringe tem função de proteção das vias aéreas e de fonação, se o paciente não está em jejum, ele irá regurgitar e não haverá proteção) → intubação com o paciente acordado (não indução e, consequentemente, não depressão dos reflexos, paciente não regurgita) ● Maior risco em pacientes com esvaziamento gástrico retardado, pressão intra-abdominal aumentada, diminuição dos reflexos protetores ou intubação difícil FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME DE RESPIRAÇÃO PULMONAR ● Fatores que Interferem na Motilidade e Esvaziamento Gástrico: Íleo paralítico, Refluxo gastroesofágico, Diabetes, Gestante (por conta do volume abdominal que comprime o estômago); ○ Esvaziamento Gástrico é retardado por dor, ansiedade, trauma, trabalho de parto, diabetes, úlcera péptica, insuficiência renal, álcool e medicamentos. ● Fatores que Interferem na Pressão Intra-Abdominal: Estenose de Piloro, Obstrução intestinal, Abdômen Agudo Obstruído; ● Fatores que diminuem o pH gástrico: Hipersecreção gástrica por H. pylori; ● Fatores que diminuem os reflexos da via aérea: Nível de consciência baixo. RECOMENDAÇÕES DE JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO (ADULTOS/CRIANÇAS SAUDÁVEIS) ● Ingestão de líquidos claros (sem resíduos): água, chá, suco de laranja sem polpa (esvaziamento de 1/2hs); ● Leite Materno: esvaziamento de 4 hs → alto teor de gordura; ● Leite não humano ou fórmula: Não pode ingerir → considerados sólidos → quando em conjunto com o suco gástrico formam coágulos; esvaziamento de 6hs; ● Refeição Leve: torrada e líquidos transparentes (esvaziamento de 6hs); ● Refeição Contendo Carnes e Alimentos Gástricos: esvaziamento de 8hs ou mais; ● Recomendação: não consumir alimentos sólidos (inclusive leite) nas 6/8hs antes da cirurgia e líquidos sem resíduos, podem ser ingeridos até 2 horas antes

● Pacientes com retardo de esvaziamento gástrico → peso (nível de gordura)→ jejum maior que 8hs BENEFÍCIOS DA ABREVIAÇÃO DO JEJUM ● Evitar a regurgitação e broncoaspiração, porém paciente com muito tempo de jejum pode apresentar piora do prognóstico ou outros problemas → 2 fatores que potencializam: ○ Tempo cirúrgico (piora a resposta metabólica com o tempo) → paciente com sepse em que ocorre translocação de bactéria, tem potencialização da resposta metabólica (no jejum prolongado) ○ Estresse cirúrgico → variação dos níveis de glucagon (hormônio hiperglicemiante → em jejum aumenta) e insulina → médico deve ter uma glicemia para perfundir e nutrir os tecidos (temos pequena reserva de gliconeogênese hepática). ○ Obs: quando a gliconeogênese é ativada, ela começa a utilizar glicogênio dos músculos para produção de glicose para fazer perfusão tecidual. Por isso, é importante ter o controle dos níveis glicêmicos para que não prejudique o paciente. ➥ Raio x: Tem opacidade, atelectasia; ➥ Tomografia: “vidro fosco” identifica inflamação, além disso apresenta nódulos, atelectasia e sinal da árvore de brônquios (nódulos retro globulares) → paciente broncoaspirou.

