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RELATÓRIO DE ESTÁGIO QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS, Exercícios de Enfermagem

será composta por idosos, por conseguinte, a promoção do envelhecimento ... Com este relatório pretendo fazer uma descrição dos factos e actividades com o ...

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Instituto Politécnico de Portalegre
Escola Superior de Saúde de Portalegre
1.º Curso de Mestrado em Enfermagem
Especialização em Enfermagem Comunitária
Prof. Doutora Filomena Martins
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS -
(CASO – EXTENSÃO DE SAÚDE DE CEBOLAIS DE
CIMA, EXTENSÃO DE SAÚDE DE LARDOSA E UM
FICHEIRO CLÍNICO DO CENTRO DE SAÚDE DE
CASTELO BRANCO)
Ana Luísa Martins
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Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Saúde de Portalegre

1.º Curso de Mestrado em Enfermagem Especialização em Enfermagem Comunitária

Prof. Doutora Filomena Martins

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS -

(CASO – EXTENSÃO DE SAÚDE DE CEBOLAIS DE

CIMA, EXTENSÃO DE SAÚDE DE LARDOSA E UM

FICHEIRO CLÍNICO DO CENTRO DE SAÚDE DE

CASTELO BRANCO)

Ana Luísa Martins

Fevereiro

Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Saúde de Portalegre

1.º Curso de Mestrado em Enfermagem Especialização em Enfermagem Comunitária

Prof. Doutora Filomena Martins

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS -

(CASO – EXTENSÃO DE SAÚDE DE CEBOLAIS DE

CIMA, EXTENSÃO DE SAÚDE DE LARDOSA E UM

FICHEIRO CLÍNICO DO CENTRO DE SAÚDE DE

CASTELO BRANCO)

Ana Luisa Martins

Fevereiro

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho, de grande significado pessoal, vem concretizar uma das etapas da minha formação académica e científica. Apesar do carácter individual que está inerente a este relatório, a sua elaboração não seria possível sem a colaboração, orientação, apoio e incentivo de algumas pessoas. Neste sentido, gostaria de expressar o meu reconhecimento e consideração às seguintes pessoas e instituições: À professora Doutora Filomena Martins. Ao meu querido filho Rafael e ao meu marido Márcio, pelo seu incondicional amor e dedicação ao longo de todo este tempo. As minhas amigas e companheiras, Ana e Sónia, que me apoiaram e me ajudaram nesta longa caminhada. Á Escola Superior de Saúde de Portalegre.

RESUMO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2050, 32% da população mundial será composta por idosos, por conseguinte, a promoção do envelhecimento saudável constitui uma prioridade em matéria de Saúde Pública. O presente relatório tem como finalidade registar de forma clara e objectiva as actividades realizadas, observadas e proporcionadas pela practica clínica referente ao estágio realizado na comunidade no âmbito do 1º curso de mestrado em Enfermagem com especialização em saúde comunitária da Escola Superior de Saúde de Portalegre. Pretendo ainda através deste relatório, reflectir sobre o contributo do mesmo para o meu desenvolvimento pessoal e profissional como futura enfermeira especialista em saúde comunitária. A metodologia seguida neste relatório assim como no estágio realizado foi a metodologia do planeamento em Saúde. O estágio realizado teve como objectivo promover o Envelhecimento Saudável dos idosos pertencentes a três extensões de saúde da Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco e adquirir competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem comunitária e de Saúde Pública definidas pela Ordem dos Enfermeiros. Após a elaboração do diagnóstico de saúde efectuado a 255 idosos, através do instrumento de colheita de dados: questionário composto por caracterização sócio-demográfica, escalas de avaliação da Qualidade de Vida (QV): WHOQOL-OLD e WHOQOL- BREF da OMS e Índice de Barthel, conclui-se que, de um modo geral, os idosos percepcionam a sua saúde e QV de forma satisfatória. Foram referidos como factores determinantes para melhorar a sua QV: a “saúde”, “ter paz” e “ter dinheiro”. Foram detectados como principais necessidades e problemas dos idosos a falta de actividade física, consumo de álcool e tabaco, segurança do idoso e sentimentos negativos ou isolamento do idoso. Foram realizadas actividades de forma a fomentar mudanças de comportamento efectivas relativamente á aquisição de hábitos de vida saudáveis, tendo como referencial teórico Nola Pender e o seu modelo de promoção da saúde. É necessário que estas intervenções tenham continuidade para que haja mudanças de comportamento efectivas relativamente a adopção de hábitos de vida saudáveis pelos idosos.

