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Este texto apresenta uma análise das representações de tempo e espaço escolares no filme 'sociedade dos poetas mortos'. O autor explora as contribuições de hall, giddens, harvey e outros autores para entender como as representações presentes no filme estão impregnadas de valores culturais tradicionais da modernidade. O texto aborda as categorias básicas de tempo e espaço escolares, as geografias imaginárias das identidades, o papel do poder disciplinar na produção de saber e a relação entre gênero e espaço e tempo escolares.
Tipologia: Exercícios
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Arlete M. Feijó Salcides Elí T. Henn Fabris∗
Este trabalho é um exercício de análise que se constitui em uma tentativa de inscrever uma produção cinematográfica no campo de abordagens dos Estudos Culturais e, assim, compreender o cinema como prática social, ou seja, analisar, segundo Turner (1997), os meios pelos quais os significados sociais são gerados pela cultura através das representações dos modos de vida e sistema de valores de uma sociedade. Diferentemente de uma concepção essencializada e estática de cultura, buscaremos problematizar o significado entendido como propriedade do texto fílmico demonstrando que qualquer compreensão que se tenha dele não é fixa ou imutável, uma vez que o cinema não está aqui sendo considerado como espelho da realidade e, sim, como qualquer outro meio de representação que constrói e representa seus quadros de realidade por meio de códigos, mitos, convenções, ideologias de uma cultura, bem como práticas de significação. Isso equivale a dizer que é através do processo de significação que construímos nossa posição de sujeito social e nossa identidade cultural e que procuramos construir a posição dos outros. Assim, representar é significar algo. Implica impor significados particulares, próprios de um grupo social sobre significados de outros grupos. O que se pretende, no caso deste trabalho, é trazer para a análise as representações de tempo e espaço escolares que são apresentadas no filme Sociedade dos Poetas Mortos na intenção de mostrar como as representações presentes neste filme estão impregnadas pelo “peso” de valores culturais tradicionais caros à Modernidade. Nesse sentido, tomaremos as contribuições de Hall (1997) para situar o sujeito da Modernidade e da Pós- modernidade no contexto das transformações do tempo e espaço, bem como as contribuições de autores como Giddens e Harvey sobre as concepções de tempo e espaço na Pós-modernidade.
∗ Mestrandas do Programa de Pós- Graduação em Educação da UFRGS na linha de pesquisa dos Estudos Culturais.
Tomaremos na análise o espaço e tempo escolares na concepção trazida por Hall (1997) quando afirma que essas categorias são básicas de todos os sistemas de representação e que todo meio de significação, por sua vez, deve traduzir seu objeto em dimensões espaciais e temporais, aqui, no caso, o cinema. Diferentes épocas culturais têm diferentes formas de combinar essas coordenadas espaço-tempo. O mesmo autor cita, ainda, que todas as identidades estão localizadas no tempo e no espaço simbólicos e que elas têm o que Said (1990) chama de “suas geografias imaginárias”, suas paisagens características, seu senso de lugar, bem como localizações no tempo, nas tradições inventadas que ligam passado e presente. Logo, os significados produzidos em relação à instituição Escola e aos sujeitos que a habitam ganham expressão: o/a professor/a, o/a aluno/a, a educação, o ensino, as pedagogias. Dito de outra forma, falar de representações de tempo e espaço escolares é tomar essas concepções como construções sociais, isto é, não tomá-las como concepções dadas, a priori, como afirma Kant, e, sim, compreendê-las como derivadas da forma da vida social da sociedade. Nesse caso, é perguntar como o espaço e o tempo escolar constituíram os sujeitos escolares e como foram se constituindo — o tempo e espaço escolares — através das formas de vida social. Segundo Metz (1980), há duas maneiras de se interessar por um filme: pode ocorrer que se deseje examinar um ou vários códigos não cinematográficos a partir dos sistemas de representação, ou, ainda, analisar o filme como uma realização única, enquanto distinto de qualquer outro filme incluindo na análise também códigos cinematográficos. Estaremos aqui optando pela primeira forma, excluindo o equivalente cinematográfico, detendo-nos na tarefa de olhar como o filme foi feito, caminhando, a partir do filme, em direção a seus sistemas, fazendo o percurso paralelo ao do espectador: O percurso de uma leitura, e não de uma escrita. Compreendendo que o cinema gera seus significados por meio de sistemas que funcionam como linguagens, desejamos compreender como o filme pode ser compreendido abordando significações denotadas. Pretendemos, assim, apoiar esta análise na perspectiva de estudos pós- estruturalistas que, através do movimento da “virada lingüística”, deslocam para o centro de suas análises o papel instituidor da linguagem e do discurso na constituição do social, o que nos aponta para a impossibilidade de uma representação total, universal, e isto quer dizer que a representação será sempre parcial. A linguagem cinematográfica busca reforçar o real, através de narrativas que se pretendem universais. Portanto, podemos considerar que
