






































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Relato de experiências na aula de educação física sobre a importância de se conhecer a turma e adotar estratégias adequadas para minimizar índices de rejeição e promover o desenvolvimento acadêmico e social dos alunos. Descrição do processo de elaboração do plano de primeira etapa e sua importância na elaboração do plano anual de turma.
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
4.6
(158)172 documentos
1 / 78
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Doutor Marcos Teixeira de Abreu Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Doutor Marcos Teixeira de Abreu Soares Onofre, professor associado da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Soares Onofre, professor associado da
Para a minha Família
O presente relatório visa a elaboração de um relato reflexivo de toda a minha atividade e percurso enquanto professor estagiário no ano letivo 2013/2014, na Escola Secundária Fernando Namora, onde lecionei uma turma do 9º ano de escolaridade. Pretendo por isso dar a conhecer e analisar todo o meu trabalho nas funções de organização e de gestão do ensino e da aprendizagem, de investigação e inovação pedagógica, de participação na escola e de relações com a comunidade.
Para que todo o meu trabalho ao longo deste ano letivo seja percetível, este relatório inicia-se com uma caracterização do contexto de atuação. Posteriormente, é realizada uma dissertação do meu desempenho enquanto professor, tendo como linha de orientação todas as competências desenvolvidas tanto de cariz mais prático como de cariz mais teórico.
Deste modo, referirei todas as atividades desenvolvidas, principais dificuldades encontradas e experiências vividas, onde serão alvo de uma forte descrição no sentido de realizar uma completa reflexão sobre o desenrolar do processo de estágio. Por fim, pretendo não só projetar o meu futuro enquanto professor, como destacar as principais competências adquiridas ao longo do ano letivo.
Palavras-chave : Escola, Formação, Professor, Educação Física, Estágio Pedagógico.
This report aims to present a reflexion of my journey and experience as a trainee teacher of a class of the 9th^ grade, in the school year of 2013/2014, at Fernando Namora High School, Lisboa
I intend to inform about and analyze all my work, as for the functions of organization and management of teaching and learning, researching and also pedagogical innovation, as well as to describe my participation in the school’s community.
For all my work throughout this year to be clear and detailed, this report begins with a characterization of the context of action. Later, it will carry a dissertation of my performance as a teacher, which guidance will be the practical and theoretical skills that have been developed during this experience.
Thus, in order to perform a complete reflection about the internship’s process, I will describe the activities and experiences, in general, as well as mention the main faced difficulties. Finally, I intend not only to design my future as a teacher, but also to highlight key-skills acquired during the school year.
Key-Words : School, Education, Teacher, Physical Education, Teaching Internship
O presente documento visa a elaboração de um relato reflexivo de toda a minha atividade e percurso enquanto professor estagiário, desenvolvido na Escola Secundária Fernando Namora no ano letivo 2013-2014. Pretendo por isso caracterizar todo o meu processo de formação de uma forma crítica, reflexiva e argumentativa.
Deste modo, o guia de estágio propõe o desenvolvimento de várias competências que estão inseridas nas áreas de organização e gestão do ensino e da aprendizagem (Área 1), investigação e inovação pedagógica (Área 2), participação na escola (Área 3) e relações com a comunidade (Área 4).
Todo este processo de formação está inserido no 2º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário, da Faculdade de Motricidade Humana.
Este relatório inicia-se, primeiramente, com uma caracterização do contexto de atuação ao longo do ano letivo, salientando algumas referências sobre a escola, os seus órgãos de gestão e administração, o Grupo de Educação Física, o Núcleo de Estágio de Educação Física e por fim a turma lecionada onde desenvolvi todas as minhas atividades letivas.
Seguidamente surgirá uma análise e reflexão de todo o meu desempenho e desenvolvimento enquanto professor estagiário, onde pretendo focar e descrever algumas funções desempenhadas ao longo do ano letivo. Serão, por isso tratadas, funções que se prendem essencialmente com a organização e gestão do ensino e aprendizagem, passando posteriormente para funções relacionadas com a participação na escola, em seguida para as funções no âmbito das relações com a comunidade, e culminando com as funções de investigação e inovação pedagógica.
agrupamento é uma boa possibilidade de conseguir abranger e cativar, através de iniciativas, um maior número de alunos tentando motiva-los.
