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Redação 1º ano, Notas de aula de Redação

Redação 1º ano. Estudar textos com a temática dos textos abaixo. O vínculo entre seres humanos e animais. O convívio com animais de estimação só traz ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Rio890
Rio890 🇧🇷

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Redação 1º ano
Estudar textos com a temática dos textos abaixo.
O vínculo entre seres humanos e animais
O convívio com animais de estimação traz benefícios para a saúde
física e psicológica dos seres humanos. Mas a relação entre homem e
animal deve ser interativa, para ser...
O convívio com animais de estimação só traz benefícios para a saúde física e
psicológica dos seres humanos. Mas a relação entre homem e animal deve ser
interativa, para ser benfazeja isto é, não basta ser tutor é necessário
passear, brincar, conviver.
E, por que isso acontece? “Os bichos de estimação nos colocam em contato
com a natureza animal, uma dimensão elementar que a sociedade e nosso
estilo de vida se empenham em suprimir”, afirma Marty Becker, médico
veterinário, autor de O poder curativo dos bichos. “Por meio de um
relacionamento íntimo com nossos animais, despertamos em nós
características poderosas como lealdade, amor, instinto e jovialidade”.
Os animais oferecem companhia e amor, sem as exigências dos seres
humanos, além de aceitarem seus tutores sem nenhum julgamento. Esses
saudáveis e estreitos relacionamentos criam vínculos fortes e duradouros. Os
benefícios, em termos de saúde física e/ou mental entre humanos e bichos têm
sido relatados no caso de uma grande variedade de transtornos:
Aqueles que possuem animais de estimação possuem 8 vezes mais
probabilidades de sobreviver 1 ano após um infarto. Um estudo
realizado por Érika Friedman e Sue Thomas, 1995, identificou que,
proprietários de cães tinham sobrevida maior depois de um ataque do
coração do que não proprietários.
Os bichos diminuem nosso estresse, baixando a frequncia cardíaca (um
estudo na Austrália demonstrou os baixos níveis de fatores de risco para
doenças cardiovasculares ), a pressão arterial e o colesterol. O
professor Warwik Anderson (1992) descobriu que os tutores de cães e
gatos tinham taxas mais baixas de triglicérides e colesterol do que os
não proprietários.
Quem possui animais faz menos visitas ao médico e permanece menos
tempo no hospital (pesquisas médicas na Austrália).
Os bichos combatem a depressão e o isolamento, favorecendo a
aproximação entre as pessoas.
Estudos recentes apontam que crianças entre 5 e 12 anos que têm
animais, possuem mais sensibilidade e compreendem melhor os
sentimentos de outras pessoas, têm mais empatia.
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Redação 1º ano

Estudar textos com a temática dos textos abaixo.

O vínculo entre seres humanos e animais

O convívio com animais de estimação só traz benefícios para a saúde física e psicológica dos seres humanos. Mas a relação entre homem e animal deve ser interativa, para ser...

O convívio com animais de estimação só traz benefícios para a saúde física e psicológica dos seres humanos. Mas a relação entre homem e animal deve ser interativa, para ser benfazeja – isto é, não basta ser tutor – é necessário passear, brincar, conviver.

E, por que isso acontece? “Os bichos de estimação nos colocam em contato com a natureza animal, uma dimensão elementar que a sociedade e nosso estilo de vida se empenham em suprimir”, afirma Marty Becker, médico veterinário, autor de O poder curativo dos bichos. “Por meio de um relacionamento íntimo com nossos animais, despertamos em nós características poderosas como lealdade, amor, instinto e jovialidade”.

Os animais oferecem companhia e amor, sem as exigências dos seres humanos, além de aceitarem seus tutores sem nenhum julgamento. Esses saudáveis e estreitos relacionamentos criam vínculos fortes e duradouros. Os benefícios, em termos de saúde física e/ou mental entre humanos e bichos têm sido relatados no caso de uma grande variedade de transtornos:

