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Este documento oferece informações importantes sobre o primeiro atendimento de queimaduras, abordando medidas iniciais como avaliação da via aérea, interrupção do processo de lesão térmica, reposição hídrica e avaliação da extensão da lesão. Além disso, são discutidos sinais de obstrução da via aérea e lesão por inalação de fumaça.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Tatiana Silva Tellechea Mariana Oliveira Luiz Karina Meneguzzi Thais Corsetti Grazziotin
QUEIMADURAS
BURNS
Nas grandes queimaduras, além da resposta local, se desencadeia um processo inflamatório sistêmico^1. Neste capítulo abordaremos as lesões térmicas, focando a discussão no atendimento inicial, avaliação da extensão da lesão e possíveis eventos aos quais devemos estar atentos.
Besides the local response, large burn injuries lead to a systemic inflammatory process. In this chapter we discuss thermal injuries, focusing the discussion on the initial evaluation, assessment of the extension of the injury and possible events we must be aware.
A queimadura é resultante do contato direto ou indireto do calor sobre o organismo. Um milhão de pessoas nos EUA procura atendimento anualmente por esta razão, sendo uma importante causa de mortalidade. O óbito pode decorrer de infecção ou repercussões sistêmicas. O atendimento inicial tem suma importância e deve seguir uma sequência^1.
MEDIDAS IMEDIATAS A intervenção inicial deve ser realizada simultaneamente com o protocolo de reanimação do trauma1,2. Ao receber um paciente vítima de queimadura, as
primeiras condutas devem ser identificar se há necessidade de proteger a via aérea e interromper o processo de lesão térmica.
Via Aérea A via aérea superior se encontra em risco pelo grande edema causado pela inflamação local. Inicialmente, os indicativos de obstrução podem ser sutis, não revelando nenhuma evidência de lesão, mas o surgimento de edema de laringe pode ser repentino e inesperado. A lesão por inalação continua a ser uma das principais causas de morte em vítimas de queimaduras. Assim, deve ser realizada uma avaliação precoce buscando evidências de desconforto respiratório e lesão por inalação de fumaça, corroborada pelos seguintes sinais: Queimaduras de face e pescoço Chamuscamento de cílios e vibrissas nasais Depósito de carbono na boca ou nariz e expectoração carbonácea Alterações inflamatórias agudas na orofaringe, como bolhas e edema Rouquidão, tosse persistente ou estridor História de confusão mental no local Confinamento no local do incêndio Níveis sanguíneos de carboxi-hemoglobina maiores que 10% Hipóxia ou hipercapnia
Na presença de um destes sinais, está indicada a intubação traqueal e o doente deve ser encaminhado para um centro de queimados.
Interromper processo de lesão térmica Toda a roupa do doente deve ser removida, incluindo anéis e joias. Se estiverem aderidas à pele, a remoção deve ser feita sob anestesia local. Estes materiais formam resíduos aquecidos que continuam queimando o doente. Pós químicos devem ser removidos delicadamente, tomando o cuidado de o socorrista não entrar em contato direto com a substância1,3. A superfície corporal deve ser enxaguada com água corrente e, após bem limpa com sabão neutro e água, cobrir o doente com lençóis quentes para evitar a hipotermia.
Reposição Hídrica O doente que cursar com mais de 20% da superfície corporal queimada deve ter reposição de volume com Ringer Lactato. Para isso, devem ser puncionados acessos venosos periféricos1,3.
Figura 1. Porcentagem da área de superfície corporal no adulto^1.
Figura 2. Porcentagem da área de superfície corporal na criança^1.
Além disso, a lesão pode ser avaliada por sua extensão, sendo classificada em1,4: Queimadura de primeiro grau: eritema, dor e ausência de bolhas. Queimadura de segundo grau: dor muito intensa, presença de bolhas. Queimadura de terceiro grau: aparência escura, semelhante a couro, indolor.
REANIMAÇÃO DO QUEIMADO Após as medidas mínimas no atendimento do queimado, deve-se procurar outras desordens sistêmicas que podem ter sido ocasionadas. Sempre que o paciente estiver sob risco de problemas respiratórios, obter uma radiografia de tórax, gasometria arterial e eletrocardiograma3,5.
Hipóxia: nestes casos deve ser administrado oxigênio suplementar. Intoxicação por CO (cefaleia, náuseas, confusão, coma): se houver esta suspeita, deve-se iniciar com alto fluxo de oxigênio desde o início, através de uma máscara unidirecional, sem redirecionamento. Lesão por inalação de fumaça: suporte clínico, intubação se necessário. Deve ser realizado Raio X de tórax e gasometria arterial para avaliar o dano. Choque: o doente com lesão térmica grau 2 e 3 necessita de 2 a 4ml de Ringer lactato por kg de peso corporal multiplicado pela porcentagem da área de superfície corporal queimada nas primeiras 24 horas. Metade deste volume deve ser administrado nas primeiras 8 horas e o restante nas próximas 16 horas.
Após, o volume deve ser calculado conforme o débito urinário do paciente.
CONTROLE DA DOR E INTERVENÇÕES ADICIONAIS A preferência no manejo da dor é pelo uso de opióides (por exemplo, morfina). Deve-se realizar adequadamente a profilaxia para o tétano. Benzodiazepínicos podem auxiliar na diminuição da ansiedade, se presente. O paciente necessita também de um ambiente com controle de temperatura para evitar a hipotermia e a perda excessiva de líquidos^3.
TRATAMENTO LOCAL DE FERIDAS A adequada abordagem das feridas visa a manutenção da perfusão tissular, prevenção dos tecidos viáveis, controle do crescimento bacteriano, remoção do tecido desvitalizado ou corpos estranhos e estimulo à epitelização^6. A limpeza adequada e desbridamento são feitos com água corrente ou solução fisiológica aquecida e Clorexidina degermante 2% (pode-se utilizar sabão neutro), com o auxílio de materiais suaves para não provocar dano ao tecido sadio. O desbridamento cirúrgico deve ser estudado3,6. A escarotomia está indica nas queimaduras de terceiro ou segundo grau em áreas circulares dos membros superiores ou inferiores ou torácica, evitando a compressão com diminuiç ã o do fluxo sanguíneo e retorno venoso. Se presentes, indicar avaliação cirúrgica^1. Um das antimicrobianos tópicos mais utilizados para o controle da infecção local é a Sulfadiazina de Prata 1%, que também provoca um desbridamento de tecidos necrosados^6. Este produto deve ser aplicado nas primeiras 48-72 horas do acidente. Na suspeita de infecção por Pseudomonas spp. a Mafenida é uma boa alternativa^6.