cem anos da data de fundação daquele espaço escolar, ano de 1859, como garantia de um ensino que se apóia em princípios da tradição, honra, disciplina e excelência princípios estes que justificam a escolha dos pais em enviar seus filhos àquela escola que é concebida como uma condição essencial para o ingresso às melhores universidades. Temos aí a delimitação do tempo narrativo do filme, tempo este que é reforçado por cenas em que são destaque o movimento de carros da época e a forma de vestir e de se comportar dos convidados. Na cerimônia de abertura da solenidade, que precede a este discurso, assistimos à entrada de um grupo de jovens alunos, impecavelmente vestidos de forma clássica e austera: usam ternos escuros, camisa branca e gravata. Os referidos alunos entram por um corredor central e passam entre os presentes empunhando estandartes com o brasão da Welton. O tom solene é reforçado pela entoação de um hino escocês indicando a valorização das heranças de colonização, valor que também pode ser observado quando esse mesmo diretor apresenta, entre as credenciais do novo professor, sua passagem por aquela Escola e sua formação na Inglaterra. Aqui poderíamos nos remeter a um tempo de educação de que nos fala Durkheim, citado por Gadotti (1996): ...a educação se definia como a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontravam preparadas para a vida social. A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver (...) certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança se destine.(p. 115). Essa Educação moderna é analisada por Nóvoa (1991) que, ao mostrar as diferenças entre as escolas da Idade Média e as escolas dos tempos modernos, enfatiza questões como a passagem de uma comunidade de mestres e de alunos (comum na Idade Média) a um sistema de autoridade dos mestres sobre os alunos. Exemplo disso, neste filme, aparece em várias cenas, e uma delas é o momento em que os alunos vão fazer as refeições: o espaço é delimitado, separando alunos e professores. Os professores ocupam um espaço físico privilegiado, como um espaço de maior poder, onde a autoridade se impõe sobre os alunos. Nessa concepção de educação é o professor que determina tanto o que o aluno deve saber como o que deve pensar. Há ainda outros códigos sendo utilizados para comunicar essas idéias. Podemos lembrar, por exemplo, da posição dos alunos na sala de aula, da composição do ambiente e das cenas que representam as relações entre alunos, professores e administradores. Observamos a utilização de um regime disciplinar desde a entrada dos alunos no internato,
na utilização da biblioteca, nos dormitórios, no refeitório; espaços e tempos segmentados e marcados por horários e ritmos próprios, necessários ao bom desenvolvimento dos princípios do colégio que, além daqueles destacados (tradição, excelência, honra e disciplina, institui um tipo de saber, próprio das pedagogias tradicionais. Essas pedagogias, em que o poder disciplinar engendrado pelo tempo e espaço também disciplinar, produzem um saber determinado, um saber que é também tradicional, um saber que produz poder e ao mesmo tempo um poder que produz saber. Este saber, nessas pedagogias tradicionais, é um saber específico, é o saber científico. Este filme reforça esse saber, pois cursos como Engenharia, Medicina, Direito são cursos valorizados. A literatura, a arte dramática, os saberes populares não são valorizados pela sociedade. Observa-se que este aspecto é reforçado através das disciplinas que compõem o currículo da Academia Welton, como numa cena no início do filme em que o aluno Neil não consegue contestar o pai que exige que o filho deixe as atividades como redator do anuário da Escola: Pai: “Falei com o sr. Nolan, tem atividades extras demais, deve largar o anuário da escola”. Colegas: “Por que não deixa você fazer o que quer? Enfrente-o, não tem nada a perder”. Neil: Como vocês enfrentam seus pais, seu futuro advogado e futuro banqueiro? Não gosto disso mais do que você.”, ou, ainda, quando o pai de Neil o aborda depois de descobrir que o filho está participando de uma peça teatral: “Não se atreva a replicar, já é bem ruim ter disperdiçado o seu tempo com essa história absurda de representar. (...) Pode acabar o mundo, mas você vai sair da peça. Está claro? Está claro? (...) Fiz muito esforço para matricular você aqui e não vai me desapontar”. Marcando a Modernidade há toda uma preocupação com a idade, aspecto não relevante na Idade Média, quando a idade era indiferente, os infantes se misturavam aos adultos. Neste filme, tanto nas classes como nos dormitórios não se vêem alunos com idades diferentes. Nóvoa (op.cit.) lembra também a instauração de procedimentos hierárquicos de controle do tempo e da atividade dos alunos, de utilização do espaço nesses colégios dos tempos modernos. Sociedade do Poetas Mortos traz as aulas segmentadas, os espaços definidos para a prática de esportes, da higiene, do estudar e do ensinar. Tanto as atividades dos alunos, como o espaço disponível são controlados em horários e espaços determinados (dormir-quartos, rezar-capela, comer-refeitório, ler-biblioteca, higiene-banheiros, etc.). O relógio da capela, a sineta podem ser tomados como marcadores que nos trazem a lembrança de rigidez, hora definida, tradição. Outro aspecto que evoca durante todo o
que “o objetivo deste poder consistia em manter sob um tipo de controle as vidas, o trabalho, as infelicidades, e os prazeres dos indivíduos teria como finalidade a produção de ‘um ser humano dócil’”(p.135). Ainda segundo Foucault(1995), os locais onde este tipo de poder aparece são as instituições que se desenvolveram ao longo do séc. XIX e que policiam e disciplinam as populações modernas, entre elas a escola.
