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Populismo e Crise Econômica: Análise Histórica de Líderes e Políticas, Notas de estudo de Economia

Uma análise histórica dos populistas e suas políticas em tempos de crise econômica, utilizando os casos de líderes como mussolini, hitler, franco e chávez. O texto discute as semelhanças e diferenças entre as condições econômicas atuais e as ocorridas na década de 1930, além de analisar os ressentimentos sociais que levaram à chegada de líderes populistas em diferentes países.

O que você vai aprender

  • Quais países emergentes tiveram líderes populistas na última década?
  • Como os ressentimentos sociais influenciaram a chegada de líderes populistas?
  • Quais países desenvolvidos tiveram líderes populistas historicamente?
  • Quais políticas econômicas foram implementadas pelos populistas analisados no documento?
  • Quais condições econômicas são semelhantes entre as décadas de 1930 e atuais?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

PorDoSol
PorDoSol 🇧🇷

4.5

(272)

654 documentos

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Sumário

  • Prefácio
  • Introdução
    • Modelo Populista Arquetípico
  • Populistas do Período entre Guerras (1920-30s)
  • Populismo nos Anos
      1. Populismo Liberal nos Estados Unidos: Roosevelt
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder
      • Principais Políticas
      • Citações relacionadas ao Populismo de Roosevelt
      1. Populismo Fascista na Itália: Mussolini
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder
      • Principais Políticas
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
      • Citações relacionadas ao Populismo de Mussolini
      1. Populismo Nazista na Alemanha: Hitler
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder de Hitler
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
      • Citações relacionadas ao Populismo de Hitler
      1. Populismo Militar na Espanha: Franco
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão dos Nacionalistas e Franco ao Poder
      • Principais Políticas
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
      • Período de Franco
      1. Populismo Militar no Japão
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão dos Militares ao Poder
      • Principais Políticas
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
  • Outros Casos Históricos de Populismo
      1. Populismo Comunista na Rússia: Lenin
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder
      • Exército e a Criação da URSS em
      • Políticas Econômicas e Impacto nos Ativos e na Riqueza
      1. Populismo Nacionalista na Argentina: Perón
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder
      • Principais Políticas
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
      • Citações relacionadas ao populismo de Perón
      1. Populismo Militar na Venezuela: Chávez
      • Contexto Econômico e Político
      • Ascensão ao Poder
      • Principais Políticas
      • Economia, Mercados de Ativos e Riqueza
      • Citações Relacionadas ao Populismo de Chávez

No original, os coautores resumiram esses catorze casos em cerca de 55 páginas. O que se segue é um exame de 8 desses 14 populistas listados acima, em pouco mais de 80 páginas com letras e espaço entre linhas maior, inclusive os numerosos (e preciosos) gráficos com o contexto macroeconômico. Este texto, ao mesmo tempo, é muito longo e muito curto. É muito longo por estar acima do desejado ler, rapidamente, por muitos leitores. É muito curto porque descrever carreiras de várias décadas de grandes figuras históricas em uma média de sete páginas para cada é reducionista na transmissão da sua importância. Se você acha ser demais, os coautores recomendam ler o modelo populista arquetípico e escolher as experiências específicas nas quais você está interessado a conhecer. Para ajudá-lo, o sumário fornecido acima possui hiperlinks para facilitar o acesso à página de cada qual. É um texto sintético para popularizar o conhecimento e motivar o aprofundamento com outras leituras. Antes, neste prefácio, vou sumarizar alguns conceitos básicos para ajudar a leitura e não polemizar com a classificação de populistas para alguns regimes. Apoio-me em consulta ao Dicionário de Política , organizado por Norberto Bobbio. Sob o rótulo de populismo , o pensamento político tem caracterizado manifestações onde o povo estabelece conexão direta com uma liderança, desestabilizando a democracia representativa. A flexibilidade com a qual o conceito é aplicado a situações as mais contraditórias, tanto à direita, como à esquerda, revela a dificuldade de entender o que é o populismo. Populistas são as fórmulas políticas cuja fonte principal de inspiração e referência constante é “o povo”. Este é considerado, irrealisticamente, como um agregado social homogêneo e como exclusivo depositário de valores positivos, específicos e permanentes. As definições do populismo se ressentem da ambiguidade conceitual envolvida no próprio termo “povo”. Ele é tomado como mito em nível lírico e emotivo. Aqui, a virtude residiria só no “povo autêntico”, supostamente, aquele da maioria relativa de votos válidos em uma eleição circunstancial, e nas suas tradições coletivas,

