O papel do farmacêutico na gestão da farmácia hospitalar, Manuais, Projetos, Pesquisas de Farmácia

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Cidade Ano São Félix do Coribe - BA 2023

ARLENE SILVA DE ARAÚJO

SÃO FELIX DO CORIBE – BA

BACHAREL EM FARMÁCIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FARMÁCIA

HOSPITALAR

São Felix do Coribe – BA 2024

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FARMÁCIA

HOSPITALAR

Relatório do Estágio Supervisionado em Farmácia Hospitalar como requisito obrigatório para a obtenção da pontuação necessária na disciplina de Estágio Supervisionado em Farmácia Hospitalar. Orientador: Prof. Ms. Flávia Soares Lassie

ARLENE SILVA DE ARAÚJO

1 APRESENTAÇÃO

O Estágio Curricular busca a associação das dimensões teóricas e práticas do currículo. Dessa forma, articula interdisciplinarmente os conteúdos visando a aplicação dos conhecimentos adquiridos durante o Curso. Garantindo a possibilidade de abrir uma janela para o futuro e vislumbrar a realidade em que irá atuar profissionalmente. É indissociável no contexto da formação acadêmica e profissional do estudante, traz para si próprio o conhecimento dos relatórios teóricos sobre a prática. Como exemplo, os portfólios, relatórios e questionários são instrumentos sistematizados que fazem parte de novos saberes, possibilitando refletir sobre o fazer pedagógico. Segundo Vasquez (1968, p. 206), “A teoria pode contribuir para a transformação do mundo, mas para isso tem que sair de si mesmo e, em primeiro lugar, tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar, com atos reais, efetivos, tal transformação.” A profissão farmacêutica pode ser considerada uma das mais antigas e fascinantes, tendo como princípio fundamental a melhoria da qualidade de vida da população. O farmacêutico deve nortear-se pela ética, ao se apresentar como essencial para a sociedade, pois é a garantia do fornecimento de toda informação voltada ao uso dos medicamentos. Em 1973, a Lei nº 5.991 estabeleceu que toda farmácia (inclusive a farmácia hospitalar) deve ser assistida por farmacêutico responsável técnico. Além disso, vale destacar que a Assistência Farmacêutica é parte integrante do direito à saúde, assegurado pela Constituição Federal (1988) e reafirmado pela Lei Orgânica de Saúde (Lei nº 8.080/1990) e pela Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução CNS nº 338/2004). Em relação aos hospitais públicos, em 2002, a Portaria nº GM/MS 1.017, publicada pelo Ministério da Saúde, torna explícita a obrigatoriedade da presença de farmacêutico responsável técnico inscrito no CRF para o funcionamento das farmácias hospitalares e/ou dispensário de medicamentos integrantes do Sistema Único de Saúde. Diante do exposto, entre o período de 10 de julho a 27 de julho de 2023, foi realizado o Estágio Supervisionado em farmácia hospitalar do curso de Farmácia da Universidade Pitagóras Unopar localizado no campus de São Félix do Coribe – BA, com carga horária de 80 horas, realizada de segunda à sexta das 13:00 às 19:

horas, no Hospital Municipal Dr. José Borba, em Santa Maria da Vitória–BA. A drogaria Pague Menos está localizada Av. Roberto Santos - Santa Maria da Vitória, BA. No primeiro momento no campo de estágio, apresentara-me ao farmacêutico, responsável por aquela unidade, a mesma também se apresentou. Logo após, mostrou-me toda a instalação do hospital, inclusive a farmácia hospitalar. Nogueira (1961) define a farmácia hospitalar ”como uma atividade que adquiriu espe- cial significado, em face de ser fator de alta cooperação no perfeito equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo no custo do leito /dia. Esta definição se reporta ao período que a farmácia havia se transformado numa farmácia industrial. Segundo Cimino (1973) e Maia Neto (2005), a farmácia hospitalar é considerada como uma unidade técnica aparelhada para prover as clínicas e demais serviços, dos me- dicamentos e produtos afins de que necessita para seu funcionamento normal.