Aula 2 - Avaliação Pré-anestésica

➥ Resolução 2.174 → obriga avaliação anestésica do paciente antes do processo cirúrgico INTRODUÇÃO

- Avaliação anestésica: avalia condições físicas e mentais do paciente para cirurgia eletiva → deve estar o mais íntegro possível; esclarecer dúvidas e indicar anestesia mais adequada/segura; importância para plano anestésico (em casos de intercorrências) - Objetivo: orientar sobre anestesia, cuidados perioperatórios e tratamento de dor; determinar condições físicas; estimar risco anestésico-cirúrgico; escolha do tipo de anestesia;

  • 4 etapas: anamnese + exame físico (geral e específico) + exames complementares + avaliação de risco IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE ● Histórico de anestesia (pessoal e familiar) ○ Pessoal: se teve intercorrências náuseas, vômitos, despertar demorado, agitação, hipotensão, etc ○ Familiar: hipertermia maligna, anormalidades colinesterase, etc ● Histórico de pseudocolinesterase → é quem metaboliza a Succinilcolina (derivado da acetilcolina), um bloqueador neuromuscular → paciente com pseudocolinesterase tem deficiência do metabolismo da Succinilcolina (em cirurgia eletiva, devido ao jejum, usa-se bloqueador neuromuscular de ação rápida para intubar) e por isso, não pode fazer uso ● Porfirismo: grupo de doenças raras hereditárias causado por deficiência de uma enzima da hemoglobina, levando ao acúmulo de porfiria, que é tóxica para a hemoglobina → lesões no sistema nervoso central, fígado e pele → não podem usar tiopental, um hipnótico (exacerbação da doença) ● Doenças osteomusculares: fator de risco para hipertermia maligna (resposta hipermetabólica à anestésicos inalatórios - Halotano, Ceproflorano, Isoflurano, Desflurano, Eflurano, e ao Succinilcolina)

ABORDAGEM ESPECÍFICA

1. Sistema pulmonar ○ Indagar sobre dispnéia, tosse, expectoração, chiadeira, história pregressa de asma brônquica (alguns medicamentos podem desencadear broncoespasmo) etc. ○ Mais prudente postergar uma cirurgia eletiva em paciente com resfriado comum ou outro tipo de infecção aguda das vias aéreas superiores (discutível) → crianças têm maior risco de laringe, espasmo, broncoespasmo e dessaturação ○ A hiper-reatividade de vias aéreas persiste por semanas após episódio de asma ○ Fatores de risco para complicações pulmonares pós-operatórias → tabagismo, doença pulmonar crônica, cirurgia de emergência, cirurgia torácica ou de abdome superior, idade superior a 70 anos e tempo de anestesia maior/igual a 180 minutos ○ Histórico: paciente com amigdalite ou pneumonia → não expô-lo, só após 4 semanas ○ Tabagismo → risco depende da quantidade e há quanto tempo fuma ○ Presença de enfisema e bronquite crônica leva à maior incidência de complicações respiratórias no pós-operatório → pode haver inibição da resposta imunológica, indução enzimática, maior acidez e volume gástricos, além de maior incidência de algumas neoplasias. ○ O fumo torna as vias aéreas superiores (tubo traqueal ou a sonda de aspiração) irritáveis a um corpo estranho → suspensão por 48 horas → diminui os níveis de carboxihemoglobina para o normal, abole o efeito estimulante da nicotina sobre o sistema cardiovascular, melhora o transporte mucociliar e aumenta a disponibilidade de oxigênio para os tecidos ao desviar a curva de dissociação da hemoglobina para a direita → ideal suspender dois dias antes → aumento de complicações intra e pós operatório ○ Asma → uso de corticoide → disfunção adrenocortical → ideal que o anestesista faça uma exposição de corticoide no paciente (risco de insuficiência renal) ➥ Complicações do sistema pulmonar

