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Guias e Dicas
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Resumo da Teologia do Novo Testamente de George Eldon Ladd, Resumos de Teologia

O presente trabalho é uma resenha crítica de LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento – Edição Revisada. São Paulo: Hagnos, 2014. 904 pg. Do original de 1974 publicado por Wm. B. Eerdmans Publishing Co., título original A Theology of the New Testament – Revised edition. Essa é a obra mais conhecida de Ladd, Teologia do Novo Testamento, e tem sido usada por milhares de seminários e estudantes desde sua publicação em 1974.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 16/11/2023

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RESENHA DA TEOLOGIA DO NOVO
TESTAMENTO DE GEORGE ELDON LADD
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é uma resenha crítica de LADD, George Eldon. Teologia do
Novo Testamento Edição Revisada. São Paulo: Hagnos, 2014. 904 pg. Do
original de 1974 publicado por Wm. B. Eerdmans Publishing Co., título original A
Theology of the New Testament – Revised edition.
George Eldon Ladd nasceu 31 de julho de 1911 e faleceu em 05 de outubro de
1982, após um derrame em 1980, que deve tê-lo debilitado muito. Converteu-se
em 1929 em uma igreja metodista. Foi, no entanto, pastor batista e professor de
Exegese e Teologia do Novo Testamento do Seminário Teológico Fuller,
em Pasadena, Califórnia conhecido no campo da escatologia cristã e por sua
contribuição para o conceito da escatologia inaugurada e futurista, conhecida
como pós-tribulacionismo. Ladd nasceu em AlbertaCanadá e foi criado na
Nova Inglaterra. Estudou teologia na faculdade de Gordon, em Massachusetts e
foi ordenado ao ministério pastoral em 1933, pela Convenção Batista do
Norte. Pastoreou igrejas em New Hampshiree Vermont, enquanto continuava
seus os estudos superiores no Gordon Divinity School. Ladd serviu como
professor no curso de Teologia e Missões no Gordon College, (hoje conhecido
como Gordon-Conwell Theological Seminary) Wenham, Massachusetts de 1942
a 1945. Atuou, também, como professor de Novo Testamento e Grego Bíblico de
1946 a 1950, e foi chefe do departamento de Novo Testamento de 1946 a 1949.
Ele estudou, também, na Universidade de Harvard, sendo que durante este
período completou sua tese de doutoramento sobre A Escatologia
da Didaqué(livro apócrifo do segundo século importante para a reconstrução da
vida e Teologia da Igreja Cristã primitiva). Ladd se mudou para a Califórnia em
1950, e ensinou teologia bíblica no Seminário Teológico Fuller, Pasadena. Fuller,
na ocasião, estava no quarto ano da sua fundação, ou seja, no início de sua
jornada, quando Ladd se juntou ao corpo docente e Hagner observa que ele “se
tornou uma das figuras-chave no desenvolvimento direção do seminário.”
A obra mais conhecida de Ladd, Teologia do Novo Testamento, tem sido usada
por milhares de seminários e estudantes desde sua publicação em 1974. Em uma
pesquisa conduzida por Mark Noll, em 1986, o livro foi classificado como o
segundo livro mais influente entre os estudiosos evangélicos, perdendo apenas
para as Institutas de Calvino. O livro Teologia do Novo Testamento foi melhorado
e atualizado por Donald A. Hagner em 1993. A crença de Ladd em ambos
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RESENHA DA TEOLOGIA DO NOVO

TESTAMENTO DE GEORGE ELDON LADD

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é uma resenha crítica de LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento – Edição Revisada. São Paulo: Hagnos, 2014. 904 pg. Do original de 1974 publicado por Wm. B. Eerdmans Publishing Co., título original A Theology of the New Testament – Revised edition. George Eldon Ladd nasceu 31 de julho de 1911 e faleceu em 05 de outubro de 1982, após um derrame em 1980, que deve tê-lo debilitado muito. Converteu-se em 1929 em uma igreja metodista. Foi, no entanto, pastor batista e professor de Exegese e Teologia do Novo Testamento do Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, Califórnia conhecido no campo da escatologia cristã e por sua contribuição para o conceito da escatologia inaugurada e futurista, conhecida como pós-tribulacionismo. Ladd nasceu em Alberta – Canadá e foi criado na Nova Inglaterra. Estudou teologia na faculdade de Gordon, em Massachusetts e foi ordenado ao ministério pastoral em 1933, pela Convenção Batista do Norte. Pastoreou igrejas em New Hampshiree Vermont, enquanto continuava seus os estudos superiores no Gordon Divinity School. Ladd serviu como professor no curso de Teologia e Missões no Gordon College, (hoje conhecido como Gordon-Conwell Theological Seminary) Wenham, Massachusetts de 1942 a 1945. Atuou, também, como professor de Novo Testamento e Grego Bíblico de 1946 a 1950, e foi chefe do departamento de Novo Testamento de 1946 a 1949. Ele estudou, também, na Universidade de Harvard, sendo que durante este período completou sua tese de doutoramento sobre A Escatologia da Didaqué(livro apócrifo do segundo século importante para a reconstrução da vida e Teologia da Igreja Cristã primitiva). Ladd se mudou para a Califórnia em 1950, e ensinou teologia bíblica no Seminário Teológico Fuller, Pasadena. Fuller, na ocasião, estava no quarto ano da sua fundação, ou seja, no início de sua jornada, quando Ladd se juntou ao corpo docente e Hagner observa que ele “se tornou uma das figuras-chave no desenvolvimento direção do seminário.” A obra mais conhecida de Ladd, Teologia do Novo Testamento, tem sido usada por milhares de seminários e estudantes desde sua publicação em 1974. Em uma pesquisa conduzida por Mark Noll, em 1986, o livro foi classificado como o segundo livro mais influente entre os estudiosos evangélicos, perdendo apenas para as Institutas de Calvino. O livro Teologia do Novo Testamento foi melhorado e atualizado por Donald A. Hagner em 1993. A crença de Ladd em ambos

os aspectos presentes e futuros do Reino de Deus, fez com que seus opositores comparassem e avaliassem sua escatologia como Amilenismo, que na época era muito popular dentro de círculos teológicos reformados. Apesar destas comparações, Ladd não era um reformado propriamente, e de fato rejeitava a visão calvinista da doutrina da salvação. John Piper diz que o desejo de Ladd estava na direção da busca por credibilidade acadêmica, e relata como Ladd “estava quase desfeito emocionalmente e profissionalmente” por ocasião da revisão critica negativa feita por Norman Perrin sobre o livro Jesus e do Reino, mas conta, também, como Ladd reagiu após com o reconhecimento do livro Teologia do Novo Testamento: ¨Ladd andou pelos corredores do Fuller gritando e acenando um cheque de royalties quando Teologia do Novo Testamento foi um sucesso impressionante dez anos depois.¨ Ladd era um proponente notável e moderno do Pré-milenismo histórico, muitas vezes criticado pela visão dos dispensacionalistas, uma versão dentro do próprio pré-milenismo.O dispensacionalismo foi de longe a visão mais amplamente difundida entre os evangélicos durante meados do século XX, a qual Ladd se opunha. Seus escritos a respeito do Reino de Deus (especialmente sua visão da escatologia inaugurada) tornaram-se uma pedra angular da teologia. Sua perspectiva é expressa em O Significado do Milênio: Quatro Visões, RG Clouse, editado por Downers Grove da InterVarsity Press em 1977. O menor e mais acessível dos seus livros é O Evangelho do Reino (Paternoster, 1959). Em 1978, uma antologia foi publicada em sua honra. Unidade e Diversidade na Teologia do Novo Testamento: Ensaios em honra de George E. Ladd que incluía contribuições de Leon Morris, William Barclay, FF Bruce, I. Howard Marshall, Richard Longenecker e Daniel Fuller. Antes de sua morte temos informações de que pretendia fazer reedições e modificações no livro Teologia do Novo Testamento. Este trabalho foi melhorado a atualizado por Donald A. Hagner em 1993. A terceira edição que é a que dispomos, tem no capítulo 45 um apêndice escrito por David Wenham falando exatamente sobre a Unidade e Diversidade no Novo Testamento, os mesmos ensaios em sua honra e memória. O livro está dividido em oito partes, incluindo a introdução e o apêndice, sendo elas: os Evangelhos sinóticos, o Quarto Evangelho (Evangelho de João), A Igreja Primitiva (Atos dos Apóstolos), Paulo (que inclui as cartas às igrejas e as epístolas pastorais), Hebreus e as Epístolas Gerais (em seção única) e Apocalipse. Em cada seção ele discute questões de autoria, mas sem muita ênfase porque o livro não pretende funcionar como uma introdução ao Novo Testamento e, talvez, porque isto pareça fundamental em qualquer debate sobre textos antigos. Segue com a temática dos livros, mas nunca deixa de tratar de aspectos de Vida Cristã e Escatologia que, como já afirmamos anteriormente, sua veia pastoral e sua teologia da escatologia inaugura são essenciais. Por abarcar a Teologia Paulina

imanente desde então, um Reino que em Cristo veio do alto, mas entrou na história, no tempo e no espaço. Este Reino inaugura a Era da Salvação presente que tem como características e manifestações e representadas pela tomada a força (denotando a luta contra as trevas), ilustrada nas parábolas de Jesus (que contrastam o fato de que o Reino se manifesta nesta realidade presente e alguns a percebem e outros não), seu contato com as pessoas que inclui cura física e a cura da alma. Este Reino mostra que a Justiça só é possível com Deus. O Deus deste Reino é um Deus que busca seu povo, o julga e o salva. Outra caraterística importante deste Reino é a sua presença visível, mas mesmo assim oculta e escura, conforme podemos ver claramente a aplicação de Isaías 6: 9, 10 em Mateus 13: 14, 15. Ao mesmo tempo ele se manifesta de modo claro, visível e audível o conteúdo desta mensagem que apresenta a chegada do Reino de Deus, ele está oculto ou escondido para aqueles que não creem, porque sem sua fé tais verdades lhes ficam ocultas. O Reino é assim uma revelação e um mistério. O Reino é também Israel e a Igreja. O Reino cria a Igreja, e esta é composta por aqueles que estão sob a vontade de Deus. Pedro, segundo Ladd, é de fato o portador das chaves dos céus, ou das chaves de entrada a este Reino Ele afirma isto lembrando a repreensão que Jesus fez aos fariseus os acusando de impedir o ingresso de alguns ao Reino de Deus. O Reino se manifesta no presenta na vida dos crentes em sua ética, que é absoluta, ou seja, é interna e externa (o que se pensa, o que se sente e o que se faz), é completa (não há área da vida que o Reino não toque), visa à justiça e por meio dele, e somente por meio dele, se obtém graça e recompensa reais. Jesus é o Messias e o Filho do Homem. Uma pergunta então surge: por que Jesus foi designado Cristo pelos seus contemporâneos evangelistas se ele não atendia às expectativas judaicas que já vinham desde Davi? As atitudes e palavras que usou neste sentido não seriam uma grande encenação para forçar uma interpretação favorável neste sentido, ou seja, ele teria encenado? O judaísmo realmente aguardava um Sacerdote e um Rei bem diferentes, em perfis muito mais davídicos, de guerra e conquista. Os Evangelhos apresentam afirmações bem diferentes disto, sobretudo no aspecto militar, já que Jesus é um Rei pacífico e ensina a amar os inimigos, mostrando que a compreensão dos Evangelhos apontam claro reajuste da visão de quem é e quem seria o Cristo, ou seja, em oposição aos conceitos judaicos vigentes quando de sua primeira vinda. Em Pedro vemos que ele é o Cristo (Mt 15: 16) e que Jesus não poderia simplesmente representar ser o que não era porque alguns fatos, como a cruz, dependeriam de muitos outros fatores para acontecer, inclusive combinar com seus opositores tal encenação. Segundo Ladd, A explicação mais natural para estes fatos é que Jesus agiu como o Messias; contudo, um Messias muito diferente das expectativas judaicas daquela época. É

difícil crer que Jesus tenha desempenhado um papel de forma involuntária, o qual não estivesse consciente. Ele, certamente, sabia que era o Messias.[3] Filho do Homem parece ser a apresentação, atribuição ou característica preferida do próprio Jesus porquê das 75 ocorrências no Novo Testamento apenas uma não está em sua boca, está na boca do Estevão em Atos dos Apóstolos 7: 56. O título Filho do Homem não aparece nos registros da Igreja Primitiva porque ela simplesmente não usava este título. Filho do Homem é um ser divino que desce a terra na forma humana conforme o livro de Daniel e o livro das Similitudes de Enoque 37: 71 que é um livro apócrifo que esclarece a escatologia da época e nos ajuda a sincronizar a terminologia. Nos Evangelhos Sinóticos esta terminologia se reafirma na vida de Jesus na Terra, nos detalhes do seu sofrimento, n as agruras da sua morte e em toda a seu discurso escatológico. Ladd apresenta, para justificar estas muitas faces do Filho do Homem, uma tabela de textos nas páginas 198 e 199 apontando os temas o Filho do Homem terreno, o Filho do Homem sofredor e o Filho do Homem apocalíptico e as respectivas referencias bíblicas. Jesus é também o Filho de Deus. Este título carrega em si uma série de implicações de natureza nativista (ter nascido de uma mulher, no tempo e no espaço), moral e religiosa (de ser cuidado por Deus), teológica (de participar da natureza de Deus), e de ser o homem divino, homem-Deus (pessoa teantrópica). Ladd defende que a importância deste título deve recair, sobretudo, em sua natureza. E que títulos com Kyrios (Senhor) é que devem carregar seu Senhorio, Sua Assunção. O debate sobre o Jesus Histórico e o Jesus da História também surge em Ladd e ele afirma que, a despeito da insistência de muitos ao interpretar Jesus sem suas características transcendentes, ou de afirmar que a história é o resultado de interpretações pessoais, ou da crítica da forma que debate o relato de pontos de vistas diferentes como imprecisos e meros excertos interpretativos, ele insiste que o Jesus histórico é exatamente o mesmo dos Evangelhos. Deve prevalecer o conceito de que os Evangelhos são o resultado pontual de testemunhas oculares: os discípulos. O segredo messiânico que implicaria em uma farsa histórica, que explicaria que o próprio Jesus ao negar tal título indicava não se considerar o Filho de Deus com todas as suas implicações, mas que a igreja teria então insistido nesta tese construindo um entendimento falso que seria negado pelo próprio Jesus, implicaria na construção de uma falsa tradição a este respeito, criada como uma ideia pós ressurreição, segundo Ladd não se justifica por uma serie de outras evidências de seu ministério terreno que apontam que o próprio se afirmava Filho de Deus e que o reconhecimento deste título já existia muito antes da sua ressurreição. Além do mais, ainda em relação ao segredo messiânico podemos invocar textos que ele afirma que ainda não era o momento de ser revelado, o que mostraria que não é uma negação do fato, mas da