 Aqueles que possuem animais de estimação possuem 8 vezes mais probabilidades de sobreviver 1 ano após um infarto. Um estudo realizado por Érika Friedman e Sue Thomas, 1995, identificou que, proprietários de cães tinham sobrevida maior depois de um ataque do coração do que não proprietários.  Os bichos diminuem nosso estresse, baixando a frequncia cardíaca (um estudo na Austrália demonstrou os baixos níveis de fatores de risco para doenças cardiovasculares ), a pressão arterial e o colesterol. O professor Warwik Anderson (1992) descobriu que os tutores de cães e gatos tinham taxas mais baixas de triglicérides e colesterol do que os não proprietários.  Quem possui animais faz menos visitas ao médico e permanece menos tempo no hospital (pesquisas médicas na Austrália).  Os bichos combatem a depressão e o isolamento, favorecendo a aproximação entre as pessoas.  Estudos recentes apontam que crianças entre 5 e 12 anos que têm animais, possuem mais sensibilidade e compreendem melhor os sentimentos de outras pessoas, têm mais empatia.

 Especialistas afirmam que a observação de um aquário com peixes é tão eficaz quanto qualquer outra técnica tradicional de meditação, porque também diminui a pressão sanguínea (Lynch 2000 e Associação Internacional das Organizações de Interação Homem-Animal).  E mais ainda: o contato terapêutico que se estabelece quando se acaricia um animal e este devolve com uma lambida ou um afago de focinho, cria uma sensação de intimidade tranquilizadora.  Os animais também estimulam exercícios físicos.  E, o mais relevante: a importância de ter que cuidar de outra criatura, o bicho, demonstra o quanto o ser humano é necessário.

Mas até que ponto amizade e companheirismo entre humanos e bichos é saudável para os animais? Para os bichos, há o risco de serem tratados como objetos ou o extremo oposto, que é a humanização.

Um animal não é um objeto que o ser humano manipula como quer, um brinquedo. Ele tem emoções, sentimentos e requer cuidados diários de higiene, alimentação e saúde.

Muitas pessoas adquirem um filhote e, conforme ele vai crescendo, vai “perdendo a graça” e, vai sendo visto como um estorvo. Então, é colocado de lado, sem ter atenção nem carinho e passa a ter uma vida de solidão: vive confinado e passa horas sozinho. Muitos animais morrem de depressão. Outros são abandonados quando adoecem ou envelhecem.

No extremo oposto há o animal humanizado – o animal vai ao salão de beleza, usa roupinhas, adereços e perfumes, ou seja, é tratado como se fosse um bebê humano, passando até a não reconhecer indivíduos de sua própria espécie.

A vaidade humana, muitas vezes, é colocada acima do bem-estar do animal: o olfato é o principal sentido do cão; colocar perfume em um cachorro é o mesmo que deixá-lo sem referências acerca de si mesmo, das pessoas, de outros animais e do ambiente. Outro problema é a alimentação – excesso de comida destinada a humanos, doces, guloseimas, gerando obesidade, diabetes, câncer etc. e diminuindo sua expectativa de vida. Não se pode esquecer que o animal tem necessidades próprias e que deve viver como animal: nem como objeto, nem como ser humano.

Escolher conviver com um animal é, antes de mais nada, ter sob sua responsabilidade uma vida. E o caminho para ambos, animal e humano, usufruírem dessa relação com intensidade é o amor. Primeiramente, o proprietário aceitando o amor incondicional que o bicho lhe oferece. E, da mesma forma que ele dedica ao tutor seu amor sem limites, o proprietário deve estar preparado para oferecer amor incondicional a ele também. O contato amoroso, leal e sincero permite que os benefícios fluam entre os dois.

E, como ensina o Dr. Marty Becker: “Olhe, escute, toque e fale são as chaves para a ignição e o combustível desse circuito do amor”.

para o ser humano.

Foi que ocorreu com a funcionária pública Letícia Martinez Matos, que há pouco tempo passou por depressão causada por uma grande decepção e enfrentou suas dificuldades com a ajuda de Xaxá e sua irmã Babi, dois gatinhos meio persas, meio vira-latas. “Em 2012, estava passando por uma fase muito difícil e, como não queria tomar remédios, uma amiga sugeriu que eu adotasse o Xaxá, porque achou que ele poderia ajudar a melhorar o meu astral. Foi tiro e queda. Gostei tanto que peguei a Babi também”, diz Letícia. Ela dorme com os bichanos e, às vezes, até evita se mexer na cama para não acordá-los.