Nesse sentido a escola apresenta um vasto conjunto de serviços, atividades e projetos com o principal objetivo de assegurar condições que propiciem e potenciem o desenvolvimento escolar e pessoal dos seus alunos. Gabinete de Apoio aos Alunos, Tutorias disponíveis, Apoios Curriculares, Serviço de Psicologia e Orientação, Projeto Eco-Escolas, entre outros, são algumas das possibilidades existentes para que o referido anteriormente seja bem alcançado e bem sucedido.
Relativamente aos recursos materiais, a escola tem à sua disponibilidade excelentes condições para que a lecionação seja adequada. É constituída por seis pavilhões com dois pisos, identificados por letras de A a F, um refeitório, um pavilhão gimnodesportivo, um campo de jogos exterior. Num dos pavilhões, A, funcionam o conselho executivo, a secretaria, o serviço de ação social escolar (SASE), a sala de professores e sala de diretores de turma, a reprografia, o PBX e a Direção da escola. Particularmente, no pavilhão B e no pavilhão F, encontram-se as salas de aula e laboratórios que têm a sua disposição retroprojetores, televisores e computadores, estes últimos com ligação à Internet. Este equipamento tornou-se estritamente necessário dado que, as novas exigências dos currículos, nomeadamente com a criação de cursos Tecnológicos, de cursos no âmbito das Novas Oportunidades e a procura de estratégias mais interativas e atrativas para os alunos. Deste modo o aparecimento destes cursos envolveu uma reestruturação de alguns dos espaços disponíveis, bem como a necessidade de remodelar algumas das salas equipando-as com tecnologia informática adequada para o efeito.
No meu entender a opção pela utilização deste tipo de recursos acaba não só por cativar os próprios alunos, estimulando-os com o contacto com este tipo de material, mas essencialmente prepará-los para o futuro, uma vez que na generalidade da vida laboral torna-se necessário saber trabalhar e estar familiarizado com estes recursos apresentados.
Quanto aos recursos humanos, a escola apresenta cerca de 140 professores e um número significativo de auxiliares de ação educativa, apresentando-se como essenciais no controlo e regulação das atividades na escola. No entanto a escassez de funcionários apresenta-se como um problema que poderá causar algumas consequências preocupantes, originando uma menor supervisão dos alunos. Este problema foi verificado ao longo do ano letivo, através das constantes trocas entre
funcionários nos diversos pavilhões com o criadas.
Tendo em consideração que a partir do ano 2013 a Escola Secundária Fernando Namora passou a fazer parte do Agrupamento de Escolas Amadora gestão e administração da escola às pessoas que dirigem os respetivos cargos. tipos de recursos da escola funcionamento da mesma, assegurando se mantenham constante. conselho geral se encontra provisório até a data
Figura 1 – Hierarquia dos órgão de
O Conselho Geral será o órgão hierarquicamente superior nesta disposição. Apresenta-se ainda de forma provisória devido à formação do Agrupamento de Escolas Amadora 3, sendo brevemente definido. Regulamento Interno da Escola Secundária Fernando direção apresenta-se responsável escola, assegurando, a participação e representação da comunidade educativa órgão irá eleger o Diretor do agrupamento o Regulamento Interno e o Plano Anual de Atividades, documentos orientação e gestão escolar.
os nos diversos pavilhões com o objetivo de tentar responder
Tendo em consideração que a partir do ano 2013 a Escola Secundária Fernando Namora passou a fazer parte do Agrupamento de Escolas Amadora gestão e administração da escola sofreram algumas alterações, nomeadamente quanto ue dirigem os respetivos cargos. No entanto a função de gerir tipos de recursos da escola têm como principal objetivo proporcionar funcionamento da mesma, assegurando que os direitos e deveres da comunidade escolar
. Os mesmos seguem a seguinte disposição conselho geral se encontra provisório até a data:
Hierarquia dos órgão de gestão e administração de uma escola
O Conselho Geral será o órgão hierarquicamente superior nesta disposição. se ainda de forma provisória devido à formação do Agrupamento de Escolas Amadora 3, sendo brevemente definido. Segundo o artigo 4º da Regulamento Interno da Escola Secundária Fernando Namora ( se responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade da a participação e representação da comunidade educativa órgão irá eleger o Diretor do agrupamento e ainda aprovar o Projeto Educativo de Escola, o Regulamento Interno e o Plano Anual de Atividades, documentos orientação e gestão escolar.
