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Apresenta brevemente a evolução do pensamento econômico, dos índios à idade contemporânea
Tipologia: Provas
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Nas comunidades primitivas, como era o caso das indígenas, a divisão do trabalho entre homens e mulheres era bastante clara: os homens se dedicavam a caça, a pesca e a segurança do lar, ao passo de que as mulheres se ocupavam com a administração do lar, com a educação dos filhos e com fabricação de artesanatos. A produção de alimentos, antes destinada à subsistência, com o passar dos tempos permitiu a formação de excedentes que eram trocados, dando origem ao comércio. A evolução continuou: mais tarde parte dos bens e serviços eram produzidos por pessoas especializadas – os artífices e artesãos. Num segundo momento, a produção passou a ocorrer em fábricas, e o trabalho se tornou assalariado.
1.1 Relações econômicas na Antiguidade Na Grécia Antiga, cuja economia estava baseada na agricultura e no comércio marítimo, o ócio era entendido como necessário para que o cidadão pudesse se dedicar aos assuntos políticos. Os gregos menosprezavam as atividades braçais. Para Platão (427- a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), alguns homens possuíam inferioridade inata, justificando a escravidão. A mão de obra escrava era largamente utilizada, enquanto que o restante da sociedade nada produzia, o que sem dúvida prejudicou a economia grega. Acredita-se que Aristóteles foi quem cunhou o termo economia ( oikonomía ) em seus estudos sobre aspectos de administração privada e sobre finanças públicas. Também encontramos algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão e de Xenofonte (440-335 a.C.). Os romanos não deixaram nenhum escrito notável na área de Economia. Essa civilização grandiosa também utilizava mão de obra escrava, a maior parte formada por prisioneiros de guerra, o que vinculou o modo de produção escravista à constante necessidade de novas conquistas territoriais. Sendo uma propriedade de seu dono e, portanto, comparável a qualquer outro instrumento ou ferramenta, o escravo romano era brutalmente castigado.
1.2 Relações econômicas na Idade Média O período medieval caracterizou-se pela preponderância do feudalismo, estrutura econômica, social, política e cultural que se edificou progressivamente na Europa centro- ocidental em substituição à estrutura escravista da Antiguidade Romana. Após 476, com a ruína de Roma e o fim do escravismo, a população deixou as cidades, buscando a sobrevivência no campo. A agricultura, praticada nas vilas (grandes propriedades agrárias), constituiu a base de uma economia autossuficiente, cujos desdobramentos conduziram à formação do mundo agrário-feudal. A principal unidade econômica de produção era o feudo,
que se dividia em três partes distintas: a propriedade privada do senhor, chamada domínio ou manso senhorial, no interior da qual se erguia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda o manso comunal, constituído por terras coletivas – pastos e bosques –, usadas tanto pelo senhor como pelos servos. No feudalismo, a posse da terra era o critério de diferenciação dos grupos sociais, rigidamente definidos: de um lado, os senhores, cuja riqueza provinha da posse territorial e do trabalho servil; de outro, os servos, vinculados à terra e sem possibilidades de ascender socialmente. Era uma sociedade estamental, estratificada e sem mobilidade. Os servos eram obrigados a prestar serviços ao senhor e a pagar-lhes diversos tributos (talha, corveia, etc.) em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. A palavra escravo seria imprópria para designar a condição do camponês, uma vez que o servo achava-se ligado à terra, não podendo ser dela retirado para ser vendido. Além disso, ao contrário do escravo, o servo podia sempre contar com um pedaço de terra para sustentar sua família, ainda quer precariamente. A Igreja cristã tornou-se a maior instituição feudal do Ocidente europeu. Sua incalculável riqueza (era a maior proprietária de terras), a sólida organização hierárquica e a herança cultural greco-romana permitiram-lhe exercer a hegemonia ideológica e cultural da época, caracterizada pelo teocentrismo. O clero forjou a mentalidade da época, reforçando o predomínio dos senhores feudais. Os privilégios estabelecidos eram justificados (vontade divina), numa clara tolerância pela desigualdade. Ao povo era oferecido, em troca, a promessa do paraíso celestial. A Igreja intervinha diretamente nos negócios, condenando a usura e desenvolvendo a noção de justo preço e justo salário. Usura era a arrecadação de juros por um emprestador nas operações que não deveriam dar lugar ao juro. A partir do século XIII a Igreja abrandou suas posições a respeito da usura, admitindo a cobrança de juros. Já o justo preço era o preço de um produto que devia ser correspondente ao seu custo efetivo acrescido de uma pequena soma relativa às necessidades mínimas de sobrevivência do produtor. O justo salário era aquele quer permitia ao trabalhador e sua família viver de acordo com os costumes de sua classe e de sua região. É importante destacar que os judeus, que não eram cristãos, emprestavam dinheiro a juros. Muitos tornaram-se banqueiros. Excluídos da posse da terra e do artesanato, os judeus assumiram cada vez mais a função de fornecedores de crédito, adquirindo ao mesmo tempo a reputação de agiota. Ser comerciante na Idade Média era exercer uma profissão perigosa e difícil: os caminhos estavam recheados de salteadores; os senhores feudais cobravam altas taxas e pedágios; os conhecimentos náuticos e geográficos eram precários. No entanto, a partir do
