




Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Este guia prático para pediatras aborda os critérios para encaminhamento de crianças com baixa estatura ao endocrinopediatra. O documento discute a importância da avaliação da estatura alvo, idade óssea e proporções corporais, além de destacar as principais causas de baixa estatura e os cuidados necessários em casos de desproporcionalidade.
Tipologia: Esquemas
1 / 8
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
os gráficos populacionais de referência. Além disso, o monitoramento do crescimento deve estar aliado à anamnese e exame físico cuidado- sos, à procura de sinais e sintomas típicos que possam dar alguma ideia do processo de base que está comprometendo o crescimento nor- mal. Esse documento do Departamento Cientí- fico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) abordará situações em que crianças com baixa estatura devem ser encami - nhadas ao especialista. Departamento Científico de Endocrinologia (gestão 2022-2024) Presidente: Crésio de Aragão Dantas Alves Secretária: Kassie Regina Neves Cargnin Conselho Científico: Cristiane Kochi, Ivani Novato, Julienne Carvalho, Marilza Nascimento, Maristela Barbosa, Renata Andion Arruti, Renata Villas Boas Andrade Lima
O desenvolvimento pôndero-estatural é um marcador sensível de saúde e bem-estar. A moni- toração cuidadosa desse crescimento é ferramen- ta importante para a detecção precoce de doen- ças que podem afetar a saúde das crianças^1 , visto que em várias doenças, a desaceleração do cres- cimento pode preceder seus sintomas típicos. A medida antropométrica adequada é fun- damental, e deve ser avaliada de acordo com Nº 80, 11 de Julho de 2023
Baixa estatura: quando encaminhar ao especialista? com a velocidade de crescimento. Se a velocida- de de crescimento estiver menor ou igual à do percentil 25 do gráfico da velocidade, a criança também deve ser avaliada^3. Outra situação que requer avaliação clínica cuidadosa é quando a criança apresenta redução da velocidade de crescimento (VC), definida de acordo com os seguintes critérios:
A baixa estatura (BE) é definida como estatu- ra abaixo de -2DP (desvios padrão) em relação à média da população de referência. No Brasil, as curvas de crescimento adotadas são as da Organização Mundial da Saúde (OMS), disponí- veis na página da Internet do Departamento de Endocrinologia da SBP. Para o cálculo do esco- re Z, existem aplicativos disponíveis gratuita- mente na Internet como o Anthro e Anthro Plus (https://www.who.int/tools/child-growth-stan- dards/software). A chance de se encontrar uma causa patológica para a BE aumenta de acordo com a sua gravidade, ou seja, o risco de doen- ça é ao redor de 2% quando a estatura está em -2DP, mas aumenta para 50% e 80% quando a estatura está entre -2 e -3DP e abaixo de -3DP, respectivamente.^2
Crescimento deficiente é definido quando ocorre redução da velocidade de crescimento. Portanto, pode-se ter crianças com baixa esta- tura sem crescimento deficiente e crianças com crescimento deficiente sem baixa estatura. A ve- locidade de crescimento deve ser calculada em intervalos maiores (entre 6 e 12 meses), para ob- tenção de cálculos mais precisos.
