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Principais citações obra História da dança de Bourcier
Tipologia: Resumos
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BOURCIER, Paul. História da dança no ocidente. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. Cabe à dança popular manifestar sentimentos confusos, fortes -a alegria, a inquietude manter ritos, cujo sentido original foi perdido, através de movimentos não sujeitos a regras. É o domínio do rondel, da carola e de seus derivados, das danças em fileira de qualquer natureza, cujo tempo e cujos passos, escorregados, corridos ou saltados, são livres. São danças de grupo em que os participantes confirmam sua comunhão segurando-se pelas mãos ou antebraços. (BOURCIER, 2006, p. 54) Ao contrário, no contexto fixo da música e da poesia, as danças "metrificadas" serão exercícios em que se exige, antes de mais nada, a beleza das formas; serão as danças das classes desenvolvidas culturalmente, das classes dominantes. (BOURCIER, 2006, p. 54) A dança não é uma exceção nas grandes tendências da época: extremo refinamento da forma, sentido da morte em sua realidade mais brutal. (BOURCIER, 2006, p. 56) Enquanto na França as desventuras públicas impunham, durante os séculos XIV e XV, uma semiestagnação à evolução cultural, a Itália passava por sua Renascença com o Quattrocento. [...] os franceses foram tão atraídos pela Itália [...] Nunca também os intercâmbios entre os dois países foram tão importantes no plano humano [...] No campo do pensamento e das artes, a Renascença francesa passa pela Renascença italiana. Para compreender a evolução da coreografia na França do século XVI, é preciso examinar a do Quattrocento. (BOURCIER, 2006, p.
Também, pela primeira vez, surge o profissionalismo, com dançarinos profissionais e mestres de dança. É um fato importante: até então, a dança era uma expressão corporal de forma relativamente livre; a partir deste momento, toma-se consciência das possibilidades de expressão estética do corpo humano e da utilidade das regras para explorá-lo. Além disso, o profissionalismo caminha, sem dúvida, no sentido de uma elevação do nível técnico. (BOURCIER, 2006, p. 64) Mas tratava-se apenas de danças comuns nos bailes da corte. Faltava organizá-las em espetáculo. As condições políticas iriam impor ao poder a utilização do balé como meio de propaganda. (BOURCIER, 2006, p. 71) Até Luís o balé será, como constataremos, um meio privilegiado de propaganda. Depois da autoridade real solidamente restabelecida, o balé se transformará de afirmação do princípio monárquico em cerimônia de adulação da pessoa do rei. (BOURCIER, 2006, p. 73) Este era o material da dança: o balé de corte foi, em primeiro lugar, um baile organizado em tomo de uma ação dramática. (BOURCIER, 2006, p. 73) Outro elemento: a dança geométrica de solo. Demos um exemplo com a "dança num tabuleiro de xadrez" do Songe de Poliphile. O balé de corte se apaixonará pelas evoluções geométricas dos dançarinos: círculo, quadrado, losango, retângulo. Essas figuras eram nitidamente identificáveis, pois os balés eram concebidos para serem vistos do alto. (BOURCIER, 2006, p. 74) O profissionalismo não existia nos primeiros tempos do balé de corte: "coreógrafos", executantes, eram todos cortesãos, com frequência da classe alta. Pouco a pouco apareceram os bailarinos profissionais. A partir de 1670, os amadores serão eliminados do palco. De acordo com François de Lauze {Apologie de lar danse et la parf aicte méthode pour enseigner tantaux
cavaliers qu'aux dames, s.l., 1623), "há distinções entre as capacidades do amador de corte e as dos bailarinos. (BOURCIER, 2006, p. 75) Durante um século, o balé de corte explorará a fórmula estabelecida em 1581. Irá se espalhar pelas cortes da Europa e, curiosamente, sobreviverá até meados do século XVIII nos balés organizados pelos jesuítas em seus colégios. (BOURCIER, 2006, p. 90) Luís XIII apreciava muito os balés. Não somente participava deles como ator (ele gostava dos papéis de grotescos mal vestidos e dos de mulher, o que permite uma abordagem de sua psicologia ainda negligenciada pelos historiadores), como também compôs uma suite em dezesseis entrées, o Ballet de la Merlaison, narrado por l'Extraordinaire de la gazette, de 22 de março de 1635: "Dançado pelo rei em seu castelo de Chantilly na quinta-feira, 15 de março, às sete horas da noite, diante