(ou Israel e a Igreja), Boas Novas aos pobres, a presença do Espírito Santo, e o poder do Evangelho no mundo todo. O QUARTO EVANGELHO A primeira questão levantada por Ladd é a que, de fato, o Evangelho de João deve ser estudado separadamente dos Evangelhos Sinóticos e que a sua teologia se difere em muito dos sinóticos. Ele não menciona muitas coisas como nos sinóticos como, por exemplo, o nascimento de Jesus e seus exorcismos. Ao contrário dos sinóticos, que apresentam as parábolas e grandes discursos, o Evangelho de João apresenta grandes diálogos. A ênfase inicial é a de que sem arrependimento não há a presença do Reino. A Vida Eterna, termo teológico muito importante no quarto Evangelho, já começou, está vigente e disponível agora. É um Evangelho de dualismos e da Identidade messiânica como EU SOU, titulação que lhe valerá muito debate e perseguição. Ladd defende a autoria menos tardia (90 d.C. é a data apontada por muitos estudiosos e comentaristas) para o Evangelho de João, algo em torno de 60-70 d.C. já que acredita que ele não está necessariamente debatendo com o gnosticismo, que é mais tardio[4], mas com outras tradições paralelas e muito semelhantes, como as da Comunidade de Qumram. O dualismo Joanino é visto por Ladd verticalmente e horizontalmente. Verticalmente o mundo de cima e o mundo de baixo, luz e trevas, carne e Espírito. Horizontalmente, a humanidade criada no cosmos está em inimizade geral, há pecado e incredulidade, mas o Logos entrou no mundo, e constrói este dualismo horizontal – a vida já se manifestou em um mundo de morte, que jaz no Maligno[5]. Neste mundo temos os filhos de Deus e os filhos do Diabo, conforme o diálogo de Jesus com os judeus religiosos no capitulo oito do mesmo Evangelho. O dualismo joanino, no entanto, não pode ser confundido ou meramente posto lado a lado com o dualismo da Comunidade de Qumram[6], já que poderia ser contra este dualismo que João estaria dialogando. O Logos, expressão grega de grande importância, é o tema independente e central da cristologia joanina. Filo compreendia o Logos como a intermediação do Deus transcendente com sua criação. Poderia ser a Sabedoria personificada. O uso teológico de João aponta em outras direções. É o ser pré-existente, o agente próprio da Criação, o agente que se fez carne, aquele que revela a Vida, a Luz, a Glória de Deus. Sua Cristologia também abarca os conceitos de Messias, Filho do Homem, Filho de Deus (figura bem presente nos ditos de Jesus descritos neste Evangelho, o qual não apresenta nenhuma reticencia ao usar o título). Jesus é o mediador da Vida em todos os sentidos possíveis. O Grande EU SOU Jesus é igual a Deus, mas em João se exalta, também, assim como nos sinóticos, toda a sua humanidade.

Outro tema importante no Evangelho de João é a Vida Eterna, e ele dedica muito espaço a este assunto. No contexto judaico é a vida duradoura e de qualidade infinita. O gnosticismo o entende como a vida essencial percorrida em estágios. Nos sinóticos é a bênção escatológica, ou seja, que ainda há de vir. Em João, é completa e presente. Por meio do conhecimento da obra do Filho de Deus, através de um relacionamento pessoal com Ele, pelo conhecimento da Verdade (que aqui é também descrita por Ladd como relacional e existencial) esta Vida Eterna se concretiza. Tal verdade no AT é sinônimo de realidade dos fatos, de fidelidade e de palavra que seja confiável, em João é a Revelação e incorporação em Cristo do proposito de Deus. A vida cristã em João, segundo Ladd, é a vida de fé. Nos sinóticos a vida cristã é presença e poder do Reino de Deus, em João é demonstração da presença e poder de Deus em Cristo. O conhecimento relacional é a demonstração desta fé verdadeira e, ¨dessa forma, é um elemento constituinte da fé genuína¨.[7] Como elemento da vida Cristã, segundo o autor, temos a predestinação (João 15: 16), a permanência do crente em Cristo, a ética se resume ao exercício do amor, a igreja é composta de judeus e gentios, ovelhas de outro aprisco, e se fundamenta nos sacramentos dos quais o batismo é o fundamental, mesmo que João não seja um sacramentalista. Ainda na tentativa de dialogar com o seu tempo, o Espirito Santo em João é apresentado por Ladd em comparação com o Helenismo (pneuma com substancia pura), como o ruach (no Antigo Testamento o Espirito criativo de Deus), nos sinóticos (aquele que capacitou Jesus e seus discípulos). Em João, Jesus viveu sua missão no Espirito e o deu a seus discípulos e podemos, segundo Ladd, falar até em Pentecoste Joanino (João 20: 22), mas que é diferente do de Atos 2 porque poderia fazer deste segundo algo desnecessário. Nascer do Espirito é um tempo joanino específico. O Espírito Santo também é apresentado como Paracleto (gr.) traduzido como confortador, aquele que torna forte, fortalecedor, advogado, interprete, mediador, instrutor. Ele é o outro Jesus, porque Jesus disse: ¨Não vos deixarei órfãos! ¨. A missão do Espírito Santo em João é interior, expressa na metáfora dos rios de água viva, capacitando, habitando permanentemente, ajudando a pregar. Para com o mundo é um acusador. A escatologia joanina é declarada como já em realização, existencial, mas não pronta ainda, assim ainda faltam elementos para sua conclusão. Há uma ênfase no dualismo escatológico (o contraste terreno da chegada do Logos e a realidade do pecado e do mal) e não no escatologismo vertical (a chegada final do Reino aqui). A vinda de Cristo é uma tensão entre a primeira e a segunda parousias, a ressurreição é a nova vida e a vida futura, o juízo é presente e futuro.

