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Diagnóstico e Tratamento da Asma: Espirometria, PFE e Controle de Risco, Notas de estudo de Pneumologia

Este documento discute o diagnóstico e tratamento da asma bronquial, enfatizando a importância da espirometria, medidas seriadas do pfe e controle de fatores de risco. O texto aborda sintomas, diagnósticos clínicos, confirmação objetiva, utilidades da espirometria, identificação e controle de fatores de risco e etapas do tratamento. Além disso, são discutidos testes de broncoprovocação, história familiar de asma e atopia, e medidas diurnas do pfe.

Tipologia: Notas de estudo

2023

À venda por 31/03/2024

nadja_amorim16
nadja_amorim16 🇧🇷

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bg1
Asma Brônquica
Nadja Amorim – M19
O que é a Asma ?
Doença inflamatória cronica das vias aéreas
caracterizada pela hiperresponsividade das vias aéreas
Fisiopatogenia
estreitamento brônquico intermitente causado pela
contração do músculo liso,pelo edema de mucosa e pela
hipersecreção
ciclo contínuo de agressão e reparo que pode levar a
alterações estruturais irreversíveis remodelamento
das vias aéreas.
diversas células e produtos celulares estão envolvidos
como :
a. células inflamatórias mastócitos, eosinófilos,
linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e
neutrófilos
b. células brônquicas células epiteliais, as
musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os
miofibroblastos e os nervos
c. mediadores inflamatórios quimiocinas, citocinas,
eicosanoides, histamina e óxido nítrico.
Quadro clínico
resposta exacerbada gera obstrução do fluxo aéreo
pulmonar e cursa com :
d. episódios recorrentes de sibilos
e. dispneia
f. opressão torácica
g. tosse, principalmente, a noite ou pela manhã
Fatores de risco / agravantes
O risco de persistência da asma até a idade adulta
aumenta com a gravidade da doença
h. atopia
i. tabagismo
j. genero feminino
k. diagnostico de eczema nos primeiros 3 anos de vida
l. pai/mãe com asma
m. sibilância sem resfriado
n. diagnostico de rinite nos primeiros 3 anos de vida
o. eosinofilia > 3 %
Diagnóstico
diagnostico clínico sugerido por 2 ou mais sintomas
o que sugere fortemente o diagnostico são a :
p. variabilidade dos sintomas
q. desencadeamento por alergênios específicos
r. piora dos sintomas a noite
s. melhora espontânea / após o uso de medicações
específicas para asma
a confirmação diagnostica deve ser feita por um método
objetivo
Exames
espirometria ( antes e após uso do broncodilatador )
testes de broncoprovocação
medidas seriadas de PFE
Espirometria
diagnostico é feito pela redução da relação VEF1/CVF
intensidade da limitação é determinada pela redução
percentual do VEF1
demonstração de reversibilidade após a inalação de um
broncodilatador de curta ação
tem três utilidades principais:
t. estabelecer o diagnóstico;
u. documentar a gravidade da obstrução ao fluxo
aéreo;
v. monitorar o curso da doença
w. as modificações decorrentes do tratamento.
A resposta ao broncodilatador é considerada quando o
VEF1 aumenta pelo menos :
pf3
pf4
pf5

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Baixe Diagnóstico e Tratamento da Asma: Espirometria, PFE e Controle de Risco e outras Notas de estudo em PDF para Pneumologia, somente na Docsity!

Nadja Amorim – M O que é a Asma?

