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Uma atividade realizada por estudantes de medicina da universidade de franca (unifran) em um centro de convivência para crianças e adolescentes, com o objetivo de promover a saúde ocular e identificar possíveis déficits visuais. A atividade envolveu a avaliação da acuidade visual das crianças por meio da aplicação de testes como a tabela de snellen, testes de convergência e campo visual, e o teste de cores de ishihara. Foram identificadas diversas alterações visuais, com cerca de 20% das crianças apresentando algum tipo de déficit. A atividade contribuiu tanto para as crianças, que foram encaminhadas para atendimento oftalmológico, quanto para os estudantes, que tiveram a oportunidade de realizar ações de promoção e prevenção da saúde visual, articulando com o aprendizado teórico. O documento destaca a importância da avaliação precoce da acuidade visual em crianças em idade escolar, visto que a visão desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e aprendizagem.
Tipologia: Resumos
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Revista Atenas Higeia
Ariane Cristina de Almeida, Victória Nogueira Bispo, Gabriela Nanes, André Leão, Amanda Martins Ramos, Giovanna Calixto Rossi Marques de Souza, Fernanda Santos Lopes, Mariana de Oliveira Lima, Siderleu Pires Rosa Junior, Tácio Willian Dória Mendes Navarro, Angélica Marchini de Souza Jardini Barbosa, Domitila Natividade Figueiredo Lopes Curso de Medicina Universidade de Franca Email para contato: ariane.cristinadealmeida@hotmail.com
Artigo Original
Resumo Para realizar a promoção à saúde ocular nas crianças, a disciplina PIESF (Programa de Inte- gração do Ensino na Saúde da Família) presente na grade curricular do curso de medicina da UNIFRAN (Universidade de Franca) proporcionou que os graduandos e seus preceptores rea- lizassem uma atividade com as crianças que são acolhidas em um Centro de Convivência para crianças, localizado na cidade de Franca-SP. Este trabalho descreve a experiencia dos alunos do 4º período de medicina nessa atividade realizada. Para que a atividade obtivesse sucesso, foram realizadas, previamente na universidade, uma aula teórico-prática para o conhecimento dos alunos frente o tema a ser abordado; posteriormente no centro de convivência foi executado uma atividade, com as crianças, a fi m de identifi car o défi cit visual, aplicando a tabela de Snellen, os testes de convergência e campo visual, e, por fi m, o teste de cores de Ishihara. Além disso, durante a atividade, foi discutido sobre os conceitos do “Olho Humano”; e conscientizado sobre a higienização na manutenção da saúde ocular. Devido a realização dos testes, foi possível consi- derar que a maioria estava com acuidade visual igual ou superior a 80% em ambos os olhos, sen- do três com 60% e duas com 20% de défi cit visual relevante e preocupante. Observou-se alguns escolares com algum nível de desatenção, o que poderia estar relacionado a alguma alteração visual e, possivelmente, a um baixo rendimento escolar. Sete participantes foram encaminhados para consulta oftalmológica, e em seis foi confi rmado o défi cit visual, sendo necessário o uso de óculos. A atividade contribuiu tanto para as crianças e adolescentes, que foram encaminhados para possível solução do seu problema visual, como para os estudantes, que tiveram a oportu- nidade de realizar atividade de promoção à saúde e prevenção de agravos, articulando com o aprendizado teórico.
Palavras-chave : Promoção à saúde ocular, Défi cit visual, Acuidade visual.
Abstract To promote eye health in children's, the discipline PIESF (Program for Integration of Teaching in Family Health) present in the curriculum of the medicine course of UNIFRAN (University of Fran- ca) afforded that undergraduate students and their preceptors performed an activity with children's who are hosted in a Center for Children's Coexistence, located in the city of Franca/SP. This pa- per describes the experience of the 4th period medicine students. For the activity to be successful, a theoretical-practical class was previously held at the university for the students to get acquainted with the theme to be approached; afterwards, an activity was carried out at the center, with the chil- dren, in order to identify the visual defi cit, applying the Snellen chart, the convergence and visual fi eld tests, and, fi nally, the Ishihara color test. During the activity, the concepts of the "Human Eye" were discussed; and awareness was raised about hygiene in the maintenance of ocular health. Due to the tests, it was possible to consider that most of them had visual acuity equal to or higher than 80% in both eyes, being three with 60% and two with 20% of relevant and worrisome visual
Introdução Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) existem cerca de 153 milhões de pessoas cegas no mundo, com causas relacio- nadas principalmente a erros refracionais não corrigidos como miopia, astigmatismo e hiper- metropia. Em nosso país, os dados epidemio- lógicos mostram que os problemas de refração são expressivos e em sua grande maioria são capazes de serem corrigidos por meio do uso de óculos principalmente durante a infância, já que a capacidade visual é desenvolvida nos primei- ros anos de vida (Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação, 2008). Isso ocorre, pois, ao nascer, cerca de 80% das crianças possuem o olho proporcionalmente curto, o que se denomina hipermetropia fisioló- gica. Todavia, com o crescimento e desenvolvi- mento, por volta dos cinco aos doze anos ocorre um processo chamado emetropização que con- siste na modulação do crescimento da coróide esclera associado proporcional a formação da imagem na retina. Se durante essa fase de hi- permetropia fisiológica ocorre estímulos inade- quados à adaptação visual como leitura excessi- va de perto, ocorre um crescimento inadequado do olho que leva ao desenvolvimento da miopia cuja prevalência em escolares é cerca de 30%. A miopia é ocasionada devido a um erro refra- tivo, no qual o eixo ocular está aumentado em relação ao poder refrativo e geralmente se inicia por volta dos 8 aos 14 anos. Além desse distúr- bio de visão, outro muito comum é a hipermetro- pia, que consiste basicamente num erro refrativo no qual o eixo ocular é pequeno em relação ao poder refrativo, e, em oposição à miopia, esse prevalece com a idade (Silva JV, et al., 2013). Discutindo-se então a respeito da saúde ocu- lar, é indispensável o reconhecimento da baixa acuidade visual na infância, pois é prejudicial para o desempenho escolar, para as atividades do cotidiano e, por fim, para a qualidade de vida (Oliveira RSD, et al., 2013).
Segundo o Ministério da Saúde (MS), é de ex- trema importância que seja trabalhado promoção de saúde no período escolar, já que nesse perío- do o desenvolvimento de ações para prevenção de novas doenças é mais eficaz, uma vez que dentro da sala de aula a o fortalecimento dos fa- tores de proteção (LAIGNIER MR, 2010). A assistência primária à saúde tem ganhado importância para o controle dos agravos à saúde infantil. A deficiência visual é uma das dificulda- des encontradas na vida da criança em idade escolar (COELHO ACO, et al., 2010). Enxergar e saber o que está ao redor, além de ter a capacidade de identificar e processar as in- formações do que é visto, se faz necessário para o aprendizado de uma criança. O desenvolvimen- to motor e cognitivo é afetado pela deficiência vi- sual desde os primeiros meses de vida (SANTOS ICBB, 2019; Oliveira RSD, et al., 2013). No período escolar, as alterações visuais são manifestadas e afetam, de forma significativa, os processos de aprendizagem, pois ocorre uma dificuldade em integrar-se com o meio. A deficiência no aparelho ocular pode acarretar vários problemas para o ser em formação, pois a criança que enxerga com dificuldade pode ter uma atuação diferente de outros estudantes, já que a capacidade de enxergar fica comprometi- da, podendo desenvolver o comportamento ina- propriado, o baixo rendimento escolar e as di- ficuldades nas atividades intelectuais e sociais, decorrente da falta de avaliação oftalmológica antes dos alunos ingressarem na escola (Olivei- ra RSD, et al., 2013).
Metodologia Este trabalho trata-se de um estudo descritivo analítico que foi executado por seis acadêmicos de medicina associado a duas preceptoras da disciplina PIESF (Programa de Integração do Ensino na Saúde da Família) durante o 4° pe- ríodo da faculdade de medicina da UNIFRAN (Universidade de Franca). Foi realizado uma
deficit. We observed some students with some level of inattention, which could be related to some visual alteration and, possibly, to low school performance. Seven participants were referred for ophthalmologi- cal consultation, in six the visual deficit was confirmed and the use of glasses was required. The activity contributed both for the children and adolescents, who were referred for a possible solution to their visual problems, and for the students, who had the opportunity to carry out health promotion and disease pre- vention activities, articulating with the theoretical learning.
Keywords: Health promotion, Visual deficit, Visual acuity.
Diante desses resultados, mais de 20% do total de crianças avaliadas apresentou algum déficit visual, o que correlaciona com os da- dos da Organização Pan-Americana de Aten- ção à Saúde, que indica que mais de 20%
das crianças em idade escolar desenvolvem algum déficit visual (COELHO ACO, et al., 2010). A tabela 1 mostra os alunos examinados, junto com os testes realizados.
Gráfico 1. Análise em porcentagem da acuidade visual nas crianças.
Tabela 1. Dados dos alunos examinados
Dentre os 17 participantes analisados no tes- te de cores de Ishihara, nenhum deles apresen- taram daltonismo. A visão desempenha papel importante no de- senvolvimento da criança, sendo necessário a triagem da acuidade visual na tentativa de diag- nosticar precocemente alterações visuais tem significativa importância. Essa triagem é de fácil execução e confiabilidade e, dessa forma, deve fazer parte de programas em escolas e institui- ções (DIAS MAV, et al., 2011). A atividade possibilitou evidenciar a importân- cia da atenção dos profissionais do Centro de Convivência ao desempenho visual das crian- ças, a fim de detectar possíveis déficits visuais. Nesse sentido, é importante que esses profissio- nais durante as atividades elaboradas, observe alguns sinais que indicam dificuldade visual, tais como: fotofobia, cefaleia, lacrimejamento, fran- zir das pálpebras, necessidade de aproximar-se excessivamente dos objetos, livros e cadernos, desatenção. Muitas crianças que são definidas como desatentas, perdem essa característica após o início do uso de óculos para a correção visual (VENTORINI SE, 2007). Entretanto, a atividade permite também afirmar que é prioritário a avaliação da acuidade visual das crianças pré-escolares e escolares, mesmo que não seja observado nenhum comportamento ou sinais que demonstrem déficit visual, pois vá- rias destas foram identificadas nesta situação. A maioria nunca havia passado por uma con- sulta oftalmológica, o que surpreendeu pelo fato das mesmas relatarem queixas frequentes de dor ao ler a lousa ou ao olhar para baixo, por exemplo, mas nunca terem tido a oportunidade de serem consultadas. A visão, como já mencionado, é algo intima- mente relacionado com o aprendizado, logo, seria de suma importância que as crianças ti- vessem acesso a esse tipo de atendimento, uma vez que possuindo uma deficiência visual e não tendo conhecimento sobre a mesma, ocor- re a evolução da afecção e consequentemente comprometimento na qualidade de vida dessa criança. Além disso também observamos muitas crianças que relataram dor a palpação dos seios da face o que pode ser indicativo de sinusite (VENTORINI SE, 2007). Através da realização de tal atividade foi per- cebido o quão necessário é uma abordagem a respeito da visão nas crianças em idade escolar considerando a importância da visão na educa-
ção. Tanto as escolas como essas instituições de acolhimento de crianças deveriam manter a capa- citação de profissionais da área da saúde escolar para a realização de ações de detecção de baixa visão. Todavia, apenas a ação da instituição não resolve o problema, junto a isso, para atingir o objetivo comum da saúde da criança em idade escolar é necessária a ação integrada lar- esco- la-comunidade. Ademais, foi conseguido atingir o objetivo proposto que visava contribuir para a identificação e prevenção de problemas visuais e promoção da qualidade de vida de crianças que já vivem em situação de vulnerabilidade e que tal- vez não tenham acesso à informações a respeito da saúde ocular e nem à consulta. A realização dessa atividade trouxe contribui- ções tanto para as crianças, que tiveram a opor- tunidade de terem seus déficits visuais detecta- dos, como para os alunos de medicina, os quais tiveram a oportunidade de participar da ativida- de de promoção à saúde ocular e prevenção de alterações visuais. Diante de tal perspectiva teve-se a oportuni- dade, através do PIESF, de realizar uma ativida- de de promoção de saúde ocular em crianças e adolescentes que vivem em situação de vulne- rabilidade social.
Conclusão A disciplina Programa da Saúde e da Família (PIESF) no curso de Medicina de Franca (Uni- fran) elaborou uma atividade para ser realizada com as crianças na tentativa promover a promo- ção de saúde, visando prevenir possíveis altera- ções visuais e intervir em alterações já existen- tes, e consequentemente melhorar o rendimento escolar dessas crianças.
Referências Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Projeto Olhar Brasil: triagem de acuidade visual: manual de orientação. 1 ed. Brasília. 2008 COELHO, A.C.O. et al. Olho vivo: analisando a acuidade visual das crian- ças e o emprego do lúdico no cuidado de enfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm, Juiz de Fora, v. 14, n. 2, p. 318-323, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-81452010000200015. Dispo- nível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S1414-81452010000200015. Acesso em: 10 maio. 2021. CORRÊA, E. J. et al. Avaliação ocular de crianças e adolescentes na aten- ção básica à saúde. In: GUSMAO, C. M. G. et al. II Relato de experiências em tecnologias educacionais do Sistema UNA-SUS 2015. 22. ed. Recife: Editora Universitária UFPE, p.196 - 211, 2015. DIAS, M.A.V. et al. Estudo da acuidade visual de escolares do municipal de Juiz de Fora. Revista de enfermagem do centro oeste mineiro, Juiz de Fora, v. 1, n. 1, 2011. DOI: https://doi.org/10.19175/recom.v0i0.40. Disponível em: http:// www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/40. Acesso em: 10 maio 2021.