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Guias e Dicas
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Projetos interdisciplinares e o curriculo de matemática, Manuais, Projetos, Pesquisas de Administração Empresarial

artigo - artigo

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2011

Compartilhado em 25/01/2011

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marcio-buzato-8 🇧🇷

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ArtigosDialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005
Projetos interdisciplinares e os currículos
de Matemática: uma via para a reinvenção
do cotidiano escolar
O sistema educacional vigente vem mantendo, décadas,
o mesmo currículo matemático e os mesmos conteúdos nas
séries iniciais, não levando em consideração as diferenças so-
cioculturais dos alunos, tampouco sua vivência fora da escola,
conservando, ainda, ranços acumulados em todos esses anos.
Por isso, é necessário que os educadores dêem atenção a novas
práticas pedagógicas que poderão ajudá-los em suas vivências
educacionais. Os projetos interdisciplinares podem ser uma boa
alternativa, pois apontam para além do enaltecimento do aluno
que “consegue boas notas”, permitindo a todos que se desen-
volvam (intelectual e psicologicamente) e vislumbrem saídas
possíveis para superar um sistema de ensino esgotado.
Palavras-chave: Ensino de matemática.
Interdisciplinaridade. Projetos.
Marcio Buzato
Especialista em Educação [Ensino Fundamental II/
Matemática] – PUC-Campinas;
Professor no ensino fundamental –
Prefeitura Municipal de Itatiba.
marciobuzato@hotmail.com, Itatiba [Brasil]
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Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005 Artigos

Projetos interdisciplinares e os currículos

de Matemática: uma via para a reinvenção

do cotidiano escolar

O sistema educacional vigente vem mantendo, há décadas, o mesmo currículo matemático e os mesmos conteúdos nas séries iniciais, não levando em consideração as diferenças so- cioculturais dos alunos, tampouco sua vivência fora da escola, conservando, ainda, ranços acumulados em todos esses anos. Por isso, é necessário que os educadores dêem atenção a novas práticas pedagógicas que poderão ajudá-los em suas vivências educacionais. Os projetos interdisciplinares podem ser uma boa alternativa, pois apontam para além do enaltecimento do aluno que “consegue boas notas”, permitindo a todos que se desen- volvam (intelectual e psicologicamente) e vislumbrem saídas possíveis para superar um sistema de ensino esgotado. Palavras-chave: Ensino de matemática. Interdisciplinaridade. Projetos. Marcio Buzato Especialista em Educação [Ensino Fundamental II/ Matemática] – PUC-Campinas; Professor no ensino fundamental – Prefeitura Municipal de Itatiba. marciobuzato@hotmail.com, Itatiba [Brasil]

Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005

1 Introdução

A matemática, como sabemos, é essen- cial para a resolução de problemas, não só os específicos, mas também os de outras disci- plinas (Ciências ou História, por exemplo) ou decorrentes de situações corriqueiras, porque, historicamente, a matemática e, em especial, a geometria surgiram para resolver problemas do cotidiano. No entanto, na escola, não se direciona o ensino da matemática para a compreensão de situações concretas nem se estabelece sua relação com outras disciplinas. Nesse sentido, sob a ótica de uma metodologia de ensino que inclua os alunos e o seu cotidiano, examinaremos como os projetos interdisciplinares poderão auxiliar na re- estruturação da grade curricular de Matemática para que o ensino se torne mais significativo e os conhecimentos sejam, efetivamente, utilizados no decorrer da vida desses alunos. Trabalhar com projetos interdisciplinares em sala de aula parece-nos uma equalização so- ciocultural mais adequada, uma forma que, além de evidenciar as potencialidades dos alunos que “tiram boas notas”, que respondem ao poder/ controle exercido pela escola, propicia o desen- volvimento de individualidades no interior da instituição. A segmentação e os rígidos limites de uma educação tradicional descartam as perspec- tivas integradoras e amplificadoras das relações entre as disciplinas. Dessa forma, temos alunos li- mitados por um sistema educacional arcaico.

2 Reinventando o cotidiano escolar

Entre as disciplinas que vivenciam essa débacle educacional temos o ensino da educação matemática, pois, para D’Ambrosio (1998, p. 28), “[...] a educação matemática tradicional é, na verdade, obsoleta e ineficiente.” Nesse sentido, é possível que as abordagens padronizadas de hoje tenham contribuído para a compreensão de as- pectos do sistema matemático, embora, segundo Lindquist e Shult (1994, p. 25), funcionem “[...] precariamente para a compreensão de suas re- lações com o mundo real e sua representação de outras partes da matemática.” Nesse contexto, ao investigar o currículo de matemática, salientando suas padronizações tra- dicionais, poder-se-ia visualizar o campo histórico no qual ele se formou e, conseqüentemente, re- fletir sobre outras possibilidades de apresentar os conteúdos afins aos alunos. O currículo matemático, segundo Monteiro e Pompeu Júnior (2001), deve ser formativo, pro- gressivo e socioculturalmente voltado para os problemas da sociedade. E ainda, de acordo com Deguire (apud LINDQUIST; SHULT, 1994, p. 73), voltado para “[...] ensinar a resolver problemas e ensinar para resolver problemas.” Utilizando essas idéias, poderemos pensar em, de início, trabalhar com os conhecimentos básicos de ma- temática, apoiados naquilo que nosso aluno traz de sua vivência, para depois conseguir “[...] um grau mais significativo de competências [...]” (DEGUIRE apud LINDQUIST; SHULT, 1994, p. 73). Parafraseando Monteiro e Pompeu Júnior (2001, p. 56), podemos propor “[...] a matemáti- ca como um instrumento para a interpretação e a compreensão de um tema [...] e não o tema como instrumento para se ensinar a matemática.” Nessa perspectiva, o desenvolvimento de temas pode auxiliar na realização de miniproje- tos interdisciplinares, baseando-se em problemas da comunidade ou em brincadeiras cotidianas em

Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005 recebido em: 31 maio / aprovado em: 8 set. 2005 Para referenciar este texto: BUZATO, M. Projetos interdisciplinares e os currículos de Matemática: uma via para a reinvenção do cotidiano escolar. Dialogia , São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005.

Referências

D’AMBROSIO, U. Da realidade à ação : reflexões sobre educação e matemática. 4. ed. Campinas: Summus,

______. Etnomatemática. 4. ed. São Paulo: Ática,

LINDQUIST, M. M.; SHULT, A. P. (Org.). Aprendendo e ensinando geometria. 1. ed. São Paulo: Atual, 1994. HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação : os projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. MONTEIRO, A.; POMPEU JÚNIOR, G. A matemática e os temas transversais. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2001.