A igreja começa com o Pentecostes com o evento das línguas, onde há unidade (o que pregam) e a diversidade (como pregam, usando os idiomas dos presentes miraculosamente por se tratarem de judeus semianalfabetos, senão analfabetos). Os primeiros cristãos não abandonaram a sinagoga, mas realizavam batismos, a comunhão, o partir do pão. Logo Pedro, João e Tiago começam a estruturar a igreja e assim romperão em breve com o judaísmo, principalmente depois da última visita de Paulo a Jerusalém. Boa parte desta organização se baseia na reação às dificuldades que foram surgindo à medida que a igreja se desenvolvia. PAULO Paulo é um fariseu convertido em um homem de três mundos diferentes: o mundo judaico, o mundo helenista (greco-romano) e o mundo cristão. Estes três mundos exerceram influência em sua teologia. Pelo lado judeu o monoteísmo estrito e a defesa da Lei de Moisés. Pelo lado cristão o discurso sobre a Lei e a Graça, a realidade de quem em Cristo tudo se faz novo. Pelo lado helenista o discurso, o idioma e o dualismo, lembrando também que por ser um cidadão romano, as características do seu ministério e do final de sua vida são fortemente influenciadas e facilitadas por isto. A Teologia central de Paulo pode ser resumida, entre tantos outros temais importantes, pela justificação pela fé, ¨estar em Cristo¨, o novo que invadiu e mudou o velho, ou a Nova Vida em Cristo. Apontaremos mais temas apontaremos a partir da análise de Ladd adiante. Para Ladd, as fontes para o conhecimento, a teologia e os textos de Paulo são sua prática missionária, pastoral e de reflexão dos fundamentos judaicos que já possuía desde a mais tenra idade. Além disto, teve como fundamento de sua teologia as fontes orais da época com as quais teve contato, incluindo da sua relação com os apóstolos. No entanto, chama a atenção o silêncio de Paulo em relação a fatos e sobre detalhes das palavras do próprio Jesus. Conforme veremos mais adiante, para Ladd, este distanciamento ou silêncio, podem ser falsos. Em suas palavras, no entanto, a autoridade de suas palavras e apostolicidade estão, sobretudo, em seu chamado direto feito pelo próprio por Cristo no Caminho de Damasco, o que o colocava em pé de igualdade com os apóstolos, colocando o conteúdo querigmático e pneumático de suas expressões, ditos e escritos como Palavra de Deus. Paulo se valia do Antigo Testamento, principalmente da versão da Septuaginta. Ladd aponta como temas centrais da teologia, além das que indicamos há pouco: a humanidade sem Cristo, a pessoa de Cristo, a expiação de Cristo, a justificação e a reconciliação, a psicologia paulina, a nova vida em Cristo, a Lei, a Vida Cristã, a Igreja e a Escatologia Paulina.

Paulo não ensina o dualismo cosmológico, mas escatológico, ou seja, realidades espirituais coexistem, mas haverá um dia final que inaugurará a entrada em uma nova realidade. O mundo, ou Kosmos (gr.), diz respeito à humanidade caída, portanto, distante de Deus. Estamos envoltos em uma realidade material e espiritual que abarca a presença de anjos bons e maus em luta e conflito constante, as potestades do ar no circundam conforme Efésios 2: 1,2. Adão, enquanto representante da humanidade caída, estabelece o padrão da revelação natural na qual Deus se revela por meio da consciência, ou seja, manifesta o que é o pecado, a lei, a carne, a morte, a ira de Deus, ou seja, termos que descrevem a humanidade sem Cristo e da qual a humanidade pode, com reflexão, concluir sua própria condição conforme Romanos 1-2. Cristo, provedor da salvação é o Messias, o Senhor, o Filho de Deus e o último Adão. A cristologia de Paulo é elevada. Jesus é subordinado funcionalmente a Deus, mas ser divino de mesma natureza e autoridade. Ele reconcilia a humanidade com Deus por meio do amor, sacrifício vicário, substitutivo, propiciatório (capaz de aplacar a Ira de Deus), redentor e triunfante. A Teologia Paulina, tratando-se de um judeu, é fundamental neste aspecto. A longa tradição monoteísta estrita radicalizada após o Exílio Babilônica, teve seus alicerces abalados com a presença de Jesus se auto afirmando Filho de Deus, portanto, Deus também. Paulo, em sua teologia, se esmera por mostrar que Cristo é Deus entre nós, assim o Messias e Senhor. Ao mesmo tempo afirma e argumenta sua humanidade, mas agora, por meio da afirmação de Cristo com o último Adão. A justificação é tema central em Paulo (podemos ver isto em Romanos 5[8]), como ato declaratório da nova condição humana ¨em Cristo¨ pela fé. Seu caráter é escatológico, ou seja, o novo está em Cristo invadindo o velho e fazendo tudo novo. As afirmações paulinas têm caráter, aspectos e terminologias legais e forenses, falando da suspensão da pena do pecado por meio da quitação da dívida, nos quais pecados são perdoados e as culpas são eliminadas. Do mesmo modo que o pecado foi imputado a toda humanidade em Adão, a justificação é imputada pela fé em Cristo. Assim, Deus reconcilia a humanidade consigo. Tal reconciliação tem sempre como sujeito o próprio Deus, e tem o homem como seu favorecido ou beneficiário, mas nunca seu agente. O resultado é que o homem tem paz com Deus e pode se reconciliar, também, assim como também se reconciliar com seus semelhantes. Quem é o homem para Paulo? Ladd foge do debate infrutífero da dicotomia e tricotomia e afirma a unidade do homem no conceito paulino, assim como no conceito judaico. Deste modo, Paulo usa diversos termos para descrever o ser humano sem, contudo, demonstrar qualquer natureza dicotômica, tricotômica ou mesmo multipartítede. Os homens são nephesh (seres viventes) para as relações

