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PSICOLOGIA GERAL - Psicologia: conceito, objeto, origem e divisões, Esquemas de Psicologia

Síntese: Nesta unidade veremos o conceito e objeto de estudo da Psicologia. A origem histórica da Psicologia. As divisões e as áreas de atuação dessa ciência.

Tipologia: Esquemas

2015

Compartilhado em 06/06/2024

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A) PSICOLOGI A GERA L
AUTOR A
RAQUEL ALMEIDA DE CASTRO
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Baixe PSICOLOGIA GERAL - Psicologia: conceito, objeto, origem e divisões e outras Esquemas em PDF para Psicologia, somente na Docsity!

A) PSICOLOGIA GERAL

AUTORA

RAQUEL ALMEIDA DE CASTRO

PSICOLOGIA GERAL

Introdução Você tem em suas mãos um material que servirá como referência para a disciplina de Psicologia Geral, para o curso de graduação em Administração a Distância. Buscamos com os textos explicitar os conteúdos que fazem parte da ementa da disciplina de maneira clara e objetiva, com uma linguagem coloquial; entendendo, no entanto, que, estamos tratando de uma ciência que possui suas especificidades e, por isso, pode ser complexa, e exigirá uma leitura mais atenta. Não temos a pretensão de esgotar o assunto com os conteúdos neste caderno, eles funcionarão como uma iniciação a sua investigação. E, para tanto, além dos conteúdos que vamos fornecer, estaremos indicando para uma bibliografia além de sites da web. Na maior parte das unidades você encontrará, em primeiro lugar, uma exposição mais geral da teoria, em seguida os teóricos relacionados a ela e seus principais pressupostos. Na parte final, haverá uma correlação com aspectos práticos relacionados à disciplina. Os conteúdos que compõem cada unidade foram elaborados levando em conta os conceitos e características epistemológicas mais importantes para a ciência da Psicologia. Como se trata da disciplina de Psicologia Geral, este caderno é uma introdução ao estudo de Psicologia. Por isso, aborda aspectos relevantes para um conhecimento básico dessa ciência, sem privilegiar essa ou aquela teoria. Em cada unidade, você encontrará atividades que foram elaboradas para que você reflita, tanto sobre o conteúdo exposto, quanto sobre aspectos do seu cotidiano. Aqui, você encontrará cinco unidades. A primeira expõe a disciplina e seus objetivos, caracteriza a Psicologia enquanto ciência, tratando do seu conceito, origem, objeto de estudo e divisões; a segunda unidade retrata a evolução histórica e as influências teóricas que a Psicologia recebeu; a terceira apresenta três grandes movimentos da Psicologia científica, o Behaviorismo, a Psicanálise e a Fenomenologia, consideradas fundamentais para o pensamento contemporâneo; a quarta expõe a relação existente entre a Fisiologia e o comportamento, demonstrando não haver dissociação entre o psíquico e o físico; a quinta e última unidade apresenta alguns fenômenos psicológicos que podem enriquecer o conteúdo das primeiras unidades. Estes procedimentos foram pensados para que você venha aprender Psicologia Geral e empregue o conhecimento na sua vida cotidiana e na sua formação profissional.

PSICOLOGIA GERAL

que os objetivos sejam alcançados, você deve ler o conteúdo de cada unidade e tentar entendê-lo. Se por acaso isto não acontecer, reúna- se primeiro com seus colegas e discutam a unidade. Se as dúvidas continuarem, solicite ajuda aos seus tutores e por último visite a nossa página e solicite ajuda ao professor, colocando as suas inquietações. Dirimidas as dúvidas, tente, então, realizar as atividades propostas em cada unidade. Bom trabalho.

Ementa Introdução à Psicologia. Conceito, objeto, origem e divisões da Psico- logia. Evolução histórica da Psicologia. Principais aspectos das escolas psicológicas. Bases fisiológicas do comportamento e adaptação. Rea- ções e fenômenos psicológicos: motivo, emoção e personalidade.

Objetivos de ensino-aprendizagem

  1. Relacionar os aspectos que definem a Psicologia, através de sua conceituação, definição de objeto de estudo e métodos de abordagem e investigação ao contexto filosófico, científico e histórico que os mo- tivaram. 2.Observar, nas práticas do dia-a-dia, os fenômenos psíquicos e sua importância no cotidiano do indivíduo, concebido como uma to- talidade.
  2. Verificar dentre áreas da Psicologia quais as mais importantes a serem consideradas na área de Administração.
  3. Mostrar conhecimento em relação aos principais pressupostos teóricos e defensores das escolas behaviorista, psicanalítica e fenom- enológica.
  4. Apontar conceitos que permitam perceber os fenômenos psíquicos como componentes do psiquismo e comportamento humanos.