  • Doença inflamatória cronica das vias aéreas caracterizada pela hiperresponsividade das vias aéreas Fisiopatogenia
  • estreitamento brônquico intermitente causado pela contração do músculo liso,pelo edema de mucosa e pela hipersecreção
  • ciclo contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis → remodelamento das vias aéreas.
  • diversas células e produtos celulares estão envolvidos como : a. células inflamatórias →mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos b. células brônquicas →células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e os nervos c. mediadores inflamatórios →quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histamina e óxido nítrico. Quadro clínico
  • resposta exacerbada gera obstrução do fluxo aéreo pulmonar e cursa com : d. episódios recorrentes de sibilos e. dispneia f. opressão torácica g. tosse, principalmente, a noite ou pela manhã Fatores de risco / agravantes ➢ O risco de persistência da asma até a idade adulta aumenta com a gravidade da doença h. atopia i. tabagismo j. genero feminino k. diagnostico de eczema nos primeiros 3 anos de vida l. pai/mãe com asma m. sibilância sem resfriado n. diagnostico de rinite nos primeiros 3 anos de vida o. eosinofilia > 3 % Diagnóstico
  • diagnostico clínico sugerido por 2 ou mais sintomas
  • o que sugere fortemente o diagnostico são a : p. variabilidade dos sintomas q. desencadeamento por alergênios específicos r. piora dos sintomas a noite s. melhora espontânea / após o uso de medicações específicas para asma
  • a confirmação diagnostica deve ser feita por um método objetivo Exames
  • espirometria ( antes e após uso do broncodilatador )
  • testes de broncoprovocação
  • medidas seriadas de PFE Espirometria
  • diagnostico é feito pela redução da relação VEF1/CVF
  • intensidade da limitação é determinada pela redução percentual do VEF
  • demonstração de reversibilidade após a inalação de um broncodilatador de curta ação
  • tem três utilidades principais: t. estabelecer o diagnóstico; u. documentar a gravidade da obstrução ao fluxo aéreo; v. monitorar o curso da doença w. as modificações decorrentes do tratamento.
  • A resposta ao broncodilatador é considerada quando o VEF1 aumenta pelo menos :

Nadja Amorim – M

  • Pacientes com sintomas intermitentes ou asma

controlada geralmente têm espirometria inteiramente normal antes do uso de broncodilatador. ➢ Em casos de dúvida em relação ao diagnóstico, a observação da variabilidade do PFE, a repetição da espirometria durante um período sintomático ou um teste de broncoprovocação pode confirmar ou afastar a suspeita de asma Verificando a hiperresponsividade da VA ➢ asma pode estar presente em pacientes com espirometria normal ou sem resposta broncodilatadora significativa →Nesses casos, o diagnóstico deve ser confirmado pela demonstração da hiperresponsividade das vias aéreas

  • medida através da inalação de substâncias

broncoconstritoras (metacolina, carbacol e histamina) ou testada pelo teste de broncoprovocação por exercício

  • alta sensibilidade e elevado valor preditivo negativo
  • teste de broncoprovocação química com resultado

negativo, em indivíduos sintomáticos, exclui o diagnóstico de asma Medidas seriadas do PFE

  • avalia grandes vias aéreas
  • mais simples,porém menos acurada
  • Medidas matinais e vespertinas do PFE devem ser

obtidas durante duas semanas → A diferença entre os valores matinais e vespertinos é dividida pelo maior valor e expressa em percentual

  • variações diurnas superiores a 20% são consideradas

positivas Medidas do estado alérgico

  • forte associação entre asma, rinite e outras doenças

alérgicas

  • contribuem muito mais para o planejamento terapêutico
    • aeroalérgenos mais frequentes são ácaros, fungos e

polens, assim como antígenos de cães, gatos e baratas. Diagnostico em menores de 5 anos ➢ baseado principalmente em aspectos clínicos diante das dificuldades de se obter medidas objetivas

  • a investigação e o tratamento da sibilância e tosse

recorrentes exigem uma avaliação cuidadosa dos sintomas, da sua evolução, dos antecedentes pessoais, da história familiar e dos achados físicos. Quadro clínico i. Episódios frequentes de sibilância (mais de uma vez por mês) ii. Tosse ou sibilos que ocorrem à noite ou cedo pela manhã, provocados por riso ou choro intensos ou exercício físico iii. Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias iv. Presença de atopia, especialmente rinite alérgica ou dermatite atópica v. História familiar de asma e atopia vi. Boa resposta clínica a b2-agonistas inalatórios, associados ou não a corticoides orais ou inalatórios Identificação e controle dos fatores de risco