A teologia da vida cristã paulina para Ladd é representada pela ética social, tendo como fonte o rabinismo de então, o Antigo Testamento, a cultura grega e o próprio Jesus. A principal motivação para a ética cristã é a de que o cristão é habitação do Espirito Santo, por isto deve imitar a Cristo, está unido a Cristo, é habitado por Cristo, segue, como consequência, um processo de santificação como símbolo de seu pertencimento. Quanto à escatologia paulina (porque o cristão comparecerá diante de um tribunal divino, e Ladd chega a sugerir aqui a possibilidade da perda da salvação) e amor conforme podemos ver em 1 Coríntios 13: 13, como diz na página 702: A motivação mais importante para a vida cristã é o amor. O amor é a Lei de Cristo (Gl 6: 2). Isto quer dizer que toda conduta ética pode estar contida no princípio do amor, como Jesus ensinou (Mc 10: 30, 31). O amor cumpre as exigências da lei. O Espirito é o espírito de amor (Rm 15: 30; Cl 1: 8), que derramou o amor de Deus em nossos corações (Rm 5: 5). O fruto do Espírito nada mais é que um comentário sobre o primeiro fruto, mostrando como o amor atua (Gl 5: 22, 23). O mais excelente charisma, que todos deveriam ambicionar, é o amor (1 Co 13). É o amor que ativa a conduta humana (Cl 3: 14). O nobre hino de 1 Coríntios 13 está no centro de todo o ensinamento de Paulino, tanto para a ética individual quanto para a social. Outro elemento da teologia da vida cristã de Paulo é a nova vida que deve se impor pela presença da velha vida porque ¨os cristãos vivem neste mundo, mas seu padrão de vida, seu padrão de conduta, seus objetivos e suas metas não são deste mundo, pois os deste mundo são essencialmente egocêntricos e orgulhosos¨.[10]Paulo, como já afirmamos, não era asceta, portanto não dicotomizava o corpo como mau e o espírito como bom, mas ensinava a severidade com o corpo, o corpo sujeito ao espírito para não se sujeitar ao pecado e a concupiscência. Uma das tônicas paulinas neste sentido é o celibato, que afirmava como necessário para que não houvesse distrações em seu serviço cristão e no relacionamento com Cristo, mas ensinava, também, que alguns, que não pudessem se conter, que se casassem, mas que teriam sua atenção dividida entre o Senhor e o cônjuge. Ensina a radical separação dos cristãos de toda e qualquer natureza de vícios, vícios e problemas que Ladd classifica em seis categorias: sexuais, de egoísmo, de murmuração ou malícia, de inimizades, de embriaguez e orgias e, por fim, de idolatria. Apesar disto, a ética social de Paulo não parece muito clara quanto a necessidade de promover mudanças sociais. Outros assuntos como o papel da mulher (em Cristo elas são iguais aos homens e são a glória dos homens), o casamento (como instituição importante[11]), a escravidão (que Paulo não combate, mas leva em consideração o devido respeito aos escravos convertidos, para isto vide carta de Paulo a Filemon, onde afirma que mesmo escravos de homens, os mesmos são livres em Cristo), e a separação

do Estado ou de atitudes de transformação social. Ele afirma que Paulo cria que a Vida Cristã faria grandes mudança sociais. Fica claro que Paulo não estava preocupado com as estruturas sociais, mas apenas como modo como cada crente devia viver sua vida cristã dentro da situação social daquela época. Ele apresentou princípios que, caso fosse fielmente praticados, causariam, inevitavelmente, um profundo impacto sobre as estruturas sociais, uma vez que os cristãos se tornassem um povo influente na sociedade. Porém, em sua visão, as estruturas sociais pertencem à era anterior, que estava que estavam se desvanecendo. Não há nenhuma evidência de que Paulo considerava a igreja como uma estrutura que tomaria seu lugar junto a outras estruturas sociais e as mudaria para o bem.[12] A igreja, que é assunto importante, relevante e presente na teologia paulina, merece também destaque em Ladd. Em Atos, como Ladd apresenta, não há estrutura organizacional na igreja, mas Paulo a apresenta, com a ênfase de que os ministros da igreja são orgânicos e não pessoas com cargos atribuídos. A liderança é composta em função de seus dons, mas respeita a hierarquia que é muito bem definida que começa com os apóstolos. Antes do Novo Testamento e as orientações aqui descritas, a igreja se guiava pelas profecias internas e reagia às dificuldades e desafios que se impunham. Quanto aos dons, Ladd os categoriza em duas classes: os carismáticos (como as profecias, por exemplo) e os comuns (como socorrer e misericórdia), o que no dá a entender também que há dons específicos distribuídos para alguns e outros mais generalizados, os quais se espera que todos tenham em alguma medida. A igreja é definida como a assembleia, como corpo de Cristo reunido e como um organismo (não como uma organização). Seus membros são chamados, conhecidos e compreendidos por Paulo como o povo de Deus, o Israel espiritual, o povo escatológico, criados pelo Espirito Santo para viver em comunhão como um grupo de eleitos, santos, crentes. Chega a sugerir que na ordenança do batismo, o pão representa os próprios crentes como corpo de Cristo à partir da palavra artos (gr.) em 1 Coríntios 10: 17, no entanto, baseando-se na interpretação da Didaquê que sugeria que Paulo via os membros da igreja representados nos pedaços de pão servido durante a Ceia. O batismo é temática importante também, mas muito mais pelo seu aspecto inclusivo do crente na comunidade cristão do que do ponto de vista sacramentalista. Como nas sessões anteriores, Ladd também designa um bloco especial para a escatologia paulina. Com a presença do Espirito Santo e com a Nova Vida a escatologia já está presente. Como ainda não recebemos o novo corpo, temos a

