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Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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SUMÁRIO
5.1 Origens ................................................................................................. 19 5.2 O Iluminismo e a evolução do pensamento artístico na França e na Inglaterra............................................................................................. 25 5.3 O Antiacademicismo e o Historicismo do Movimento Romântico................. 40
6.1 A Grande Exposição de Londres e o conflito entre arte e indústria............. 57 6.2 Gottfried Semper e a busca da harmonia na industrialização..................... 62 6.3 A reforma do ensino na Inglaterra.......................................................... 66 6.4 O Movimento Arts and Crafts………………………………………………………………. 73
This paper studies the industrial design arising in the Europe of the XIX Century. The research identifies connections between the events related to industrial design estabilishment as an autonomous professional activity and the European artistic teaching and thinking evolution process, including the origins of the so-called architecture modern movement. It is sought to determine in trough the period’s deep transformations Europe has lived, whose heritage last to contemporary times, the social, economic and aesthetic influence’s origins and directions set in by national governments, the industry and the artists and the artistic movements.
“A estética se renova através da existência de uma determinada situação material, mesmo que não esteja totalmente condicionada por esta situação. Os historiadores de hoje se inclinam na direção da investigação das condições materiais da produção artística do passado; os arquitetos de hoje devem ser igualmente conscientes sobre a transformação que tais condições operam na tradição. ... A história fornece tanto as idéias que dependem da crítica quanto o material do qual a crítica é feita. Uma arquitetura que seja permanentemente consciente de sua história e permanentemente questionadora das seduções da história é o que deveríamos ter como objetivo hoje.”
Alan Colquhoun Modernity and the Classical Tradition
O objetivo da pesquisa foi estudar o surgimento do design e as suas relações e influências na evolução do pensamento artístico europeu no período que se desenvolveu entre 1850 e 1925, compreendendo o surgimento do chamado movimento moderno na arquitetura.
O estudo apresenta uma reflexão que parte dos antecedentes das vanguardas artísticas do início do século XX e do chamado movimento moderno na arquitetura, para identificar, através da obra de alguns de seus movimentos coletivos e protagonistas individuais, as ligações e influências recebidas dos principais acontecimentos relacionados ao
aos arquitetos, juntamente com os artistas, os engenheiros e os designers, a tarefa de assumir a função de projetistas dos objetos a serem produzidos pela indústria, quando a divisão do trabalho retirou das mãos do artesão da antiga indústria manufatureira, a partir de então mecanizada e produzindo em grandes séries, a responsabilidade sobre os projetos de seus produtos.
O estudo busca, também, uma atualização da discussão sobre a evolução do pensamento artístico e do surgimento do design e da arquitetura moderna, especialmente no que diz respeito ao âmbito acadêmico e ao ensino. A renovação ocorrida nas últimas décadas na pesquisa histórica contrapõe uma nova abordagem à visão centrada nos aspectos artístico e estético do problema, característica das análises históricas e críticas tradicionalmente conhecidas. O reconhecimento recente do design como o resultado direto de uma profunda transformação da estrutura econômica e social da época e, ao contrário do que previam seus precursores, com sua autonomia regulada por um sistema de prioridades externo a ele, ajuda a compreender a evolução do processo e até mesmo os conhecidos paradoxos entre a atitude do artista e o contexto histórico.
O “industrial design”, ou seja, o projeto do produto concebido para a produção através da indústria, realizado através do concurso de um profissional especializado e não envolvido diretamente nas etapas de fabricação, surgiu a partir da divisão do trabalho resultante da superação da estrutura econômica do trabalho baseada nas corporações de ofícios européias e do desenvolvimento da chamada Primeira Revolução Industrial.
As transformações ocorridas na Europa, entre os séculos XVII e XIX, constituíram, pelo seu caráter profundo e decisivo, o acontecimento econômico mais importante desde o desenvolvimento da agricultura. O
comparável à ruptura radical com o passado efetuada pela Revolução Francesa.