de tal afluência de senhores que se acreditava estar em Paris e não em Chantilly, e ainda no 17 dia de março, em Royaumont; tudo provocou admiração, mas principalmente a rapidez do rei, que não desperdiçou as horas geralmente gastas para compor um balé (cujo assunto era a caça ao melro, que muito agrada à Sua Majestade no inverno) e para inventar os passos, as árias e as vestimentas, pois tudo foi invenção de Sua Majestade". (BOURCIER, 2006, p. 101) (obs: O balé barroco) (Século XVII) A partir de 1600, o balé de corte francês foi imitado na Itália. A moda se espalhou em seguida por todas as cortes da Europa. Dançava-se à francesa, com temas idênticos, em Bruxelas, Luxemburgo, em Treves, nos Países Baixos, na Dinamarca, em Roma. Na Inglaterra, estão na moda músicos e professores de dança franceses. [...] A expansão mais durável do balé de corte na corte de Turim, onde reina a· duquesa de Sabóia, Cristina, irmã de Luís XIII. A biblioteca nacional desta cidade conserva treze manuscritos de balés, onde cada entrée é representada por uma miniatura: é a coleção mais completa do gênero que possuímos. (BOURCIER, 2006, p. 102-
Depois da morte de Luís XIII, em apenas trinta anos os profissionais eliminaram completamente os amadores. É verdade que, nesta data, o balé de corte também está prestes a desaparecer. (BOURCIER, 2006, p. 105) A morte de Luís XIII (1643 (Sec XVII)) marca o fim de uma sociedade, de uma cultura. Após seu reinado, o balé de corte será mantido em estado de sobrevivência artificial: procurava-se ao mesmo tempo uma nova forma de espetáculo dançado e uma técnica mais específica do que a das danças de corte. Apenas trinta anos foram necessários para que um mestre do gênero, Pierre de Beauchamps, conseguisse definir o essencial desta técnica. (BOURCIER, 2006, p. 107) Após a morte de Luís XIII (1643), a regente Ana d'Áustria nomeou o italiano Màzarino como Primeiro Ministro. Este irá exercer suas funções até a morte, pois o jovem Luís XIV aguardará o desaparecimento daquele que foi seu padrinho no plano religioso e político para assumir pessoalmente o poder. (BOURCIER, 2006, p. 107-108) Durante este período, não foram compostos balés de corte notáveis, por um lado, em razão das perturbações que agitavam a corte, por outro, em vütude das tentativas de Mazarino de aclimatar nas festas o espetáculo italiano por excelência, de que havia aprendido a gostar quando começou sua carreira em Roma: a ópera. (BOURCIER, 2006, p. 108) Por intermédio do balé de corte, o gosto pelo espetáculo grandioso passará à ópera, atingindo um pouco o teatro. Um outro elemento deve chamar nossa atenção: para agradar o público francês, foram adicionados balés à obra original. (BOURCIER, 2006, p. 108)
ou aproximar os pés numa distância medida, em que o corpo encontre seu equilíbrio ou seu eixo sem incômodo, andando, dançando ou parado. As posições foram estabelecidas pelos cuidados do falecido M. de Beauchamps, cuja idéia era organizar adequadamente esta arte. Não se as conheciaantes dele" (le Maitre à danser, Paris, 1725). ( BOURCIER, 2006, p. 114) Beauchamps era professor de dança do rei desde 1650, e compositor dos balés de sua majestade. (BOURCIER, 2006, p. 115) Os princípios diretores de sua ação são os mesmos que os de todos os artistas oficiais da época, em todas as disciplinas: como Boileau nas letras, Le Brun nas artes, Beauchamps quer impor à dança uma organização reconhecida universalmente. Como toda a arte da época de Luís XIV, seu sistema tende à beleza das formas, à sua conformidade a um cânone fixo e, conseqüentemente, à sua rigidez. (BOURCIER, 2006, p. 116) Como é surpreendente o século XVIII, o "século das Luzes", um século de contradições. No plano político, nunca a monarquia foi tão absoluta (BOURCIER, 2006, p. 147) O público da cultura aumenta: magistrados, pequeno-burgueses, baixo-clero leem, discutem em locais que são os sucessores dos salões: os cafés, invenção que provoca furor. Até as pessoas do povo, os "maquinistas" e os camponeses são atingidos por uma literatura amplamente difundida por vendedores ambulantes. (BOURCIER, 2006, p. 147) Por uma evolução exatamente paralela, a dança conservará no início do século o formalismo da escola clássica; depois, com Noverre, fará esforços simultaneamente em direção do realismo de assuntos e da técnica e rumo à expressão da sensibilidade. O século XVIII é um momento crucial para a dança. Estão reunidos todos os elementos para seu sucesso: um grande público potencial e uma técnica que evolui. (BOURCIER, 2006, p. 150) Uma conseqüência prática: a técnica definida por escrito foi amplamente ensinada ao público; chegou aos meios urbanos privilegiados, nobreza e classe rica, e foi utilizada nas danças de sociedade até o fim do século. Uma clientela mais vasta e iniciada enriquecia os espetáculos de balé. Uma vez sublinhada a escrita da dança, convém assinalar seus limites. Os compositores de balés não anotaram seus passos nem seus encadeamentos. Também não utilizaram a escrita para compor diretamente. Noverre que, aliás, toma posição contra a repetição da dança, afirma: "A coreografia (no sentido de escrita) apaga a genialidade". Quaisquer que tenham sido os progressos das escritas modernas do movimento, nossos coreógrafos, assim como seus predecessores, igoram-nas a maioria das vezes, não se servindo delas para compor; preferem sistemas pessoais para memorizar suas concepções. É uma exceção se darem ao trabalho de mandar os especialistas anotarem seus balés, condenados, então, a serem conservados apenas pela memória, forçosamente pouco confiável, do autor e de seus intérpretes. (BOURCIER, 2006, p. 156-157) A reforma do balé, com o objetivo de dotá-lo de ação, foi tentada primeiramente por um dançarino , austríaco, Franz van Weuwen Hilferding (Viena 1710-1768): a cultura germânica, à qual pertencia, freqüentemente na História foi sensível ao realismo, ao expressionismo, levados por vezes até a caricatura. (BOURCIER, 2006, p. 163-164) A partir de 1740, começa a introduzir o realismo na dança. Imagina um balé em que os burlescos tradicionais são substituídos por camponeses, carvoeiros, profissionais diversos que fazem mímicas dos gestos de suas profissões. Trata-se, todavia, apenas de gestos sem ligação; não é o
balé "de ação", mas "de gestos sem ligação; não é o balé "de ação", mas "de ações”. Ao sistematizar suas ideias, transforma tragédias em balés (BOURCIER, 2006, p. 164) .Jean-Georges Noverre (Paris, 1727 -Saint Germain-en-Laye, 1810) pode ser considerado com justiça o reformador da dança. Se teve, como é normal, predecessores, tanto no plano teórico quanto no das realizações, foi ele quem reuniu as noções sobre o "balé de ação" num corpo doutrinário claro, diretamente assimilável pelos dançarinos; foi ele quem examinou os meios técnicos para uma reforma da dança; finalmente, foi ele quem impôs as novas idéias através de suas numerosas e célebres obras. (BOURCIER, 2006, p. 164-165). O jovem Noverre teria podido seguir uma carreira normal, entrando como dançarino na Academia Real, mas não foi isto que fez. (BOURCIER, 2006, p. 165) Noverre foi para: [...] após uma turnê a Berlim, ele monta nesta cidade sua primeira coreografia em 1749-aos vinte e dois anos [...] (BOURCIER, 2006, p. 165) [...] foi chamado à corte de Stuttgart como mestre de balé. Lá encontra uma intensa vida teatral: duas óperas italianas-umaseria, outrabuffa -, um teatro francês e sobretudo um corpo de baile com uma centena de dançarinos. Noverre vai criar no seu novo estilo: em dez anos, produzirá cerca de quinze grandes balés. Stuttgart toma-se a grande capital da dança durante Noverre. (BOURCIER, 2006, p. 167) Noverre é chamado à corte imperial de Viena neste mesmo ano, 1770, para as festas de casamento da arquiduquesa Carolina com o rei de Nápoles. Lá permanecerá por quatro anos. Apresenta muitos balés quase todos "heróicos", baseados em temas antigos [...] (BOURCIER, 2006, p. 167-168) Em 1774, todavia, ele parte para Milão, para o casamento de Ferdinando da Austria. Apresenta suas obras no teatro ducal (futuro Scala). (BOURCIER, 2006, p. 168) Vai passar alguns meses em Londres no teatro de Garrick que lhe outorga o título de "Shakespeare da dança". Finalmente, volta a Paris. (BOURCIER, 2006, p. 168) Noverre passa uma temporada na Inglaterra, de onde voltará em 1789. (BOURCIER, 2006, p. 169) Cento e cinqüenta balés, cujos títulos e libretos chegaram até nós, foram compostos por Noverre. Seus alunos, seus discípulos por intermédio de outros mestres divulgaram por toda a Europa suas idéias e balé o francês. A influência deste contestador foi definitivamente determinante: foi ele quem fez do balé um gênero artístico completo. (BOURCIER, 2006, p. 169 - 170) [...] toda a Europa passasse a copiar a escola francesa. (BOURCIER, 2006, p. 176)