A investigação de causas patológicas que comprometem o crescimento deve ser realizada prontamente em crianças com estatura abaixo de -3DP, enquanto aquelas que estão entre -2DP e -3DP podem ser acompanhadas inicialmente
Baixa estatura: quando encaminhar ao especialista? têm BE desproporcional causada por alteração em membros, enquanto crianças com BE e redu- ção dessa relação têm BE desproporcional causa- da por anormalidades do segmento axial^8. A presença de desproporção entre ganho de peso e de altura também deve chamar a aten- ção. Os pacientes com ganho de peso excessivo secundário ao consumo elevado de calorias ge- ralmente apresentam aumento da velocidade de crescimento e estatura dentro ou acima do pa- drão familiar. Portanto, se a criança apresentar ganho de peso e redução da velocidade de cres- cimento, deve ser prontamente encaminhada ao endocrinologista pediátrico. Outro dado importante para se levar em con- sideração é a puberdade. Nesse período, a ve- locidade de crescimento é aumentada e pode haver maior avanço da idade óssea, o que pode piora a previsão de estatura final. O padrão de crescimento deve ser avaliado, para determinar se houve algum período perce- bido de redução da velocidade de crescimento ou se a criança sempre cresceu abaixo do espe- rado. Não há consenso em relação aos exames la- boratoriais que devem ser solicitados de rotina na investigação de pacientes com BE. Estes de- vem ser direcionados de acordo com o quadro clínico sugestivo. No entanto, no monitoramento do cresci- mento, a realização de radiografia de mão e punho para avaliar a idade óssea é importante, pois permite avaliar a potencial chance de re- cuperação estatural. Importante lembrar que, em algumas situações, a interpretação da idade óssea deve ser considerada com cautela (como no caso de crianças nascidas pequenas para ida- de gestacional, em que o atraso da idade óssea não reflete necessariamente que pode haver re- cuperação da estatura) e em situações onde há baixa estatura e avanço da idade óssea, piorando a previsão de estatura final (exemplo: mutações no gene ACAN)^9. A Figura 1 ilustra um fluxograma com sugestão de avaliação de crianças encami- nhadas por baixa estatura. Figura 1. Fluxograma para abordagem diagnóstica de crianças encaminhadas por baixa estatura 9. Encaminhamento por Baixa estatura ou crescimento deficiente Pistas para causas primárias:
Departamento Científico de Endocrinologia (gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria
Causas patológicas da BE podem ser encon- tradas em 1,3% a 19,8% dos casos encaminha- dos. Essa variação depende dos critérios utiliza- dos para encaminhamento, que podem variar de acordo com o país. Esses critérios podem variar de acordo com a sensibilidade, especificidade e complexidade da avaliação dos testes e da ava- lição clínica de cada caso individualmente, mas quanto mais grave for a BE maior a chance de se encontrar uma causa patológica e não se tratar de uma variante do normal. A comparação entre guias de diferentes países mostrou sensibilidades que variaram de 57% a 78%, quando utilizaram os critérios de desvio padrão da estatura em relação à po- pulação de referência, desvio padrão da estatura em relação ao alvo familiar e redução da velo- cidade de crescimento. No entanto, ao redor de 25% de crianças com causas patológicas de BE não foram identificadas por esse sistema, suge- rindo que outros dados, como os clínicos, devem ser incorporados para melhorar a sensibilidade dessas guias^10. Os algoritmos utilizados para encaminha- mento para investigação específica da BE depen- dem da idade cronológica do paciente. Crianças até os 3 anos de idade necessitam de medidas seriadas de estatura, lembrando-se que as me- didas de estatura nessa faixa etária apresentam maior variabilidade e menor acurácia. Além dis- so, o padrão familiar nessa faixa etária tem me- nor impacto. Portanto, para esse grupo etário, o encaminhamento deve ser baseado na gravi- dade da BE (estatura abaixo de -3 DP) ou esta- tura mantida em -2,5 DP em medidas repetidas no período de 1 ano^11. Para crianças maiores de 3 anos, além do escore z de estatura, deve-se levar em consideração o padrão familiar, a VC, a anamnese e o exame físico, conforme descrito anteriormente (Figura 2)^11. Muitas crianças com doenças que cursam com BE podem se beneficiar do tratamento com hormônio de crescimento. Porém, o prognóstico estatural é melhor quando o encaminhamento e o diagnóstico são precoces^12. Figura 2. Indicações auxológicas para encaminhamento de crianças com baixa estatura 11 0-2 anos zE ≤ -3DP e PN≥2500g OU zE < -2,5 DP repetidamente (por 6-12m) e PN ≥ 2500g 3-9 anos zE ≤ -2DP OU zE < -2DP e ao menos mais 1 critério: PN e/ou CN < -2DP para IG; zE – zTH < -1,6DP; variação do zE < - OU zE entre -1 e -2DP e zE-zTH < -2DP OU variação do zE < - 10-17 anos zE ≤ -2DP zE = escore z de estatura; DP = desvio padrão; PN = peso de nascimento; CN = comprimento de nascimento; IG = idade gestacional, z TH = escore z da estatura alvo