  • Mais comuns do que complicações cirúrgicas → tempo de cirurgia pode contribuir para a complicação do sistema pulmonar (cirurgias com mais de 3 horas)
  • Os carrinhos de anestesia são ventilados com ar comprimido e com oxigênio → só o oxigênio causa lesão pulmonar = atelectasia (antigamente)
  • Cirurgias torácicas, de abdômen superior e prolongadas → mais chance de complicação → sistema pulmonar
  • Intubação com o tubo seletivo (apenas de um lado) → intubar o lado direito, se hiperventilar e fazer pressão positiva pode desenvolver atelectasia → deve-se fazer abertura alveolar 2. Sistema Cardiovascular
  • dispnéia, tosse seca, palpitações, arritmia, edema, hipertensão arterial, doenças vasculares cerebrais e periféricas, dor precordial, história antiga ou recente de IAM (esperar de 4 a 6 semanas após infarto para realizar uma cirurgia eletiva), etc. 3. Sistema Neurológico
  • Capacidade do paciente responder as perguntas sobre o histórico de saúde praticamente assegura o estado mental normal (exclui presença de aumento na pressão intracraniana, doença cerebrovascular, histórico de convulsões, doença neuromuscular preexistente).
  • Cefaléia, convulsões; avaliar eventuais alterações neurológicas; neuropatia com alteração recente é contraindicação para anestesia regional. 4. Sistema Endócrino
  • Diabetes (dificuldade de movimentação do pescoço na diabetes tipo 1; gastroparesia com retardo no esvaziamento gástrico; mais comum isquemia miocárdica silenciosa), doenças da tireoide (hipotireoidismo → língua excessivamente grande, dificulta a intubação), etc.
  • Paciente diabético, principalmente tipo 1, fazendo um jejum extremamente rigoroso → ideal deixar a glicemia do paciente entre 80 a 150 → risco de neuropatia periférica (pode levar a uma lesão de plexo)
  • Paciente com Kussmaul e hiperventilando → cetoacidose diabética (acidose metabólica tentando compensar com hiperventilação) → 1º correção de volume, depois pedir ECG (sinal da onda T hipopotassemia)
  • Acidose metabólica → hiperpotassemia; Alcalose metabólica → hipopotassemia.
  • Confirma cetoacidose: gasometría arterial - bicarbonato = peso x 0,3 x mex / 2 (1 ml = 1 mec de bicarbonato) → Ex. 10 ml = 10 mec

➥ Valores de referência para cirurgia eletiva-urgência-emergência: Plaquetas 80.000/Coagulopatia → corrigir. MEDIÇÕES SUSPENSAS ANTES DA CIRURGIA ● IECA (Enalapril) e BRA (Losartana) → no dia da cirurgia, principalmente ao paciente que vai ser exposto a raquianestesia (deprime o SNS, exacerbando o efeito) ● Os fitoterápicos → 7 dias antes ● Anticoagulantes → depende do cirurgião ● Vasodilatadores penianos → 3 dias antes

Aula 3 - Anestesia Geral (Anestésicos Intravenosos Hipnóticos)

➥ Óxido Nitroso ainda é usado para sedação, porém, como coadjuvante pois ele sozinho apresenta risco de parada cardiorrespiratória → foi muito utilizado em analgesia de parto, porém, hoje se sabe que não deve ser utilizado tanto na gestante pois ele faz uma anemia megaloblástica (deficiência de B12 e hemácia macro). CONCEITO ● Anestesia geral: depressão reversível induzida por anestésicos e medicamentos que atuam no SNC, resultando em perda da percepção e dos movimentos externos (extrínsecos) → realizada tanto com anestésicos inalatórios quanto com anestésicos venosos → promove hipnose, amnésia, relaxamento e analgesia ● Pilares básicos: Hipnose, analgesia, relaxamento muscular e controle do reflexo autonômico ● Lembrar: fornecer proteção neurovegetativa ao paciente para não ocorrer nenhuma sequela, e principalmente uma analgesia pós operatório FASES DA ANESTESIA GERAL ● Plano adequado (condições básicas para o cirurgião) → promover e a escolha da anestesia mais adequada/segura para o paciente(reduzir a morbimortalidade) ● Objetivos Relacionados ao Ato Anestésico: ○ Suprimir a sensibilidade dolorosa (mantendo ou não sua consciência) Promover relaxamento muscular Proporcionar condições ideais de atuação para os médicos-cirurgiões ● Pacientes com fatores de risco para a cefaleia pós raquianestesia → sexo feminino até 30 anos, histórico de desidratação (tem menos líquor) e calibre da agulha → indicado administrar corticoide antes (Dexametasona), ou não fazer a raqui TIPOS DE ANESTESIA

