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Guias e Dicas
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Desenvolvimento da Consciência Moral em Relação às Regras Alimentares, Slides de Nutrição

Uma pesquisa sobre o desenvolvimento moral de crianças e adolescentes em relação às regras alimentares. O texto discute o processo de tomada de consciência e a necessidade de momentos de desequilibrio para a conselhagem autônoma em escolhas alimentares. Além disso, o documento aborda a compreensão de regras alimentares, a autonomia da consciência moral e a motivação para escolhas alimentares saudáveis.

O que você vai aprender

  • Como as crianças e adolescentes compreendem as regras alimentares?
  • O que são os processos de tomada de consciência em relação às regras alimentares?
  • Como a consciência moral se orienta em relação às regras alimentares?
  • Qual é a importância da autonomia da consciência moral em escolhas alimentares?
  • Como o desenvolvimento moral de crianças e adolescentes se relaciona às regras alimentares?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Sel_Brasileira
Sel_Brasileira 🇧🇷

4.7

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

VANESSA JUST BLANCO

REGRAS ALIMENTARES: UM ESTUDO SOBRE A ORIENTAÇÃO DA

CONSCIÊNCIA MORAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Porto Alegre 2019

VANESSA JUST BLANCO

REGRAS ALIMENTARES: UM ESTUDO SOBRE A ORIENTAÇÃO DA

CONSCIÊNCIA MORAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Porto Alegre 2019

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Leandro Eichler

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pelo espaço que me concedeu para estudo, tendo iniciado em minha graduação e finalizado até o momento com o mestrado. Em tempo, agradeço também a meus professores do mestrado, Maria Luiza Becker, Marcelo Leandro Eichler e Carlos Eduardo Valente Dullo, que contribuíram muito para meu aprendizado sobre a moral e/ou para compreensão dos estudos piagetianos. Em especial, deixo meu agradecimento a meu orientador, Marcelo Leandro Eichler, por acreditar na minha proposta de estudo, por incentivar meu progresso como pesquisadora e me receber tão bem como sua pupila. Agradeço também a minha colega nutricionista, Maurem Ramos, pela oportunidade de realização de estágio docente em minha área de formação, pelo incentivo e parceria em diferentes momentos. Agradeço as escolas, alunos que participaram desta pesquisa e familiares desses, pois permitiram que este trabalho se concretizasse. Agradeço com muito carinho e orgulho a minha família e meu namorado pelo incentivo, pela força que me conferiam nos momentos difíceis, pela paciência com minha ausência para estudos, pelo amor que me oferecem e por acreditarem em meu potencial e crescimento como profissional. Agradeço, por fim, a meus amigos e colegas de trabalho que também se mostraram solidários com meus estudos e me deram grande suporte neste momento.

RESUMO

Desde o nascimento somos submetidos a regras alimentares, mas muito pouco conhecemos sobre o desenvolvimento do sujeito moral neste sentido. Criamos normas para comer e pronunciamos discursos sobre alimentação saudável, mas fundamentamos insuficientemente os juízos que as crianças e adolescentes fazem dessas informações, como as explicam, se vinculam e se utilizam dessas. Por conta disso, nesta pesquisa, procurou-se compreender como se desenvolve o juízo moral no universo das regras alimentares, a fim de explicar especificamente como se orienta a consciência moral de crianças e adolescentes. Promoveu-se um estudo de casos múltiplos incorporados a fim de traçarmos um panorama evolutivo sobre o tema. Criou- se quatro instrumentos de coleta de dados, envolvendo tanto tarefas práticas de seleção de alimentos e indicação de critérios sensoriais quanto questionamentos mediante entrevista semi- estruturada. A pesquisa contou com dezenove participantes de escolas públicas e privadas nos municípios de Canoas e Porto Alegre/RS. Embasou-se esta pesquisa em estudos de Jean Piaget e Lawrence Kohlberg. Constatou-se a existência de quatro estados de orientação da consciência moral: 1) moral da submissão; 2) moral hedônica; 3) moral das expectativas e 4) moral do saudável. Compreendeu-se que os progressos na orientação da consciência moral são fruto de processos de tomada de consciência e que há necessidade de momentos de desequilibração do sujeito, os quais podem ocorrer, por exemplo, mediante questionamento das motivações e consequências de regras alimentares, para que se consiga tender aos poucos para uma consciência mais autônoma em termos de escolhas alimentares. Contudo, uma lacuna ainda precisa ser sanado em futuros estudos por conta de nem sempre as enunciações coincidirem com as ações morais, sendo demandadas mais pesquisas sobre a motivação para ação, contribuindo, assim, para que mudanças em prol de condutas alimentares mais saudáveis se tornem verdadeiramente efetivas.