... o exame está no centro dos processos que constituem o indivíduo como efeito e objeto de poder, como efeito e objeto de saber. É ele que, combinando vigilância hierárquica e sanção normalizadora, realiza as grandes funções disciplinares de repartição e classificação, de extração máxima das forças e do tempo, de acumulação genética contínua, de composição ótima das aptidões (p.171). Os seguintes discursos indicam essa preocupação: — “Silêncio! Falange de púberes! Escolham três experimentos da lista e apresentem relatório a cada 5 semanas. As primeiras 20 perguntas, no final do capítulo I, são para amanhã.
Outro professor: — O estudo da trigonometria requer precisão absoluta. Quem não entregar algum trabalho perderá um ponto na nota final.
Um espaço e tempo masculino
Sociedade dos Poetas Mortos apresenta um colégio americano de 1959, um internato masculino, onde o espaço e tempo marcam divisões de gênero. O feminino não tem espaço e nem tempo, os professores são homens, a direção da escola é masculina, as mães não marcam presença, apenas aparecem nos momentos de despedida e na cena onde são coniventes com o poder e autoritarismo imposto pelo poder paterno. Esta narrativa fílmica apresenta uma família onde o patriarcado domina as relações, bem como uma escola que reforça a tradição, pois a escola em sua gênese é masculina e religiosa. Conforme Louro (1997): “ ...o mestre que inaugura a instituição escolar moderna é sempre um homem; na verdade um religioso” (p.92). A razão masculina prevalece sobre a emoção feminina idéias representadas no diálogo do aluno Neil com seu pai na Escola, quando este lhe fala da decepção e tristeza que irá causar a sua mãe, se o garoto insistir nessas idéias de abandonar o ingresso num
curso de Medicina para cursar Arte Dramática, idéias essas caras ao pensamento de oposição binária entre masculino-feminino, que geralmente colocam o homem e mulher como pólos opostos nas mais diferentes relações como de razão-sentimento, público- privado, reservando para as mulheres um lugar com menor poder, pois sempre dominado pelo poder masculino. Uma mãe está aí representada como uma mulher que permite que seu marido utilize junto ao filho do seguinte argumento: “Isso é importante para a sua mãe” para justificar a pressão sobre o filho, obrigando-o a decidir-se profissionalmente conforme o desejo do pai. Há, também, uma cena em que este mesmo aluno é levado para casa, por seu pai, que lhe comunica que, por não ter atendido ao pedido dos pais, será retirado do Colégio Welton e terá que ingressar na Escola Militar. Nesta cena, a presença da mãe do menino é representada por uma mulher fragilizada, silenciosa, nula tanto na expressão de afeto como em posições. Esta imagem se contrapõe à de uma cena, anterior à chegada de pai e filho, onde esta mesma mulher aparece bebendo e fumando de forma tensa. Kant, apud Bourdieu (....) diz: As mulheres não podem defender pessoalmente seus direitos e seus assuntos civis, assim como não lhes cabe fazer a guerra; elas só podem fazê-lo por intermédio de um representante; e essa irresponsabilidade legal do ponto de vista dos negócios públicos só as torna mais poderosas na economia doméstica: aí, com efeito, vale o direito do mais fraco, que o sexo masculino, por sua natureza, sente-se chamado a proteger e a defender.(p.166). No filme ora em análise, a fragilidade da mulher e esse sentido do poder masculino que protege e defende os seus interesses públicos aparecem durante toda a narrativa, e esta representação é mais forte na cena que envolve a família; as jovens estudantes ainda demonstram alguns sinais de ruptura com essa dominação, quando aparecem na caverna e quando Chris, a namorada de Knox, vai procurá-lo no internato masculino.