Palavras-chave: Envelhecimento Saudável; Qualidade Vida; Enfermagem Comunitária; Promoção da Saúde; Hábitos de Vida Saudáveis.

ÍNDICE

  • INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………
    1. ENQUADRAMENTO……………………………………………………………………
  • 1.1 O ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO A NÍVEL MUNDIAL E NACIONAL…….
  • 1.2 QUALIDADE DE VIDA/ ENVELHECIMENTO ACTIVO
  • ACTIVO DO IDOSO 1.3 FACTORES DETERMINANTES DA QUALIDADE DE VIDA/ ENVELHECIMENTO
  • PENDER……………………………………………………………………………………… 1.4 PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE/ MODELO NOLA
  • NA PROMOÇÃO DA QV DO IDOSO…………………………………………………….. 1.5 A INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM SAÚDE COMUNITÁRIA
  • 1.6 METODOLOGIA DO PLANEAMENTO EM SAÚDE………………………………...
    1. CONTEXTO EM ESTUDO……………………………………………………………
    1. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA…………………………………………………...
  • 3.1 DIAGNÓSTICO DE SAÚDE ……..
  • 3.2 DETERMINAÇÃO DE PRIORIDADES E NECESSIDADES…………………………
  • 3.3 DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS………………………………………………………...
  • 3.4 SELECÇÃO DE ESTRATÉGIAS………………………………………………………..
  • 3.5 PREPARAÇÃO DA EXECUÇÃO
  • 3.6 ESPECIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ………
    1. AVALIAÇÃO……………………………………………………………………………
    1. CONCLUSÃO…………………………………………………………………………...

APÊNDICES

Apêndice I- Projecto de Estágio Apêndice II- Local onde os idosos estão inseridos (Quadro 1) Quadro 1- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Local e onde estão inseridos Apêndice III- Questionário Apêndice IV – Caracterização Sócio- demográfica (Quadro 2, 3 e 4) Quadro 2- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por idade e sexo Quadro 3- Estatísticas descritivas da variável idade Quadro 4- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por intervalos de idade e sexo Apêndice V- Caracterização Sócio- demográfica/ estado civil (Quadro 5) Quadro 5- Distribuição absoluta e percentual de idosos por estado civil e por sexo Apêndice VI - Caracterização Sócio- demográfica/ Escolaridade (Quadro 6) Quadro 6- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por escolaridade e sexo. Apêndice VII- Caracterização Sócio- económica - Situação profissional (Quadro 7) Quadro 7- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por situação profissional e sexo. Apêndice VIII- Caracterização socio- económica- Constituição do agregado familiar (Quadro 8) Quadro 8 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por com quem vive e sexo. Apêndice IX – Percepção de saúde (Quadro 9 e Quadro 10) Quadro 9- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Até que ponto está satisfeito com a sua saúde e sexo Quadro 10 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Até que ponto está satisfeito com a sua saúde e intervalos de idades Apêndice X – Factores que influenciam a Percepção de saúde - dinheiro (Quadro 11 e Quadro

Quadro 11- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por até que ponto esta satisfeito com a sua saúde e tem dinheiro suficiente para fazer as suas necessidades Quadro 12- teste de Kendall’s tau-b Até que ponto está satisfeito com a sua saúde e se tem dinheiro suficiente para satisfazer as suas necessidades Apêndice XI - Factores que influenciam a Percepção de saúde - Doença (Quadro 13) Quadro 13- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Até que ponto está satisfeito com a sua saúde e a doença como influencia negativa Apêndice XII - Factores que influenciam a percepção de Saúde – Precisar de cuidados de saúde para fazer a sua vida diária (Quadro 14 e Quadro 15)

Quadro 28 – Estatística descritiva dos domínios da WHOQOL- BREF Apêndice XIX – Domínios da escala de WHOQOL- OLD (Quadro 29) Quadro 29 – Estatística descritiva dos domínios da WHOQOL- OLD Apêndice XX – Qualidade de vida por local (Quadro 30) Quadro 30 – Estatística descritiva do item como avalia a sua qualidade de vida por local onde vive Apêndice XXI – Domínios da escala de WHOQOL-BREF e Local onde está inscrito (Quadro