Palavras-chave : moral; regras alimentares; desenvolvimento de crianças e adolescentes; nutrição

LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE SIGLAS

AI Adequate Intakes/ Ingestão Adequada CNS Conselho Nacional de Saúde DeCS Descritores em Ciências da Saúde DIT Defining Issues Test/ Definir Valores Morais DRI Dietary References Intakes/ Ingestão Dietética de Referência EAR Estimated Average Requirements/ Necessidade Média Estimada FAO Food and Agriculture Organization FATIPUC Faculdade de Tecnologia do Instituto Pró-Universidade Canoense FATO Faculdade Monteiro Lobato FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC Índice de Massa Corporal IOM Institute of Medicine IPGS Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde MJI Moral Judgement Interview/ Entrevista de Julgamento Moral NEPA Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação OMS Organização Mundial da Saúde PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição RDA Recommended Dietary Allowances/ Ingestão Dietética Recomendada SAN Segurança Alimentar e Nutricional SISAN Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SRM Sociomoral Reflection Measure/ Mensuração da Reflexão Sociomoral TACO Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UL Tolerable Upper Intake Levels/ Ingestão Máxima Recomendada UNICAMP Universidade Estadual de Campinas VET Valor Energético Total

VIGITEL Sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico

WHO World Health Organization

SUMÁRIO

  • Gráfico 1 – Comparativo do número de pesquisas publicadas nos séculos XX e XXI
  • Gráfico 2 – Pesquisas publicadas no Século XXI
  • Gráfico 3 – Motivo da escolha dos alimentos pelos participantes
  • Gráfico 4 – Como os participantes acreditam que aprenderam a montar seus pratos
  • Gráfico 5 – Número de critérios sensoriais elegidos pelos participantes
  • Gráfico 6 – Percentual de indicação de critérios sensoriais pelos participantes
  • Gráfico 7 – Como sabemos a frequência de consumo de alimentos?
  • Gráfico 8 – Como sabemos o que é ou não é permitido consumir de alimentos?
  • Gráfico 9 – Como sabemos qual a quantidade adequada de alimentos para consumir?
  • Gráfico 10 – Como sabemos os horários para as refeições?
  • Gráfico 11 – Recompensa por cumprimento da ordem
  • Gráfico 12 – Alimentos considerados não tão permitidos......................................................
  • Gráfico 13 – Alimentos considerados de consumo diário
  • Gráfico 14 – Alimentos não saudáveis
  • Gráfico 15 – Alimentos saudáveis
  • Figura 1. Modelos de Alimentos LISTA DE FIGURAS
  • Figura 2. Modelos de Alimentos
  • Figura 3. Modelos de Alimentos
  • Figura 4. Montagem de prato com figuras de alimentos..........................................................
  • Figura 5. Critérios sensoriais para escolhas alimentares..........................................................
  • Figura 6. Indicação de Prato Saudável pela Universidade de Harvard
  • Figura 7. Indicação de Prato Saudável pela USDA
  • Figura 8. Exemplo de prato saudável pela USDA
  • Figura 9. Exemplo de prato saudável pelo Guia Alimentar para População Brasileira
  • Figura 10. Exemplo de prato saudável pelo Guia Alimentar para População Brasileira
  • Figura 11. Exemplo de prato saudável pelo Guia Alimentar para População Brasileira
  • Figura 12. Exemplo de prato saudável pelo Guia Alimentar para População Brasileira
  • Figura 13. Prato do Almoço de Laranja (6, M, Publ)..............................................................
  • Figura 14. Prato do Almoço de Abacaxi (6, F, Publ)
  • Figura 15. Prato do Almoço de Água (6, M, Part)
  • Figura 16. Prato do Almoço de Chimarrão (7,9, F, Part)
  • Figura 17. Prato do Almoço de Bolo (10, M, Part)
  • Figura 18. Prato do Almoço de Biscoito (8, M, Part)
  • Figura 19. Prato do Almoço de Cebola (8, M, Part)
  • Figura 20. Prato do Almoço de Ovo (15, F, Publ)
  • Figura 21. Prato do Almoço de Bergamota (8, M, Publ)
  • Figura 22. Prato do Almoço de Cenoura (12, F, Publ)
  • Figura 23. Prato do Almoço de Aveia (8, F, Publ)
  • Figura 24. Prato do Almoço de Sanduíche (15, M, Publ)
  • Figura 25. Prato do Almoço de Batata (8, F, Part)
  • Figura 26. Prato do Almoço de Suco (15, M, Part)
  • Figura 27. Prato do Almoço de Pimenta (12, M, Publ)
  • Figura 28. Prato do Almoço de Manteiga (11, M, Publ)
  • Figura 29. Prato do Almoço de Manga (12, F, Part)
  • Figura 30. Prato do Almoço de Peixe (15, M, Part)...............................................................
  • Figura 31. Prato do Almoço de Atum (15, F, Part)
  • Figura 32. Lanche da Tarde de Abacaxi (6, F, Publ)
  • Figura 33. Lanche da Tarde de Bergamota (8, M, Publ)
  • Figura 34. Lanche da Tarde de Pimenta (12, M, Publ)
  • Figura 35. Lanche da Tarde de Água (6, M, Part)
  • Figura 36. Lanche da Tarde de Bolo (10, M, Part)
  • Figura 37. Lanche da Tarde de Aveia (8, F, Publ)
  • Figura 38. Lanche da Tarde de Cebola (8, M, Part)
  • Figura 39. Lanche da Tarde de Biscoito (8, M, Part)
  • Figura 40. Lanche da Tarde de Cenoura (12, F, Publ)
  • Figura 41. Lanche da Tarde de Laranja (6, M, Publ).............................................................
  • Figura 42. Lanche da Tarde de Suco (15, M, Part).................................................................
  • Figura 43. Lanche da Tarde de Peixe (15, M, Part)................................................................
  • Figura 44. Lanche da Tarde de Ovo (15, F, Publ)
  • Figura 45. Pratos elaborados por Chimarrão (7,9, F, Part)
  • Figura 46. Pratos elaborados por Laranja (6, M, Publ)
  • Figura 47. Pratos elaborados por Manga (12, F, Part)
  • Figura 48. Pratos elaborados por Batata (8, F, Part)
  • Figura 49. Pratos elaborados por Bergamota (8, M, Publ)
  • Figura 50. Pratos elaborados por Biscoito (8, M, Part)
  • Figura 51. Pratos elaborados por Manteiga (11, M, Publ)
  • Figura 52. Pratos elaborados por Cebola (8, M, Part)
  • Figura 53. Pratos elaborados por Peixe (15, M, Part).............................................................
  • Figura 54. Pratos elaborados por Sanduíche (15, M, Publ)
  • Figura 55. Pratos elaborados por Atum (15, F, Part)
  • Figura 56. Critérios eleitos por Aveia (8, F, Publ)
  • Figura 57. Critérios eleitos por Bolo (10, M, Part)
  • Figura 58. Critérios eleitos por Cenoura (12, F, Publ)
  • Figura 59. Critérios eleitos por Ovo (15, F, Publ)
  • Figura 60. Critérios eleitos por Sanduíche (15, M, Publ)
  • Figura 61. Critérios eleitos por Suco (15, M, Part).................................................................
  • Tabela 1 – Características Gerais dos Participantes................................................................. LISTA DE TABELAS
  • Tabela 2 – Julgamento sobre ser saudável
  • Tabela 3 – Características específicas por participante
  • Tabela 4 – Faixa de contribuição calórica dos macronutrientes
  • Tabela 5 – Adequação à Recomendação de Calorias para o Almoço
  • Tabela 6 – Adequação à Recomendação de Macronutrientes para o Almoço
  • Tabela 7 – Adequação à Recomendação de Calorias para o Lanche da Tarde
  • Tabela 8 – Adequação à Recomendação de Macronutrientes para o Lanche da Tarde
  • Tabela 9 – Tipos de regras alimentares consideradas necessárias (n=9)
  • Tabela 10 – Verificação da existência de regras relacionada com a alimentação
  • Tabela 11 – Noções relacionadas com a alimentação
  • Tabela 12 – Frequência absoluta e relativa de motivações explicativas
  • Quadro 1 - Objetivos gerais e específicos da pesquisa LISTA DE QUADROS
  • Quadro 2 - Critérios de avaliação de alimentação saudável do Vigitel
  • Quadro 3 - Diretrizes para uma alimentação saudável
  • Quadro 4 - Dez passos para uma alimentação saudável
  • Quadro 5 - Problemas de pesquisa recorrentes no Século XX
  • Quadro 6 - Estágios de desenvolvimento do juízo moral por Jean Piaget
  • Quadro 7 - Concepções de justiça
  • Quadro 8 - Maneiras de restabelecer a ordem após transgressões
  • Quadro 9 - Questionamentos norteadores da pesquisa
  • Quadro 10 - Períodos de desenvolvimento cognitivo
  • Quadro 11 - Estágios do juízo moral
  • Quadro 12 - Tarefas e Estratégias de Investigação...................................................................
  • Quadro 13 - Organização dos participantes por escola
  • Quadro 14 - Distribuição das tarefas a serem intercaladas entre os participantes
  • Quadro 15 - Orientações para promoção de Lanches Saudáveis..............................................
  • Quadro 16 - Critérios de análise das tarefas Hora de empratar e Hora do lanche
  • Quadro 17 - Legendas de abreviações de medidas caseiras
  • Quadro 18 - Critérios para um prato saudável atendidos pelos participantes do grupo
  • Quadro 19 - Critérios para um prato saudável atendidos pelo participante do grupo
  • Quadro 20 - Critérios para um prato saudável atendidos pelos participantes do grupo
  • Quadro 21 - Critérios para um prato saudável atendidos pelos participantes do grupo
  • Quadro 22 - Critérios para um prato saudável atendidos pelo participante do grupo
  • Quadro 23 - Critérios sensoriais mais importantes para cada participante.............................
  • Quadro 24 - Sobre a necessidade de estabelecermos regras alimentares (n=17)
