












































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma análise histórica dos populistas e suas políticas em tempos de crise econômica, utilizando os casos de líderes como mussolini, hitler, franco e chávez. O texto discute as semelhanças e diferenças entre as condições econômicas atuais e as ocorridas na década de 1930, além de analisar os ressentimentos sociais que levaram à chegada de líderes populistas em diferentes países.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
1 / 84
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
No original, os coautores resumiram esses catorze casos em cerca de 55 páginas. O que se segue é um exame de 8 desses 14 populistas listados acima, em pouco mais de 80 páginas com letras e espaço entre linhas maior, inclusive os numerosos (e preciosos) gráficos com o contexto macroeconômico. Este texto, ao mesmo tempo, é muito longo e muito curto. É muito longo por estar acima do desejado ler, rapidamente, por muitos leitores. É muito curto porque descrever carreiras de várias décadas de grandes figuras históricas em uma média de sete páginas para cada é reducionista na transmissão da sua importância. Se você acha ser demais, os coautores recomendam ler o modelo populista arquetípico e escolher as experiências específicas nas quais você está interessado a conhecer. Para ajudá-lo, o sumário fornecido acima possui hiperlinks para facilitar o acesso à página de cada qual. É um texto sintético para popularizar o conhecimento e motivar o aprofundamento com outras leituras. Antes, neste prefácio, vou sumarizar alguns conceitos básicos para ajudar a leitura e não polemizar com a classificação de populistas para alguns regimes. Apoio-me em consulta ao Dicionário de Política , organizado por Norberto Bobbio. Sob o rótulo de populismo , o pensamento político tem caracterizado manifestações onde o povo estabelece conexão direta com uma liderança, desestabilizando a democracia representativa. A flexibilidade com a qual o conceito é aplicado a situações as mais contraditórias, tanto à direita, como à esquerda, revela a dificuldade de entender o que é o populismo. Populistas são as fórmulas políticas cuja fonte principal de inspiração e referência constante é “o povo”. Este é considerado, irrealisticamente, como um agregado social homogêneo e como exclusivo depositário de valores positivos, específicos e permanentes. As definições do populismo se ressentem da ambiguidade conceitual envolvida no próprio termo “povo”. Ele é tomado como mito em nível lírico e emotivo. Aqui, a virtude residiria só no “povo autêntico”, supostamente, aquele da maioria relativa de votos válidos em uma eleição circunstancial, e nas suas tradições coletivas,
interpretadas, de maneira subjetiva e estática, pelos valores conservadores do líder messiânico. O populismo abstrai as classes. Para ele, a divisão é entre o povo e o “não-povo”. Este é representado, ao gosto do líder, por uma elite intelectual cosmopolita ou por uma elite plutocrática como a casta da oligarquia governante brasileira. Também pode incluir frações das próprias massas populares como os movimentos de classe, julgados portadores de ideologias ou de valores estranhos, incongruentes com os valores genuínos da tradição popular autóctone, conforme o julgamento parcial e anacrônico do líder anticomunista (re)formado durante a “Guerra Fria”. Ele dá preeminência à fé sobre a razão em suas premissas. Ele se torna messiânico em seus modos de ação, defendendo pressuposta pureza popular dos crentes submissos a sabidos- pastores e buscando sua sobrevivência ou preservação em formas carismáticas. Confabula com ardil pelo aparecimento de um imaginário inimigo para atacá-lo. Adota o clientelismo fiel, tipo “ou está comigo sem nenhuma contestação ou não é amigo – e, portanto, inimigo – por demonstrar sentimento de deslealdade”. Apronta ciladas para o teste desse comportamento individual. Age utilizando-se de intriga. Demanda a expulsão radical do sistema político e social daquilo não identificado por eles como povo , como fosse um germe parasitário e corruptor. Daí a presença pública ou latente de uma constante feição racista. A discriminação está voltada contra certas categorias econômicas (“professores, jornalistas”) e culturais (“artistas”) ou então adota um “racismo de tipo ideológico”: o velho anticomunismo, atualizado como antipetismo. O populismo inclui quase todos, se não todos os fascismos. Porém, não é possível excluir do seu âmbito, apesar da polêmica populista contra a democracia formal republicana, movimentos democráticos, além de pacifistas (gandhismo) e coletivistas (stalinismo). O fascismo pode ser considerado como uma variante agressiva do populismo e este, em seu sentido estrito, como uma versão pacífica e asséptica do fascismo. Com o militarismo e o fascismo, o
Este relatório – Populismo: o Fenômeno – é um exame do fenômeno político do populismo: como ele normalmente germina, cresce e segue seu curso. O Populismo não é bem compreendido porque, nas últimas décadas, tem sido pouco frequente nos países emergentes, embora tenha tido a Venezuela de Chávez e as Filipinas de Duterte, e praticamente inexistente em países desenvolvidos. É um desses fenômenos a ocorrer, em grande parte, uma vez na vida de uma geração – como pandemias, depressões ou guerras. A última vez quando existiu como uma força importante no mundo foi na década de 1930. A maioria dos governos se tornou então populista. No ano de 2016, devido à eleição de um populista de direita nos Estados Unidos, emergiu novamente como uma força importante. Para ajudar a entender como o nível de apoio populista hoje se compara ao populismo no passado, Ray Dalio e sua equipe de pesquisa criaram um índice da parcela de votos recebidos por partidos ou candidatos populistas ou anti- establishment nas eleições nacionais, para todos os principais países desenvolvidos (abrangendo EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália e Espanha) desde 1900, ponderando os países por sua participação populacional. Procuraram identificar partidos ou candidatos cujo ataque ao establishment político ou corporativo se transformou em sua principal causa política. Obviamente, o exercício é inerentemente áspero, portanto, não aperte demais os olhos em determinadas manobras. Mas as tendências gerais são claras. O populismo tem se espalhado nos últimos anos e está atualmente em seu nível mais alto, desde o final da década de 1930, embora a ideologia atual dos populistas, por enquanto, seja muito menos extremista em comparação com aquela do “ovo-da-serpente”.
assumirem o cargo de chefe de Estado – e imaginar “falar em nome do povo”. De qualquer forma, pensavam ser hora de aprimorar seus entendimentos sobre populismo e observar suas características centrais. Embora não sejam especialistas em Ciência Política, queriam compartilhar essa pesquisa para entender o fenômeno. Neste relatório, Ray Dalio e equipe descreveram o que viram como o modelo populista arquetípico , criado por meio de estudos de 14 líderes populistas do passado em 10 países diferentes. Dessa forma, puderam mostrar suas semelhanças e diferenças. Embora não haja dois casos idênticos, a maioria dos casos é semelhante a ponto de parecer existir uma espécie de “Manual Populista”. Ao conhecer bem esses casos históricos, poderiam comparar a evolução dos casos contemporâneos com os do passado, tanto para entender melhor o fenômeno, quanto para visualizar (e antecipar em posicionamentos financeiros) melhor como ele poderia se desenvolver.
O Populismo é um fenômeno político e social possível de surgir quando o homem comum está farto de:
Dentro dos países, os conflitos costumam levar a desordens, por exemplo, com greves e protestos. Provocam reações mais fortes e crescente pressão para recuperar com mais força a ordem e o progresso , suprimindo o outro lado. Buscam influenciar e até tomar o controle da mídia. Normalmente, o ataque à liberdade de expressão se torna um aspecto importante dos conflitos. Em alguns casos, esses conflitos levaram a guerras civis. Tais conflitos levaram várias democracias a se tornarem ditaduras com o argumento de trazer ordem à desordem resultante desses conflitos. Entre países, os conflitos geralmente ocorrem porque:
Antes de investigar esses casos, os coautores alertam: o Populismo do período entre guerras chegou em um momento de crises da dívida, devido ao pagamento do ônus da guerra pelos derrotados. Elas induziram depressões econômicas. Portanto, não fica claro quanto das más condições econômicas desse período foi o resultado das crises da dívida e o quanto elas foram devidas a políticas populistas como o protecionismo. Conforme explicado nos relatórios anteriores da Bridgewater , há várias semelhanças entre as condições econômicas atuais e as ocorridas em meados da década de 1930 , por exemplo:
Enquanto o Populismo era uma força nos EUA, alguns diriam Roosevelt ser um populista da esquerda , porque suas políticas eram populistas e bastante extremas para a época, embora muito menos em retrospecto histórico. Ray Dalio e equipe de pesquisa consideram ele um “quase populista”. Os casos mais clássicos são aqueles ocorridos na Europa nos anos 30, analisados adiante. Contexto Econômico e Político Na década de 1930, os EUA viram populistas emergirem de todos os lados do espectro político - Huey Long foi um populista da esquerda extremista, o padre Coughlin mostrou inclinações fascistas e FDR era um populista do centro-esquerda, dependendo da própria perspectiva. Antes de analisá-los, os pesquisadores transmitem o contexto econômico / social da década de 1930. Não é coincidência o populismo ter surgido então. A Grande Depressão, começando no fim de 1929 e atingindo o fundo em 1933, criou condições sociais extremamente dolorosas. Levaram as pessoas comuns a culpar os políticos do establishment e buscar respostas fora do mainstream político. Nos dez anos anteriores, grande parte do mundo desenvolvido viu a mesma dinâmica – o fim de um super-ciclo da dívida – se repetindo, embora não tão severamente. Os gráficos a seguir transmitem a sequência aproximada de eventos. Resumidamente, a analogia com a última crise (2008) é a seguinte:
Notavelmente, a população nascida no exterior estava perto dos picos máximos no início de 1900, como resultado do aumento constante da imigração nas décadas anteriores (o gráfico à direita mostra apenas a imigração legal). ! Ascensão ao Poder As condições econômicas depressivas levaram Roosevelt a fazer campanha em um “ New Deal ” para substituir a velha maneira de Herbert Hoover fazer as coisas. Ele prometeu grandes mudanças e foi eleito pelos pobres e pelos trabalhadores organizados em sindicatos para fazer essas mudanças. Ele venceu de maneira avassaladora em 1932, conquistando 42 dos 48 estados e com 57% dos votos nacionais. Populistas como Long e Padre Coughlin apoiaram a primeira candidatura de Roosevelt à presidência. Ele abraçou a retórica populista ainda mais nas eleições subsequentes, enfatizando a luta entre "o cidadão americano" e a “tirania econômica” de uma “ditadura industrial” e seguindo várias políticas populistas. Embora ele não tenha vindo de fora do establishment político por ter sido eleito governador de Nova York como democrata e ter sido candidato dos democratas a vice-presidente, em 1920, as políticas finalmente implementadas eram de natureza populista. Principais Políticas Após a eleição, Roosevelt imediatamente desvalorizou o dólar para produzir alívio da dívida e implementou uma varredura em