necessárias à manutenção do poder absoluto. Cada Estado procurou as medidas que mais se ajustavam às suas peculiaridades. Entretanto, apesar das variações de Estado para Estado e de época para época, houve uma série de princípios comuns que orientaram a política mercantilista. Um deles foi o metalismo, concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado à quantidade de metais preciosos por ele acumulados. A obtenção de ouro e prata viabilizou- se com a exploração direta das colônias ou com a intensificação do comércio externo. Em ambos os casos, buscava-se manter o nível das exportações superior ao das importações, ou seja, uma balança comercial favorável. “Vender sempre, comprar nunca ou quase nunca” era o lema. Nesse quadro, o Estado restringia as importações impondo pesadas taxas alfandegárias aos produtos estrangeiros, ou até mesmo proibindo que certos artigos fossem importados. Essas medidas visavam não apenas diminuir as importações, mas igualmente proteger a produção nacional da concorrência estrangeira; por esse motivo, são chamadas de medidas protecionistas. Para estimular as exportações, vários Estados modernos procuraram desenvolver políticas de incentivo à produção nacional, tanto nas metrópoles quanto em suas colônias. Dessa forma, o mercantilismo quase sempre esteve ligado ao trinômio metalismo, balança comercial favorável e protecionismo. Na Espanha, devido à estocagem de ouro e prata, o mercantilismo recebeu o nome de bulionismo. Na França, destacadamente durante o século XVII, governo estimulou as manufaturas, especialmente aquelas voltadas para a produção de artigos de luxo (joias, móveis, porcelanas, rendas, sedas, etc.), criando ainda diversas companhias de comércio. Em alusão a seu maior defensor, Colbert, ministro de Luís XIV, o mercantilismo desenvolvido na França foi chamado de colbertismo (como essa política econômica priorizava a indústria, o colbertismo era também conhecido como industrialismo). Na Inglaterra, cuja política mercantilista foi chamada de comercialista e depois industrialista, o governo favoreceu o desenvolvimento da frota naval e da marinha mercante. Eram os Atos de Navegação, que proibiam, por exemplo, navios estrangeiros realizarem o transporte de produtos da metrópole e das colônias inglesas. Também foram criadas diversas companhias de comércio. As relações entre colônia e metrópole eram regidas por meio do pacto colonial: a colônia fornecia à metrópole, a baixo custo, matérias primas, metais preciosos e alimentos, e comprava dela produtos manufaturados a altos preços. Essa relação de exploração chegava a tal ponto, que nas ilhas inglesas do caribe produtoras de açúcar, por exemplo, reservavam tão pouco solo para a produção de alimentos que estes tinham de ser importados do continente
norte-americano, ou até mesmo da Europa. Também não podemos ignorar a escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África (cerca de 80% dos nativos americanos morreram no primeiro século da colonização). A política mercantilista também provocou efeitos negativos nas economias das metrópoles. No caso específico da Espanha, o enorme afluxo de metais preciosos aumentou o volume monetário, provocando, nos séculos XVI e XVII, uma extraordinária elevação nos preços, que se generalizou por toda a Europa. Na região da Andaluzia, entre 1561 e 1582, a taxa de inflação chegou a 20% ano. Outro efeito deletério foi o desestímulo às atividades agrícolas e manufatureiras. Tornando-se cada vez mais dependente de importações, a Espanha não conseguiu manter ao longo do tempo saldos positivos em sua balança comercial. Assim, já no final do século XVII, quem liderava economicamente a Europa não eram mais os países ibéricos, mas as nações que se voltaram para o comércio e para a produção como meio de entesouramento. Entre os principais autores Mercantilistas, podem ser citados os seguintes: Malestroit ( Paradoxos sobre a moeda , 1566); Jean Bodin ( Resposta aos paradoxos do Sr. Malestroit , 1568); Ortiz ( Relatório ao rei para impedir a saída de ouro , 1588); Montchrétien ( Tratado de economia política , 1615); Locke ( Consequências da redução da taxa de juro e da elevação do valor da moeda , Londres, 1692); Thomas Mun ( Discurso sobre o comércio da Inglaterra com as Índias orientais , 1621).