  • Quadro 25 - Motivações reveladas nas explicações dos participantes
  • Quadro 26 - Síntese das motivações para escolhas alimentares
  • Quadro 27 - Características relevantes dos estágios de desenvolvimento cognitivo
  • Quadro 28 - Estágios do Juízo Moral de Kohlberg (1981)
  • Quadro 29 - Estado 1 – Moral da Submissão
  • Quadro 30 - Estado 2A – Moral Hedônica
  • Quadro 31 - Estado 2B – Moral Hedônica
  • Quadro 32 - Estado 3A – Moral das Expectativas
  • Quadro 33 - Estado 4 – Moral do Saudável
  • 1 INTRODUÇÃO
  • 2 O LUGAR DAS REGRAS NA ALIMENTAÇÃO
  • 2.1 A alimentação racional de Pedro Escudero e Josué de Castro
  • 2.2 O gérmen do saudável e as orientações de conduta alimentar contemporâneas
  • 2.3 A alimentação sob o prisma da moral: o que alegam os estudos científicos
  • 3 DIÁLOGOS SOBRE A MORAL
  • 3.1 Introdução ao tema da moral
  • 3.2 Jean Piaget e o estudo da moral
  • 4 METODOLOGIA DE PESQUISA
  • 4.1 Construção do modelo de estudo evolutivo
  • 4.1.1 Proposições em estudo
  • 4.1.2 Critérios para seleção dos participantes para pesquisa
  • 4.1.3 Aspectos éticos
  • 4.1.4 Critérios de qualidade do estudo
  • 4.2 Coleta de dados
  • 4.2.1 Espaço e duração da coleta de dados.........................................................................
  • 4.2.2 Estratégias de investigação
  • 4.2.3 Organização dos participantes por escola
  • 4.2.4 Características dos participantes do estudo
  • 4.2.5 Protocolo de transcrição
  • 4.3 Critérios em análise nas tarefas
  • 4.3.1 Hora de empratar (T1) e Hora do Lanche (T2)
  • 4.3.2 Adaptações lógicas (T3)
  • 4.3.3 Critérios em pauta (T4)
  • 4.3.4 Momento de pensar (T5)
  • 4.4 Método de interpretação dos resultados
  • 5 RESULTADOS
  • 5.1 Hora de empratar (T1) e Hora do Lanche (T2)
  • 5.1.1 Hora de empratar: montagem do prato
  • 5.1.2 Hora do lanche: montagem do lanche
  • 5.1.3 Análise de adequação dos pratos e lanches
  • 5.1.4 Motivações para a escolha dos alimentos para os pratos
  • 5.1.5 Sobre como se aprende a montar os pratos
  • 5.1.6 Percepções sobre o prato elaborado para o almoço
  • 5.1.7 Fatos gerais
  • 5.2 Adaptações lógicas (T3)
  • 5.2.1 Dissemelhanças entre as imagens
  • 5.2.2 Pratos elaborados para o almoço..............................................................................
  • 5.2.3 Motivação para a montagem dos pratos
  • 5.2.4 Percepções sobre os pratos elaborados
  • 5.2.5 Critérios para escolhas alimentares
  • 5.2.6 Quem pode dizer o podemos comer?
  • 5.3 Critérios em pauta (T4)
  • 5.3.1 Critérios sensoriais para escolhas alimentares
  • 5.3.2 Hierarquia de critérios
  • 5.3.3 Motivações para seleção dos critérios
  • 5.3.4 Com quem aprendemos a estabelecer critérios ou ordená-los?
  • 5.3.5 Aplicabilidade e mutabilidade dos critérios
  • 5.3.6 Critérios para ser saudável
  • 5.4 Momento de pensar (T5)
  • 5.4.1 Regras Alimentares: é preciso?
  • 5.4.2 Conceito de Regra
  • 5.4.3 Origem das regras
  • 5.4.4 Organização das regras
  • 5.4.5 Aprendizado das regras
  • 5.4.6 Compreensão de regras alimentares
  • 5.4.7 Apontadores de regras
  • 5.4.8 Mudança das regras
  • 5.4.9 Quebra de regras: Punições
  • 5.4.10 Consequências ou Justiça Imanente
  • 5.4.11 Cumprimento de regras: Recompensa
  • 5.4.12 Motivações explicativas
  • 6 DA ORIENTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA MORAL
  • 6.1 Estágios de Desenvolvimento Cognitivo
  • 6.1.1 Pré-operatório
  • 6.1.2 Operatório Concreto
  • 6.1.3 Operatório Formal
  • 6.2 Estados de Orientação da Consciência Moral
  • 6.2.1 Estado 1 – Moral da Submissão
  • 6.2.2 Estado 2A – Moral Hedônica
  • 6.2.3 Estado 2B – Moral Hedônica
  • 6.2.4 Estado 3 – Moral das Expectativas..........................................................................
  • 6.2.5 Estado 4 – Moral do Saudável
  • 6.3 Conclusões
  • 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS
  • GLOSSÁRIO
  • APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)..............................
  • APÊNDICE B – Termo de Assentimento livre e esclarecido (TALE)
  • APÊNDICE C – Formulário com Dados de Identificação do Participante
  • APÊNDICE D – Instrumento de coleta de dados das Tarefas 1 e
  • APÊNDICE E – Instrumento de coleta de dados da Tarefa
  • APÊNDICE F – Instrumento de coleta de dados da Tarefa
  • APÊNDICE G – Instrumento de coleta de dados da Tarefa
  • APÊNDICE H – Folha de Anotações de Gestos e Expressões do Participante
  • APÊNDICE I – Alimentos de consumo diário versus não tão permitidos
  • APÊNDICE J – Alimentos saudáveis versus não saudáveis..................................................

