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Um relato de caso de um paciente com transtorno do espectro autista (tea) e uma revisão histórica do conceito do autismo, incluindo a evolução do termo e as perspectivas atuais sobre o transtorno. O documento também discute as alterações no modo de funcionamento do cérebro social relacionadas ao tea e a possibilidade de tratamento homeopático.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Monografia apresentada a ALPHA/APH como Exigência para conclusão do curso de especialização em Homeopatia. Orientador: Dr. Sergio E. Furuta
Agradecimento:
Agradecemos ao Prof. Sergio Furuta, pela sua orientação, dedicação e paciência, sem os quais não seria possível a realização deste trabalho.
Relato de caso clínico de um paciente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), através de anamnese e entrevista seguindo os critérios diagnósticos do DSM-V e o CID-10 6. Foram realizadas consultas, utilizando o Repertorio de Homeopatia5. Feita uma revisão bibliográfica, enfocando no tema do TEA e a homeopatia. Optou-se pela homeopatia como tratamento auxiliar no paciente autista do ambulatório-escola da Associação Paulista de Homeopatia. Palavra chaves: Transtorno do Espectro Autista, Autismo, Sintomas Autisticos, Homeopatia, Tratamento homeopático.
Figura 1 - Cérebro Social. ........................................................................................... 15 Figura 2 - Repertorização 1 ........................................................................................ 25 Figura 3- Repertorização 2 ......................................................................................... 25
e prejudicando o funcionamento diário. O TEA estão dentro de um grupo de condições com início no período do desenvolvimento conhecido como Transtornos do Desenvolvimento, englobando os quadros de deficiência intelectual, os transtornos de comunicação e os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade. (DSM-V, 2014). A prevalência do TEA tem se elevado significativamente desde 1980 de 3, casos a cada 10.000 crianças. Em 1996, a prevalência era de 3,4 casos para 1.000, sendo que em 2012 o Autism and Deselopmental Disabilities Monitoring (ADDM) Network, estimava em 1 a cada 68 crianças e recentemente o Centers for Disease Control Ande Prevention (CDC) estimou a prevalência em 1 caso para cada 59 crianças americanas. Os fatores do aumento dessa prevalência tem causas multifatoriais. As possíveis explanações incluem: 1) expansão diagnostica e substituições, 2) relatos melhorados, 3) aumento de reconhecimento da doença 4) aumento da aceitação, 5) serviços de imigração. Outros fatores como infecções e a imunidade e tanto quanto a exposição a fatores ambientais tóxicos, contribuíram para esse aumento da prevalência. (Cheng, J. et al., 2019)
Vamos falar um pouco sobre a evolução histórica do conceito do AUTISMO sob o ponto de vista histórico ate a mudança para o termo atual conhecido como Transtorno do Espectro Autista. O autismo foi descrito pela primeira vez pelo psiquiatra infantil austríaco Leo Kanner, em 1943, com a publicação de um estudo sobre onze crianças entre 2 e 11 anos de idade, conhecido como “Distúrbios Autísticos do Contacto Afetivo”, um quadro caracterizado por isolamento extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia. (ASSUMPÇÃO, 2003). No ano seguinte, Hans Asperger descreveu um grupo de crianças semelhantes às de Kanner. Em seu estudo, denominava “psicopatia autista” o transtorno estável de personalidade, marcado pelo isolamento social e com características semelhantes às do autismo, porém com a intelectualidade preservada, maior capacidade de comunicação, assim como interesses específicos por temas do conhecimento, com grande habilidade para desenvolver (MELLO, 2005, apud MERCADANTE, at al. 2009). Durante as décadas de 1950 e 1960, acreditou-se na hipótese de que o autismo seria causado pela indiferença emocional das mães, as quais foram denominadas “mães-geladeira”. Foi popularizado pelo psicólogo Bruno Bettelheim esse modelo psicodinâmico, restrito a uma ideia e sem abranger evidências, criando um impacto negativo em um grande número de famílias, estabelecendo um estigma desfavorável tanto para as crianças autistas quanto para suas mães. Eric Schopler em 1960, desafiou a teoria de Bettelheim com a ideia de que o autismo seria uma
Existe uma tendência atual em conceber o TEA como uma categoria de pacientes que apresenta alterações no modo de funcionamento do cérebro social. O comportamento social observado nos seres humanos é resultado de milhões de anos de evolução. Desde os pequenos grupos de australopitecos (há 2 milhões de anos) que caminhavam pelas savanas africanas, aos homens de Neanderthal (há 60 mil anos), depois prevalecendo o Homo Sapiens (espécie que sobreviveu e dominou outras espécies) com a incrível capacidade de poder interpretar a intenção do outro, até os homens modernos que tomariam para si o planeta, com uma série de modificações nos hábitos, fruto de alterações em genes que regular os circuitos neuronais que dão suporte ao comportamentos sociais, que, por sua vez, e alguma maneira, contribuíram para que mais modificações ocorressem. (HARARI, 2019 apud MERCADANTE, AT AL. 2009). Hoje vivemos em um mundo social bastante complexo, com milhares de pequenas regras implícitas que regulam nossas relações. Com certeza, nossos primos Neandertal não tinham a quantidade de pequenos acordos que observamos nas diferentes culturas do homem moderno. Eles provavelmente não ficariam ofendidos se alguém não se lembrasse do dia do aniversário, não perguntasse se havia melhorado da última gripe, etc. Trazendo os mamíferos primitivos como exemplo, da qual descendemos, poderíamos nos perguntar: por que mamíferos primitivos como ratos, cavalos, cachorros, mamam próximo à genitália e por que os primatas mamam na porção superior do tórax? Uma possível explicação seria que precisamos nos especializar em decodificar o olhar do outro. Mamíferos primitivos, desde que nascem são expostos a ferormônios, que são mais abundantes na região