Conselho geral provisório
Comissão Admistrativa provisória
Conselho Admistrativo
responder às necessidades
Tendo em consideração que a partir do ano 2013 a Escola Secundária Fernando Namora passou a fazer parte do Agrupamento de Escolas Amadora 3, os órgãos de sofreram algumas alterações, nomeadamente quanto entanto a função de gerir os diferentes proporcionar o melhor comunidade escolar Os mesmos seguem a seguinte disposição, sendo que o
gestão e administração de uma escola
O Conselho Geral será o órgão hierarquicamente superior nesta disposição. se ainda de forma provisória devido à formação do Agrupamento de Escolas Segundo o artigo 4º da secção 1 do Namora (2012), este órgão de pela definição das linhas orientadoras da atividade da a participação e representação da comunidade educativa. Este e ainda aprovar o Projeto Educativo de Escola, o Regulamento Interno e o Plano Anual de Atividades, documentos essenciais na
isso, o pavilhão gimnodesportivo que abrange três dos espaços disponíveis (2/3 do pavilhão – proporcionando uma boa contextualização para o voleibol e basquetebol, 1/ do pavilhão – privilegiando a utilização da parede de escalada e o material de salto em altura e um ginásio – onde prevalecem as matérias da ginástica e dança) e ainda um campo exterior correspondente ao quarto espaço (onde possibilita a lecionação das matérias de futebol, andebol, basquetebol, da utilização de patins e de uma pista de 40 metros utilizada geralmente para a velocidade ou para o salto de barreiras). Para além desta diversidade de espaços, não poderá deixar de ser referido a enorme polivalência de todos estes espaços, podendo ao professor lecionar praticamente todas as matérias nos diversos espaços, possibilitando uma adaptação constante ao longo do ano. Muita desta adaptação também se torna possível devido à boa qualidade e quantidade do material existente.
No que diz respeito às assistentes operacionais do pavilhão gimnodesportivo (contínuas) revelam também grande preocupação na preservação e manutenção dos recursos disponíveis, conferindo constantemente se os alunos utilizam calçado adequado, dependendo do espaço onde irão ter aula, bem como a verificação do material no final da aula lecionada por cada professor. Tendo em consideração o Regulamento Interno da escola, nomeadamente a alínea g) do artigo 126º, é da responsabilidade destas auxiliares, a ação educativa que devem assegurar a limpeza e higiene das instalações, algo em que demonstraram grande competência ao longo do ano.
Não obstante desta “fiscalização”, as assistentes operacionais do pavilhão, estabelecem uma ótima relação com o Grupo de Educação Física, sendo mesmo essenciais aliadas no cumprimento das regras e desenvolvimento educativo dos próprios alunos.