interpretadas, de maneira subjetiva e estática, pelos valores conservadores do líder messiânico. O populismo abstrai as classes. Para ele, a divisão é entre o povo e o “não-povo”. Este é representado, ao gosto do líder, por uma elite intelectual cosmopolita ou por uma elite plutocrática como a casta da oligarquia governante brasileira. Também pode incluir frações das próprias massas populares como os movimentos de classe, julgados portadores de ideologias ou de valores estranhos, incongruentes com os valores genuínos da tradição popular autóctone, conforme o julgamento parcial e anacrônico do líder anticomunista (re)formado durante a “Guerra Fria”. Ele dá preeminência à fé sobre a razão em suas premissas. Ele se torna messiânico em seus modos de ação, defendendo pressuposta pureza popular dos crentes submissos a sabidos- pastores e buscando sua sobrevivência ou preservação em formas carismáticas. Confabula com ardil pelo aparecimento de um imaginário inimigo para atacá-lo. Adota o clientelismo fiel, tipo “ou está comigo sem nenhuma contestação ou não é amigo – e, portanto, inimigo – por demonstrar sentimento de deslealdade”. Apronta ciladas para o teste desse comportamento individual. Age utilizando-se de intriga. Demanda a expulsão radical do sistema político e social daquilo não identificado por eles como povo , como fosse um germe parasitário e corruptor. Daí a presença pública ou latente de uma constante feição racista. A discriminação está voltada contra certas categorias econômicas (“professores, jornalistas”) e culturais (“artistas”) ou então adota um “racismo de tipo ideológico”: o velho anticomunismo, atualizado como antipetismo. O populismo inclui quase todos, se não todos os fascismos. Porém, não é possível excluir do seu âmbito, apesar da polêmica populista contra a democracia formal republicana, movimentos democráticos, além de pacifistas (gandhismo) e coletivistas (stalinismo). O fascismo pode ser considerado como uma variante agressiva do populismo e este, em seu sentido estrito, como uma versão pacífica e asséptica do fascismo. Com o militarismo e o fascismo, o

  1. aparelho de propaganda , baseado no controle das informações e dos meios de comunicação de massa;
  2. crescente dirigismo estatal , no âmbito de uma economia mantida, fundamentalmente, com propriedade privada;
  3. lógica totalitária , com tentativa de integrar nas estruturas de controle do partido ou do Estado a totalidade das relações econômicas, sociais, políticas e culturais. De todas as características dos populistas do passado, o atual populismo de extrema-direita no Brasil preenche três condições socioeconômicas e políticas – economia em Grande Depressão, elevada desigualdade de renda e riqueza, paralisia política com fragmentação partidária. Visa também três metas políticas habituais : ataque ao establishment político, fortalecimento do Poder Executivo ou não aceitação da democracia republicana. Ainda não atacou as grandes corporações empresariais e bancos, nem se definiu como nacionalista e nem fechou as fronteiras aos imigrantes estrangeiros e ao capital externo. Quem sobreviver, verá ... Antifascismo é toda a filosofia, teoria ou prática ativista, cívica ou política oposta ao fascismo, incluindo o combate ao neonazismo e a qualquer ideologia de supremacia branca, xenófoba e de extrema- direita. Antifa se refere a indivíduos e grupos dedicados a combater o fascismo. Antifa Junho de 2020