1. Anestesia Geral: Inalatória; Venosa Total; Balanceada

2. Anestesia Regional:Peridural (existe a anestésica e analgésica, o que difere é a dose se maior anestésica se menor analgésica); Raquianestesia; Bloqueio Plexos Nervosos 3. Anestesia Combinada: Anestesia Geral e Regional 4. Anestesia Local. TRÊS FASES ANESTESIA GERAL 1. Indução anestésica

  • É administrado anestésicos para a indução da anestesia geral → intubação orotraqueal, raquianestesia e o bloqueio estão nessa fase *Obs: Opióides estão em ordem de potência (do menos, para o mais) → a escolha depende do paciente e do tipo de cirurgia (ex: Remifentanil - utilizado no intraoperatório, não serve para o pós operatório, sendo sua peculiaridade o metabolismo pela colinesterase plasmática, então quando não mais administrado, depois de 5 minutos, ele já foi metabolizado. 2. Manutenção
  • Paciente já está com os anestésicos → manter doses ideias 3. Reversão
  • Momento da extubação e acaba no momento em que o paciente vai para o pós anestésico (anestésico metabolizado, sem efeito) MEDICAMENTOS ADJUVANTES ● Antagonistas de receptores de H2 (cimetidina) ● AINES (diclofenaco - usar antes da indução para diminuir resposta inflamatória) ● Antiemético ● Analgésicos não opióides ● Vasoativos (casos de taquicardia, etc) FARMACOLOGIA GERAL DOS ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS 1. Mecanismo de Ação
  • Fármacos intravenosos hipnóticos (Barbitúricos, Propofol, Etomidato, Cetamina, Benzodiazepínicos) exercem sua função através dos receptores GABA. A ativação do complexo GABA resulta num aumento da contundência transmembranácea, resultando numa hiperpolarização e inibição dos neurônios pós-sinápticos (sedação) → a cetamina não age no complexo GABA, mas sim nos receptores glutamatérgicos MMA.
  • A ação rápida desses anestésicos se dá por dois motivos: alta solubilidade lipídica e fluxo sanguíneo cerebral relativamente elevado. Quando o paciente está em estado de choque o organismo vai tentar preservar os órgãos nobres/alvo (principal órgão nobre é o cérebro → fluxo cerebral vai estar extremamente elevado → quando for administrado um anestésico deve-se utilizar uma subdose para o medicamento perfundir o órgão).
  • Obs: paciente idoso tem fluxo cerebral reduzido (fisiologicamente), e uma das características do hipnóticos é sua rápida distribuição e subsequente sua redistribuição para o segundo e terceiro compartimento → quando feito um plano

○ Não administrar de forma intra-arterial, pois faz vasoconstrição extremamente intensa, podendo causar isquemia e até necrose. Não diluir Tiopental com cristalóide balanceado (Ringer Lactato e Plasmalyte), pois pode precipitar a formação de cristais, ao invés disso, diluir Tiopental com solução salina (soro fisiológico ou água destilada). ○ Não utilizá-lo em anestesia geral para manutenção, pois possui meia vida longa e longo período de recuperação (paciente tem despertar tardio) ○ Diminui pressão intracraniana, taxa metabólica cerebral, fluxo sanguíneo cerebral, é um neuroprotetor, anticonvulsivante, antioxidante, e principalmente, aumenta a tolerância do cérebro na isquemia (induzir um paciente com isquemia cerebral é excelente) ○ Não usar em paciente cardiopata, pois os efeitos dele a níveis cardíacos incluem: reduções no retorno venoso da pressão arterial, devido à vasodilatação periférica, depressão miocárdica direta e aumento compensatório na frequência cardíaca (taquicardia compensatória). PROPOFOL ● Solução vinda do ovo → prestar atenção em pacientes alérgicos ao ovo. ● É rapidamente eliminado do compartimento central por meio do metabolismo hepático, sendo que seu efeito começa em 60 segundos e cessa em 14 minutos (no máximo). A emergência e o despertar são imediatos e completos, mesmo após infusões prolongadas. ● É um dos anestésicos hipnóticos que geram muita ardência, principalmente em extremidades, pela sua composição → pode ser administrada junto com xilocaína (dose baixa). É uma medicação base da anestesia geral venosa geral → promove a hipnose ● Possui ação protetora como a taxa metabólica cerebral, o fluxo sanguíneo cerebral e a pressão intracraniana, porém a redução na pressão arterial sistêmica diminui significativamente a pressão de perfusão cerebral. Então paciente com TCE grave pode estar com edema cerebral, o aumento da pressão intracraniana pode piorar o quadro. Além disso, possui ação anticonvulsivante, porém, o tempo de atividade é breve, sendo melhor para casos de crise epilépticas. ● É um broncodilatador, tem ação antiemética e é super cardiodepressor, que dá instabilidade hemodinâmica severa promovendo hipotensão, bradicardia, etc. ● Não usar Propofol em paciente chocado. BENZODIAZEPÍNICOS ● Ex: Diazepam, Lorazepam e Midazolam → utilizados, principalmente, como medicação pré-operatória e como medicamentos adjuvantes por causa das propriedades ansiolíticas, sedativas e amnésicas. ● O Midazolam quando administrado produz irritação mínima intravenosa ou intramuscular, já o Lorazepam e Diazepam tem produtos que causam dor no momento da injeção e irritação venosa. ● Os benzodiazepínicos diminuem a taxa metabólica cerebral e o fluxo sanguíneo cerebral de modo análogo aos barbitúricos e ao propofol, embora esses medicamentos não tenham atividade neuroprotetora em humanos. ● São super cardiodepressores, reduzem a resistência vascular e a pressão arterial sistêmica → não usar em pacientes em choque ou com hipotensão. Além disso, são anticonvulsivantes potentes geralmente utilizados para tratar estados epilépticos. ● O Diazepam tem um composto chamado Propilenoglicol (neurotóxico) que faz intoxicação do SNC, além de poder fazer insuficiência renal, então não pode fazer o uso de Diazepam em doses contínuas para manutenção. É mais ansiolítico, enquanto o Midazolam é mais sedativo (no centro cirúrgico usado para uma sedação leve, para não fazer uma anestesia geral, porém em doses baixas para não fazer depressão respiratória e precisar intubar). Atenção com idoso, risco de amnésia pós cirúrgico.