2. INTRODUÇÃO A Farmácia Hospitalar é um serviço de saúde, que compreende todas as atividades inerentes à seleção, preparação, armazenamento, manipulação e distribuição de medicamentos e produtos de saúde, assim como o aconselhamento aos utentes e aos outros profissionais de saúde sobre o uso seguro, eficaz e eficiente de medicamentos e produtos de saúde. A Farmácia Hospitalar é uma área de especialidade reconhecida pelo Conselho Federal e parte integrante dos cuidados prestados aos utentes numa instituição de saúde. A Farmácia Hospitalar pode ser compreendida como um setor clínico e assistencial, de caráter administrativo e gerencial, e possui a provisão segura e racional dos medicamentos da unidade hospitalar. Suas atribuições são inúmeras, e abrangem aspectos da gestão do ciclo de assistência farmacêutica quanto atividades especializadas relacionadas ao uso de medicamentos (BARBOSA et al., 2020). Nesse prisma, Trajano (2019) aponta que o papel do farmacêutico na gestão da farmácia hospitalar tem atribuições importantes tanto para o ciclo da assistência quanto para a atividade clínica e multiprofissional. Além disso, o farmacêutico é

do curso de Farmácia. O estágio teve lugar no hospital municipal Dr. José Borba, de 10 de julho a 27 de julho, completando um total de 80 horas. Sob a orientação de uma preceptora farmacêutica, adquiri experiência nos Serviços Farmacêuticos do hospital, enfrentando a realidade do Farmacêutico Hospitalar. Todo o período de estágio decorreu na Unidade de Farmácia de Ambulatório, por decisão dos orientadores e diretor dos serviços farmacêuticos. Neste relatório apresenta-se uma análise das práticas realizadas do campo de estágio mediante os conhecimentos adquiridos e descrevendo, de forma crítica, as atividades que desenvolvidas. Nesse contexto, Gomes, Medeiros e Neto (2019) afirmam que a infraestrutura física e tecnológica da FH é de essencial para o funcionamento das atividades, sendo suas condições adequadas para o funcionamento seguro e compatíveis com as atividades realizadas. Ainda, deve contar com farmacêuticos e auxiliares. As atividades do FH estão apresentadas na figura 01 e serão descritos posteriormente. Figura 1. Atividades do Farmacêutico no setor de Farmácia Hospitalar. Os serviços farmacêuticos desenvolvidos no ambiente hospitalar abrangem atividades assistenciais e administrativas, destinadas à equipe multiprofissional e ao paciente, tendo o propósito de promover o uso seguro e racional dos medicamentos e o cuidado do paciente. Tomando como base os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), foram definidas diretrizes e estratégias para organizar, fortalecer e aprimorar as

ações da assistência farmacêutica em hospitais, tendo como eixos estruturantes a segurança e o uso racional de medicamentos e demais tecnologias em saúde. No Estágio Supervisionado em Farmácia Hospitalar foi possível realizar e discutir diferentes atividades, dentre elas: Compreender as ações do farmacêutico no ambiente hospitalar; Conhecer o campo de atuação do farmacêutico no ambiente hospitalar; Conhecer as classificações dos hospitais; Conhecer a identificação e distribuição dos setores da Farmácia Hospitalar: armazenamento, dispensação, área administrativa; Acompanhar os procedimentos de dispensação, identificando o método utilizado e o controle de estoque; Conhecer a aplicar a farmácia clínica no ambiente hospitalar; Conhecer todos os níveis de atenção à saúde, atuando de modo multiprofissional em programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva; Gerenciar e promover o uso racional de medicamentos baseado em princípios éticos, legais e sociais reconhecendo a saúde como direito garantindo a integralidade da assistência; Organizar atividades de estocagem de medicamentos; Organizar atividades de conservação de medicamentos; Conhecer como são realizados os inventários para o controle de estoque; Realizar avaliação do armazenamento de medicamentos no local; Organizar processo de dispensação de medicamentos; Conhecer quais são os materiais médicos hospitalares que estão presentes no hospital e quais são de responsabilidade do farmacêutico; Conhecer o método de prescrição e realizar as análises das prescrições. Compreender como é realizado o controle do uso de antimicrobianos e como é a atuação da CCIH. Além das atividades e discursões exercidos acima dentro do hospital, enquanto estive no ambiente da farmácia hospitalar, tive acesso aos diferentes locais de armazenamento de produtos farmacêuticos, desde as estantes, aos sistemas coletivos. Em qualquer um dos referidos, a organização dos produtos estava de acordo com o tipo de medicamento, com as condições de conservação necessárias, por ordem alfabética. Durante a execução desse estágio em farmácia hospitalar, com intuito de controlar o prazo de validade dos medicamentos é foi uma tarefa e responsabilidade muito importante que me foi dada a oportunidade de realizar. Os controles de validade dos medicamentos foram realizados mensalmente. Realizamos uma varredura e montamos uma lista de todos os medicamentos vencidos e sinalizamos os que estariam com o prazo de validade próximos a vencer.