Introdução

Este relatório – Populismo: o Fenômeno – é um exame do fenômeno político do populismo: como ele normalmente germina, cresce e segue seu curso. O Populismo não é bem compreendido porque, nas últimas décadas, tem sido pouco frequente nos países emergentes, embora tenha tido a Venezuela de Chávez e as Filipinas de Duterte, e praticamente inexistente em países desenvolvidos. É um desses fenômenos a ocorrer, em grande parte, uma vez na vida de uma geração – como pandemias, depressões ou guerras. A última vez quando existiu como uma força importante no mundo foi na década de 1930. A maioria dos governos se tornou então populista. No ano de 2016, devido à eleição de um populista de direita nos Estados Unidos, emergiu novamente como uma força importante. Para ajudar a entender como o nível de apoio populista hoje se compara ao populismo no passado, Ray Dalio e sua equipe de pesquisa criaram um índice da parcela de votos recebidos por partidos ou candidatos populistas ou anti- establishment nas eleições nacionais, para todos os principais países desenvolvidos (abrangendo EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália e Espanha) desde 1900, ponderando os países por sua participação populacional. Procuraram identificar partidos ou candidatos cujo ataque ao establishment político ou corporativo se transformou em sua principal causa política. Obviamente, o exercício é inerentemente áspero, portanto, não aperte demais os olhos em determinadas manobras. Mas as tendências gerais são claras. O populismo tem se espalhado nos últimos anos e está atualmente em seu nível mais alto, desde o final da década de 1930, embora a ideologia atual dos populistas, por enquanto, seja muito menos extremista em comparação com aquela do “ovo-da-serpente”.

assumirem o cargo de chefe de Estado – e imaginar “falar em nome do povo”. De qualquer forma, pensavam ser hora de aprimorar seus entendimentos sobre populismo e observar suas características centrais. Embora não sejam especialistas em Ciência Política, queriam compartilhar essa pesquisa para entender o fenômeno. Neste relatório, Ray Dalio e equipe descreveram o que viram como o modelo populista arquetípico , criado por meio de estudos de 14 líderes populistas do passado em 10 países diferentes. Dessa forma, puderam mostrar suas semelhanças e diferenças. Embora não haja dois casos idênticos, a maioria dos casos é semelhante a ponto de parecer existir uma espécie de “Manual Populista”. Ao conhecer bem esses casos históricos, poderiam comparar a evolução dos casos contemporâneos com os do passado, tanto para entender melhor o fenômeno, quanto para visualizar (e antecipar em posicionamentos financeiros) melhor como ele poderia se desenvolver.

Modelo Populista Arquetípico

O Populismo é um fenômeno político e social possível de surgir quando o homem comum está farto de:

  1. a concentração de riqueza e oportunidades,
  2. as ameaças culturais percebidas por emergirem pessoas com valores diferentes no país,
  3. as “elites do establishment ” em posições de poder, e
  4. o governo não estar trabalhando efetivamente para ele. Esses ressentimentos levam o agrupamento de indignados a colocar líderes fortes no poder. Líderes populistas adotam, tipicamente, uma atitude de contínuo confronto em vez de ser colaborativa. São exclusivos em vez de inclusivos. Como resultado, ocorrem conflitos entre facções opostas, geralmente, a esquerda progressista versus a direita conservadora , tanto dentro do país, q u a n t o c o n t ra o u t r o s p a í s e s. E s s e s c o n f l i t o s s e t o r n a m progressivamente mais auto reforçadores.

Dentro dos países, os conflitos costumam levar a desordens, por exemplo, com greves e protestos. Provocam reações mais fortes e crescente pressão para recuperar com mais força a ordem e o progresso , suprimindo o outro lado. Buscam influenciar e até tomar o controle da mídia. Normalmente, o ataque à liberdade de expressão se torna um aspecto importante dos conflitos. Em alguns casos, esses conflitos levaram a guerras civis. Tais conflitos levaram várias democracias a se tornarem ditaduras com o argumento de trazer ordem à desordem resultante desses conflitos. Entre países, os conflitos geralmente ocorrem porque:

  1. as atitudes dos líderes populistas são mais conflituosas em lugar de ser cooperativas e
  2. conflitos com outros países ajudam a unificar o apoio à liderança em seus países. O Populismo é uma rebelião do homem comum contra as elites e, em certa medida, contra o sistema estabelecido. A rebelião e o conflito ocorrem em graus variados. Às vezes o sistema a domina e às vezes o sistema se rompe. Se flexibiliza ou quebra em resposta a essa rebelião e conflito depende de quão flexível e bem estabelecido o sistema complexo é. Parece também depender de quão razoável e respeitoso com o sistema são os populistas de posse do poder central. Ao monitorar o desenvolvimento inicial dos regimes populistas, a coisa mais importante a se observar é como o conflito é tratado:
  3. se as forças opostas podem coexistir para progredir ou
  4. se cada vez mais desejam “ir à guerra”, para ferir ou matar um ao outro, e superar o impasse. As políticas econômicas populistas clássicas incluem protecionismo, nacionalismo, construção de infraestrutura, aumento dos gastos militares, maiores déficits orçamentários e, muitas vezes, controles de capital. Hoje, volta uma postura contra a globalização. No período entre as duas grandes guerras mundiais, isto é, entre as décadas de 1920 e 1930, a maioria dos principais países foi
  • (^) … maiores tentativas de influenciar ou controlar a mídia. A tabela mostrada imediatamente abaixo mostra os principais políticos populistas do período entre guerras e quais características compartilhadas por eles: ! Outros populistas icônicos de outros tempos e as características compartilhadas: ! Na maioria das vezes, os padrões populistas ficam claros , por exemplo, os conflitos nos países se intensificaram, embora eles se desenrolassem de maneiras um pouco diferentes e em graus variados nos diferentes casos.

Populistas do Período entre Guerras (1920-30s)

Antes de investigar esses casos, os coautores alertam: o Populismo do período entre guerras chegou em um momento de crises da dívida, devido ao pagamento do ônus da guerra pelos derrotados. Elas induziram depressões econômicas. Portanto, não fica claro quanto das más condições econômicas desse período foi o resultado das crises da dívida e o quanto elas foram devidas a políticas populistas como o protecionismo. Conforme explicado nos relatórios anteriores da Bridgewater , há várias semelhanças entre as condições econômicas atuais e as ocorridas em meados da década de 1930 , por exemplo:

  1. níveis relativamente altos de dívida,
  2. altos níveis de monetização da dívida por Banco Central,
  3. taxas de juros quase zero,
  4. grandes desigualdades de riqueza, etc. Há também diferenças importantes, por exemplo, dessa vez, a monetização da dívida veio mais rápido, levando a condições econômicas menos ruins. Há também uma história mais longa de instituições democráticas. Por essas razões, embora os casos populistas da década de 1930 sejam análogos aos de hoje, é provável os de hoje serem menos extremos. Ao mesmo tempo, os coautores não estão sugerindo os populistas no cargo hoje seguirão inapelavelmente os passos daqueles na década de 1930. Estão dizendo ser importante ter em mente esses casos e o modelo arquetípico para acompanhar se eles os repetem ou não. Identificam os casos populistas da década de 1930, identificando aqueles aderentes a “uma doutrina política crítica às pessoas comuns serem exploradas por uma elite privilegiada e com a intenção de resolver esse problema”.
  • eles eram fortemente nacionalistas e mantinham a unidade nacional como um objetivo principal.
  • detestavam o debate e o desacordo inerentes à democracia e procuravam fortalecer o Poder Executivo, usando “táticas de braço forte” para impedir os outros Poderes (Judiciário e Legislativo) o atrapalharem e, em casos mais extremos, minavam a democracia.
  • eles tendiam a ser antiglobalização, anticomércio internacional e anti-imigração. Eles, frequentemente, criticaram a influência estrangeira em seus países. Isso geralmente se traduzia em hostilidade para com outros países. Levou esses países a adotarem também extremos políticos em suas reações protecionistas. Os conflitos entre facções se tornaram cada vez mais intensos, levando a um grande obstrucionismo, repressões à oposição e censura à mídia livre, etc. Emergiu então uma liderança mais autocrática. Aqueles países com normas mais fracas ou história mais curta de instituições democráticas foram os mais rápidos a se afastar da democracia em direção à ditadura militar.