igreja, etc.) e o fortalecimento diante da perseguição. A igreja em Tiago é composta por anciãos, se reúne na sinagoga (o que coloca a data de autoria antes de 90 d.C.), composta por mestres. Segundo Ladd, Tiago não tem muito de especial para acrescentar aos aspectos teológicos da Vida Cristã. Diz que o pecado gera a morte, fala da luta contra o Diabo, e trabalha aspectos o ¨já e não ainda¨. Reserva um espaço para se posicionar sobre o debate que vem desde Lutero sobre a canonicidade desta carta, no que diz respeito à comparação entre justificação pela fé em Romanos e Gálatas e a aparentejustificação pelas obras em Tiago. Segundo ele, Paulo está combatendo a piedade legalista judaica e Tiago a ortodoxia morta, ou seja, assuntos diferentes. Ao final do comentário sobre a Teologia de Tiago, Ladd convida seus leitores a procurarem outras literaturas para se familiarizar com a carta e aprofundar aspectos da Vida Cristã em Tiago. I Pedro Pedro escreve, segundo o autor, para os gentios. Ele traz consigo uma série e verdade de natureza doutrinária. Fala da ressurreição e deste mundo como sendo um mundo mal. A escatologia petrina é a escatologia da esperança, ou seja, porque o Dia vem devemos nos manter firmes. Deus é soberano e transcendente. O sofrimento é usado para glorificar a Deus, o que podemos considerar uma contribuição importante de Pedro sobre o sofrimento e as desventuras cristãs, mas acentue-se o fato de que se deve sofrer como cristão e não como um pecador qualquer. A cristologia petrina aponta para sua encarnação e relacionamento com os seres humanos. A igreja é nação santa, raça eleita, sacerdócio real, propriedade exclusiva e cita apenas uma vez o batismo e não cita a Ceia. Quando Pedro afirma que pregou aos mortos, segundo Ladd, significa apenas que anunciou, ou seja, não foi uma pregação para resgate ou arrependimento, mas um simples anúncio. A Vida cristã é manter a firmeza no sofrimento e manter um bom comportamento. II Pedro e Judas Ladd lê ambos juntos por considerar que tratam do mesmo assunto e tenham o mesmo propósito: pregar contra os falsos mestres. Ambos são apocalípticos e tratam do conhecimento verdadeiro como relacionamento com Cristo. Pedro trata da inspiração das Escrituras, sobre anjos, a Parousia como certa e parece, segundo Ladd, retrucar às ofensas gnósticas diante de um aparente demora. A carta de Judas carrega quase tudo que está em 2 Pedro. As questões controversas

de Judas ele cita, mas não discute, que são o uso de literatura apócrifa no livro, originárias do Apocalipse de 1 Enoque e do Livro da Assunção de Moisés. Epístolas Joaninas A primeira Epistola de João tem conteúdo teológico de claro combate a falsos mestres (de um gnosticismo embrionário conforme já vimos anteriormente) que negavam a encarnação. O dualismo é mais uma vez enfatizado, sobretudo no aspecto da luz e das trevas e na experiência com o Logos (Cristo). A Vida Eterna já se manifestou para dar vida (temática semelhante a do Evangelho de João). A figura do Anticristo só aparece em João e esta é a sua contribuição fundamental para o assunto escatológico. A temática do pecado na vida cristã é assunto relevante no aspecto de que o crente não vive em pecado ou não vive pecando, o que pode sugerir um debate, mais uma vez, com a cosmovisão gnóstica que asseverava a libertação do mundo da carne, da realidade material e má pela obtenção de algum conhecimento especial. Vida cristã é vista em seus aspectos de filiação a Cristo, estar em Cristo, permanecer em Cristo (como no Evangelho) e, sobretudo, pelo amor que nos faz filhos e semelhantes a Deus. 1 João fala dos cuidados sobre a hospitalidade a falsos mestres e 2 João uma carta a Gaio a Diótrefes tratando ou de problemas pessoais ou um debate sobre problemas gnósticos. Ladd não afirma nem uma coisa nem outra. APOCALIPSE Segundo Ladd é uma Revelação sobre o futuro e a segunda vinda de Cristo. Ele diz que o livro está dividido em quatro grandes visões. O livro pode ser interpretado de cinco formas diferentes. A primeira é a passadista, na qual o livro foi escrito para fortalecimento em tempos difíceis encorajando os crentes a se manterem firmes e indo em frente. A segunda é histórica na qual os vários povos podem ser identificados pelos eventos descritos. Esta é a visão que, segundo ele, dá margem para as variantes milenaristas, pós-milenaristas e amilenaristas. A interpretação simbólico idealista que afirma que os símbolos representam uma serie de forças atuantes no mundo. A quarta é a futurista extrema que dá margem ao dispensacionalismo diferenciando Igreja e Israel e planos distintos para cada um deles. E finalmente o futurista moderado tratando dos eventos que apontam para o fim ainda qu não trata do fim em si mesmo. Esta ultima parece ser a visão que o mesmo apoia.