RESPOSTAS:

a) Quais são os objetivos principais da gestão da farmácia hospitalar? Os principais objetivos da gestão da farmácia hospitalar incluem:

• Redução de custos com medicamentos: Busca-se otimizar o uso dos recursos financeiros, buscando alternativas mais econômicas na aquisição de medicamentos e reduzindo desperdícios.
• Minimização de erros de medicação: Implementação de sistemas e processos que garantam a prescrição, dispensação e administração corretas dos medicamentos, reduzindo assim os riscos de erros que possam afetar a segurança dos pacientes.
• Melhoria no controle e gestão do estoque: Manutenção de um estoque eficiente e adequado, evitando excessos e faltas de medicamentos, garantindo assim a disponibilidade dos medicamentos quando necessários.
• Redução dos estoques nos postos de enfermagem: Evita-se o armazenamento excessivo de medicamentos nos postos de enfermagem, o que pode levar a desperdícios e dificuldades na gestão do estoque. b) A farmácia hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos de pacientes internados e ambulatoriais, como para receber visitas de técnicos e de fornecedores o que justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a troca de informações. O dimensionamento da área física de uma farmácia hospitalar tem relação direta com as atividades a serem desenvolvidas, que são, por sua vez, determinadas pelo perfil assistencial e pela complexidade do cuidado prestado no hospital. Quais são os principais ambientes da Farmácia Hospitalar? Esquematize através de um desenho qual é a estrutura física necessária para o funcionamento de uma farmácia hospitalar, identificando cada área e relacionando quais são as atividades que são desempenhadas no local. Os principais ambientes da farmácia hospitalar podem incluir: Recepção e Atendimento ao Público: Onde os pacientes e visitantes podem solicitar informações sobre medicamentos, realizar cadastros, entre outros. Área Administrativa: Destinada às atividades administrativas da

farmácia, como gestão de estoque, controle de medicamentos, elaboração de relatórios, entre outras. Dispensação de Medicamentos: Espaço onde os medicamentos são dispensados para pacientes internados e ambulatoriais, seguindo as prescrições médicas. Preparo de Fórmulas e Manipulação: Caso a farmácia realize a manipulação de medicamentos ou a preparação de fórmulas específicas, esse ambiente é destinado a essas atividades. Estoque: Destinado ao armazenamento dos medicamentos, garantindo sua conservação e organização adequadas. Área de Recebimento de Materiais: Onde são recebidos os medicamentos e insumos, realizando-se a conferência e armazenamento inicial. Área de Descarte de Resíduos: Destinada ao descarte adequado de resíduos de medicamentos, seguindo as normas de biossegurança. Sala de Controle de Qualidade: Para realização de testes e análises de qualidade dos medicamentos. Sala de Estudo e Reuniões: Para reuniões da equipe, discussões de casos clínicos, entre outras atividades. Sala de Informática: Com computadores e sistemas de gestão farmacêutica para controle de estoque, dispensação, entre outros. Esquema de uma estrutura física de uma farmácia hospitalar:

desafio financeiro inicial.

4. Restrição na variedade de medicamentos: Nem todos os medicamentos podem ser dispensados em doses unitárias, especialmente aqueles que têm estabilidade limitada após abertos ou que requerem preparo especial. d) O sistema de distribuição de medicamentos deve se basear nas características do hospital e deve ser um sistema racional, eficiente, econômico e seguro. Descreva quais são os tipos de sistemas de distribuição de medicamentos que podem ser utilizados nos hospitais, relacionando as vantagens e desvantagens de cada um. e) Quais são as atividades farmacêuticas que podem ser realizadas nos hospitais? Estudo de Caso 2 - Atividades realizadas na Farmácia Hospitalar O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável por atividades clínicas, administrativas e consultivas com o objetivo de promover a racionalização de custos, o uso racional de medicamentos e a orientação aos pacientes, além de atuar na gestão da logística farmacêutica e participar das comissões hospitalares, sendo referência na promoção da saúde por meio da assistência farmacoterapêutica. Esse profissional tem uma conduta interdisciplinar, integrando a farmácia hospitalar com os demais serviços e unidades clínicas. De acordo com a Resolução no 492, de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional no setor público e privado, as principais atribuições do farmacêutico foram agrupadas em cinco grandes áreas: atividades logísticas, controle de qualidade, atividades intersetoriais, atividades focadas no paciente, atividades de manipulação/ produção. a) Em oncologia, o farmacêutico é o principal instrumento para a qualidade da farmacoterapia. Suas atribuições excedem a simples dispensação da prescrição médica, ou ainda a manipulação propriamente dita. Sua atuação é importante em várias etapas da terapia antineoplásica. Pensando na manipulação de antineoplásicos, descreva quais são as condições mínimas necessárias que são exigidas para a manipulação de antineoplásicos. A manipulação de antineoplásicos, ou seja, medicamentos utilizados no tratamento