Quadro 31- Estatística descritiva dos domínios da escala WHOQOL-BREF e Local onde está inscrito Apêndice XXII – Domínios da escala de WHOQOL-OLD e Local onde está inscrito (Quadro 32) Quadro 32- Estatística descritiva dos domínios da escala WHOQOL-OLD e Local onde está inscrito Apêndice XXIII- Factores determinantes na qualidade de vida – Saúde (Quadro 33) Quadro 33- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Como avalia a sua qualidade de vida e até que ponto está satisfeito com a sua saúde Apêndice XXIV- Factores determinantes na qualidade de vida – Ter dinheiro (Quadro 34) Quadro 34- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Como avalia a sua qualidade de vida e tem dinheiro suficiente para satisfazer as suas necessidades Apêndice XXV- Factores determinantes na qualidade de vida – Relações interpessoais (Quadro

Quadro 35- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Como avalia a sua qualidade de vida e Até que ponto está satisfeito com as suas relações interpessoais Apêndice XXVI- Factores determinantes na qualidade de vida – Sintomas depressivos (Quadro

Quadro 36- Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Como avalia a sua qualidade de vida e com que frequência tem sentimentos negativos tais como tristeza, desespero, ansiedade ou depressão Apêndice XXVII- Factores determinantes na qualidade de vida – Solidão (Quadro 37) Quadro 37 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Como avalia a sua qualidade de vida e Até que ponto está satisfeito com a sua saúde e solidão como influência negativa Apêndice XXVIII- Factores determinantes na qualidade de vida – Grau de dependência (Quadro

Quadro 38 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Score de Barthel e Como avalia a sua qualidade de vida Apêndice XXIX- Estilos de vida dos idosos (Quadro 39, 40, 41 e 42) Quadro 39 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Hábitos tabágicos e sexo Quadro 40 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Hábitos alcoólicos e sexo Quadro 41 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Faz exercício físico e sexo Quadro 42 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Toma medicamentos para as dores e sexo Apêndice XXX - Factores sociais - Segurança (Quadro 43 e 44) Quadro 43 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Em que medida se sente em segurança no seu dia-a-dia e sexo Quadro 44 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por em que medida é saudável o seu ambiente físico e sexo Apêndice XXXI - Factores psicológicos - Sentimentos negativos (Quadro 45) Quadro 45 - Distribuição absoluta e percentual dos idosos por Com que frequência tem sentimentos negativos tais como tristeza, desespero, ansiedade ou depressão e sexo Apêndice XXXII- Convite para aula de Educação física em Cebolais Apêndice XXXIII- Fotografias da Aula de Educação física em Cebolais Apêndice XXXIV- Brochura sobre Actividade Física Apêndice XXXV- Plano de formação da sessão de educação para a saúde em Cebolais Apêndice XXXVI- Diapositivos da sessão de educação para a saúde em Cebolais apêndice XXXVII- Brochura informativa sobre Alimentação Apêndice XXXVIII- Brochura informativa sobre Prevenção de Quedas Apêndice XXXIX- Ficha de Avaliação da sessão Apêndice XL- Plano de formação da sessão de educação para a saúde em Lardosa Apêndice XLI- Cartaz de divulgação da sessão de educação para a saúde em Lardosa Apêndice XLII- Programa de Rádio “ A saúde em Questão” Apêndice XLIII- Cartaz de divulgação do Encontro “Entre Gerações” em Louriçal em Louriçal Apêndice XLIV-Diapositivos da apresentação do Estudo no “Encontro Intergeracional em Louriçal” Apêndice XLV- Plano de sessão da apresentação da apresentação do estudo

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INTRODUÇÃO

O presente relatório insere-se no âmbito do 1º Curso de Mestrado em Enfermagem com Especialização em Enfermagem Comunitária da Escola Superior de Saúde de Portalegre. Este Relatório refere-se ao estágio (Apêndice I) realizado na ULS de Castelo Branco, mais especificamente nas extensões de saúde de Cebolais de Cima, de Lardosa e de um ficheiro da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados [UCSP] 2 de Castelo Branco. O estágio decorreu no período compreendido entre 14 de Fevereiro a 30 de Junho de 2011 e incidiu na área da promoção do Envelhecimento Saudável/ Qualidade de Vida do Idoso. A metodologia seguida no relatório e estágio é a do Planeamento em saúde. Este documento surge para descrever e fazer uma análise crítica e auto reflexa das actividades desenvolvidas no decorrer do mesmo, que me permitam evidenciar um campo de conhecimentos científicos adquiridos no decorrer do curso, demonstrando a sua aplicabilidade na prática e ao mesmo tempo o desenvolvimento e aquisição de competências na área da Enfermagem Comunitária. A Opção por esta temática surge devido a uma opção pessoal, com o facto de querer saber mais sobre esta fase do ciclo vital, tentando perceber de que forma os idosos percepcionam a sua qualidade de vida. Considero que a realização de um projecto, que tem como objectivo promover intervenções na área da saúde comunitária, direccionadas para o tema Envelhecimento Saudável/ QV faz todo o sentido, tendo em conta que o envelhecimento populacional é actualmente uma realidade no nosso país, assim como em todo o mundo. Envelhecer tornou- se um fenómeno relevante do século XXI nas sociedades desenvolvidas, quer pelas suas implicações a nivel socio-económico, como nas modificações que se evideciam individualmente, assim como em novos estilos de vida. As actividades desenvolvidas no decorrer do Estágio de Intervenção Comunitária, tiveram como objectivo contribuir para a implementação de estratégias de Promoção de Saúde na comunidade idosa e promover um envelhecimento saudável com mais QV, através da aquisição de competências que me permitam participar na avaliação multicausal e nos

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processos de tomada de decisão dos principais problemas de saúde pública e no desenvolvimento de programas e projectos de intervenção. Com as actividades desenvolvidas pretendi igualmente contribuir para dar visibilidade á Enfermagem. De acordo com Estrela et al “um relatório é um escrito que apresenta o relato final, completo e definitivo, de um estudo, de uma investigação ou de uma pesquisa (…) não é mera transcrição de materiais estudados ou investigados, um conjunto de anotações desconexas, mas, sim, uma parte essencial de um trabalho de estudo e investigação”. (Estrela et al, 2008:97) Com este relatório pretendo fazer uma descrição dos factos e actividades com o objectivo de relatar uma situação vivenciada e retratar em que medida foram ou não respeitadas as previsões inseridas no projecto e quais os resultados obtidos. O presente relatório adquire especial relevância no processo de aprendizagem pois permite registar de forma clara e objectiva as actividades realizadas, observadas e proporcionadas pela prática clínica e pretendo através da sua realização:

  • Reflectir sobre as experiências, analisando o contributo do ensino clínico para o desenvolvimento pessoal e profissional como futura enfermeira especialista em saúde comunitária;
  • Analisar se os objectivos gerais e específicos propostos no projecto de estágio de intervenção comunitária foram atingidos;
  • Facilitar o processo de auto-avaliação.
  • Transmitir de maneira clara e concisa, a forma como decorreu este estágio. O meu estágio teve também como objectivo, a aquisição das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem comunitária e de saúde pública, definidas pela Ordem dos Enfermeiros (decreto de lei nº 35- 18 de Fevereiro de 2011). O Relatório encontra-se estruturado da seguinte forma: Introdução, Enquadramento teórico, contexto em estudo, intervenção comunitária, avaliação e conclusão.

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Segundo dados relativos às projecções do índice de envelhecimento divulgados pelo Eurostat, de um conjunto de 29 países europeus, Portugal deverá ser o sétimo país mais envelhecido em 2030, com cerca de 175 idosos por 100 jovens. O estudo “O Envelhecimento em Portugal Situação demográfica e socio-económica recente das pessoas idosas” refere que o número de idosos aumentou consideravelmente e de forma desigual no nosso país. Em Portugal, as alterações na estrutura demográfica são evidenciadas na comparação das pirâmides de idades em 1960 e 2000. Entre 1960 e 2000 a proporção de jovens (0-14 anos) diminuiu de cerca de 37% para 30%. Segundo a hipótese média de projecção de população mundial das Nações Unidas, a proporçãode jovens continuará a diminuir, para atingir os 21% do total da população em 2050. Em Portugal são perceptíveis zonas de grande assimetria a nível socioeconómico, sendo desta forma, a zona interior muito envelhecida, a zona centro medianamente envelhecida e a zona litoral a menos envelhecida. (Costa et al, 1999) A tomada de consciência do fenómeno do envelhecimento implica e motiva a sociedade para implementação de medidas em várias áreas, nomeadamente na saúde, na acção social, para que a terceira idade seja vivenciada e vista de forma mais positiva, no entanto Moniz refere ainda “o envelhecimento demográfico está longe de ser um assunto pacífico pelas implicações sociais, económicas e financeiras que o envolve”. (Moniz, 2003:41) Envelhecer é um fenómeno relevante do séc. XXI nas sociedades desenvolvidas, devido às suas implicações a nível económico e social. Origina alterações a nível individual e em novos estilos de vida, colocando novos desafios às famílias, aos governos e a sociedade em geral. As pessoas vivem até mais tarde, com melhores condições de vida e com acesso a serviços de saúde de melhor qualidade, pelo que, neste contexto, o cenário futuro é o de um aumento da população idosa e um declínio da população mais jovem. (INE, 2008) O envelhecimento assume desta forma, um papel determinante na sociedade, reflectido no desenvolvimento de políticas públicas direccionadas para o envelhecimento activo do idoso. Envelhecer representa um dos maiores triunfos da humanidade e também de um dos grandes desafios do século XXI. Segundo Quedinho & Tavares “A revolução da longevidade é comparável a outras grandes revoluções da história que transformaram todos os aspectos da vida no planeta.” (Quedinho & Tavares, 2010: 43) O envelhecimento é um processo natural, de mudança gradual, a nível biológico, psicológico e social dos indivíduos, que se inicia segundo alguns, na concepção e progride ao longo da vida. O mesmo é definido por Poirier como “ um processo inelutável caracterizado