sobretudo quando comparamos Paulo e Antioquia com Pedro, João e Tiago em Jerusalém? É muito comum ouvir analistas e teólogos afirmarem que em Atos 15 temos uma decisão apenas pró-forma no Concílio de Jerusalém e sem maiores consequências sobre os gentios e sobre a vida e teologia de Paulo. Para o primeiro caso podemos ter apenas um silencio, mesmo porque a tradição oral ainda não estava solidificada nos primeiros escritos e Paulo e nem mesmo acessíveis a ele em momento mais tardio de se ministério. Quanto à segunda, há muito mais semelhanças nos ministérios apostólicos como um todo do que divergências, sobretudo nos aspectos mais importante. Voltando aos Concilio de Jerusalém, em Atos 15, o que temos claramente é uma decisão de aceitação dos gentios nos termos paulino e petrinos, com ênfase em que não se contaminem com ídolos e objetos de cultos e alimentação, próprias do paganismo. Segundo Wenham as tentativas de uma harmonização sempre foram muito infelizes, mas nos termos corretos são perfeitamente cabíveis. Havia grupos competindo no Novo Testamento, na Igreja Primitiva? Sim, segundo Wenham. O movimento helenístico, os movimentos judaicos e os gentios em geral. Isto pode explicar o porquê do surgimento da aparente tensão entre Paulo e Tiago, quando na verdade eles estavam expondo os dois lados, só que da mesma moeda. Paulo, quanto aos gentios, deve ser visto no constante esforço de conciliar os gentios com Jerusalém e vice-versa. Quando a diversidade, Wenham fala de uma ¨evolução de ideias¨. Temáticas como o desenvolvimento da teologia do termo Filho de Deus, pouco presentes nos primeiros movimentos da igreja primitiva, mas muito mais presentes em um segundo momento, a ressurreição como o grande fato histórico do cristianismo primitivo, são exemplos do que seria esta evolução de ideias que podem geral a impressão de diversidade na igreja primitiva e no Novo Testamento. A unidade do Novo Testamento pode ser vista pela continuidade das ideias. Algumas delas: Cristo retornará logo, mas não antes que algumas coisas aconteçam; o celibato é importante, mas o casamento é especial; o Espirito Santo guia a igreja, mas ela pode constituir a sua liderança. A análise do contexto em cada situação esclarecerá melhor esta continuidade. Paulo realmente parece não se importar com o Jesus Histórico, mas em sua morte e ressurreição apenas. Mesmo assim, podemos perceber em Paulo comentários que podem ser associados a seu conhecimento das parábolas de Jesus, como por exemplo, o recebimento de tesouros ou depósitos no céu. Podemos ver isto se compararmos Mateus 6: 19, 20 com 2 Timóteo 1: 12, por exemplo. Paulo, como outro exemplo, fala do ministério remunerado, mas Jesus em seu ministério

terreno fala de não levar nada, mas falou de levar alforje, espada, etc, logo após sua partida (Lc 22: 35-38). Paulo está sim comprometido com a unidade o Reino de Deus, a justiça e a justificação pela fé comprovam isto também. Wenham tenta mostrar que o ponto central da Teologia do Novo Testamento é a missão divina de Cristo no Deus que é único. Jesus é o Messias e há uma comunidade dos que querem segui-lo: a igreja, e haverá uma restauração completa em sua volta. Havia alguma diversidade sim por causa das diferentes cosmovisões dos grupos cristãos de então, mas os pontos cardeais de suas teologias eram os mesmos. Deste modo, mais uma vez, vê-se a dificuldade de enxergar a teologia de modo sistemático. Como exemplo, é reproduzido o no apêndice de Davi Wenham o pensamento de J. C. Beker que diz que, No campo da interpretação podemos considerar como uma realização de Paulo sua capacidade de combinar a particularidade e a universalidade, ou a diversidade e a unidade, de tal modo que o evangelho não seja simplesmente imposto sobre ocasiões históricas como um sistema ortodoxo pronto, nem seja simplesmente fragmentado com intuições fortuitas e acidentais do pensamento… Se os assuntos centrais de Paulo não forem vistos de acordo com sua importância contingencial, eles naufragarão na abstração de um mero sistema. Contudo, a menos que o caráter contingencial do evangelho interaja com a coerência daquilo que é central, a hermenêutica de Paulo se tornará oportunista e incidental, ou até caótica.[14] Ele continua no parágrafo seguinte dizendo que uma abordagem semelhante é aconselhável para todo o Novo Testamento. E ainda diz a respeito de Ladd e do seu livro Teologia do Novo Testamento, Este livro pode ser citado com uma evidência deste raciocínio, por tratar deliberadamente as teologias dos diferentes autores do Novo Testamento separadamente, em vez de fazê-lo sinteticamente; Ladd destaca de modo eficaz a rica diversidade do testemunho do Novo Testamento a respeito do Senhor Jesus Cristo, mas, ao longo do processo, também testemunha de modo eloquente a favor de sua unidade.[15] A unidade e a diversidade do Novo Testamento funcionam muito mais para o esclarecimento de diversas questões do que para o escurecimento de certos debates e parece haver em Ladd e em seus comentaristas a clara ideia de que há muito mais demérito do que mérito em tentar fechar os sistemas de modo sintético.