Xaxá e Babi passaram o Natal do ano passado fantasiados de Papai Noel. “Às vezes, eles dão um feedback que assusta. Converso com eles e os dois entendem tudo”, diz Letícia. Ela garante que quando dá bom-dia aos dois, cada um responde com um “miau”. “Outro dia pela manhã, sem querer, pisei no rabinho da Babi. Ela ficou magoada. Saí para o trabalho e quando voltei à noite ela continuava aborrecida. Aí, perguntei se ela achava que a mamãe iria fazer isso por querer. Ela respondeu com um „miaaaau‟ e eu disse pra ela: „Então…‟. Aí ficou tudo bem.”

A humanização dos animais domésticos é um assunto que pode ser observado de vários pontos de vista, como um caleidoscópio de sentimentos, necessários cuidados com os bichinhos, interesses comerciais e mudanças de comportamento na sociedade brasileira. A ponte que levou os bichos de estimação da existência regrada no quintal ao reinado quase absoluto dentro da casa dos donos foi construída com uma série de iniciativas e investimentos que acalmaram as pulsões naturais do animal, explica Jean Segata, professor de antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ela está pavimentada pela necessidade cada vez maior de companhia dos seres humanos, muitos deles desacreditados em gente – e em amor de gente. Por trás disso – e sustentando tudo isso – , esconde-se a indústria pet, que percebeu na humanização dos animais domésticos uma ótima oportunidade de crescimento.

A administradora Cláudia Lauria, de 31 anos, está grávida pela primeira vez e há 11 anos tem uma cadelinha poodle chamada Aretha, com “h”, como ela mesma faz questão de frisar. “Ela é o meu bebê, a minha filha. Converso com Aretha como se ela fosse criança, ela fica no colo, tem no mínimo cinco vestidinhos, além de capa de chuva, colar, bota, sapato, chapéu, perfumes e uma coleção de laços”, explica. Segundo Cláudia, a cachorrinha adora usar esses apetrechos. “Toda vez que a gente coloca ela muda o comportamento, fica muito mais feliz”, garante. A mamãe de Aretha admite, no entanto, que exagerou na dose quando pintou a cadela de verde e a manteve assim por duas semanas. “Ela se olhava no espelho e parece que não gostou, assim como não gosta de ser tosada. Toda vez que isso ocorre, Aretha volta para casa amuada e a gente precisa ficar falando que ela está linda.” Mas a sensibilidade da cadelinha vai além da aparência física. Sempre que a dona sai de casa precisa explicar a ela que vai voltar. Quando Cláudia se esquece disso, Aretha inexoravelmente vomita no sofá. “Percebi isso porque

sempre que eu saía e não dava ideia, Aretha aprontava. Já quando eu me despedia, ela ficava de boa. Vi que essa era uma forma de ela chamar a atenção”, explica. Segundo a administradora, as pessoas, entre elas o próprio pai, acham que a relação tão humanizada com a cachorra é um exagero. Agora, ela anda preocupada com a reação de Aretha quando o bebê nascer. “Ela é muito apegada a mim e acho que vai ter ciúmes. Não sei como vai ficar quando o neném nascer, mas pretendo continuar tratando Aretha da mesma forma, porque tenho medo de que ela entre em depressão.”

EXCESSOS Para Christina Malm, professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, quando os especialistas falam de humanização da relação com animais estão se referindo aos excessos nos cuidados. “Posso tratar meu animal com todo o carinho, mas não devo esperar que ele se comporte como um ser humano”, observa. De acordo com ela, animais se comportam segundo sua própria espécie, mas atualmente o apego e a proximidade emocional com os donos é muito grande. “Há muitas pessoas sozinhas, sem família, ou longe dela, que estão carentes de afeto. Elas se apegam. Esse assunto é tema de seminários na universidade, uma vez que os bichos de estimação, tratados como se fossem gente, passam a sofrer de estresse e a ter comportamentos considerados fora do padrão”, explica.

Na opinião da psicoterapeuta de família Claúdia Prates, a grande vantagem do amor animal é que os bichos não desapontam as pessoas. “Depois que um animal escolhe seu dono ele é absolutamente leal e estável, características impossíveis de ser encontradas nas relações humanas. O animal nos acompanha sem cobranças. Eles cada vez mais substituem namorados, filhos e amigos. A permanência de um animal de estimação na vida das pessoas é até a morte. O risco de abandono é zero”, analisa.