Psicologia: conceito, objeto,

origem e divisões

Síntese: Nesta unidade veremos o conceito e objeto de estudo da Psicologia. A origem histórica da Psicologia. As divisões e as áreas de atuação dessa ciência.

Unidade 1 - Psicologia: conceito, objeto, origem e divisões

pneumanton ”, do grego pneumato-logia (vapor, respiração, espírito), para designar a parte da Filosofia que tratava da essência da alma. A origem da Psicologia, ainda ligada aos estudos da Filosofia, pode ser localizada no quinto e quarto séculos A.C., principalmente com as ideias de filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles, que levantaram hipóteses (e idéias) sobre o funcionamento da alma ou mente humana. Essas e outras reflexões sobre a mente humana foram reformuladas e complementadas por uma nova ciência, surgida muitos séculos depois, no século XIX, a Psicologia. A Psicologia Científica foi construída a partir de métodos e princípios teóricos que podiam ser aplicáveis ao estudo e tratamento de diversos aspectos da vida humana. Nesse momento, a Psicologia apareceu atrelada, principalmente, à Biologia. Embora tendo nascido dentro da Filosofia, desenvolveu-se para se constituir em uma ciência, com objeto de conhecimento e métodos próprios. Enquanto tal, de início passou a se relacionar intimamente com a Biologia, sob caráter interdisciplinar que se expandiu através de uma relação muito próxima também com as ciências sociais e exatas. Exemplo maior disso é que a Psicologia buscou apoio na Estatística e na Matemática. Mais recentemente cresceu a interação da Psicologia com outras ciências, principalmente com a Neurociência, a Linguística e a Informática, aumentando sua interdisciplinaridade e atuação em campos como a Psicobiologia, a Psicofarmacologia, a Inteligência Artificial e a Psiconeurolinguística. Outra característica bastante marcante da Psicologia é sua multiplicidade de enfoques, correntes teóricas, paradigmas e metodologias específicas, que apresentam, muitas vezes, grandes divergências entre si. Atualmente a Psicologia é considerada uma ciência da área social ou humana que tem como objeto de estudo a subjetividade humana, através dos processos mentais, sentimentos, pensamentos, razão, inconsciente e o comportamento humano e animal. Essa diversidade de objetos exige, também, abordagens e métodos de pesquisa específicos, tanto quantitativos quanto qualitativos. Assim, a Psicologia é a ciência dos fenômenos psíquicos e do comportamento. Entende-se por comportamento uma estrutura vivencial interna que se manifesta na conduta.

1.2 Divisões da Psicologia segundo áreas de atuação do psicólogo As divisões do trabalho psicológico se dão, em primeiro lugar, por sua abordagem teórica (que apresentaremos na unidade III), assim como por suas áreas de atuação. Mais tradicionalmente o psicólogo participa

PSICOLOGIA GERAL

do diagnóstico (testes, entrevistas, jogos terapêuticos), tratamento (atendimento, consultas, intervenções) e do desenvolvimento da pessoa (conselhos, apoio, psicoterapia). Frequentemente, também, tem atividades de prevenção, informação, formação e pesquisa. Como vimos, a Psicologia dos nossos dias trabalha com diversos conteúdos como: as bases fisiológicas do comportamento; o desenvolvimento psicológico; a aprendizagem; a percepção; a memória; a motivação; a emoção; a inteligência; a linguagem e o pensamento; a personalidade; a psicopatologia; as influências sociais, consideradas como fenômenos psicológicos, o que demanda formas de atuação bastante específicas por parte do psicólogo. De acordo com Davidoff (1980), podemos descrever as principais especialidades ou áreas de atuação do psicólogo como:

  • Psicólogo clínico – seu trabalho é o de avaliar e tratar de pacientes com problemas psicológicos. Pode atuar como uma pessoa que promove o autoconhecimento ou a ampliação da consciência de seus pacientes. O trabalho clínico implica na pesquisa, num processo de ação / reflexão / ação;
  • Psicólogo orientador – atua no aconselhamento de pacientes com problemas ligeiros de ajustamento e promove o aperfeiçoamento nos meios educacionais e de trabalho. Combina pesquisa, consulta e tratamento;
  • Psicólogo experimental – planeja e realiza pesquisas em áreas específicas, tais como aprendizagem, sensação, motivação, linguagem, stress, entre outras. Atuação geralmente ligada à abordagem comportamental;
  • Psicólogo escolar – atua junto a equipes multiprofissionais promovendo o desenvolvimento intelectual, social e educacional de crianças nas escolas. Trabalha com alunos e a escola, visando, entre outras questões, o ensino-aprendizagem. Estabelece programas e consultas, efetua pesquisas, treina professores e faz análise crítica do sistema educacional como um todo;
  • Psicólogo do trabalho – desenvolve pesquisas e programas para aprimorar a eficiência, a satisfação e a ética no trabalho. Visa a saúde mental do trabalhador e a humanização da organização. Mais recentemente o foco deste profissional é, principalmente, o ser humano dentro do contexto organizacional (relacionamentos interpessoais, programas de desenvolvimento e planejamento de carreira);
  • Psicólogo social – aplica a psicologia visando estabelecer uma ponte com as ciências sociais. Trata de pessoas com problemas psicológicos no seio da comunidade. Promove a ação comunitária e desenvolve programas para melhorar a saúde mental;

A evolução histórica da

Psicologia

Síntese: Nesta unidade veremos a evolução histórica da Psicologia. Começaremos mostrando a origem do pensamento psicológico. Depois, esboçaremos de forma muito breve o desenvolvimento do pensamento psicológico.

Unidade 2 - A evolução histórica da Psicologia

Mas, antes de nos referirmos a esses estudiosos com mais aten- ção, é preciso colocar que a Filosofia Pré-Socrática (conjunto de teor- ias que antecederam o filósofo Sócrates) tinha como foco o estudo a relação do homem com o mundo, por intermédio da percepção. Isso permitiu a Sócrates (469-399 a.C.) dar maior consistência ao que viria ser a Psicologia, principalmente por defender a noção de que o homem diferia dos animais, pois era dotado de razão, ou inteligência. Ainda sobre a Filosofia Pré-Socrática. Ela se ocupou em entender o que era a physis, noção complexa que envolvia o mundo, os deuses e o homem, bem como a compreensão da natureza como algo dinâmico, vivo. Essa filosofia natural, explicitada no raciocínio demonstrativo, era um trabalho racional, sim, mas não se pode excluir do processo de compreensão do mundo, a percepção. Com Sócrates, um novo objeto passou a ser estudado, aquilo que ele chamou de alma, de unidade do ser individual. Passemos agora a Platão (427-347 a.C.). Ele foi discípulo de Sócrates, defendia a existência de três tipos de alma: com sede na ca- beça (alma racional); com sede no peito (alma irascível); e com sede no ventre (alma concupiscível). As pessoas se diferenciariam pela pre- dominância de uma das três almas. No momento da morte, o corpo, que era matéria, desapareceria e a alma se desprendia do corpo, estando livre para ocupar um novo corpo. Quanto a Aristóteles (384-322 A.C), esse filósofo foi discípulo de Platão, porém, com uma compreensão diferente de seu mestre; de- fendeu que alma e corpo não podem ser dissociados e que tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta, tem uma alma ou psique. Assim, além do homem, animais e vegetais também teriam alma, como um princípio vital, animador. O estudo que realizou sobre as diferenças entre a razão, a percepção e as sensações, foi sistematizado no livro De Anima, considerado como um dos primeiros tratados em Psicologia. De acordo com Ana Bock (1999), desde a Antiguidade e muito antes do advento da Psicologia Científica, os gregos já haviam postu- lado duas grandes teorias: a platônica, que defendia a imortalidade da alma e a concebia como separada do corpo; e a aristotélica, que afir- mava, na Ética, a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.

2.3 Do Império Romano ao Século XVIII Durante o período áureo do Império Romano surgiu o Cristianismo. Este se constitui em uma força religiosa que com o seu desenvolvimento se tornou, também, mais tarde, força política. As idéias cristãs, embora no princípio não tenham tido o peso

