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Quando Nietzsche Chorou-Resenha, Notas de estudo de Psicologia

Resenha do filme

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 03/11/2011

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helena-alzira-guimaraes-gouvea-11 🇧🇷

4.8

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PERRY, Pinchas. Quando Nietzsche chorou (filme). EUA, 2007. Drama, 106 min.
son. color.
Helena Alzira Guimarães Gouvêa1
O filme em comento é um drama baseado no primeiro Best-seller e premiado
romance de Irvin D. Yalon. Foi dirigido por Pinchas Perry e lançado em 2007, mas
não foi exibido em cinemas.
Por meio de um encontro fictício entre o famoso fisiologista, mentor de Freud,
Josef Breuer e o filósofo Friederich Nietzsche, o filme discorre sobre a cura através
da fala, deixando evidente o viés psicanalítico do mesmo.
Primeiramente, Breuer é procurado por Lou Salomé, uma jovem russa e bela
que está apaixonada intelectualmente por Nietzsche. O filósofo, entretanto, se
apaixona por ela, mas não é correspondido e, então, escreve cartas onde a
propensão suicida é evidente.
Salomé pede a Breuer que não aplique o “mesmerismo” em Nietzsche, mas
sim a cura pela fala e que o convença de que vale a pena viver. É curioso que
quando Salomé entra no consultório de Breuer, ela posiciona um livro de forma a
arrumá-lo como os outros, deixando evidente um sintoma, possivelmente de
transtorno obsessivo compulsivo. A sua atitude egocêntrica e dominadora também
salienta o quanto ela quer o mundo girando em torno de seus desejos, inclusive o de
curar Nietzsche.
Nietzsche deixa-se examinar por Breuer, pois sofre de fortes dores de cabeça.
Fica evidente que suas dores físicas são psicossomáticas quando ele diz que está
grávido de Zaratrusta, que é o seu livro, considerado pelos niilistas o quinto
evangelho. Neste livro um pregador, Zaratrusta, fala ao povo, mas não é
compreendido. É fácil verificar que Zaratrusta define a vida de Nietzsche e sua
solidão diante da incompreensão das pessoas a respeito de suas idéias. Breuer diz
a Nietzsche que uma vida dominada por fases negras leva ao desespero.
Chegar ao âmago de Nietzsche é o objetivo de Breuer e, assim, seguindo
instruções de Freud, Breuer propõe ao filósofo uma troca onde ele trataria as suas
dores de cabeça e Nietzsche o ajudaria a se curar do seu desespero por meio da
filosofia.
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1Aluna do curso de Psicologia do turno matutino, UNIME, 2011.2.
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PERRY, Pinchas. Quando Nietzsche chorou (filme). EUA, 2007. Drama, 106 min. son. color.

Helena Alzira Guimarães Gouvêa 1

O filme em comento é um drama baseado no primeiro Best-seller e premiado romance de Irvin D. Yalon. Foi dirigido por Pinchas Perry e lançado em 2007, mas não foi exibido em cinemas. Por meio de um encontro fictício entre o famoso fisiologista, mentor de Freud, Josef Breuer e o filósofo Friederich Nietzsche, o filme discorre sobre a cura através da fala, deixando evidente o viés psicanalítico do mesmo. Primeiramente, Breuer é procurado por Lou Salomé, uma jovem russa e bela que está apaixonada intelectualmente por Nietzsche. O filósofo, entretanto, se apaixona por ela, mas não é correspondido e, então, escreve cartas onde a propensão suicida é evidente. Salomé pede a Breuer que não aplique o “mesmerismo” em Nietzsche, mas sim a cura pela fala e que o convença de que vale a pena viver. É curioso que quando Salomé entra no consultório de Breuer, ela posiciona um livro de forma a arrumá-lo como os outros, deixando evidente um sintoma, possivelmente de transtorno obsessivo compulsivo. A sua atitude egocêntrica e dominadora também salienta o quanto ela quer o mundo girando em torno de seus desejos, inclusive o de curar Nietzsche. Nietzsche deixa-se examinar por Breuer, pois sofre de fortes dores de cabeça. Fica evidente que suas dores físicas são psicossomáticas quando ele diz que está grávido de Zaratrusta, que é o seu livro, considerado pelos niilistas o quinto evangelho. Neste livro um pregador, Zaratrusta, fala ao povo, mas não é compreendido. É fácil verificar que Zaratrusta define a vida de Nietzsche e sua solidão diante da incompreensão das pessoas a respeito de suas idéias. Breuer diz a Nietzsche que uma vida dominada por fases negras leva ao desespero. Chegar ao âmago de Nietzsche é o objetivo de Breuer e, assim, seguindo instruções de Freud, Breuer propõe ao filósofo uma troca onde ele trataria as suas dores de cabeça e Nietzsche o ajudaria a se curar do seu desespero por meio da filosofia.

(^1) Aluna do curso de Psicologia do turno matutino, UNIME, 2011.2.

Nietzsche começa a questionar Breuer, levando o médico a trazer à consciência os seus medos e desejos inconscientes. Breuer começa a sonhar e contar seus sonhos a Nietzsche e, então, tentam interpretá-los. As funções da mente que são usadas no tratamento são as sensações, a memória, vários princípios de associação, intuição, raciocínio e subjetividade, principalmente a onírica que desvenda o mundo oculto da psiquê. Breuer deixa Freud informado sobre o andamento do tratamento de Nietzsche e Freud e Breuer falam da interação entre o consciente com o inconsciente. No sonho onde Breuer está com Nietzsche num barco em forma de cisne com a música o lago dos cisnes é possível interpretar que Breuer gostaria de liberar sua sexualidade como o cisne negro e se envolver fisicamente com Berta (Anna O.), paciente que na vida real ele teve que passar para Freud por causa de ciúmes de sua esposa. Nietzsche pede a Breuer que se deite alegando que esta posição ativa mais a memória. Ele recomenda que Breuer fale livremente, o que pode ser interpretado como a livre associação de idéias da psicanálise. Nietzsche diz a Breuer que ele deve ter metas, pois quem não se apropria de suas metas deixa a vida ser um acidente. Breuer percebe que com a troca o filósofo, ao tratá-lo com sua filosofia, também remexe em seu próprio lixo interno. Breuer continua sonhando com Anna O., então, Nietzsche pede que Breuer pense nela e a insulte e diga par ela ir embora da sua mente. Nietzsche diz que Breuer deve descobrir o significado por detrás da obsessão e através de um sonho e Breuer descobre que ver sua mãe morta num caixão o traumatizou quando ele era criança. Além disso, o nome da mãe dele também era Berta. Breuer mostra-se infeliz com sua vida e diante da possibilidade de viver sua vida várias vezes, apontada por Nietzsche, ele sente-se deprimido. Num dado momento Breuer é hipnotizado por Freud e vive, por meio da hipnose, a possibilidade de deixar sua família. Durante a hipnose ele perde Anna O. também e este relacionamento idealizado é dessacralizado e, então, ao voltar da hipnose ele está curado da paixão por ela e da frieza em relação a sua esposa. Finalmente, após a cura de Breuer, Nietzsche conta sobre a sua paixão por Lou Salomé. Breuer revela que ela o havia procurado com o intuito de ajudar o