ETOMIDATO

● A dose de indução padronizada de Etomidato produz início rápido da anestesia, e a emergência é imediata. Da mesma forma que os barbitúricos, o Etomidato diminui a taxa metabólica cerebral, o fluxo sanguíneo cerebral e a pressão intracraniana, porém a estabilidade hemodinâmica associada a esse medicamento mantém a pressão de perfusão cerebral em níveis adequados. ● Embora seja um anticonvulsivante eficaz para interromper o estado epiléptico, o etomidato também é capaz de identificar focos de convulsão. Também provoca depressão mínima na função ventilatória e cardiovascular (recomendado para indução anestésica em pacientes portadores de doença cardiopulmonar de baixo risco) e não libera histamina (escolha aceitável em pacientes com hiper-reatividade brônquica). ● O etomidato está associado a uma alta incidência de náuseas e vômitos, em especial na combinação com opióides, e pode inibir a função plaquetária e prolongar o tempo de sangramento. CETAMINA ● A cetamina produz depressão dose-dependente no SNC, levando a um “estado anestésico dissociativo”, que se caracteriza por analgesia profunda e amnésia. Baixas doses de cetamina produzem efeitos poupadores de opióides quando administradas como adjuvantes nas anestesias gerais. Doses sub anestésicas de cetamina produzem efeitos analgésicos → infusões de baixas doses de cetamina são equivalentes à morfina para produzir analgesia pós-operatória. ● A cetamina aumenta a taxa metabólica cerebral, o fluxo sanguíneo e a pressão intracraniana. Pode ativar focos epileptogênicos em pacientes com distúrbios convulsivos conhecidos, porém possui atividade anticonvulsivante. É recomendada para indução de anestesia em pacientes com asma devido à capacidade de produzir broncodilatação. A depressão ventilatória é mínima em doses clinicamente relevantes. ● A cetamina produz efeitos cardiovasculares estimulantes proeminentes (aumento na pressão arterial, frequência cardíaca e pressão arterial pulmonar) muito provavelmente por causa da estimulação direta do sistema nervoso simpático → efeitos indesejáveis em portadores de doença arterial coronariana. Os efeitos anestésicos (sedativos) e os efeitos poupadores de analgésicos opióides da cetamina reduzem a depressão ventilatória durante a sedação profunda. DEXMEDETOMIDINA ● É um agonista 𝛼2 altamente seletivo que produz sedação e analgesia com menos depressão ventilatória que os outros medicamentos habituais. Esse medicamento está aprovado para sedação de pacientes sob ventilação mecânica em unidades de tratamento intensivo (UTI), embora também seja utilizado em procedimentos diagnósticos e terapêuticos (anestesia regional e local) fora das UTIs (“uso sem prescrição médica”). Quando utilizada para pré-medicação, a dexmedetomidina compara-se ao Midazolam, porém aumenta a incidência de hipotensão intraoperatória e bradicardia. ● A resposta hemodinâmica aguda à laringoscopia e à intubação é atenuada pela dexmedetomidina, que pode melhorar a estabilidade hemodinâmica intra operatória e facilitar o controle da dor pós-operatória.

  • Avaliação de 5 critérios: consciência, atividade motora, respiração, a circulação e saturação de oxigênio → vão sendo somados os pontos. 3. Estágio 3: Estágio de recuperação pós anestésica que consiste em deambulação precoce e ingestão da dieta, e após isso, o paciente já teria completado o estágio crítico pós-anestésico. 4. Estágio 4: Acontece geralmente na casa do paciente após 24 a 48 horas. PROFILAXIA DE NÁUSEAS E VÔMITOS PÓS OPERATÓRIO ● Paciente que desenvolve náuseas e vômitos pós-operatório → precisa de assistência maior da enfermagem e do uso de medicações para correção das náuseas e vômitos ● Náuseas e vômitos → broncoaspiração (imagem abaixo, raio x e tomografia) ● Outras consequências: o Desidratação → alcalose metabólica causando distúrbio eletrolítico o Aumento da pressão intracraniana → escassez de pós operatório o Aumento de pressão na sutura → deiscência da sutura (náusea gera movimento involuntário → aumenta a pressão numa sutura de abdômen → provoca rompimento, gerando várias consequências) ● *Anestesia é tanto imunossupressora, quanto imunomoduladora FATORES DE RISCO PARA NVPO EM ADULTOS ● Não se sabe exatamente quais as causas de náuseas e vômitos em pacientes, porém sabemos de alguns fatores de risco relacionados ao paciente e a cirurgia → tempo cirúrgico, tipo de cirurgia, tempo de exposição ao estresse → multifatorial ● Cirurgias citadas no quadro → maior incidência de náuseas e vômitos pós-operatório → mexem com a alça intestinal, com a posição, etc