Departamento Científico de Endocrinologia (gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Baixa estatura: quando encaminhar ao especialista? Diretoria Plena
www.sbp.com.br Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Claudio Hoineff (RJ) Sidnei Ferreira (RJ) Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Donizetti Dimer Giambernardino (PR) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Luciana Rodrigues Silva (BA) Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Fábio Ancona Lopez (SP) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) COORDENAÇÃO: Renato Soibelmann Procianoy (RS) MEMBROS: Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) Magda Lahorgue Nunes (RS) Giselia Alves Pontes da Silva (PE) Dirceu Solé (SP) Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) EDITORES REVISTA Residência Pediátrica EDITORES CIENTÍFICOS: Clémax Couto Sant’Anna (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) EDITORA ADJUNTA: Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Sidnei Ferreira (RJ) EDITORES ASSOCIADOS: Danilo Blank (RS) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Renata Dejtiar Waksman (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA Angelica Maria Bicudo (SP) COORDENAÇÃO DE PESQUISA Cláudio Leone (SP) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO: Rosana Fiorini Puccini (SP) MEMBROS: Rosana Alves (ES) Suzy Santana Cavalcante (BA) Ana Lucia Ferreira (RJ) Silvia Wanick Sarinho (PE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA COORDENAÇÃO: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) MEMBROS: Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Victor Horácio da Costa Junior (PR) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Tânia Denise Resener (RS) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) Jefferson Pedro Piva (RS) Sérgio Luís Amantéa (RS) Susana Maciel Wuillaume (RJ) Aurimery Gomes Chermont (PA) Silvia Regina Marques (SP) Claudio Barssanti (SP) Marynea Silva do Vale (MA) Liana de Paula Medeiros de A. Cavalcante (PE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES COORDENADOR: Lelia Cardamone Gouveia (SP) MUSEU DA PEDIATRIA (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA) COORDENAÇÃO: Edson Ferreira Liberal (RJ) MEMBROS: Mario Santoro Junior (SP) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Sidnei Ferreira (RJ) Jeferson Pedro Piva (RS) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO COORDENAÇÃO: Claudio Barsanti (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Paulo Tadeu Falanghe (SP) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA Ana Isabel Coelho Montero AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA Marcos Reis Gonçalves AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA Adriana Távora de Albuquerque Taveira AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA Camila dos Santos Salomão BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA Ana Luiza Velloso da Paz Matos CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA Anamaria Cavalcante e Silva DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL Renata Belém Pessoa de Melo Seixas ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA Carolina Strauss Estevez Gadelha GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA Valéria Granieri de Oliveira Araújo MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA DO MARANHÃO Marynea Silva do Vale MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA Márcia Gomes Penido Machado MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL Carmen Lúcia de Almeida Santos MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA Maria do Socorro Ferreira Martins PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO Alexsandra Ferreira da Costa Coelho PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ Ramon Nunes Santos PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA Victor Horácio de Souza Costa Junior RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Cláudio Hoineff RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE Manoel Reginaldo Rocha de Holanda RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA Wilmerson Vieira da Silva RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA Mareny Damasceno Pereira RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL Sérgio Luis Amantéa SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA Nilza Maria Medeiros Perin SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA Ana Jovina Barreto Bispo SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO Renata Dejtiar Waksman TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA Ana Mackartney de Souza Marinho DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS