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Psicomotricidade relacional para TEA, atividades, conceitos, comparações.
Tipologia: Teses (TCC)
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Renato Moura da Silva ˡ RESUMO: O presente estudo tem como principal foco abordar os principais avanços nas aulas de educação física pré-escolar, através do estudo da psicomotricidade infantil e relacional (pares). Atividades de psicomotricidade, podem ajudar no avanço de habilidades motoras de alunos. Nesse sentido o objetivo geral é analisar os principais avanços da psicomotricidade em aulas de educação física para crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), em idade pré-escolar. Para tanto, definiram-se os seguintes objetivos específicos: conceituar a educação física pré-escolar, descrever a psicomotricidade infantil, caracterizar e analisar os avanços da psicomotricidade em parceria em alunos com TEA. Abordar atividades de psicomotricidade em pares, justifica-se porque o número de alunos com TEA, vem crescendo nas redes públicas, principalmente na idade pré-escolar. O presente estudo consiste em pesquisa de caráter exploratória, com base em fontes primárias e secundárias, com resultados tratados de maneira qualitativa, a partir da coleta de dados em campo. Com o levantamento ao longo da pesquisa e da análise das informações, foi possível concluir que uma intervenção psicomotora em pares pode contribuir não somente para melhorar as habilidades sociais e de comunicação, mas também contribui para o desenvolvimento de aptidões motoras básicas e pode ajudar na melhoria na redução de comportamentos repetitivos e estereotipados. Palavras chaves : educação física infantil, psicomotricidade relacional, TEA. INTRODUÇÃO A prática da psicomotricidade em pares com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser uma ótima forma de facilitar o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e motoras de crianças afetadas por esse distúrbio. Essa abordagem consiste em trabalhar as habilidades motoras e cognitivas de cada uma das crianças da atividade, individualmente e em conjunto, de forma lúdica. Professor de Educação Física escolar município do Rio de Janeiro E-mail: kamymmoura@gmail.com
Através da abordagens de autores, tais como Vieira; Batista e Lapierre (2005) ao qual afirmam que o método de trabalho da Psicomotricidade Relacional [...] proporciona um espaço de legitimação dos desejos e dos sentimentos no qual o indivíduo pode se mostrar na sua inteireza, com seus medos, desejos, fantasias e ambivalências, na relação consigo mesmo, com o outro e com o meio, potencializando o desenvolvimento global, a aprendizagem, o equilíbrio da personalidade, facilitando as relações afetivas e sociais (2005, págs. 39-40). Através da psicomotricidade em pares, a interação entre as crianças é estimulada, auxiliando no desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas, sociais e comunicativas. Discutir sobre atividades de psicomotricidade em pares, para alunos com transtorno do espectro autista (TEA) na educação física pré-escolar. Justifica-se por um crescente número de alunos com TEA nas redes públicas, principalmente na idade pré- escolar. A pesquisa sobre atividades psicomotoras colaborativas para alunos com TEA na educação física pré-escolar é plausível devido a necessidade de organização prévia. Aulas alternativas com atividades lúdicas e específico para o desenvolvimento motor. Assim, pode-se notar que o papel psicomotor da parceria na educação física pré-escolar desempenha um papel nos aspectos motores, cognitivos e afetivos. Além de ser um aliado em outras áreas da saúde, o assunto também é útil para profissionais de educação física que buscam conhecimentos prévios de trabalho. A confiança dos alunos autistas em observar e copiar, como nos movimentos repetitivos. Valorizando a autoestima e identidade própria, induzindo a confiança em si mesmo. Para tanto é preciso saber a possibilidade de realizar as atividades em outros espaços escolares, para verificar o nível de aceitação e comprometimento do aluno com TEA, evitando distúrbios de aprendizagem. Podem ser aplicados na participação em parceria, o trabalho de comunicação, consciência, percepção dos movimentos através da psicomotricidade. Alguns dos objetivos que podem ser buscados com essa prática são: aprimorar a coordenação motora, desenvolver a capacidade de resolver problemas, estimular um melhor desenvolvimento social e comunicativo. Negrine e Machado (2004), trazem alguns estudos de caso utilizando a abordagem de intervenção relacional, pela via corporal, com uso de objetos diferentes, sempre estimulando positivamente suas conquistas dentro do espaço da sessão.
educação física pré-escolar, não interfere no avanço de habilidades motoras de alunos com TEA. O presente estudo consiste em pesquisa aplicada de caráter exploratório com estudo de caso, que visa observar e compreender melhor os avanços básicos pela psicomotricidade em crianças com TEA, através de atividades em parceria nas aulas de educação física pré-escolar. Nesse sentido, os resultados serão apresentados de forma qualitativa, a partir da coleta de informações de fontes primárias e secundárias. A coleta de informações primárias foi realizada através de dados em campo, foi aplicada através de observação de atividades realizadas pelos alunos com TEA, e anotados em uma ficha de avaliação, onde foi relacionado ao desenvolvimento psicomotor adequado com o domínio do próprio corpo, mas também dos aspectos emocionais e cognitivos. A planificação da pesquisa inclui, em primeiro lugar, o levantamento dos dados secundários, para posterior contato com as fontes primárias, a fim de promover a coleta de dados em campo. Serão aplicados os seguintes instrumentos de pesquisa: observação e atividades motoras. O instrumento tem 11 habilidades motoras e 2 relacionadas com a interação social entre os pares nas atividades. A coleta de informações de fontes secundárias foi realizada a partir de plataformas de pesquisa, livros, artigos, materiais e autores significativos para o trabalho. Fontes primárias (pesquisa de campo) Durante as aulas de Educação Física no Espaço de Desenvolvimento Infantil Raquel Kelly Lanera no Município do Rio de Janeiro e Ficha de avaliação. Sendo organizada em capítulos, iniciando com a apresentação do tema, os conceitos da educação física infantil, as descrições e objetivos da psicomotricidade na infância, as características do Transtorno do espectro Autista (TEA) e análise da psicomotricidade relacional, a metodologia aplicada, os resultados do estudo e as considerações finais. A seguir, será abordado os aspectos e fundamentos com diversos autores da educação física infantil. EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresenta o campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos”. Ao longo da história da escola, foi construída a ideia de que o corpo é um elemento que atrapalha a aprendizagem, sob a alegação de que as crianças, em especial as da Educação Infantil, movimenta-se demais,
não ficam quietas para desenhar, pintar ou ouvir histórias. Por isso, o corpo infantil precisaria, de um lado, ser treinado e, de outro, gastar energia correndo e pulando, para se cansar. Na Educação Infantil, a Educação Física desempenha um papel de relevada importância, pois a criança desta fase está em pleno desenvolvimento das funções motoras, cognitivas, emocionais e sociais, passando da fase do individualismo para a das vivências em grupo. A aula de Educação Física é o espaço propício para um aprendizado através das brincadeiras, desenvolvendo-se os aspectos cognitivo, afetivo- social, motor e emocional conjuntamente (MAGALHÃES, KOBAL, GODOY, 2007). Um dos pontos essenciais de reflexão diz respeito à organização geral do currículo das creches e pré-escolas, levando em consideração a indissociabilidade entre educação e cuidado (educar e cuidar) no sentido de se buscar uma superação da dicotomia educação/assistência no trabalho com a criança de zero a seis anos de idade. Outros estudos sugerem uma organização mais próxima do modelo escolar e centrada em disciplinas. Nesse caso, juntamente com a professora “generalista”, aparece a figura da professora “especialista”, com formação em diferentes áreas de conhecimento (como a Educação Física, por exemplo) para ministrar aulas específicas (AYOUB,2001). É importante lembrar que o corpo infantil não é somente um instrumento de comunicação e expressão, mas também um mecanismo para a produção de conhecimento. O corpo é um recurso fundamental para a construção de novos significados e conhecimentos, pois é através dele que as crianças se socializam, desenvolvem relações sociais e descobrem suas habilidades e capacidades. Estão embasadas em valores como a ludicidade, a criatividade e nas suas experiências de movimento (SAYÃO, 2002). A Educação Física, por meio de seus jogos e brincadeiras, tem a função de despertar nas crianças o interesse, o prazer, a motivação e uma relação saudável com o movimento para a prática de atividades físicas. É importante que sejam propostos jogos e brincadeiras que respeitem o ritmo, as habilidades e competências motoras das crianças, para que elas possam desenvolver suas capacidades motoras, cognitivas e afetivas, além de reforçar sua autoestima. É importante que os professores busquem aplicar em suas aulas atividades lúdicas, como brincadeiras e jogos, promovendo a alegria e a diversão a todas as
desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa atuação consciente e crítica. (BASEI, 2008). Segundo Gorgatti e Costa (2005), a crescente participação de atividades físicas, seja ela de forma auto orientada, seja sob orientação e intervenção profissional, realizada individualmente, em grupos de condições similares ou em grupos diversos, demanda uma atitude profissional que permita ajustar as experiências de aprendizagem aos ideais, necessidades e potencialidades do praticante em relação à cultura corporal de movimento almejada. Sendo que esta modalidade de ensino é o período que se concretiza o aprendizado e a aquisição das habilidades fundamentais: locomoção: caminhar, correr, saltar; manipulação: arremessar, pegar, jogar um objeto, chutar; e as de estabilização: equilíbrio, flexionar o tronco, ficar em um pé só. Logo, de acordo com os documentos norteadores para essa fase de ensino, a disciplina de Educação Física deve estar presente nas escolas de Ensino Infantil, por ser uma disciplina obrigatória na Educação Básica, e principalmente por ser extremamente importante para o desenvolvimento da criança (MELLO; SANTOS, 2012). Por fim, o professor de educação física deve avaliar as habilidades motoras das crianças, para fornecer feedback e direcionar o seu ensino. Esta avaliação deve ter uma abordagem holística, que envolva a avaliação do comportamento, das habilidades motoras e do desempenho cognitivo. Assim permite que o professor identifique quais habilidades precisam ser melhoradas e forneça um tratamento adequado às necessidades individuais de cada criança. Conforme, o que foi apresentado fica evidente a importância da aquisição de habilidades e competências motoras, para que as crianças possam adquirir experiências e enriquecer os seus repertórios de movimentos. A seguir na outa seção, será abordado um pouco mais sobre a psicomotricidade infantil. PSICOMOTRICIDADE INFANTIL Nesta seção será apresentado os conceitos da psicomotricidade na educação infantil, que se refere ao estudo do desenvolvimento motor e psicológico da criança. Segundo Nasser (2004), a psicomotricidade é considerada uma técnica que atua no desenvolvimento do ser em sua totalidade através de exercício do corpo e do
movimento. Os exercícios psicomotores são considerados um meio para atingir a integração do sujeito num meio físico e social e não um fim. Psicomotricidade infantil tem por objetivo ajudar as crianças a se desenvolver tanto na fase de início como na maturidade, melhorando suas habilidades motoras, cognitivas e afetivas. A Educação Física é um campo de estudo que busca compreender e desenvolver o potencial humano na área da saúde e do bem-estar, através do movimento. Ela possibilita a aquisição de habilidades motoras, aprimoramento da saúde e condicionamento físico, além de proporcionar o desenvolvimento de capacidades como a coordenação e a flexibilidade. Além disso, ela pode ser um importante meio de prevenção de doenças e de promoção da saúde. Segundo Barreto (2000, p54), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. Através desta técnica, o psicomotricista trabalha tanto a parte física quanto a cognitiva do indivíduo, tendo como resultado o fortalecimento da autoestima, aprimoramento da capacidade de expressão, melhor relacionamento interpessoal, desenvolvimento de habilidades motoras, aumento da consciência do corpo, entre outros. “O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o psiquismo, que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa” (FONSECA, 2004, p.16). A palavra motriz se refere ao movimento, já psico determina a atividade psíquica em duas fases, a sócio afetiva e cognitiva. Em outras palavras, o que se quer dizer é que na ação da criança se articula toda sua afetividade, todos seus desejos, mas também todas suas possibilidades de comunicação e articulação de conceitos. A Educação Física, segundo Rolim (2004), ao surgir na Educação Infantil, teve como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de atividades que envolvessem a área motora, o que, supostamente, possibilitaria um maior sucesso na alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho “cognitivo”. Esta perspectiva de Educação Física vinculava-se aos princípios da Educação Infantil de cunho compensatório. A teoria de Piaget (1969), afirma que a inteligência se constrói a partir da atividade motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida, até os sete anos,