Tendo à sua disposição todos estes recursos físicos, materiais e humanos essenciais a um bom processo ensino-aprendizagem, proporcionado pela escola, resta aos professores constituintes do grupo de Educação Física tomar algumas decisões que possam contribuir também para um processo ensino aprendizagem com êxito. A organização destes mesmos recursos, torna-se, por isso, um ponto fulcral para uma adequada lecionação da disciplina. Deste modo e, à semelhança de anos anteriores, a existência do roulement torna-se parte complementar e essencial na ação pedagógica. O roulement ou rotação de espaços é o período temporal que uma determinada turma permanece num determinado espaço de aula. Cada roulement tem a validade de uma semana por cada espaço, sendo que, no culminar da utilização do último espaço, volta-se
ao espaço inicial e assim sucessivamente. Esta rotação espacial é centrada no professor, sendo que todas as turmas deste ocupam o espaço delimitado para essa semana ao professor responsável. Esta acaba por ser uma solução estática, proposta por Brás & Monteiro (1998) que se enquadra perfeitamente no que decorre na Escola Secundária Fernando Namora. A principal vantagem desta forma de organização é que ao longo da permanência num espaço, o professor pode dar uma continuidade ao trabalho desenvolvido, realizando aulas semelhantes e perspetivando futuras aulas, realizando deste modo um transfer tendo em atenção a ocupação do espaço na semana seguinte. Com esta disposição possibilita uma diminuição dos tempos de organização e instrução, aumentando a possibilidade do tempo de prática a cada aula. A criação de algumas rotinas associadas ao espaço acaba por se tornar também vantajoso, fazendo com que os alunos já saibam que posições ocupar aquando da realização de determinadas tarefas. No entanto, esta rotação semanal não permite uma grande aquisição deste tipo de rotinas, nomeadamente no inicio do ano. Os alunos estão presentes em cada espaço físico apenas durante uma semana, só voltando novamente ao mesmo três semanas depois. No entanto, com o decorrer das passagens pelos espaços, os alunos assimilaram as rotinas devidas.
A turma à qual tive a oportunidade de lecionar durante o presente ano letivo, pertence ao 9º ano de escolaridade. Era inicialmente constituída por vinte e nove alunos, onde dezasseis eram do género feminino e treze do género masculino com idades compreendidas entre os treze e os dezassete anos. Contudo no decorrer das primeiras semanas foram feitas todas as alterações necessárias, desde transferências, a mudanças de turma, acabando a turma por ficar com vinte e quatro alunos, dos quais doze elementos eram do género feminino e doze elementos eram do género masculino.
Face ao que consegui apurar na aula da apresentação com a entrega de um questionário, a maior parte dos alunos vem da mesma turma já se conhecendo do ano anterior. No entanto a turma é constituída por seis alunos novos. Acrescenta-se ainda o facto de nove dos alunos serem já repetentes, sendo que apenas dois estão a repetir novamente o 9º ano. Onde podemos especular que o facto de existir uma elevada média de idades na turma pode estar associado a um grande número de repetentes na mesma.
Esta turma tinha um aluno que apresentava Necessidades Educativas Especiais (NEE), tendo Síndrome de Dislexia/Disortografia, contudo tal nunca foi um entrave no que diz respeito à disciplina de Educação Física, uma vez que o aluno estava perfeitamente
Através de algumas informações recolhidas em Conselho de Turma, conclui-se que apesar da turma se apresentar simpática (conforme foi definido pelos professores), a disciplina nem sempre era o mais adequado, existindo excessivos comportamentos desvios. A escassa quantidade e qualidade do estudo aliada ao factor anterior delimitavam em muito a obtenção de sucesso por parte destes alunos. Num contexto geral os alunos da turma apresentavam elevados sintomas desmotivantes não apresentando grandes expectativas no que respeita ao sucesso académico e ao seu futuro.
Com o propósito claro de tornar esta análise mais objetiva e tentar encontrar algumas respostas e consequentemente soluções foi realizado um Estudo de Turma no âmbito do acompanhamento da Direção de Turma no 1º período letivo. Posteriormente e, já com uma seleção da informação do estudo de turma realizada de forma pertinente, foi exposta aos Encarregados de Educação e Professores constituintes do Conselho de Turma, nas respetivas reuniões de 1º período do ano letivo. O Estudo de Turma tinha como principal objetivo analisar as características sociais, culturais, físicas e psicológicas da mesma, recorrendo à utilização de uma ficha biográfica, elaborada pela Diretora de Turma, um questionário sociométrico e um questionário de imagem corporal, auto-estima e auto conceito. Estes instrumentos foram aplicados aos alunos no decorrer do primeiro período de modo compreender e refletir sobre a opinião e perceção dos mesmos relativamente ao abordado nos questionários.