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por um conjunto complexo de factores fisiológicos, psicológicos e sociais específicos de cada indivíduo.” (Poirier, 1995: 99) Deste modo, o envelhecimento é um fenómeno biológico e psicológico, que envolve inúmeras variáveis que se inter-relacionam e actuam na forma como cada um de nós envelhece, caracterizando-se num processo insidioso e linear que se altera na forma e intensidade de pessoa para pessoa_._ O envelhecimento é um processo individualizado pois os ganhos e perdas divergem de pessoa para pessoa, de grupo para grupo. O envelhecimento envolve aspectos como a funcionalidade, a autonomia, a mobilidade e consequentemente condiciona a QV da população idosa. (Carvalho, 1999) Falar de envelhecimento implica falar de pessoas idosas. Até determinada época, todas as pessoas com idade superior ou igual a 65 anos eram consideradas idosas. Uma das primeiras necessidades a ter em conta, quando se pretende estudar o fenómeno do envelhecimento é de carácter cronológico. Porém, torna-se pertinente interrogar se será possível estabelecer uma idade a partir da qual a pessoa se torna idosa, dada a complexidade do fenómeno. Surgem assim, diversos pressupostos em relação a diferentes grupos etários no último ciclo vital da vida. Cabete (2005) designa idoso ou pessoa idosa, como o indivíduo com idade igual ou superior a 65 anos de idade e muito idoso ou grande idoso, com idades superiores a 70 anos. De acordo com a OMS, um idoso é uma pessoa com mais de 65 anos, independentemente do sexo ou do estado de saúde, no entanto, em países subdesenvolvidos atendendo a que a idade média de vida é baixa, consideramos idoso, o individuo com mais de 60 anos de idade. O envelhecimento pode ser considerado um processo individual e colectivo, uma vez que cada ano de vida do indivíduo marca o envelhecimento, assim como o aumento da porção da população considerada idosa. O envelhecimento demográfico diz respeito ao aumento da proporção das pessoas idosas na população total. (Agree & Freedman, 2001) Nesta perspectiva, Moura refere que o envelhecimento pode ser analisado sob duas grandes perspectivas: a demográfica e a individual. Individualmente o envelhecimento baseia- se na maior longevidade ou aumento da esperança média de vida. No entanto, o processo de envelhecimento não pode ser definido apenas por critérios cronológicos, mas sim segundo uma abordagem individualizada e holística, que decorre desde o nascer e ao qual se juntam alterações fisiológicas, psicológicas e comportamentais. (Moura, 2006) Para Rosa (1993), citado por Almeida (1999: 65) o crescente relevo da parcela da população com 65 ou mais anos, consequente do envelhecimento demográfico, apresenta-se como uma característica deste final de século e uma herança para o século XXI. A nível