Além disso, a psicomotricidade pode ser usada como um meio terapêutico para crianças com algum problema relacionado à motricidade ou para aquelas que possuem dificuldades em expressar emoções ou gerenciar seus estados emocionais. Nesse caso, é importante buscar ajuda profissional para auxiliar a criança. O trabalho com a criança deverá focar em estratégias para melhorar suas capacidades cognitivas, trabalhando com atividades lúdicas e desenvolvendo as habilidades físicas, sociais, linguísticas e emocionais. Além disso, é importante verificar se não há problemas de saúde ou outras questões que possam influenciar o desenvolvimento cognitivo. O tratamento pode incluir terapia, trabalho e/ou acompanhamento com um psicólogo, pedagogo ou outros profissionais da área da saúde. Por fim, a psicomotricidade é um conjunto de técnicas que visam promover o desenvolvimento integral do indivíduo, através da exploração da relação entre o corpo, a mente e as emoções. Ela é uma ferramenta importante para ajudar as pessoas a alcançarem um melhor equilíbrio entre suas habilidades motoras, cognitivas e emocionais. Ela abrange as áreas da psicologia, fisiologia e pedagogia, a fim de promover o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais, e ainda contribuir para o equilíbrio psicológico do indivíduo. E dentro desta área, temos a psicomotricidade em pares, que é uma abordagem que tem sido usada para ajudar as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a desenvolver habilidades psicomotoras, comunicação, socialização e interação. Iremos abordar este movimento na seção a seguir. CARACTERÍSTICAS DO TEA (TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA) E ANALISE DOS AVANÇOS DA PSICOMOTRICIDADE EM PARCERIA Nesta seção será apresentado as características do TEA e análise dos avanços da psicomotricidade relacional (em pares). O ingresso na escola é um marco importante no desenvolvimento das crianças. Hoje em dia, cada vez mais, as crianças são criadas em apartamentos e isoladas dos seus pares por uma questão logística da vida moderna. Segundo a perspectiva de Campos (1994), durante a Educação Infantil as crianças devem ir aprendendo (assimilando) normas ou padrões de conduta, comportamentos que são habituais em seu meio ambiente. Na etapa infantil, na hora de educar, é de maior interesse a criação de bons hábitos do que chegar a possuir amplos conhecimentos.
Crianças com TEA se caracterizam pela presença de um desenvolvimento atípico na interação social e na comunicação e pela presença de comportamentos e interesses restritos e estereotipados (ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA, 2014 ). Ademais, comumente não são consideradas em suas habilidades educativas (BAPTISTA; OLIVEIRA, 2002). Devido às características peculiares, que variam de criança para criança, o processo de aprendizagem de alunos com TEA requer adaptações que confrontam os tradicionais métodos de ensino, já que impõem desafios aos professores e superação de barreiras para garantir o direito e a permanência dessas crianças no ensino comum (DUTRA, 2008). Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que têm maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada. Essas crianças já iniciam a vida escolar com indicação, e os métodos específicos vão aparecendo espontaneamente. A inclusão escolar é a prática de incluir alunos com deficiências, tais como autismo, em classes regulares de ensino. Ela se baseia no princípio de que crianças com necessidades especiais devem ter acesso ao mesmo ensino de qualidade que todos os outros alunos têm. Segundo Smith (2001), o objetivo da estratégia é promover a prática intensa e sistematizada das habilidades de brincar e de socialização em um ambiente controlado, além disso, cria oportunidades para o estabelecimento de vínculos como amizades, e tem como meta final, tornar os pares mais reforçadores para a criança alvo do que seus terapeutas. Também foi identificada a dificuldade de atrelar o incremento nas habilidades sociais dos alunos com autismo a intervenções planejadas para o estímulo e aprendizagem das habilidades sociais que estão prejudicadas, uma vez que isso não ocorre pelo simples fato de estarem em contato com os pares com desenvolvimento típico na escola (GUTIERREZ et al. , 2007). Alguns estudiosos têm demonstrado a importância da atividade física para o bom desenvolvimento das habilidades, que influencia positivamente os indivíduos com deficiência. Um destes programas de atividades físicas consegue atenuar várias características das pessoas com TEA, como padrões de comportamento de inadaptação, comportamentos estereotipados e agressivos (LOURENÇO et al. , 2015). A partir das considerações expostas sobre autismo e psicomotricidade, pode-se pensar de qual forma a Educação Física Escolar poderia auxiliar no desenvolvimento
Esta abordagem envolve a exibição de comportamentos específicos por parte de ambos os parceiros que se esforçam para serem sensíveis e conscientes das necessidades do seu parceiro. Em função da sua dificuldade na comunicação, a criança autista não é compreendida pelo outro, e para tanto é necessário propor atividades sensório-motoras para que a criança possa vivenciar no corpo a sua condição tônica, na relação com o outro no mundo, onde estas vivências irão desenvolver o seu potencial cognitivo-afetivo (BOATO, 2013). Os parceiros também trabalham em conjunto para ajudar a criança a desenvolver habilidades relacionadas com a tomada de consciência corporal, regulação motora, comunicação, socialização e interação. Esta abordagem também visa desenvolver a confiança e a autoestima da criança, bem como ajudar a criança a compreender e a se adaptar ao meio social. A comunicação entre dois indivíduos se dá pela representação corporal, postural e motora compartilhada entre os mesmos e, para tanto, é fundamental que o psicomotricista tenha a capacidade de conhecer o outro, bem como seu corpo, postura, atitude e ação (BOATO, 2013) Por outro lado, é importante que os profissionais da saúde estejam familiarizados com os direitos dos indivíduos com deficiência, para que possam garantir que eles tenham acesso a todos os recursos necessários para praticar atividades físicas em um ambiente seguro e apropriado. Desta forma, considerando as características do Transtorno do Espectro Autista, a mediação corporal feita pela psicomotricidade relacional, “utiliza-se da mediação corporal para fornecer à criança um tempo e um espaço no qual ela possa mostrar-se em sua inteireza, através da espontaneidade do brincar, buscando facilitar o seu desenvolvimento o desenvolvimento global, a sua afetividade e a interação social, a base da tríade de comprometimento do TEA”, como nos coloca, Silva (apud, COSTA e DANTAS, 2012). Por fim, é importante que os professores forneçam aos alunos estímulos adequados para o desenvolvimento de habilidades, bem como feedbacks eficazes. A inclusão de crianças com autismo na sala de aula regulares de ensino tem muitos benefícios. METODOLOGIA O presente estudo consiste em pesquisa aplicada de caráter exploratório com estudo de caso, que visa observar e compreender melhor os avanços básicos pela
psicomotricidade em crianças com TEA, através de atividades em parceria nas aulas de educação física pré-escolar. É um procedimento metodológico, onde adquire “maior familiaridade com o problema e assim consegue construir as hipóteses” (GIL, 2002, p41). Nesse sentido, os resultados serão apresentados de forma qualitativa, a partir da coleta de informações de fontes primárias e secundárias, que Segundo Denzin e Lincoln (2006, p.17): a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem naturalista, interpretativa, para o mundo, o que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando entender, ou interpretar, os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem. Existe inúmeros testes de bateria e escalas psicomotoras para pessoas neurotípicas, que tem um cérebro típico. Isso não inclui apenas pessoas não autistas, mas também pessoas sem doenças mentais, deficiências intelectuais ou qualquer outra doença ou distúrbio neurológico. São testes validados tanto no Brasil como internacionalmente. Eles avaliam dentro de uma curva da normalidade, é importante para comparação do que está adequado ou do que está atrasado. São divididos por faixa etária, que pode variar de 1 a 42 meses até 21 anos e 11 meses. Os testes podem avaliar a coordenação motora, o cognitivo, o social, a linguagem, a percepção visual, entre outros. Entre eles: escala de BAYLEY, escala DENVER II, Muller Scales of Early Learning (MSEL), PEABODY DEVELOPMENT MOTORS, KTK, MOVEMENT ABC-2, TGMD-2 e TGMD-3. Sendo o TGMD- (ULRICH-2000), é livre e com validação para a língua portuguesa (VALENTINI- 2008). A fonte primária foi através de coleta de dados em campo, foi aplicada através de observação de atividades realizadas pelos alunos com TEA, e anotados em uma ficha de avaliação, onde foi relacionado o desenvolvimento psicomotor adequado com o domínio do próprio corpo, mas também dos aspectos emocionais e cognitivos. Foi realizado durante as aulas de Educação Física no Espaço de Desenvolvimento Infantil Raquel Kelly Lanera no Município do Rio de Janeiro, entre os anos de 2017 e 2018. Duração de cada ula 50 minutos, atividades de avaliação realizadas em duplas, sendo os avaliados 2 meninos e uma menina de turmas distintas, com laudo de TEA. Como parâmetro para estudo foi analisado algumas valências da Bateria Psicomotora (BPM) Prof. Dr. Vitor da Fonseca. É um instrumento de observação cuja
Fonte: Registro do autor Na figura 2 a atividade, corrida dos pregadores, o professor pedira para as crianças (pares), pegarem um pregador dentro de um baldinho e estas vão correr até um varal feito com barbante. O objetivo desta atividade é que o aluno coloque os pregadores no menor tempo possível, manipulando com suas habilidades bilaterais. São os movimentos que o Professor utiliza para alcançar os objetivos propostos pelo programa (GUISELINI, 1982). Figura 2 – Corrida dos pregadores Fonte: Registro do autor Na figura 3 a atividade, corrida de obstáculos, a criança devera transpor vários obstáculos, prestando bastante atenção em abaixar, pular, equilibrar e desviar. O objetivo desta atividade é que o aluno com suas habilidades possa concluir o percurso, adquirindo confiança aos transpô-los. Uma criança na pré-escola deve desenvolver um certo grau de agilidade que lhe permita participar com êxito em várias atividades motoras (GUISELINI, 1982). Figura 3 – Corrida de obstáculos
Fonte: Registro do autor Na figura 4 a atividade, corrida das rodas, as crianças deverão empurrar rodas com tamanhos diferenciados, começando pela menos, e deverão empilhar ao contrário o maior no solo e a menor no topo. Nesta atividade o objetivo é que o aluno com suas habilidades possa concluir o percurso, manipulando e equilibrando diversas rodas. Os trabalhos em pequenos grupos ajudam a criança a desenvolver a cooperação (GUISELINI, 1982). Figura 4 – Corrida das rodas Fonte: Registro do autor Na figura 5 a atividade, torre de formas geométricas, as crianças deverão levar até o outro lado, blocos de espuma em ordem, formando uma torre. Iniciando pelo quadrado, a ponte, metade de um cilindro e um triângulo. O objetivo desta atividade é que o aluno com suas habilidades possa concluir a montagem da torre, manipulando, equilibrando e distinguindo diversas formas. Transportar objetos ajudam o desenvolvimento da força muscular (GUISELINI, 1982). Figura 5 – Torre de formas geométricas
estabelecer vínculos afetivos com seus cuidadores. Por fim, a psicomotricidade relacional pode ser de extrema importância para o desenvolvimento e pode ajudar na melhoria da comunicação e na redução de comportamentos repetitivos e estereotipados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme apresentado ao longo do artigo a Psicomotricidade em pares busca desenvolver a capacidade do indivíduo de se relacionar com o mundo exterior, com as outras pessoas e com si mesmo, através do corpo. As informações e dados apresentados neste artigo contribuem de forma significativa para o campo de estudo, pois, no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Psicomotricidade desempenha um papel importante na sensibilização e na reabilitação da capacidade de interação social, comunicação e comportamento, ajudando essas crianças em fase pré- escolar a desenvolver melhor suas habilidades motoras. As evoluções são diferentes para cada criança, pois cada uma tem característica própria de realizar as atividades, o crescimento motor depende da sua interação com os pares, pois poderá conquistar novas habilidades que não foram adquiridas anteriormente ou de maneira inadequada. É possível reforçar a importância do assunto abordado, visto que ele pode impactar fortemente, com objetivo de ajudar a criança a desenvolver sua capacidade de se relacionar com o outro e com o mundo, com autonomia e responsabilidade. Embora esteja brincando de verdade, também está contribuindo ao próprio crescimento de um modo mais prazeroso. Os conteúdos aqui apresentados demonstram que muitas outras pesquisas ainda podem ser realizadas sobre os benefícios da prática da psicomotricidade relacional, que são inúmeros, nesse sentido, devido a importância do tema e inúmeras contribuições para o meio acadêmico, com a finalidade de atuar na melhora do comportamento, na habilidade de socialização e interação, na aquisição de habilidades motoras, na autonomia, na regulação emocional e no desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, importante que o professor estabeleça metas realistas e seja flexível para acomodar as necessidades específicas dos alunos com autismo. Além disso, o profissional deve manter um clima divertido e estimulante para todos os alunos. REFERENCIAS
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