PSICOLOGIA GERAL

político, foram de importância para o desenvolvimento da Psicologia. À população romana sem esperança, faminta não só de pão, mas de paz de espírito, as ideias acenaram com a vida eterna, paz de espírito em outro mundo. O Cristianismo se desenvolveu, tornando-se mais presente na vida dos romanos como nos países que esses dominavam. Tudo isso aconteceu paralelamente ao declínio de Roma, oportunizando acontecer o surgimento de uma nova estrutura sócio-política na Europa: o Feudalismo. Com esta nova estrutura, um novo período histórico se estabeleceu: a Idade Média. E, foi durante esse período que dois grandes filósofos surgiram: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225- 1274), estruturando ideias que ajudaram no desenvolvimento para o surgimento da Psicologia. Inspirado em Platão, Santo Agostinho defendia a ideia de que a alma era a sede da razão, era imortal e o elemento de ligação entre o homem e Deus. Já São Tomás de Aquino, influenciado pelo pensamento aristotélico, considerava que o homem, na sua essência, buscava a perfeição através de sua existência, mas somente Deus seria capaz de reunir essência e existência. Por volta do ano 1300 profundas transformações no cenário econômico e social ocorreram na Europa, foi a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Essa transição fez surgir o movimento Renascentista. Com ele, aconteceram mudanças em todos os setores da produção humana (literatura, artes e ciências). O homem aí passou, com maior intensidade, a ser objeto de estudo dos filósofos. Isso, mais tarde, oportunizou o aparecimento de filósofos que contribuíram muito para ocorrer, no século XIX o surgimento da Psicologia. Mas, antes de passarmos ao século XIX, é preciso que destaquemos alguns pensadores que contribuíram para o desenvolvimento da Psicologia. Um desses pensadores foi René Descartes (1596-1659), que defendeu a separação entre mente e corpo, afirmando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante e, o corpo, sem o espírito, é apenas uma máquina. Isso oportunizou, mais tarde, o surgimento de uma Psicologia calcada na idéia do estudo dos processos mentais. Outro filósofo foi John Locke (1632-1704) que destacou o papel das impressões sensoriais sobre o desenvolvimento da nossa experiência. Descreveu o espírito da criança como uma folha de papel em branco (tabula rasa) na qual são registradas as experiências. Por sua vez, as ideias de Locke favoreceram o surgimento de uma psicologia para a qual os males dos seres humanos eram determinados pelo meio ambiente.

PSICOLOGIA GERAL Figura 2 - Wilhelm Wundt (1832 – 1920)

FONTE: Pereira, 2007. Wilhelm Wundt (1832 – 1920) é considerado o idealizador da Psicologia como ciência, pois fundou em 1879, o primeiro laboratório experimental de Psicologia, na universidade de Leipzig, na Alemanha, sendo este o marco histórico da Psicologia como ciência. Dedicou- se a investigar os processos elementares da consciência (experiência imediata), além das experiências sensoriais, através do método da introspecção analítica. O método propunha que o psicólogo se concentrasse em seus próprios movimentos psíquicos internos tentando descobrir e relacionar as estruturas que revelassem a consciência. Este método transformou-se num movimento conhecido como Estruturalismo, que apresentava limitações claras, pois a introspecção é um processo obscuro e exclui automaticamente do estudo as ex- periências de crianças e animais, pois estes não podem ser treinados convenientemente. Outra ciência que contribuiu para o desenvolvimento da Psico- logia Científica foi a Psiquiatria, surgida a partir da medicina e, com sua origem moderna, datada em 1793 com o médico Filipe Pinel. A Psiquiatria trouxe uma série de ideias e metodologias para o campo da Psicologia, principalmente à Psicologia Clínica e Psicopatologia, por estas tratarem e lidarem com doenças mentais.

2.5 As primeiras escolas psicológicas Como mencionamos anteriormente, a Psicologia nasceu na Ale- manha, no final do século XIX, porém, estudiosos de outros países se empenharam em desenvolver novas construções teóricas que a consoli- daram no status de ciência. Segundo Bock (1999), esse status de ciência foi obtido na medida em que se distanciou da Filosofia e atraiu novos estudiosos e pesquisa- dores que, orientados por novos padrões de produção de conhecimento, passaram a definir seu objeto de estudo; delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas do conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia; formular métodos de estudo desse objeto; formular teorias enquanto corpos consistentes de conhecimentos na área.

Introspecção - Exame que alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos; observação do interior.