Através da análise da ficha e dos questionários, verificou-se. Uma grande indifinição no que diz respeito ao seu futuro académico, bem como as poucas expectativas neste contexto. Apenas sete alunos tinham bem ciente o que queriam seguir. Este ponto acaba por ser preocupante tendo sem consideração que o nono ano apresenta-se como um ano de transição onde têm de ser feitas escolhas relativamente à área a seguir. O facto de muitos alunos não disponibilizarem algum do seu tempo nas tarefas escolares (estudo e trabalhos de casa) foi mais um problema encontra, podendo supor que o acompanhamento dos pais acaba por não ser o mais adequado e desejado. Deste modo foram realizadas algumas propostas e sugestões na reunião de Encarregados de Educação e na reunião de conselho de turma. Sugeri assim, uma definição de horas de estudo delimitadas pelos Encarregados de Educação, uma conversa diária relativamente não só ao dia escolar como às perspetivas futuras, tentando ajudar, perceber e incentivar os seus educandos na busca de um futuro melhor e ainda algum cuidado na supervisão de determinadas tarefas escolares (consulta permanente do programa Inovar).
Quanto ao estudo sociométrico, os resultados apresentam uma tendência de rejeição bastante concentrada em torno de cinco alunos, um dos quais novo na turma, facto que, pode estar associado à sua timidez e pouco à vontade na turma. Nos restantes quatro alunos já pertencentes à turma, a rejeição pode estar relacionada com o comportamento no caso de três dos alunos. No último aluno, a forte personalidades e carateristicas pessoais podem ser elementos explicativos. Outro ponto preocupante, foi o facto de um dos alunos com maior índice de rejeição, apresentar uma auto-estima muito reduzida, sendo alvo de alguma preocupação no Conselho de Turma. Deste modo foram sugeridas algumas formas de intervenção, nestes alunos, no sentido de minimizar estes índices de rejeição, nomeadamente a articulação dos alunos com maior índice de rejeição e com baixos níveis de autoestima, com os alunos com maior índice de preferências, associar os alunos com maiores dificuldades académicas aos alunos com maiores preferências neste parâmetro e ainda a realização de um acompanhamento mais permanente destes alunos incentivando-os à prática de atividades extracurriculares, uma vez que potenciam o relacionamento com mais alunos.
Relativamente à área de organização e Gestão do Ensino Aprendizagem, os objetivos e atividades repartem-se por três âmbitos essenciais, nomeadamente, o Planeamento, a Avaliação e a Condução do Ensino. Esta apresenta-se como a área de maior relevo do estágio e da atividade docente, estando intrinsecamente relacionada com o processo ensino aprendizagem, repercutida na maior ponderação que efetivamente lhe é atribuída.
Posto isto, tentarei descrever de forma clara e reflexiva qual o meu percurso efetuado ao longo do ano letivo, referindo e caracterizando as principais mais-valias ao longo do meu processo de formação bem como as principais dificuldades com que me fui deparando.
O processo de planeamento consiste no conjunto de processos psicológicos básicos, através dos quais o professor visualiza o futuro, faz um inventário de fins e meios e constrói um marco de referência que guie as ações (Clark e Peterson, 1986), ou seja tratam-se de modelos de atuação didática e metodológica que contêm decisões
de planear, uma vez que se tornava mais fácil perseguir os critérios previamente definidos
Tendo tudo isto em consideração e aliando o facto de a rotação de espaços definida pelo Grupo de Educação Física ser semanal, optámos por iniciar uma unidade de ensino bi-semanal, agrupando por isso dois espaços na mesma Unidade de Ensino. Deste modo e com base na sequência da distribuição semanal dos espaços aliada às caraterísticas dos mesmos, optámos por juntar o espaço exterior (espaço 4), ao espaço maior do pavilhão gimnodesportivo, com 2/3 do pavilhão (espaço 1), pois possibilitam uma coerência e uma continuidade no lecionamento das aulas. Ou seja, teríamos a possibilidade de caso alguma matéria não fosse devidamente concluída ou atingidos os objetivos, fosse possível continuar noutro espaço com características semelhantes na semana seguinte, não existindo um desfasamento muito grande que fosse prejudicial aos alunos. No que diz respeito à junção do ginásio (espaço 3) com o espaço mais pequeno do pavilhão 1/3 (espaço 2), apesar de as matérias trabalhadas não serem tão simultâneas como no caso anteriormente referido, poderíamos complementar o lecionamento da ginástica de solo, da ginástica acrobática e da dança no espaço mais pequeno do pavilhão, isto porque eram disponibilizados colchões para este mesmo espaço, dando por isso continuidade ao trabalho. O transfer realizado da ginástica de aparelhos e da utilização de colchões próprios para o salto em altura acabou por ser um ponto também favorável a esta definição de estratégia, uma vez que os alunos já estariam familiarizados com este tipo de material.