2.1 Escola fisiocrata A fisiocracia, considerada a primeira escola econômica de caráter científico, surgiu como movimento de reação ao mercantilismo por volta de 1756 na França. Esse movimento afirmava que a riqueza de um Estado não consistia em possuir metais preciosos, mas sim em objetos úteis, que satisfizessem as necessidades humanas. Também defendia o comércio doméstico em detrimento do comércio internacional. Era desnecessária a regulamentação governamental, pois havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. Portanto, a lei da natureza era suprema, e tudo que fosse contra ela seria derrotado. A função do soberano era servir de intermediário para que as leis da natureza fossem cumpridas. Os fisiocratas sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza, e o trabalho na terra era o único trabalho produtivo. Isso porque as atividades agrícola e industrial não estavam no mesmo pé de igualdade quanto à geração de riqueza. Embora os dois setores
nacional (proteger a sociedade da violência e da invasão), administração da justiça e execução de obras públicas. Smith também afirma que o aumento da produtividade no trabalho depende da divisão social do trabalho. Isso se dá devido a três fatores. Primeiro, essa divisão eleva a destreza e a habilidade do trabalhador para executar determinada operação. Segundo, economiza-se tempo na passagem de uma tarefa para outra. E terceiro, a especialização cria a oportunidade de utilizar ferramentas ou instrumentos também especializados para cada tarefa, o que torna mais efetivo o trabalho a ser realizado. Adam Smith exemplifica sua ideia com uma visita que fez a uma fábrica de alfinetes: ele conjeturou que, se os trabalhadores tivessem optado por trabalhar separadamente e não como uma equipe de especialistas, “eles certamente não poderiam, cada um por si só, fazer sequer vinte alfinetes por dia.” Contudo, observou ele, com a utilização dessas mesmas ferramentas manuais, mas com a divisão do processo em uma série de operações individualmente pequenas nas quais as pessoas se especializam, dez pessoas poderiam fazer a quantidade impressionante de 48 mil alfinetes por dia. É através da divisão do trabalho que ocorre o excedente de produção que é colocado no mercado de trocas. Smith distingue o valor de troca de uma mercadoria do seu valor de uso. O primeiro diz respeito à capacidade de uma mercadoria “comprar” uma quantidade de outras mercadorias no mercado. O segundo refere-se às qualidades físicas do objeto que permitem satisfazer necessidades humanas. O valor de troca não guarda nenhuma relação e, portanto, não depende do valor de uso da mercadoria. Para demonstrar essa proposição, Smith dá como exemplo o paradoxo da água e dos diamantes. A água tem um altíssimo valor de uso, pois é indispensável à vida humana, porém possui um baixo valor de troca. Por sua vez, um diamante tem alto valor de troca, muito embora seja irrelevante para a vida humana. Ao contrário dos mercantilistas e fisiocratas, que consideravam os metais preciosos e a terra, respectivamente, como os geradores da riqueza nacional, para Adam Smith o elemento essencial da riqueza é o trabalho produtivo. Assim, o valor pode ser gerado fora da agricultura, toda vez que uma mercadoria for vendida a um preço superior ao seu custo de produção. Na equação de preços de Smith, o preço natural de uma mercadoria é a mera soma das taxas de salário, de lucro e da renda da terra. Da mesma forma, o produto nacional é simplesmente a soma da massa de salários, de lucros e de renda. Na hierarquia dos setores econômicos de Adam Smith, a agricultura aparece em primeiro lugar, pois é a única atividade que gera os três tipos de rendimentos: salários, lucros e renda. A indústria vem a seguir, pois só gera lucros e salários. Por fim vem o comércio, dividido em doméstico e externo. Aliás, Smith era um defensor do livre comércio, argumentando que uma ampliação do mercado, interno e internacional, incentivaria a divisão