Autonomia ou regulação do eu?
O filme Sociedade dos Poetas Mortos é uma história de padronização, da regulação e da busca da excelência através da competição, do ser o melhor, do ser eficiente, do ter as notas melhores, de estar nos cursos “certos”.
“excremento” , também nos falam de um outro tempo e de uma outra concepção do espaço escolar que não a tradicional, baseada em princípios modernos de racionalidade. Quando o professor Keating está em seu quarto, olhando pela janela e vê um outro professor ocupando um espaço não convencional, o pátio, para propor atividades a seus alunos o mesmo que no início da narrativa fílmica o havia criticado, ou, ainda, quando ao entrar na sala de aula para retirar seu material pois havia sido demitido, encontra o diretor que o está substituindo, questionando aos alunos sobre as páginas do livro arrancadas. O silêncio é rompido pela iniciativa do aluno Todd, que é seguido por outros, de subir na própria mesa de estudo, para contestar a autoridade do diretor e a atitude deste em demitir o professor. Outra cena que comprova essas idéias é aquela em que todos são surpreendidos com a morte de Neil, um aluno que se suicida após ser repreendido pelo pai e impedido de realizar seu sonho de ser ator em detrimento de ter que cursar Medicina. Tanto a expulsão do aluno Nuanda, como as atividades na caverna, inspiradas na antiga Sociedade dos Poetas Mortos dirigidas no passado pelo professor Keating, podem ser representações de outros espaços e tempos, mesmo que não se constituam formas isentas de poder — pois estas não existem —ou formas democráticas e autônomas de ensinar e aprender, uma vez que também isto não tem garantia em uma perspectiva pós-moderna. Manifestações como estas podem ser tomadas como indícios de transformação nas concepções de tempo e de espaço na “tradicional” Academia Welton. Outros espaços e tempos que tentam romper com a tradição, mas continuam reguladores e disciplinares do eu. Ou, como refere Vattimo (1989): Nietzsche mostrou que a “imagem de uma realidade racionalmente ordenada na base de um fundamento — como a metafísica concebeu — , não passa de um mito reconfortante própria de uma humanidade ainda primitiva e bárbara (modo de reagir a uma situação de perigo ou violência)”(p.15).
Compartilhando “olhares”
No processo de realização dessa "leitura" do filme Sociedade dos Poetas Mortos, procuramos demonstrar que as narrativas que compõem o texto ao representarem as categorias de tempo e de espaço, de verdade e de sujeito estão atreladas a pressupostos
culturais que, por muito tempo e ainda hoje, condicionam nossas visões, ou seja, crença em origem, fim, verdade, lógica, razão, progresso, linearidade, continuidade. Consideradas problemáticas essas idéias, uma vez que narrativas como as contidas neste filme nos falam de paisagens culturais constituídas por categorias tradicionais de valor — o que não consideramos mais pertinentes para julgar ou compreender a sociedade contemporânea, pois, segundo vários autores, como Jameson, Harvey, Pierre Lévy, entre outros, constatamos alterações nas formas de perceber e viver o tempo e o espaço. Segundo Baudrillard(1997): "O espelho do universal está quebrado. Nos fragmentos as singularidades reaparecem”(p.129). A exemplo desse filme, é possível verificar essa "mesma fórmula" de representação do tempo e do espaço escolares em muitos outros filmes de produção recente, dos estúdios hollywoodianos, o que nos faz questionar quanto essas narrativas vêm contribuir para a fixação de representações que se inscrevem nos pressupostos da modernidade. Serão essas as formas que representam as novas identidades que estão surgindo às portas do terceiro milênio, neste período da história que vamos chamar aqui de pós-modernidade, como nos sugere Harvey e tantos outros autores e autoras Nosso desejo foi compartilhar os "olhares" que resultaram numa forma de análise das representações do tempo e do espaço escolares contidas no texto do filme escolhido, considerando que, se as análises apresentadas neste trabalho contribuíram para a produção de outros significados e sentidos, teremos participado com idéias que antes, talvez, não tivessem sido cogitadas, demonstrando, assim, o quanto podem ser diversos os caminhos percorridos para a enunciação dos pensamentos. Tomamos aqui as palavras de Eagleton (1983), como uma forma de provocar nos leitores e nas leitoras deste trabalho suspeitas que resultariam em "novas outras" possibilidades de "leitura" que também pudessem ser compartilhadas:
"Quando escrevo, minhas significações parecem escapar ao meu controle: entrego meus pensamentos ao veículo impessoal da letra impressa e, como um texto impresso, tem uma existência durável e material, pode ser circulável, reproduzido, citado de várias maneiras por mim nem pretendidas, nem previstas. ( p.140)
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