PREFÁCIO

Possivelmente, o leitor se perguntará sobre a gênese da perspectiva dialética naquele que escreve este estudo, a considerar a cultura científica na qual se insere a nutrição, cabendo, pois, uma breve apresentação da trajetória percorrida. A formação em bacharel em Nutrição^1 e, em concomitância, na área da Licenciatura em Letras^2 potencializaram certamente uma abertura de horizontes. Enquanto transitava nas diversas áreas da nutrição, a área da educação permaneceu latente nas práticas vivenciadas e teorias estudadas, questionando a elaboração de conceitos em saúde, a compreensão que o alocutário possuía da enunciação do profissional nutricionista, a efetividade da educação nutricional, a visão do nutricionista de um paciente ainda passivo no cuidado com a saúde, os fatores psicológicos imbricados nas escolhas alimentares, as emoções motivadoras de comportamentos e a pouca razoabilidade em imposições de dietas calculadas aos pacientes. Ainda, na graduação, propusemos uma pesquisa sobre o grau de letramento em nutrição (BLANCO, 2015), especificamente do domínio dos conceitos nutricionais de forma a permitir sua aplicação prática quando da leitura dos rótulos de alimentos. Percebemos com esse estudo o quanto os conceitos nutricionais – como de macronutrientes e micronutrientes – aprendidos na escola necessitam uma aproximação com a realidade dos consumidores de alimentos e que o letramento da população parece bastante insuficiente para permitir uma escolha alimentar mais consciente. Sem um domínio mínimo de conceitos em saúde, a compreensão do objeto (rótulo) e sua utilização como instrumento de avaliação da qualidade dos alimentos fica fadada ao fracasso. Lembremos da relevância do “levar a perceber^3 ” (DEQUI, 2005, p. 13) o espaço dos termos, conceitos e gêneros textuais no cotidiano dos indivíduos, seja para o aprendizado da área da nutrição ou da saúde de maneira geral. Continuando na tentativa de compreender mais sobre o comportamento alimentar humano, investigamos sobre fatores de influência – na perspectiva do próprio sujeito – no momento das escolhas alimentares durante a especialização em Psicologia em Nutrição^4.