do trabalho e a sua produtividade, permitindo que todos usufruíssem dessa produtividade mediante o consumo de produtos mais baratos. Todos comprariam nos mercados mais baratos, com base na lei das vantagens absolutas. David Ricardo (1772-1823), depois de Adam Smith, foi o maior representante da escola clássica. Corretor da Bolsa de Valores de Londres, conseguiu fazer fortuna com um estilo pouco ousado, mas seguro, nas operações. Tinha por hábito discutir questões de política econômica inglesa, normalmente após o fechamento da bolsa. Esse hábito o levou a publicar alguns artigos nos jornais, causando grande repercussão. Em 1817 publica sua obra máxima, Princípios da economia política e tributação. No livro, ele analisa a questão do protecionismo agrícola assegurado pelas leis dos cereais (1816). As corn law proibiam a importação de trigo do continente europeu para a ilha britânica sempre que o seu preço ficasse abaixo de 80 xelings por quarter de cereal. Claramente seu objetivo era manter elevadas as rendas auferidas pelos proprietários de terra, por meio do alto preço do cereal. Como os salários mantinham-se praticamente constantes, o resultado dessa situação era a deterioração dos lucros dos industriais. O desenvolvimento econômico provoca um aumento da demanda de alimentos. Sua produção implica o cultivo de terras menos férteis e mais distantes dos centros urbanos consumidores, a um custo de produção, medido em trabalho, sempre maior. Nesse sentido, Ricardo mostra que a taxa de lucro tende a cair à medida que a fronteira agrícola se expande em direção às terras menos férteis. Isso se deve a dois fatores: menor produtividade do trabalho nas terras menos férteis e maior custo dos transportes. Ele demonstrou que, com o crescimento demográfico no longo prazo, caem tanto os lucros dos arrendatários, como os salários reais (salário individual/preço dos alimentos) e a taxa de lucro (lucro absoluto/capital empregado). Por outro lado, aumentam os preços dos alimentos, os salários monetários e a renda da terra dos proprietários. A queda da taxa de lucro reduz os investimentos na agricultura e em toda a economia. Como solução desse problema Ricardo defende o livre comércio internacional, baseado no princípio das vantagens comparativas: mesmo que um país seja mais produtivo na produção de todos os bens, ele deve concentrar sua produção apenas naqueles em que a diferença de produtividade e de custos seja maior, quando comparados com seus parceiros comerciais. Com isso, não apenas seus ganhos de comércio serão maiores, mas todos sairão ganhando. Ricardo utiliza um exemplo com dois produtos, vinho e tecido, e dois países, Inglaterra e Portugal, para mostrar que ambos os países podem se beneficiar com a abertura do comércio e se especializando com base na vantagem comparativa.
estacionário. Já a livre importação de alimentos e as inovações tecnológicas (recuperação de terras alagadas ou áridas, novos métodos de cultivo, sementes geneticamente melhoradas, uso de fertilizantes e corretivos do solo) afastam o fantasma do estado estacionário para épocas futuras. Mil também fez a distinção entre as leis de produção e da distribuição. Para ele, as leis da produção têm caráter semelhante às leis das naturais, quer dizer, são leis que atuam independentemente da vontade ou da ação humana. Já o mesmo não se pode dizer quanto às leis da distribuição. Essas são leis morais ou sociais e, portanto, podem ser alteradas ou estão sujeitas à vontade ou à ação humana. Assim, é possível alterar a distribuição da riqueza numa sociedade capitalista reduzindo o grau de desigualdade por meio de mudanças em suas instituições. Seu livro é o primeiro da área a discutir comunismo e socialismo como regimes sociais alternativos ao capitalismo.