Populismo nos Anos 30

1. Populismo Liberal nos Estados Unidos: Roosevelt

Enquanto o Populismo era uma força nos EUA, alguns diriam Roosevelt ser um populista da esquerda , porque suas políticas eram populistas e bastante extremas para a época, embora muito menos em retrospecto histórico. Ray Dalio e equipe de pesquisa consideram ele um “quase populista”. Os casos mais clássicos são aqueles ocorridos na Europa nos anos 30, analisados adiante. Contexto Econômico e Político Na década de 1930, os EUA viram populistas emergirem de todos os lados do espectro político - Huey Long foi um populista da esquerda extremista, o padre Coughlin mostrou inclinações fascistas e FDR era um populista do centro-esquerda, dependendo da própria perspectiva. Antes de analisá-los, os pesquisadores transmitem o contexto econômico / social da década de 1930. Não é coincidência o populismo ter surgido então. A Grande Depressão, começando no fim de 1929 e atingindo o fundo em 1933, criou condições sociais extremamente dolorosas. Levaram as pessoas comuns a culpar os políticos do establishment e buscar respostas fora do mainstream político. Nos dez anos anteriores, grande parte do mundo desenvolvido viu a mesma dinâmica – o fim de um super-ciclo da dívida – se repetindo, embora não tão severamente. Os gráficos a seguir transmitem a sequência aproximada de eventos. Resumidamente, a analogia com a última crise (2008) é a seguinte:

  1. limites da dívida atingidos no topo da bolha, causando o pico da economia e dos mercados (1929 e 2007);
  2. as taxas de juros atingem zero em meio à depressão (1932 e 2008);
  3. começa a impressão de dinheiro, dando início a uma bela desalavancagem (1933 e 2009);
  1. grandes reduções de dívida, por exemplo, revogando “cláusulas de ouro” em contratos privados, o que teria obrigado devedores a pagar em ouro em vez de usarem dólares depreciados. Estes foram movimentos bastante clássicos por populistas de esquerda. Enquanto a recuperação começou em 1933, os gráficos macroeconômicos obscurecem o fato de as condições terem permanecido terríveis por anos para o americano médio. Assim como hoje, a desigualdade nos EUA, tanto de renda quanto de riqueza, aumentou substancialmente, atingindo o pico no início da década de 1930 e permanecendo elevado durante grande parte da década. Então, os 10% do topo da pirâmide ganhavam 45% de renda (comparado a 50% hoje) e possuíam 85% da riqueza (superior aos 75% possuídos hoje). No entanto, na década de 1930, a taxa de desemprego era muito acima da de hoje. Então, como agora, surgiram cruzadas contra os interesses dos ricos ou das grandes corporações, defendidas contra os bancos e a favor da redistribuição da riqueza. ! Os populistas de direita da época eram xenófobos , porque a parcela da população estrangeira era relativamente elevada como resultado da imigração muito forte na virada do século. A abertura aos imigrantes foi em grande parte fechada pelas reformas na imigração realizadas em 1924. Ainda assim, os imigrantes eram um bode expiatório pronto para problemas domésticos. Por exemplo, Padre Coughlin era um isolacionista e atacou os judeus, um dos maiores grupos de imigrantes da época.

Notavelmente, a população nascida no exterior estava perto dos picos máximos no início de 1900, como resultado do aumento constante da imigração nas décadas anteriores (o gráfico à direita mostra apenas a imigração legal). ! Ascensão ao Poder As condições econômicas depressivas levaram Roosevelt a fazer campanha em um “ New Deal ” para substituir a velha maneira de Herbert Hoover fazer as coisas. Ele prometeu grandes mudanças e foi eleito pelos pobres e pelos trabalhadores organizados em sindicatos para fazer essas mudanças. Ele venceu de maneira avassaladora em 1932, conquistando 42 dos 48 estados e com 57% dos votos nacionais. Populistas como Long e Padre Coughlin apoiaram a primeira candidatura de Roosevelt à presidência. Ele abraçou a retórica populista ainda mais nas eleições subsequentes, enfatizando a luta entre "o cidadão americano" e a “tirania econômica” de uma “ditadura industrial” e seguindo várias políticas populistas. Embora ele não tenha vindo de fora do establishment político por ter sido eleito governador de Nova York como democrata e ter sido candidato dos democratas a vice-presidente, em 1920, as políticas finalmente implementadas eram de natureza populista. Principais Políticas Após a eleição, Roosevelt imediatamente desvalorizou o dólar para produzir alívio da dívida e implementou uma varredura em