Com o intuito claro de colocar todas estas estratégias em prática era estritamente necessário, uma definição clara de rotinas inerentes aos determinados espaços, de forma que os alunos cumprissem com determinados pressupostos, tornando-se mais facilitada a tarefa do desenvolvimento das matérias e obtenção com sucesso dos objetivos definidos. Estas rotinas ao estarem devidamente consolidadas acabariam por propiciar uma maior autonomia da turma e um foco mais afincadamente do professor em determinadas situações. Nesse mesmo sentido de criação rotinas vinculativas, optei por inicialmente em vez de ser eu oralmente a indicar os grupos, utilizar materiais de auxílio pedagógico (ex. quadro branco portátil), onde indicava quais seriam os grupos de trabalho, pré-estabelecidos, bem como uma pequena alusão aos objetivos traçados quer para a presente aula, quer mesmo numa perspetiva de continuidade nas restantes sessões e unidades de ensino, perspetivando por isso um aumentando do estímulo temporal sobre os alunos e que estes percebessem o que era pretendido ao longo das aulas.
Tendo sido tomadas algumas decisões prévias de cariz mais operativo, pretendia- se dar resposta às necessidades imediatas como a delineação dos objetivos específicos para cada matéria. Assim, invertendo a pirâmide do planeamento, já referido anteriormente – plano anual (macro), plano de etapa (meso), plano de unidade de ensino e por último plano de aula (micro). Deste modo iniciámos, primeiramente, a realização do plano de aula tentando dar resposta às necessidades iniciais de colocar o processo de introdução à turma em prática. Este era essencialmente caraterizado pela descrição da implementação de rotinas organizativas, promoção de dinâmicas de grupo, afirmação de liderança e o bom clima de aula.
Em seguida, com perspetiva a atingir a unidade de ensino, optámos pela elaboração de um plano semanal, onde aqui estariam inseridas as três aulas semanais, bem como a continuação do estabelecimento dos critérios assinalados anteriormente (bom clima, rotinas organizativas etcZ) e todas as opções metodológicas a adotar durante a semana. Ou seja, este plano semanal, surge como uma evolução, onde para além da colocação das aulas semanais todas num documento, estavam explicitados todos os objetivos pretendidos para a semana no que diz respeito às matérias a trabalhar, quanto aos conhecimentos e quanto à própria descrição dos testes a verificar na aptidão física naquele determinado espaço ocupado, formação de grupos e aspetos organizativos e opções a tomar durante as aulas (Anexo1 e 2). Este documento surge por isso como intermédio entre a Unidade de Ensino e os planos de aula. Este plano semanal apenas foi realizado durante uma semana servindo apenas de ponte para a elaboração das Unidades de Ensino, presentes até ao final do ano.
Posteriormente com a elaboração do plano de primeira etapa (Avaliação Inicial – Anexo 3), cerca de duas semanas após o inicio das aulas, possibilitou-me uma visão mais abrangente das matérias e das capacidades dos alunos, passando os planos de aula a terem um sentido mais objetivo e descritivo no cumprimento das tarefas estabelecidas pelos níveis de planeamento superior, quer fossem eles nas Unidades de Ensino quer mesmo nos planos de aula. O plano de primeira etapa possibilitou-me também a definição de algumas prioridades a optar em determinados espaços com a definição clara de onde trabalhar e o que trabalhar.
Tendo como referência já não só os planos de aula, as Unidades de ensino e o plano de primeira etapa e todo o conjunto de informações recolhidas durante a avaliação inicial, surge a elaboração do Plano Anual de Turma (Anexo 4). O documento referido surge como um fundamental auxílio ao professor, não só pela especificidade das