3.2 Economia marginalista ou neoclássica O período neoclássico teve início na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX. Nesse período, privilegiam-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade de autorreguladora fez com que os teóricos econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico. Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio matemático explícito inaugurado por Ricardo, procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social. Um grande destaque dessa corrente foi Alfred Marshall (1842-1924). Seu livro, Princípios de economia , publicado em 1890, serviu como obra básica até a metade do século XX. Ele tentou conciliar os pensamentos clássico e marginalista, daí o termo neoclássico. Outros teóricos importantes foram: William Jevons, Léon Walras, Eugene Böhm-Bawerk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, Arthur Pigou e Francis Edgeworh. Segundo os economistas neoclássicos, a utilidade de um produto é que determina o valor dos bens, as quantidade demandadas e o preço de equilíbrio do mercado de cada bem. Isso foi representado por Marshall em um gráfico de duas dimensões, determinando o equilíbrio parcial pela interação da oferta e da demanda de cada bem, segundo os seguintes passos: 1º quanto maior a utilidade do bem, tanto mais ele será procurado pelas pessoas e tanto maior será o seu valor e seu preço; 2º quanto maior for o preço, tanto mais as empresas querem produzir e vender tal produto; 3º o equilíbrio do mercado é aquele em que há um preço único para vendedores e compradores, em que a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada.
Essa relação inversa entre quantidades demandadas e preços gera uma curva de demanda negativamente inclinada. Para derivar esta curva de demanda negativamente inclinada, Marshall supôs que, no curto prazo, as utilidades marginais de cada indivíduo permanecem constantes, isto é, que os consumidores são racionais e que os gostos não mudam. Os salários e os preços, perfeitamente flexíveis, são regulados pela oferta e demanda de trabalho, ou pela oferta e demanda de bens e serviços no mercado. A produção obtém-se com proporções variáveis de capital e trabalho, cujo emprego dependerá de seus custos: um mesmo nível de produto pode ser obtido com mais capital e menos trabalho e vice-versa. Na economia clássica, pelo contrário, a função de produção apresentava proporções fixas: todo acréscimo de produção necessitava de adição simultânea de capital e trabalho. Outra diferença fundamental entre a escola neoclássica e a escola clássica diz respeito à teoria do valor. Enquanto nesta última o valor é determinado pela quantidade de trabalho incorporado nos bens (teoria do valor-trabalho), na primeira o valor depende da utilidade marginal (teoria do valor- utilidade). Desse modo, pelo pensamento neoclássico, quanto mais raro e útil for um produto, tanto mais ele será demandado e valorizado e tanto maior será o seu preço. Apesar de as questões microeconômicas ocuparem o centro dos estudos econômicos, houve uma produção rica em outros as aspectos da teoria econômica, como a teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter e a teoria do capital de dos jurus de Böhm- Bawerk. Deve-se destacar também a análise monetária, com a criação da teoria quantitativa da moeda, quer relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.
Paralelamente às propostas do socialismo utópico, que procuravam conciliar numa sociedade ideal os princípios liberais e as necessidades emergentes do proletariado, surgiu o socialismo científico. Mediante a análise dos mecanismos econômicos e sociais do capitalismo, seus ideólogos propunham compreender a realidade e transformá-la. O socialismo científico constituía, assim, um proposta revolucionária do proletariado. Seu maior teórico foi o alemão Karl Marx (1818-1883). Juntamente com Friedrich Engels (1820-1895), publicaram em 1848 o Manifesto do Partido Comunista, no qual fizeram uma síntese geral de suas ideias. Marx e Engels diziam que a burguesia destruíra as relações feudais e tornara-se a classe dominante o sistema capitalista. Já o proletariado iniciava a luta contra a burguesia, classe dominante do regime capitalista que o explorava. O objetivo imediato dos comunistas seria “a destruição da supremacia burguesa, a conquista do poder
pago permanece em poder do proprietário dos meios de produção. A mais-valia absoluta resulta da extensão da jornada de trabalho, sem expandir a massa salarial. A mais-valia relativa decorre do aumento da produtividade, resultante do aperfeiçoamento dos meios de produção. Contra a ordem capitalista e a sociedade burguesa, Marx considerava inevitável a ação política do proletariado, a Revolução Socialista, que inauguraria a construção de uma nova sociedade. Num primeiro momento, seriam instalados o controle do Estado pela ditadura do proletariado e a socialização dos meios de produção, eliminando a propriedade privada. Numa etapa posterior, a meta seria o comunismo, que representaria o fim de todas as desigualdades sociais e econômicas, inclusive do próprio Estado. Nesse etapa, o homem viveria de acordo com o seguinte princípio: “De cada um segundo sua capacidade e a cada um segundo suas necessidades.”