genital, e utilizam essas moléculas e o olfato para regular os comportamentos sociais. A variação obtida por essa comunicação é mais restrita do que aquela expressa pelo olhar. Nossos bebes provavelmente mamam numa posição na qual são maciçamente expostos à região dos olhos das mães, para que criem circuitos neuronais associativos acerca dos significados do olhar. A intenção do outro é revelada pelo olhar, o que nos permite antecipar as ações e planejar estratégias de interação. Hoje sabemos mais sobre o funcionamento dos circuitos que regulam esses comportamentos. Existia um mito acerca da falta de afetividade da criança com autismo, o que não é corroborado pelos estudos. Grande parte dos afetos são “primitivos”, considerando uma perspectiva de desenvolvimento filogenético, e se mantém preservado nessas crianças. O que se observa na realidade, é uma limitação da expressão dos afetos e uma limitação na discriminação de afetos mais complexo, que dependeriam do desenvolvimento do cérebro social. Uma maneira de entender parte do que acontece com esses indivíduos é admitir que o desempenho na interação social estaria prejudicado pela falta de entendimento das regras sociais, as normas implícitas que regulam um encontro social. Nessa perspectiva, não existiria um prejuízo da afetividade, mas, sim, dos sistemas que controlam o processamento dessas manifestações. Esse processamento se dá por uma série de circuitos integrados, que envolvem a recuperação da memória (que ficam em estruturas denominadas hipocampo e amígdala), da integração da percepção (que dependem do sistema límbico e de áreas associativas), da expressão do afeto (que dependem das projeções frontais) e da programação do que fazer com essas ativações (que dependem das regiões frontais e possivelmente do cerebelo) (Figura 1). Com esse modelo, fica mais compreensível entender que, dependendo da quantidade de comprometimento e de
Existem poucos artigos científicos sobre tratamento do autismo com a homeopatia. Os avanços no tratamento psicofarmacológico do transtorno autístico seguiram-se à pesquisa biológica nessa área desde seu início nos anos 50 e foram modestos. Somente um número limitado de estudos randomizados controlados com placebo foram publicados. A ação recente do NIMH dos EUA resultou na finalização do maior ensaio terapêutico controlado nos transtornos autísticos, apesar dos resultados desapontadores. As pesquisas futuras devem incluir ensaios adicionais de antipsicóticos em indivíduos com transtorno autístico e do neuro- desenvolvimento. (NIKLOV, 2006) O que difere a medicina tradicional da homeopatia é que a primeira se foca na patologia e não na saúde e o bem-estar integral do paciente. A chamada “alopática” se preocupa com a doença, enquanto a homeopática tenta um equilíbrio para diminuir a suscetibilidade às patologias. (SANTOS, et al. 2009) Dessa forma nota-se que a resposta “alopática” às diversas doenças crônicas é a supressão de sintomas e não a melhoria ou mesmo a cura das mesmas, incluindo o autismo. O tratamento homeopático visa ao todo, tratando o indivíduo na sua globalidade, foca na individualidade de cada pessoa, no seu modo de agir, pensar e na sua constituição pessoal para encontrar o melhor remédio que a cure como ser individual e não como doença. (TEIXEIRA, 2009) Encontramos medicamentos homeopáticos de origem dos reinos mineral, vegetal e animal, contando com substâncias derivadas de produtos orgânicos, de produtos de culturas bacterianas, chamados de bioterápicos (nosódios, sarcódios), e substâncias de origem de órgãos animais chamados de organoterápicos.
Encontramos dados patogenéticos medicamentosos que tem alto grau de semelhança com nuances e sintomas comuns aos indivíduos autistas: estes medicamentos são utilizados em conjunto ou sós, dependendo da sintomatologia específica. As dinamizações ou potências, são utilizadas conforme o grau de semelhança entre a patologia e a patogenesia. (BOLOGNANI, et al., 2016)
respeitando os fundamentos da Homeopatia e a individualidade de cada caso. (PUSTIGLIONE, 2014-2017).
A proposta deste ensaio é relatar um caso de autismo em uma criança de 10 anos atendido no Ambulatório da Associação Paulista de Homeopatia, com elaboração de anamnese, exame físico e psíquico e entrevistas dentro dos moldes da consulta para um tratamento homeopático. Demonstrar através da Totalidade Sintomática Características (TSC) e o estudo da matéria médica a possibilidade de um direcionamento ao tratamento homeopático nos sintomas autísticos trazendo benefícios para esse paciente.