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cuidado á saúde do idoso deve ser holístico, abrangendo as condições biológicas, psicológicas e as socioculturais, de forma a proporcionar uma melhor QV desses indivíduos. As “Metas da Saúde para Todos” expressam que inerente ao aumento da esperança de vida e consequente aumento da população idosa, se deve verificar uma crescente e cada vez maior preocupação com a qualidade de vida dos indivíduos. O envelhecimento é caracterizado como “um processo natural e universal, multidimensional, dinâmico, inevitável, irreversível, individualizado e variável, uma vez que as pessoas não envelhecem da mesma forma, nem no mesmo espaço temporal.” (Costa et al, 1999: 47) O “envelhecimento normal” representa as alterações biológicas universais que ocorrem com a idade e que não são afectadas pela doença e pelas influências ambientais. (OMS, 2002) O envelhecimento é um processo individual, cada pessoa envelhece à sua maneira, fruto da sua história e do seu projecto de vida, do meio onde está inserida e dos seus hábitos e costumes. Deste modo, transforma-se numa responsabilidade individual, ao longo da vida, tomar as medidas que garantam uma velhice, com qualidade. (Ramos, 2001) Envelhecer significa crescer em anos, mas não significa que os indivíduos vivam experiencias iguais, pois apesar de o tempo ser uma constante, a experiência diferencia-os. (Costa et al, 1999) Neste contexto, envelhecer depende do equilíbrio entre as limitações, potencialidades e ambiente onde o indivíduo se insere. A terceira idade assume-se como uma etapa marcada por limitações, que tendem a agravar-se com o tempo. Por outro lado, a terceira idade detém potencialidades únicas e distintas marcadas pelo tempo e experiencias vividas, demonstradas através da maturidade, serenidade, experiência e perspectiva de vida pessoal e social, tornando-se numa fase de desenvolvimento humano repleta de significado. O envelhecimento populacional tem vindo a assumir crescente e particular importância. Os idosos são entendidos como“um grupo populacional grande consumidor de cuidados de saúde, pelas vulnerabilidades inerentes ao processo de senescência e aos inadequados mecanismos de suporte existencial e social”. (Costa, 2002) Neste contexto, o envelhecimento populacional implica pensar no mesmo com uma atitude preventiva e promotora, através do envolvimento de múltiplos sectores. Durante muitos anos a grande preocupação da investigação em saúde foi a longevidade. Hoje, para além da preocupação com a longevidade, há cada vez mais preocupação com a qualidade de vida. Associado ao envelhecimento surgem inerentes a morbilidade e a diminuição da Qualidade de vida. O conceito de QV surge muitas vezes associado ao conceito de saúde e nesta perspectiva Naughton & Shumaker (2003) citados por Canavarro (2010:9)

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referem, que o mesmo deverá comportar dimensões primárias, que dizem respeito ao funcionamento físico, social e psicológico do indivíduo e à sua satisfação com a vida e percepção de saúde; e dimensões secundárias que devem incluir o funcionamento neuropsicológico, a produtividade pessoal, a intimidade e o funcionamento sexual, a qualidade do sono, a dor, a presença/ausência de sintomas e a espiritualidade. Segundo o WHOQOL Group (1994) citado por OMS (1998) a QV é vista como “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objectivos, expectativas, padrões e preocupações”. As “Metas da Saúde para Todos” preconizam vida mais longa e com mais saúde ou seja, que o ser humano tenha um envelhecimento saudável com consequente longevidade com qualidade. (OMS, 1998) Envelhecer saudavelmente, constitui hoje, um desafio de responsabilidade individual e da sociedade onde está o indivíduo está inserido, através da criação de recursos que possibilitem hábitos de vida promotores de saúde. A promoção do envelhecimento, com qualidade, passa pela prevenção do envelhecimento patológico e da promoção de uma série de condições pessoais e sociais susceptíveis de promover o “envelhecimento com êxito” ou “activo”. (Fernández- Ballesteros, 2002) Envelhecimento activo é definido pela OMS como o processo de optimização oportunidades para lutar pela saúde, pela participação activa na vida e pela segurança de que terá uma boa qualidade de vida, quando o ser humano envelhece. (OMS, 2002) O envelhecimento activo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais e preconiza aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas a medida que envelhecem. Viver melhor na velhice é a meta a ser alcançada, para que o idoso seja visto como um recurso valioso para a sociedade e não como um fardo. O envelhecimento activo, permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem- estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; ao mesmo tempo, propicia protecção, segurança e cuidados adequados, quando necessários.(OMS, 2002) Em concordância com Costa é preciso “aceitar o envelhecimento, assumi-lo nas suas grandezas e misérias, viver com ele, é provavelmente a maior tarefa que o homem enfrenta.” (Costa et al, 1999: 50). A maior longevidade do ser humano e o consequentemente aumento do número de idosos não devem ser considerados um problema, mas sim uma conquista resultante do processo de envelhecimento social.