


Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
artigo - artigo
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 4
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005 Artigos
O sistema educacional vigente vem mantendo, há décadas, o mesmo currículo matemático e os mesmos conteúdos nas séries iniciais, não levando em consideração as diferenças so- cioculturais dos alunos, tampouco sua vivência fora da escola, conservando, ainda, ranços acumulados em todos esses anos. Por isso, é necessário que os educadores dêem atenção a novas práticas pedagógicas que poderão ajudá-los em suas vivências educacionais. Os projetos interdisciplinares podem ser uma boa alternativa, pois apontam para além do enaltecimento do aluno que “consegue boas notas”, permitindo a todos que se desen- volvam (intelectual e psicologicamente) e vislumbrem saídas possíveis para superar um sistema de ensino esgotado. Palavras-chave: Ensino de matemática. Interdisciplinaridade. Projetos. Marcio Buzato Especialista em Educação [Ensino Fundamental II/ Matemática] – PUC-Campinas; Professor no ensino fundamental – Prefeitura Municipal de Itatiba. marciobuzato@hotmail.com, Itatiba [Brasil]
Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005
A matemática, como sabemos, é essen- cial para a resolução de problemas, não só os específicos, mas também os de outras disci- plinas (Ciências ou História, por exemplo) ou decorrentes de situações corriqueiras, porque, historicamente, a matemática e, em especial, a geometria surgiram para resolver problemas do cotidiano. No entanto, na escola, não se direciona o ensino da matemática para a compreensão de situações concretas nem se estabelece sua relação com outras disciplinas. Nesse sentido, sob a ótica de uma metodologia de ensino que inclua os alunos e o seu cotidiano, examinaremos como os projetos interdisciplinares poderão auxiliar na re- estruturação da grade curricular de Matemática para que o ensino se torne mais significativo e os conhecimentos sejam, efetivamente, utilizados no decorrer da vida desses alunos. Trabalhar com projetos interdisciplinares em sala de aula parece-nos uma equalização so- ciocultural mais adequada, uma forma que, além de evidenciar as potencialidades dos alunos que “tiram boas notas”, que respondem ao poder/ controle exercido pela escola, propicia o desen- volvimento de individualidades no interior da instituição. A segmentação e os rígidos limites de uma educação tradicional descartam as perspec- tivas integradoras e amplificadoras das relações entre as disciplinas. Dessa forma, temos alunos li- mitados por um sistema educacional arcaico.
Entre as disciplinas que vivenciam essa débacle educacional temos o ensino da educação matemática, pois, para D’Ambrosio (1998, p. 28), “[...] a educação matemática tradicional é, na verdade, obsoleta e ineficiente.” Nesse sentido, é possível que as abordagens padronizadas de hoje tenham contribuído para a compreensão de as- pectos do sistema matemático, embora, segundo Lindquist e Shult (1994, p. 25), funcionem “[...] precariamente para a compreensão de suas re- lações com o mundo real e sua representação de outras partes da matemática.” Nesse contexto, ao investigar o currículo de matemática, salientando suas padronizações tra- dicionais, poder-se-ia visualizar o campo histórico no qual ele se formou e, conseqüentemente, re- fletir sobre outras possibilidades de apresentar os conteúdos afins aos alunos. O currículo matemático, segundo Monteiro e Pompeu Júnior (2001), deve ser formativo, pro- gressivo e socioculturalmente voltado para os problemas da sociedade. E ainda, de acordo com Deguire (apud LINDQUIST; SHULT, 1994, p. 73), voltado para “[...] ensinar a resolver problemas e ensinar para resolver problemas.” Utilizando essas idéias, poderemos pensar em, de início, trabalhar com os conhecimentos básicos de ma- temática, apoiados naquilo que nosso aluno traz de sua vivência, para depois conseguir “[...] um grau mais significativo de competências [...]” (DEGUIRE apud LINDQUIST; SHULT, 1994, p. 73). Parafraseando Monteiro e Pompeu Júnior (2001, p. 56), podemos propor “[...] a matemáti- ca como um instrumento para a interpretação e a compreensão de um tema [...] e não o tema como instrumento para se ensinar a matemática.” Nessa perspectiva, o desenvolvimento de temas pode auxiliar na realização de miniproje- tos interdisciplinares, baseando-se em problemas da comunidade ou em brincadeiras cotidianas em
Dialogia, São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005 recebido em: 31 maio / aprovado em: 8 set. 2005 Para referenciar este texto: BUZATO, M. Projetos interdisciplinares e os currículos de Matemática: uma via para a reinvenção do cotidiano escolar. Dialogia , São Paulo, v. 4, p. 97-100, 2005.
D’AMBROSIO, U. Da realidade à ação : reflexões sobre educação e matemática. 4. ed. Campinas: Summus,
______. Etnomatemática. 4. ed. São Paulo: Ática,
LINDQUIST, M. M.; SHULT, A. P. (Org.). Aprendendo e ensinando geometria. 1. ed. São Paulo: Atual, 1994. HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação : os projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. MONTEIRO, A.; POMPEU JÚNIOR, G. A matemática e os temas transversais. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2001.