5.1 Economia keynesiana A era keynesiana iniciou-se com a publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda , de John Maynard Keynes (1883-1946), em 1936. Muitos autores descrevem a contribuição de Keynes como a revolução keynesiana, tamanho o impacto de sua obra. Keynes ocupou a cátedra que havia sido de Alfred Marshall na Universidade de Cambridge. Acadêmico respeitado, Keynes tinha também preocupações com as implicações práticas da teoria econômica. Para entender o impacto da obra de Keynes é necessário considerar sua época. Na década de 1930 a economia mundial atravessava uma crise quer ficou conhecida como a Grande Depressão. Iniciada nos Estados Unidos com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, as taxas de desemprego chegaram a 25%; em 1933 o PIB real tinha despencado 30%. Logo a crise se espalhou para a Europa e tomou proporções globais. A teoria econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A teoria geral de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionavam adequadamente naquele novo contexto econômico, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão. Segundo ela, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determinado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, Keynes contradiz a lei de Say, argumentando quer a oferta não cria a própria demanda. Em vez disso, a produção agregada depende do que as pessoas estão dispostas a comprar. As
pessoas podem se recusar a gastar toda sua renda. Se as empresas não gastam em novo capital o montante quer as pessoas planejam poupar, a demanda pode ser menor que a oferta. Nessa situação, os recursos podem não ser empregados e continuar assim indefinidamente. Keynes também desenvolveu a teoria da preferência pela liquidez, segundo a qual a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. Para Keynes, numa economia em recessão, não existem forças de autoajustamento. Por isso se torna necessária a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos, com uma extenso programa de obras públicas: escolas, estradas, hospitais, hidrelétricas etc. Esses preceitos serviram de base para a elaboração do plano New Deal, implantando por Franklin Delano Roosevelt para superar a crise. De fato, os Estados Unidos conseguiram uma progressiva recuperação econômica nos dez anos seguintes.
5.2 Neoclássicos liberais e conservadores No pós Segunda Guerra Mundial, houve um desenvolvimento expressivo da teoria econômica. Por um lado, incorporaram-se os modelos por meio do instrumental estatístico e matemático, que ajudou a formalizar ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns economistas trabalharam na esteira de pesquisa aberta pela obra de Keynes. Debates teóricos sobre aspectos de seu trabalho duram até hoje, destacando-se três grupos: os neoclássicos conservadores (ou monetaristas), os fiscalistas (neoclássicos liberais ou kenesianos) e os pós- keynesianos. Apesar de nenhum deles ter um pensamento homogêneo e todos terem pequenas divergências internas, é possível fazer algumas generalizações. Os monetaristas estão associados à Universidade de Chicago e têm como economista de maior destaque Milton Friedman, prêmio Nobel em 1976. Defendem que o governo deve ser afastar ao máximo da economia, cortando gastos e impostos. Ao Estado caberia um rígido controle do crescimento da oferta de moeda, para evitar a inflação, executar funções mínimas nas áreas sociais básicas, regulamentar oligopólios e produzir bens públicos. Os fiscalistas têm expoentes como James Tobin (1918-2002), da Universidade de Yale, e Paul Anthony Samuelson, de Harvard e MIT (Nobel em 1970). Em geral, recomendavam o uso de políticas fiscais ativas e acentuado grau de intervenção do Estado. Os pós-keynesianos têm explorado outras implicações da obra de Keynes, e pode-se associar a esse grupo a economista Joan Robinson (1903-1983), cujas ideais eram afinadas com as de Keynes. Os pós-keynesianos realizaram uma releitura da obra de Keynes, procurando mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária. Enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do