do câncer, requer condições específicas para garantir a segurança dos profissionais de saúde que os manipulam, bem como dos pacientes que os recebem. Aqui estão algumas das condições mínimas necessárias exigidas para a manipulação de antineoplásicos:

1. Área Específica de Manipulação: É necessário um ambiente separado e dedicado exclusivamente à manipulação de antineoplásicos. Essa área deve ser fisicamente isolada de outras atividades farmacêuticas para evitar a contaminação cruzada.
2. Ventilação Adequada: A área de manipulação deve possuir sistema de ventilação adequado, incluindo exaustão de ar para remover vapores e partículas, reduzindo assim a exposição dos trabalhadores a agentes tóxicos.
3. Equipamento de Proteção Individual (EPI): Todos os profissionais envolvidos na manipulação de antineoplásicos devem utilizar EPI adequado, incluindo luvas, aventais, máscaras respiratórias e óculos de proteção, para minimizar o contato com os medicamentos e reduzir o risco de exposição.
4. Técnicas de Manipulação Seguras: Os farmacêuticos e técnicos de farmácia devem receber treinamento adequado em técnicas seguras de manipulação, incluindo a utilização de cabines de segurança biológica e procedimentos assépticos para evitar contaminação.
5. Controle de Contaminação Ambiental: Deve haver procedimentos em vigor para monitorar e controlar a contaminação ambiental na área de manipulação, incluindo a limpeza regular de superfícies e equipamentos com agentes desinfetantes apropriados.
6. Rotulagem Adequada: Todos os recipientes que contenham antineoplásicos devem ser claramente rotulados com informações sobre o medicamento, dose, data de preparação e identificação do paciente, quando aplicável.
7. Descarte Seguro: Procedimentos devem ser estabelecidos para o descarte seguro de resíduos de antineoplásicos, seguindo as regulamentações locais e nacionais de gerenciamento de resíduos perigosos.
8. Monitoramento da Exposição Ocupacional: Deve ser realizado monitoramento regular da exposição ocupacional aos antineoplásicos, incluindo testes biológicos para detectar a presença de agentes tóxicos no organismo dos profissionais de saúde. Essas condições mínimas são essenciais para garantir a segurança durante a manipulação de antineoplásicos e devem ser seguidas rigorosamente em todas as etapas do processo, desde o recebimento dos medicamentos até a administração aos pacientes. b) A nutrição parenteral compreende uma solução ou uma emulsão composta, basicamente, por aminoácidos, lipídios, carboidratos e eletrólitos. É uma formulação estéril e apirogênica, acondicionada em bolsa plástica, destinada à administração

de manipulação (BPM) específicos para produtos estéreis, como a nutrição parenteral.

8. Armazenamento Adequado: O produto final deve ser armazenado em condições controladas de temperatura e luz para garantir a estabilidade ao longo do tempo. Essas são algumas das condições mínimas necessárias para a manipulação de nutrição parenteral. É importante ressaltar que a manipulação desse tipo de produto requer um alto nível de cuidado e atenção para garantir a segurança e o bem-estar do paciente.

5. TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Victor Lucas de Holanda et al. A importância dos indicadores para gestão da farmácia hospitalar. IN: Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica. [S.I], v.7, 2020. CIMINO, J.S. Iniciação à Farmácia Hospitalar. 1ª edição, São Paulo, Editora Obelisco, 1973. NOGUEIRA, H. Serviço de Farmácia nos Hospitais. Revista Brasileira de Farmácia nº 3/4, Março/Abril, 1961 TRAJANO, LCN. Gestão farmacêutica na farmácia hospitalar: aumento da qualidade e segurança ao paciente e racionalização de recursos. Revista da FAESF. [S. l.], vol. 3, n. 2. p 4-8, Abr-Jun 2019. Disponível em: https://www.faesfpi.com.br/revista/index.php/faesf/article/view/85/75 acesso em 10 de maio de 2021 VASQUEZ, A. S. Filosofia da Práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.