● Menor que 50 anos e sexo feminino → grande fator de risco → ciclo menstrual gera o quadro de NVPO (náuseas e vômitos pós-operatório) ● Menores de 1 ano → incidência de NVPO é de 1-5%; De 1 a 17 anos → 51%; De 17 a 60 anos → 41%; Então, pensar na idade para nortear na escolha de fazer ou não fazer uma profilaxia de náuseas e vômitos. ● Obesidade → dois critérios que aumentam fator de risco: ○ 1- Pacientes obesos são mais difíceis de ventilar podendo ter distensão gástrica, porque o oxigênio conduzido pode mandar ar para estômago (risco de broncoaspiração → mesmo em jejum), então a distensão gástrica vai dar náusea ○ 2- Existem algumas drogas lipossolúveis e se depositam no tecido adiposo em paciente obeso, prolongando efeito, efeito residual, etc ● Ansiedade: paciente hiperventila mais, levando a distensão no estômago que causa náusea. Além disso, paciente ansioso tem diminuição do esvaziamento gástrico por causa da redução de motilidade gástrica, causando náusea FATORES DE RISCO RELACIONADOS À CIRURGIA ● Local da cirurgia: pode estimular reflexos (como auricular temporal) → causam náuseas e vômitos → todas as cirurgias de otorrino deveriam ser feitas profilaxia de náuseas e vômitos ● Cirurgias ginecológicas: do tipo laparoscopia ● Cirurgias de estrabismo: quando feito o bloqueio pode haver reflexo oculocardíaco, que é uma bradicardia super acentuada (frequência fica 28-30); também estimulam o reflexo auri emético (apenas na cirurgia do estrabismo, o oculocardíaco é qualquer cirurgia oftalmológica) ● Cirurgias do intestino e SNC ● Tempo de cirurgia: quanto maior o tempo cirúrgico, maior a exposição do paciente a determinados anestésicos que são potencialmente neurogênicos ● Aspiração sob sonda gástrica: pode desencadear náuseas e vômitos → sinais na hora da extubação DOENÇAS ASSOCIADAS – RETARDO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO

1. Fatores que interferem na motilidade e no esvaziamento gástrico → paciente gestante, diabético, idoso, pós bariátrica. 2. Fatores que aumentam a pressão abdominal → paciente gestante, estenose de piloro, obeso 3. Fatores que diminuem o pH intragástrico → estenose de Piloro, Obstrução intestinal, Abdômen Agudo Obstruído FÁRMACOS – TÉCNICAS ● Alguns são potencialmente neurogênicos → cetamina, digitálicos, etomidato, óxido nitroso → podem desencadear náuseas e vômitos. ● Anestésicos inalatórios como Sevoflurano, Desflurano, além das técnicas após a raquianestesia, podem desencadear náuseas e vômitos → raquianestesia é feita no espaço subaracnóideo então faz bloqueio motor, sensitivo e simpático → bloqueio do simpático faz com que predomine o parassimpático, dessa forma faz uma hipotensão, e hipotensão estimula o centro do vômito.

ANTAGONISTAS COMPETITIVOS DE H

● Cimetidina; Ranitidina* ● Ranitidina não é mais fabricada → era muito usada em pacientes com injúria tecidual e muito estresse ● No choque anafilático → bloquear tanto H1 quanto H DIMENIDRATO ● Dramin → gera sedação (não muito utilizado) METOCLOPRAMIDA ● Bromoprida; Plasil → acelera esvaziamento gástrico, aumenta o estresse e motilidade do esôfago → não é muito usada → substituída pelo Nausedron ANTICOLINÉRGICOS ● Escopolamina (Buscopan) → diminui muito a motilidade do intestino, em contrapartida faz uma taquicardia (porém é normal) → não utiliza muito em centro cirúrgico IBP ● Omeprazol → protetor gástrico ● Medicamento caro para centro cirúrgico, é substituto da Ranitidina tendo até efeito superior ➥ Com base nos fatores de risco sempre fazer uso de corticoides para indução , associado a Ranitidina, (substituído por Omeprazol) e, no final da cirurgia, Ondansetrona (dividir a dose e administrar no meio e no final da cirurgia OU tudo no final) ➥ O corticoide é utilizado para estimulação cardíaca (utilizada no início) e o resto para ser profilaxia do mesmo