Unidade 2 - A evolução histórica da Psicologia

Esta sistematização foi determinante para a formulação de novas teorias, ou escolas, que inicialmente caracterizavam-se como posturas metodológicas de investigação e pesquisa. As primeiras escolas foram: o Funcionalismo, de William James (1842-1910); o Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927); e o As- sociacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949). O Funcionalismo teve em William James o seu maior expoente. James foi um dos mais influentes psicólogos norte-americanos, ens- inou Filosofia e Psicologia na Universidade de Harvard. Sua proposta conceitual foi construída a partir de rigorosas observações de si mesmo e dos outros. Ele se opunha ao Estruturalismo porque o via como ar- tificial, limitado. Na visão dele, a consciência era um dado pessoal que está em contínua mudança, evoluindo com o tempo e sendo seletiva na escolha dos estímulos que incidem sobre ela, o que torna o homem capaz de se adaptar ao seu ambiente. Por estudar o funcionamento dos processos mentais para auxiliar o ser humano, esse movimento ficou conhecido como Funcionalismo e foi considerado a primeira sistematização genuinamente americana. Os postulados do Funcionalismo chegaram até os nossos dias através da abordagem da Psicologia Cognitiva. O Estruturalismo foi defendido pelos pioneiros da Psicologia Científica (Wundt e Edward B. Titchner) que entendiam que o im- portante seria determinar os dados imediatos da consciência: as carac- terísticas principais e específicas dos processos de consciência, e seus elementos fundamentais. Apesar de investigar a consciência, como os funcionalistas, os estruturalistas focaram o seu estudo nos estados el- ementares da consciência: as estruturas do sistema nervoso. O Associacionismo teve como seu principal representante Ed- ward L. Thorndike que defendia uma produção de conhecimento pau- tada na utilidade do mesmo. Sua teoria, considerada como a primeira teoria sobre a aprendizagem na Psicologia, concebia a aprendizagem como um processo de associação de idéias, as quais acontecem sempre das mais simples para as mais complexas.

2.6 As teorias do século XX A característica mais marcante da Psicologia do século XX é a sua divisão em quatro grandes movimentos ou forças que diferem por sua visão de mundo e homem e, consequentemente, por sua metodologia de investigação. A primeira força da Psicologia desse século é o Movimento Be- haviorista, que tem como premissa a determinação do meio ambiente sobre o comportamento. Esta Escola parte de uma visão objetiva do

As escolas psicológicas

Síntese: Nesta unidade veremos a escola Behaviorista; a escola Psicanalítica; e a escola Fenomenológica.

PSICOLOGIA GERAL

3.1 As escolas psicológicas Na sua relação com o meio ambiente, o homem foi criando mecanismos para solucionar seus problemas de ordem prática, construindo ciências para dominar a natureza que o cercava. Desta maneira, as ciências da natureza e as ciências humanas foram tecidas na medida em que o homem desenvolveu os seus modos de produção. Como a vida humana e suas formas de produzir a sua existência não são estanques, a ciência precisa acompanhar e explicar os aspectos individuais e subjetivos do homem. Diante da diversidade do mundo industrial e da possibilidade de potencialização da produção e eficiência, a ciência foi chamada a desenvolver métodos de análise e compreensão do comportamento humano que pudessem dar respostas a essas demandas. Ao final do século XIX e início do século XX estavam dadas as condições para elaboração de novas teorias e escolas psicológicas com a possibilidade de aplicação às questões práticas da vida humana. Os conhecimentos em Psicologia passaram a visar explicações sobre o comportamento humano. Esses conhecimentos, por sua vez, foram reunidos em um corpo sistematicamente ordenado e unificado de pressupostos, denominados de escolas ou teorias psicológicas. A Psicologia como ciência não foi caracterizada por uma única forma de explicação. Os estudiosos desta ciência dificilmente seguiam pressupostos específicos, discordavam em alguns pontos filosóficos fundamentais e abordavam a Psicologia de modos claramente distintos. Estas novas teorias, surgidas ou desenvolvidas no século XX, podem ser organizadas em quatro grandes escolas ou movimentos, que passaremos a explicitá-los.

3.2 A Escola Behaviorista O Behaviorismo pode ser compreendido como uma tendência teórica também conhecida como comportamentalismo, teoria do comportamento ou análise experimental do comportamento humano e suas manifestações em diferentes condições e diferentes sujeitos. O primeiro a empregar o termo behaviorismo foi o americano John B. Watson (1878-1958) num artigo de 1913, intitulado “Psicologia como os behavioristas a vêem”, onde defendia a idéia de que a Psicologia era como um ramo objetivo e experimental das ciências naturais, tendo como finalidade prever e controlar o comportamento de qualquer indivíduo. Para ele, o objeto de estudo da Psicologia deveria ser o comportamento que pudesse ser observável, mensurável e que pudesse ser reproduzido em diferentes condições e com diferentes sujeitos. Para ele, estas características eram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência.