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Este documento fornece estratégias para contornar e resolver situações causadas por comportamentos característicos de pessoas com alzheimer, a fim de ajudar os cuidadores a gerenciar esses comportamentos sem se irritarem ou ficarem tristes. O autor, gabriel, um fisioterapeuta com experiência em uti e em atender pacientes com alzheimer, partilha as lições que aprendeu ao longo do tempo, incluindo o impacto dos sentimentos negativos no processo de doença do cuidador.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Olá! Sou neto da DONA NENA, portadora da doença de Alzheimer. Por algum tempo eu vi minha tia cuidar da minha avó do jeito dela e nas maiorias das vezes, sem saber como ou porquê, minha tia conseguia fazer com que minha avó fizesse o que minha tia pedisse. Meu nome é Gabriel e sou fisioterapeuta e por mais de 10 anos trabalhei dentro de uma UTI e tive que aprender a lidar com as pessoas nos seus piores momentos e ainda “convencer” elas a fazer exercícios que poderiam ajudar elas a saírem daquela situação. Mas o grande aprendizado mesmo foi quando fui contratado para atender uma senhora que já estava com 84 anos, 10 de Alzheimer. O desafio era fortalecer as pernas para que em momentos como no banho, não fosse tão desgastante para o cuidador. E para que a paciente tivesse mais autonomia. Até então eu tinha que falar com pessoas que entendiam o que eu dizia, agora com essa minha paciente eu tive que pedir ajuda a quem, na minha opinião tinha muito mais experiência em lidar com uma pessoa com Alzheimer do que eu: Minha tia.
Pois bem, em uma determinada manhã, depois de ter dado o café, ele (seu pai) olha pra você e pergunta: “ quem é você? ”. É de cortar o coração. Isso é um exemplo, de um comportamento, de uma situação... Em um dia existe dezenas situações como essa que, se somados os anos chegarão a milhares. E qual é o sentimento? Qual é a sua ação? Qual é a sua reação? Quero te pedir que me acompanhe mais um pouco nessa reflexão, e me desculpe por despertar essas sensações negativas, mas só vamos conseguir resolver algo quando sabemos o que é, ou seja, conscientes do que vamos enfrentar e de como podemos resolver. O que muitas pessoas não sabem é que a maior parte das doenças é um resultado desse acúmulo de sentimentos negativos e que um dia eles se materializam, ganham forma e aparecem em forma de depressão, gastrites, enxaquecas, ansiedade, e outas formas que num primeiro momento não tem muita relação, mas se pesquisarmos a fundo encontraremos a causa agarrada a um sentimento Calma, eu explico:
Cada pensamento gera um sentimento... Cada sentimento gera uma ação... E cada ação gera um resultado. Vamos colocar isso no exemplo que eu te mostrei logo acima O Pensamento: Como assim não lembra de mim? Será que ele não me ama mais? Ou não se lembra só do meu nome? O Sentimento: Abandono, não pertencimento, excluída da família, tristeza. Ação: Apatia, questiona a pessoa doente se ela não se lembra mesmo. Resultado: Gera mais ansiedade no doente, potencializando os comportamentos típicos do Alzheimer. Agora tem um pequeno detalhe que faz toda a diferença no processo de adoecimento do cuidador, são as substâncias produzidas pelos sentimentos. Isso mesmo, se seus sentimentos são ruins, a qualidade dessas substâncias produzidas pelo seu organismo (hormônios, neurotransmissores, etc.) serão ruins e vão fazer, a longo prazo, com que seu físico seja afetado por isso.
A pessoa com Alzheimer tem comportamentos característicos que a doença faz ela realizar. É a forma que ela tem para se comunicar com o mundo exterior a partir do processamento das informações que ela recebe do ambiente. Esse processamento está totalmente comprometido pela doença. Ela acha que está fazendo tudo certo, porque o mundo que ela vive a faz reagir assim, como se as informações estivessem embaralhadas na cabeça dela. A melhor forma de lidar com todos os comportamentos da pessoa com Alzheimer é entender que ela não está fazendo isso por “birra”, “malcriação” ou “pirraça”, ela só não está conseguindo se comunicar como todos nós fazemos, e como ela fazia antes. Então devemos enxergar a pessoa doente além dela, sendo capaz de saber o que realmente está por traz de cada atitude, como se fosse uma mãe que estivesse com seu filho chorando na sua frente, e ela tivesse que descobrir o que ele quer.
Aqui eu não estou dizendo que você deve se tornar a mãe da pessoa que está cuidando, há que sempre se respeitar essa hierarquia, se é seu pai ou sua mãe, deve respeitá-los desta forma, e sim emprestar essa capacidade de descobrir o que o outro quer sem ser falado, ou sem ter sentido nas palavras. Portanto, existe uma ligação maior do que nós conseguimos ver, que permite que essa percepção fique mais explicita, por parte do cuidador, e que torne essa relação mais leve.
fazer que ela realizasse os exercícios que iriam fazer ela melhorar a força das pernas, falava que já era casado. Isso deixava ela frustrada e triste. Ela não queria fazer mais exercício. Mas aprendi rápido e esse sentimento dela só durava 2 minutos, então na próxima vez que ela repetia o comportamento e me pedia em casamento, eu respondia “SIM”, e o que acontecia? Ela fazia os exercícios feliz da vida, e muito mais porque eu falava que para eu casar com ela, teria que fazer o que eu estava pedindo, que é o próximo item, a seguir.
Junto com o item anterior, “ENTRAR NA ONDA” vai potencializar os sentimentos positivos que a pessoa com Alzheimer vai sentir, ficando mais fácil os cuidados e a mudança dos comportamentos característicos negativos da doença. Como exemplificado no item anterior, conseguir fazer como que a pessoa doente faça alguma coisa que queremos que ela faça, ajuda muito nos cuidados diários. Por isso, entender o contexto do mundo que ela vive e quais são as coisas que façam ela agir é fundamental para conduzir os comportamentos e proporcionar uma rotina mais controlada. Lembre-se de usar a criatividade e a razão para entrar no mundo da pessoa doente, para você usar os fatores que ela mesma te dá como as histórias de vida, para guiar e melhorar as situações.
Foi feito um estudo com uma pessoa acometida por uma doença e que perdeu a capacidade de se lembrar de fatos que acabaram de acontecer, a memória recente. A mesma parte do cérebro que o Alzheimer se instala. A sua mulher e o pesquisador começaram a fazer sempre as mesmas coisas, os mesmos testes e as mesmas rotinas, mesmo que ele não se lembrasse o que tinha feito e como era feito. Depois de um tempo o que era memória recente se transformou em memória passada por repetição, ou seja, ele começou a acertar os testes e se antecipar para se sentar na mesa na hora de fazer as refeições, de ir para o quarto para dormir. Mesmo sem saber como ele conseguia fazer isso e ter essas atitudes quando lhe perguntado. O fato é que quando se coloca uma rotina organizada para a pessoa com Alzheimer com horários de acordar e deitar, refeições, higiene, necessidades fisiológicas, atividades de estimulação mental e física, ela a médio e longo prazo tende a manter-se repetindo esse hábito diário, mesmo sem ela saber o porquê. O resultado é que você vai saber o que tem que ser feito no dia a dia, podendo se programar e colocar agora as suas atividades.
O ponto principal é ter o comando do seu dia e não o Alzheimer controlar a pessoa doente e você também. Temos a capacidade de mudar a nossa realidade sempre, basta apenas saber o primeiro passo. Muitas pessoas falam o que deve ser feito, mas é de uma maneira aleatória e desorganizada que gera confusão e te mantem no mesmo lugar. Agora você pode seguir esse roteiro, que vai começar a jornada de ter uma convivência mais leve, organizada e simples cuidando de uma pessoa com Alzheimer. Espero que esse livro tenha ajudado de alguma forma, não sou o dono da verdade e estou longe disso, sou só um mensageiro colocando as coisas que deram certo na minha relação com essa doença e que ajudaram algumas famílias a passarem por algumas situações desafiadoras que o Alzheimer traz, de uma forma mais leve. Quero te fazer um convite para participar do meu canal do TELEGRAM (tipo whatsapp).