(^1) Pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), concluída em outubro de 2015. (^2) Pela Faculdade de Tecnologia do Instituto Pró-Universidade Canoense (FATIPUC), concluída em dezembro de

3 2015. Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas. A citação objetiva ampliar a ideia pré-concebida de que o aprendizado da gramática ou da linguagem parte da decoreba desvinculada de uma experimentação prática, devendo ser buscadas metodologias modernas e 4 instigadoras, permitindo uma construção lógica que deveras faça sentido ao sujeito. Pós-graduação Lato Sensu pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS)/ Faculdade Monteiro Lobato (FATO), concluída em julho de 2016. Ênfase no Manejo do Comportamento Alimentar.

achados. Por conta disso, adotamos o uso da primeira pessoal do plural nesse texto como método de aproximação dos sujeitos do discurso.

1 INTRODUÇÃO

A nutrição, como ciência, tem suas raízes fixadas nas ciências médicas. Em sua constituição, no Século XX, são identificadas duas correntes principais, uma pautada na ideia do alimento como remédio, focada, portanto, no biológico, e outra, em uma perspectiva social, incluindo desde a produção do alimento até seu consumo (VASCONCELOS, 2002). Contudo, essa discussão sobre a alimentação – indagações sobre o que se pode ou não comer; investigação sobre o potencial de cura de um nutriente ou de manutenção de um estado saudável; análise dos mitos e tabus; averiguação de formas de produção do alimento e sua adequação ao tipo de trabalho executado – perpassou diferentes momentos históricos (FLANDRIN; MONTANARI, 1998). Seria talvez inviável, haja vista um oceano de possibilidades, indicar precisamente o momento inicial em que a alimentação passou a figurar na mente humana para aquém da ideia de consumo pela necessidade de sobrevivência. Tradicionalmente e, ainda, contemporaneamente, a concepção “biologicista” é marcadamente integrante do currículo de graduação em Nutrição sob os nomes de Dietoterapia (ou Nutrição Clínica) e Nutrição Experimental. Entretanto, busca-se abrandar o caráter prescritivo da profissão, direcionado ao suporte no tratamento de patologias, com a inclusão de disciplinas como Sociologia, Antropologia e Psicologia à grade do curso. Contudo, essas áreas do saber nem sempre dão conta de romper com as barreiras impostas pelo direcionamento biológico, oriundo das ciências médicas, e pela insuficiência de reflexões sobre as relações de parte e todo ou do homem em toda sua complexidade (ser biológico, social, psicológico). Incorremos, muitas vezes, ao reducionismo do homem a um ser puramente orgânico, movido apenas pelos mecanismos bioquímicos, para quem os nutrientes são meros “abastecedores” de processos internos. Alvarenga et al. (2015) e Pollan (2008), em seus questionamentos sobre as práticas nutricionais, mencionam o vocábulo nutricionismo para aludir a essa doutrina ou ideologia alimentar que objetiva à indicação de nutrientes em sua forma isolada, sem considerar o alimento em sua totalidade. Pollan (2008, p. 15-16) ainda informa que há pelo menos três mitos que são difundidos pelo nutricionismo :

  1. o mais importante não é o alimento, mas sim o “nutriente”; 2) por ser este invisível e incompreensível para todo mundo, menos para os cientistas, precisamos da ajuda de especialistas para decidir o que comer; 3) o objetivo da alimentação é promover um conceito estrito de saúde física. A nutrição, como ciência, se apresenta ainda engatinhando no que tange à coordenação de informações que perpassam esse campo do saber, carecendo de esclarecimentos que