A comerciante Vanessa Martins de Abreu sofre quando tem que viajar e precisa deixar os cães Chiquinho e Manu em hotelzinho (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press) "Os meus filhinhos" A comerciante Vanessa Martins de Abreu, de 42 anos, é casada, não tem filhos, mas tem dois enteados. Desde criança foi acostumada aos bichos de estimação, mas há uma década ganhou de presente um lhasa apso chamado Chiquinho. Pouco tempo depois, comprou Manu, uma cadelinha da raça shitsu, para fazer companhia a ele. Em sua casa, os dois são tratados como se fossem gente. Sua preocupação com os bichinhos vai da vacinação à alimentação, o que inclui alimentos naturais como frutas, legumes cozidos e fígado de galinha, além de uma ração de boa qualidade. Tudo devidamente conversado com o veterinário. Outra preocupação é com o bem-estar dos bichinhos. Chiquinho e Manu vivem no colo dos donos e dormem cada uma na própria cama, com direito a colchão, travesseiro e cobertor, bem ao lado da cama do casal.

Vanessa chama Chiquinho e Manu de “meus filhinhos”. E admite que tem muita dificuldade de viajar sem eles. Quando sai do trabalho e é chamada a participar

bem-estar animal, antes inexistente no Brasil. “A medicina veterinária está desenvolvendo especialidades, assim como ocorre com a medicina humana. O psicólogo dos cães, por exemplo, é um veterinário que trata os desvios de conduta do cão decorrentes do tratamento excessivamente humanizado. Isso é cada vez mais comum”, explica Josélio Andrade Moura, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.

Doenças de gente

A depressão, uma das consequências dos exageros na humanização dos animais de estimação, já é tão presente na vida canina que muitos cães chegam a ser medicados com antidepressivos, como a fluoxetina. Foi o que observou o antropólogo Jean Segata ao fazer a pesquisa de doutorado que culminou na tese “Sobre nós e os outros humanos, os animais de estimação”, defendida por ele na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em

  1. Segata acompanhou vários veterinários em sua lida diária. Nesse trabalho, um dos casos que chamou a sua atenção foi o de Pink, uma cadela levada à clínica veterinária com suspeita de depressão. Depois da anamnese, os veterinários retiraram sangue da cachorra e o próprio Jean levou o material ao laboratório, acondicionando-o em sua mochila, junto com as roupas da academia.

“Saí rindo com o pensamento no tubo cheio de sangue de cachorro com suspeita de depressão que seria entregue no mesmo laboratório onde fazia os meus exames rotineiros”, diz. Pink foi medicada com fluoxetina e seu veterinário recomendou à sua dona que deixasse de trabalhar excessivamente e mudasse seus hábitos de modo a poder sair para passear e ficar mais presente na vida de sua cachorra. “O engraçado é que na época eu estava me preparando para fazer um doutorado fora do Brasil e também andava estressado. Igualmente, para o alívio dos meus problemas, o meu médico fez recomendações de mudança na rotina, de modo que a humanidade de Pink parecia tão evidente quanto a minha. Mas isso não bastava: para o seu tratamento ela precisaria de fluoxetina, tanto quanto eu precisava de sibutramina.”

Antenada nas necessidades dos bichos – e de seus donos – , a clínica veterinária Dog‟s & Cat‟s Shop costuma preparar eventos nos fins de semana. Um dos últimos foi uma triagem para medir a pressão e averiguar se o peso dos animais estava dentro das recomendações veterinárias. A dentista Celencina Novaes resolveu ir ao evento a pedido da filha de 7 anos, Anna Beatriz Azevedo Novaes. As duas levaram com elas Scott, um shitsu de 9 meses. “Estou adorando o Scott e acho que não fico mais sem cachorro. É muito legal chegar em casa e ser recebida com aquela festa. Ele está sempre atrás da gente. E não pede nada em troca”, afirma.

Ainda assim, Celencina afirma que trata o filhote de shitsu como o que ele de fato é, um cachorro. “Temos todos os cuidados, mas ele só dorme na área de serviço. Minha filha passa quase o dia inteiro com ele, que já sabe fazer suas necessidades no lugar certo. Não humanizo e nem o encho de minos. Faço por

ele o necessário para um cachorro e ele me dá em troca o que espero de um cachorro”, resume.