  • identificar e reduzir a exposição a alérgenos e irritantes

Nadja Amorim – M

  • Em crianças menores de cinco anos de idade, não é recomendado o uso de b2-agonista de ação prolongada, porque os efeitos colaterais ainda não estão adequadamente estudados Monitoramento para controle da asma ➢ monitorado em intervalos regulares por um médico com base em informações clínicas e funcionais/através de medidas da inflamação, como fração exalada de óxido nítrico e pesquisa de eosinófilos no escarro induzido.
  • Tratamento deve ser ajustado de acordo com o estado de controle.
  • Se a asma não estiver controlada com o tratamento atual, deve-se subir uma etapa sucessivamente até que o controle seja alcançado
  • Quando isso ocorrer e se mantiver por pelo menos três meses, os medicamentos podem ser reduzidos com o objetivo de minimizar custos e diminuir possíveis efeitos colaterais Como reduzir o tratamento de acordo com o controle?
  • Quando os pacientes estão utilizando corticoide inalatório isoladamente em doses médias ou altas, uma redução de 50% da dose pode ser tentada em intervalos de 3 meses.
  • Quando o controle é alcançado com baixa dose de corticoide inalatório isolado, duas vezes ao dia, a dose em uso pode ser administrada uma vez ao dia.
  • Quando o controle é alcançado com a combinação entre corticoide inalatório e b2-agonista de ação prolongada, reduz-se em 50% a dose do corticoide inalatório e mantém-se a dose do b2-agonista de ação prolongada.
  • Se o controle é mantido, uma nova redução na dose do corticoide inalatório deve ser tentada até que a menor dose seja alcançada, quando então o b2-agonista de ação prolongada deve ser suspenso.
  • Uma alternativa aceita é administrar a combinação corticoide inalatório e b2-agonista uma vez ao dia - Quando o controle da asma for obtido com corticoide inalatório associado a medicamentos outros que não o b2-agonista de ação prolongada, a dose do corticoide inalatório deve ser reduzida em 50% até que a menor dose de corticoide inalatório seja alcançada, quando então se suspende a combinação, mantendo-se apenas o corticoide inalatório. - Quando o controle for mantido por mais de um ano sob doses baixas de corticoide inalatório, pode-se tentar a sua suspensão, mas o paciente deve ser reavaliado periodicamente com o objetivo de verificar a manutenção ou a perda do controle Manejo das exacerbações - ocorrem de forma gradual, com deterioração clínica progressiva em um período de 5-7 dias - As causas mais comuns são as infecções virais ou a exposição a alérgenos ambientais, seguindo-se poluição ambiental e exposição ocupacional ou a anti inflamatórios não esteroidais. - exacerbações da asma podem ser graves, moderadas ou leves - Exacerbações graves são eventos que requerem uma ação urgente

Nadja Amorim – M Identificação do risco de agravamento

  • Exacerbação prévia grave com necessidade de internação em terapia intensiva, especialmente quando houver necessidade de ventilação mecânica, constitui o fator de risco mais fortemente associado a crises fatais ou quase fatais
  • Três ou mais visitas à emergência ou duas ou mais hospitalizações por asma no último ano
  • Uso frequente de corticoide sistêmico
  • Uso de dois ou mais frascos de inalador pressurizado de b2-agonista de curta ação por mês
  • Problemas psicossociais, dentre os quais, depressão, baixo nível socioeconômico, dificuldade de acesso à assistência e baixa adesão a tratamentos prévios
  • Presença de comorbidades, especialmente de caráter cardiovascular ou psiquiátrica
  • Asma lábil com variações acentuadas de função pulmonar, ou seja, mais que 30% do PFE ou VEF
  • Má percepção do grau de obstrução por parte do paciente Em menores de 5 anos
  • Idade inferior a 12 meses
  • Doses repetidas e não usuais de b2-agonistas de curta ação nas primeiras horas após a instalação das anormalidades clínicas
  • Recidiva abrupta do quadro clínico apesar de tratamento adequado Manejo das exacerbações nos serviços de urgência
  • exames feitos : critérios a serem avaliados oxigenoterapia
  • Nos pacientes adultos, a meta é manter a SpO2 ≥ 92%
  • para gestantes, pacientes com doenças cardiovasculares e crianças, a meta é manter a SpO2 ≥ 94-95% broncodilatadores de curta ação
  • administração de doses repetidas de b2-agonistas por via inalatória, a cada 10-30 min na primeira hora
  • administrados através de inalador pressurizado acoplado a espaçador, valvulado ou não valvulado, ou de nebulizadores (nesse caso, o medicamento deve ser veiculado em 3-4 mL de solução salina, com fluxos de 6- L de oxigênio) corticoides
  • uso de corticoides por via oral ou intravenosa tem efeito clínico equivalente
  • reduzem a inflamação, aceleram a recuperação, reduzem recidivas e hospitalizações e diminuem o risco de asma fatal Brometo de ipatrópio
  • Nas exacerbações mais graves, pode ser empregado em doses repetidas, administrado conjuntamente com um b2-agonista de curta ação por nebulização ou por inalador pressurizado Sulfato de magnésio
  • Indicado nas exacerbações muito graves, sem resposta ao tratamento usual
  • resposta terapêutica ocorre em 1-2 h após a infusão
  • principais efeitos adversos são rubor cutâneo e náuseas, geralmente durante a infusão. Aminofilina
  • não tem indicação como tratamento inicial
  • Em pacientes muito graves ou em crises refratárias ao tratamento convencional, poderá ser considerada como tratamento adjuvante
  • alta frequência de interações medicamentosas

Nadja Amorim – M Criterios de alta / internação

  • dentre as medidas objetivas, a que melhor se correlaciona com a gravidade é a SpO
  • Por esse motivo, a persistência de SpO2 < 92% após tratamento inicial com broncodilatador é uma das indicações de hospitalização.
  • Os pacientes com boa resposta ao tratamento que não apresentam sinais de gravidade, com SpO2 > 95% e que atingiram PFE ou VEF1 ≥ 70% do valor previsto podem ser liberados para o domicílio.
  • Os pacientes que permanecerem com critérios clínicos de maior gravidade (SpO2 < 92%, valores de PFE ou VEF1 ≤ 50% do previsto após tratamento rotineiro pleno na emergência ou alguma complicação) devem ser encaminhados para a internação hospitalar. Critérios de transferência para a UTI
  • deterioração progressiva / manutenção dos critérios de exacerbação muito grave apesar do tratamento adequado/necessidade de ventilação mecânica/ ocorrência de parada cardiorrespiratória compõem critérios para a transferência para uma UTI.
  • As principais indicações de transferência para UTI, além das formais (parada cardiorrespiratória e necessidade de ventilação mecânica), são vii. • Hipercapnia viii. acidose (pH < 7,30) ou hipoxemia ix. Níveis elevados de lactato sérico x. Hipotensão arterial ou arritmias cardíacas graves xi. Persistência dos sinais e sintomas de gravidade (sonolência, confusão mental, exaustão, cianose, silêncio respiratório ou PFE < 30% do valor previsto) a despeito do tratamento adequado xii. Necessidade de monitorização acurada em função da gravidade da doença ou do tratamento a ser utilizado (infusões intravenosas com doses elevadas de b2-agonistas, infusões intravenosas de quetamina, uso de misturas gasosas hélio-oxigênio e utilização de suporte ventilatório não invasivo ou invasivo)