



Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Ideias para se obter uma noção de rendimento
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 6
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Nativa, Sinop, v.5, esp., p. 568-573, dez. 2017. Pesquisas Agrárias e Ambientais DOI: http://dx.doi.org/10.5935/2318-7670.v05nespa http://www.ufmt.br/nativa ISSN: 2318-
(^1) Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. (^2) Faculdade de Agronomia e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. *E-mail: zairamorais09@gmail.com Recebido em dezembro/2016; Aceito em abril/2017. RESUMO: A pesquisa foi desenvolvida em uma serraria no norte de Mato Grosso e teve como objetivo, avaliar o rendimento em madeira serrada de oito espécies nativas, tradicionalmente utilizadas na indústria de processamento mecânico no estado. Na indústria selecionaram-se aleatoriamente, 6 toras de cada uma das 8 espécies nativas escolhidas, totalizando 48 toras para o desenvolvimento do estudo. A metodologia empregada foi conforme prescrita na Resolução nº 411 do CONAMA (2009), e as variáveis estudadas foram: volume de tora, volume de madeira serrada e volume de resíduo (costaneira e serragem). Os resultados foram analisados por estatística descritiva e testes de médias. Concluiu-se que a espécie “Cedrinho” (Erisma uncinatun) apresentou o maior rendimento em madeira serrada (56,17%) e a espécie “Angelim saia” (Parkia pendula) o menor rendimento (38,41%), não atendendo o mínimo de 45% estipulado na normativa do CONAMA/2009. A unidade processadora apresentou rendimento médio em madeira serrada de 47,48% e está dentro da média reportada em literatura para as espécies de folhosas (45- 50%), mas o volume total de resíduo gerado foi alto, devido possivelmente à conicidade das árvores. Palavras-chave: rendimento, resíduo, CONAMA.
ABSTRACT: The research was developed in a sawmill in the north of Mato Grosso and had as objective, to evaluate the yield of sawn wood of eight native species, traditionally used in the mechanical processing industry within the state. Within the industry, 6 logs were randomly selected from each of the 8 native species chosen, totaling 48 logs for the study development. The methodology used was as prescribed in CONAMA Resolution 411 (2009), and the variables studied were: log volume, lumber volume and residue volume (coastwise and sawdust). The results were analyzed by descriptive statistics. It was concluded that the species "Cedrinho" (Erisma uncinatum) presented the highest yield of sawn wood (56,17%) and the specie "Angelim saia" (Parkia pendula) had lower yield (38,41%), not meeting the minimum of 45% stipulated in CONAMA/2009 regulations. The processing unit had a mean yield of 47,48% of sawn wood and is within the mean reported in the literature for the hardwood species (45-50%), but the total volume of residue generated was high, due mainly to the conicity of the trees. Keywords: yield, residue, CONAMA.
Mendoza et al.
Para Manhiça (2010), os principais fatores que influenciam o rendimento são os diâmetros das toras, os maquinários, as características tecnológicas das espécies, o produto final gerado e a qualificação da mão de obra. O autor enfatiza, que todos esses fatores devem ser analisados de forma conjunta e não individualizada para a obtenção de lucros dentro da empresa. Segundo Biasi (2005), em função da deficiência tecnológica e do pouco conhecimento das espécies, talvez o maior problema enfrentado pela indústria nacional de madeira serrada, seja o baixo aproveitamento da matéria-prima, o que acarreta em aumento do custo do produto final e numa grande geração de resíduos. Garcia et al. (2012), corroboram com essa ideia, ressaltando que a qualidade da tora influencia no seu rendimento, pois toras de boa qualidade sempre terão um coeficiente de rendimento em madeira serrada maior e em contrapartida, um volume de resíduos menor. Mendoza et al. (2010), mencionam que o baixo rendimento e a alta porcentagem de resíduo, são uma característica marcante dentro das serrarias que operam com árvores nativas, o que gera simultaneamente, problemas econômicos e ambientais, pois um maior volume de matéria- prima terá que ser consumido para compensar o baixo rendimento. Melo et al. (2012), relatam que a região amazônica produz muita madeira serrada de espécies nativas, mas também é grande geradora de resíduos provenientes do processo de conversão da madeira. Segundo os autores, isso ocorre principalmente, devido ao pouco conhecimento sobre a matéria-prima, o que leva ao uso inapropriado de técnicas de desdobro. Apesar das várias ações governamentais e não governamentais para conter o desperdício de madeira, principalmente dentro dos polos madeireiros nacionais, poucas foram realmente efetivas em suas propostas. Na busca de alternativas para um tema tão complexo, o governo federal instituiu através do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, a resolução no^ 411, de 6 de maio de 2009, cujo principal objetivo é o aprimoramento das ações de fiscalização em todo o território nacional. Essa resolução dispõe de forma objetiva, sobre os procedimentos para inspeção de indústrias consumidoras ou transformadoras de produtos e subprodutos florestais madeireiros de origem nativa, bem como os respectivos padrões de nomenclatura e coeficientes de rendimento volumétricos, inclusive carvão vegetal e resíduos de serraria. No caso especial de serrarias, o coeficiente de rendimento volumétrico mínimo, para conversão da tora em madeira serrada, foi fixado como sendo maior ou igual a 45%, permitindo-se até o máximo de 55% de geração de resíduo. Diante do exposto, objetivou-se com essa pesquisa, avaliar o coeficiente de rendimento (índice de transformação), em madeira serrada de oito espécies nativas, tradicionalmente utilizadas na indústria de processamento mecânico no estado de Mato Grosso.
Mendoza et al.
Os resultados da análise de variância apresentam-se na Tabela 4. Já, o resumo com a comparação das médias do rendimento em madeira serrada das espécies, conforme o teste de Scott Knott pode ser constatado na Tabela 5. Tabela 5. Resultados da comparação do rendimento médio em madeira serrada para as oito espécies, conforme o teste de Scott Knott. Table 5. Comparison results of the average yield in sawn wood for the eight species, according to the Scott Knott test. Espécie Rendimento médio (%) Amescla 53,85 b Angelim pedra 41,64 e Angelim saia 38,41 f Cambará 47,34 d Cedrinho 56,17 a Champanhe 45,86 d Itaúba 46,97 d Peroba cupiúba 49,59 c Letras iguais na coluna não diferem entre si, conforme o teste de Scott-Knott (p≤ 5%).
Coeficiente de rendimento em madeira serrada de oito espécies nativas de Mato Grosso
por Biasi; Rocha (2007), que relataram valores de 59,83%. Já para a espécie Champanhe, Oliveira et al. (2003), encontraram valores de 62,01% e Ângelo et al. (2004), valores de 55,20%, sendo ambos superiores ao do presente estudo. Em relação à Peroba cupiúba, os valores de rendimento encontrados nesse trabalho (49,59%) foram inferiores aos determinados por Ângelo et al. (2004) de 61,90%, porém similar aos valores encontrados por Tonini; Ferreira (2004) de 51,93%. As espécies Amescla e Angelim saia, apresentaram rendimentos, respectivamente, de 53,85% e 38,41%. Esses valores foram inferiores aos relatados por Ângelo et al. (2004) para Amescla (60,00%) e para Angelim saia (55,00%). Apesar das discrepâncias observadas para as espécies individuais, o rendimento médio em madeira serrada, da unidade de processamento analisada, foi de 47,48% sendo superior aos valores de 40%, obtido por Garcia (2013) avaliando serrarias que operavam com espécies nativas, em São Gabriel-RS. Por outro lado, o rendimento médio deste estudo foi inferior ao valor de 49,28%, determinado por Oliveira et al. (2003) avaliando serrarias na cidade de Jaru- RO e também inferior ao valor de 54,85%, estimado por Ângelo et al. (2004) no município de Sinop-MT, ambas pesquisas, realizadas com espécies nativas. As diferenças observadas ao se comparar os valores médios de rendimento, tanto para as espécies individuais, quanto para a serraria, ocorreram provavelmente, devido a fatores tais como idade das árvores, qualidade das toras, qualidade de sitio e posição sociológica, que poderiam influenciar significativamente no índice de transformação volumétrico da tora em madeira serrada, e consequentemente no rendimento final da serraria. Além disso, os equipamentos e a mão de obra utilizada podem interferir nessa variável. Juizo et al. (2014), corroboram com essa ideia, mencionando que o maquinário influencia na variação dimensional das peças serradas, principalmente na espessura, e que a variação dimensional por sua vez, irá influenciar no rendimento final do processo de conversão. Esses autores afirmam que serrarias com grandes variações dimensionais em suas peças, têm rendimentos menores, isto porque, quanto maiores as variações, maiores devem ser os acréscimos nas medidas das peças serradas. Murara Junior et al. (2013), mencionam que o rendimento médio em uma serraria está intimamente relacionado com o equipamento utilizado e com o sistema de desdobro aplicado. Tanto a serragem quanto as costaneiras são consideradas, dentro da empresa estudada, como volumes de comercialização marginal, os quais fogem ao objetivo principal da indústria, ou seja, na atualidade estes insumos não têm um projeto de aproveitamento nobre “in loco”, tendo somente destinação energética nas caldeiras de incineração. Vale ressaltar que a lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 MMA que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, proíbe qualquer queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade. Conforme demonstrado na Tabela 2, o volume total de resíduo foi alto, sendo que o volume correspondente ao alburno (costaneiras) foi maior do que o volume na forma de serragem, independente da espécie. Observa-se também, que somente as espécies Amescla e Cedrinho apresentaram volume médio de madeira serrada, superior ao volume total médio de resíduo. Por outro lado, para as outras seis espécies analisadas observou-se uma inversão dessa proporção (Figura 1). Segundo Mendoza et al. (2010), uma boa alternativa para diminuir o volume de resíduos e aumentar os valores de rendimento e eficiência, dentro do setor de processamento mecânico da madeira, seria qualificando a mão de obra e melhorando a manutenção das máquinas e equipamentos. Bufalino et al. (2012), também fortalece esse ponto de vista e acrescenta que além da redução dos resíduos, as empresas deveriam também, se preocupar com o uso dos resíduos gerados. Nessa mesma linha de raciocínio, Cerqueira et al. (2012), mencionam que a destinação dos resíduos madeireiros é uma preocupação nacional e o uso menos nobre para aproveitá-los seria a queima direta. Os autores sugerem que os mesmos deveriam ser utilizados para a geração de novos produtos, tais como nano produtos, adubos orgânicos, pequenos objetos de madeira, móveis e painéis reconstituídos. Monteiro et al (2010), em seus trabalhos com resíduos madeireiros da região amazônica, indicam o uso dos mesmos como resíduos orgânicos para cobertura de solo, mostrando assim, uma nova forma de manejo dos solos amazônicos. Mendoza et al. (2010), enfatizam que o uso dos resíduos deveria ser uma rotina dentro das indústrias madeireiras, pois isso implementaria a agregação de valor às empresas do setor, além de propiciar a diminuição do impacto ambiental causado por essa atividade em nosso país. Por outro lado, Wiecheteck (2009) relata que a falta de informações gerais, sobre oportunidades de aproveitamento dos resíduos, corrobora com a problemática de utilização deles, fazendo com que os mesmos sejam vistos apenas como um problema e não como uma solução.