A transição das artes aplicadas da forma medieval para a forma moderna, ocorrida neste período, resultado de um aumento tremendo da capacidade humana de transformar a natureza, seguiu uma primeira e fundamental mudança, esta relacionada à natureza da consciência humana. A grande revolução intelectual se iniciou no século XV, prosseguiu no século XVI até se consolidar definitivamente no século XVII. Entre seus expoentes deve-se citar L. B. Alberti (1404-1472), P. Della Francesca (1416-1492), L. da Vinci (1452-1519), G. Agricola (1494-1555), além de G. Galilei (1564-1642) e F. Bacon (1561-1626).
da corte. Tais artefatos, construídos com semblantes antropomórficos e zoomórficos e altamente mecanizados representavam uma visão divertida da máquina, contribuindo para superar sua imagem de objeto aterrador atribuída na época. Estas realizações, criadas por nomes como F. von Knauss, J. de Vaucanson, M. von Kempelen, P. e H. -L. Jaquet-Drotz, D, Roentgen e P. Kintzing, ao estabelecerem uma relação isomórfica entre natureza e artifício, iniciam a derrubada do mito do abismo intransponível entre o produto da natureza e o produto do homem. A observação da natureza se converte em um fator fecundante da técnica e a observação da técnica, por sua vez, ajuda a compreender melhor a natureza. (MALDONADO, p.20).
Também nas representações visuais das máquinas dos séculos XVI-XVIII se notava a necessidade de ambientá-las em contextos culturalmente familiares. A finalidade de tais imagens era essencialmente didática, pois se tratava de apresentar as condições para instalação e uso das máquinas nos tempos iniciais da indústria. Apesar disto, a máquina nunca estava representada isolada, de forma abstrata, como ocorre hoje, mas sempre integrada num ambiente com uma cenografia adequada, tornando-se então um personagem tão merecedor de atenção artística
nome pelo qual estas figurações eram conhecidas, a entrada sub-reptícia das máquinas no território das artes.
Entre as obras precursoras dos teatros de máquinas figuram os
recentemente por R. Barthes como uma precursora de uma filosofia do objeto, empenhada numa iconografia autônoma que reflete, põe de manifesto e define o objeto. (MALDONADO, 1993, p.22).
A filosofia indutiva, a ciência experimental e a teoria do conhecimento, como substitutas do empiricismo, acompanharam a mudança do sistema medieval e a transferência de poder e influência entre a burguesia e a indústria e a aristocracia e o clero. O período marca o fim das corporações de ofícios medievais e o começo do declínio dos artesãos cultos ali formados. Não é coincidência o surgimento na França
da 1ª Exposição Industrial Nacional.
É importante, também, afirmar o sentido figurativo como a única forma capaz de explicar o uso da expressão Revolução Industrial, uma vez que as bases sociais e econômicas que permitiram o fenômeno desenvolveram-se durante séculos, e, especialmente na Inglaterra, nação líder da economia mundial à época, mesmo no intenso período entre 1760 e 1830, a transformação da sociedade nunca assumiu características revolucionárias (PEVSNER, 2002, p. 31).
A mudança em desenvolvimento se baseava na criação de um sistema de fabricação de bens, cujo volume de produção suplantava, em muito, aqueles oriundos da produção artesanal mais avançada, a custos que diminuíam tanto em função do volume produzido que passavam a não depender mais da demanda existente, passando a criar o seu próprio mercado. A chamada Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra,
O aumento das unidades de produção e a grande concorrência comercial geraram pressões competitivas que acabaram por determinar a busca por inovação e diferenciação capazes de criar traços característicos que atraíssem os consumidores. No início do século XVI, começaram a surgir, na Itália e Alemanha, os livros de padrões, coleções de gravuras produzidas em grandes quantidades graças aos novos métodos de impressão mecânica e destinadas a fornecer exemplos de padronagens e formas decorativas para as atividades têxteis e de marcenaria. Tais desenhos (ou projetos) poderiam ser utilizados repetidas vezes e em contextos diferentes e caracterizavam o início da separação entre a concepção de um modelo e a sua produção (HESKETT, 1998).
A manufatura de Meissen, fundada pelo grão-duque da Saxônia, é um exemplo da utilização do design a partir de uma série de diferentes fontes. Em 1709, descobertas técnicas desenvolvidas na manufatura permitiram, pela primeira vez, que porcelanas européias rivalizassem em qualidade com a produção chinesa. A produção da porcelana, inicialmente voltada para o consumo na corte, com alta qualidade artística e requinte de acabamento, acabou, por demanda das classes médias, por se popularizar, recebendo então ênfase num padrão de produto voltado para a aceitação comercial e a produção em grandes séries, ocorrendo, consequentemente, uma perda em qualidade.
Durante este período, até a metade do século XVIII, os desenhos para a produção provinham dos ourives mais talentosos da manufatura, de designers treinados na academia e também de modelos retirados dos livros de padrões, como a série conhecida como “figuras de Callot”, baseada em desenhos retirados de um volume de gravuras publicado por Jacques Callot em Amsterdam, em 1716.
A indústria, em si, teve origem nas iniciativas estatais, através das chamadas manufaturas reais, ou da coroa, presentes em todos os países da Europa nos séculos XVII e XVIII e destinadas à produção de determinados produtos, normalmente artigos considerados de luxo, como louças, têxteis e móveis.
Este processo foi um reflexo da afirmação dos estados nacionais na Europa e de sua transição da organização feudal para uma política centralizada. A competição com outras nações através do sistema mercantilista e a busca pela conquista e domínio de mercados, especialmente os do Novo Mundo, levou os estados a investirem diretamente na produção de bens, de forma inédita até então.
Nos tempos iniciais da industrialização já surgiam, portanto, exemplos de organização do trabalho em que projeto e execução se constituíam em etapas completamente separadas do processo de produção, condição que constitui uma das premissas fundamentais da existência do design. Na fábrica real de móveis da coroa, ou Fábrica de Gobelins, na França de Luís XIV, fundada em 1667 e dirigida por Jean- Baptiste Colbert, ministro das finanças e do comércio, o diretor de fábrica,
formas a serem fabricadas (BOWMAN, apud DENIS, 2000).
Heskett (1998), não considera o surgimento do design como uma evolução linear do trabalho manual até a produção mecânica. Embora admitindo a tradição artesanal como raiz da atividade, o autor credita sua origem a uma diversidade crescente de fatores e influências, tendo a uni-las o fato de que, no design, a concepção da forma visual foi se tornando cada vez mais distante do ato da fabricação.
As evoluções técnicas na mecanização desta indústria, desenvolvidas de forma gradual a partir de 1740, com a participação de uma grande quantidade de pessoas viriam, a partir da invenção e dos aperfeiçoamentos introduzidos por James Watt na máquina a vapor e dos aperfeiçoamentos na indústria do ferro criar a base para a apropriação do desenvolvimento tecnológico por todos os setores industriais. (Fig. 2 e 3)
Faz-se importante listar os passos mais significativos desta evolução do processo de industrialização:
O surgimento das cidades e das universidades foi simultâneo na Europa, a partir do século XII. Dos exemplos iniciais de Paris e Bolonha, até a fundação de Glasgow, em 1451, cinqüenta universidades haviam sido fundadas em cidades como Oxford, Salamanca (1219), Nápoles (1224), Praga (1337), Pavia (1361), Cracóvia (1364), e Louvain (1425) (BURKE, 2003). Constituídas como corporações, tinham privilégios legais que incluíam a autonomia e o monopólio da educação superior em suas regiões e conferindo graus que eram reconhecidos pelas demais.
Constituídas por professores que eram, na maioria, membros do clero, as novas instituições eram parte de uma instituição muito mais antiga, a igreja, e destinavam-se mais à transmissão de conhecimentos do que à sua descoberta. Desta forma, os professores se limitavam a expor as posições das autoridades como Aristóteles, Hipócrates e Tomás de Aquino, entre outros, no ensino das sete artes liberais (gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música) e dos três cursos de pós-graduação (teologia, direito e medicina). (BURKE, 2003).
A formação artística na Europa estava, por sua vez, associada à tradição dos artesãos medievais, que tinham suas próprias instituições
medieval. Tratava-se de uma comunidade de trabalho desenvolvida nos séculos XII e XIII, formada por artistas e artesãos ocupados na