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Este documento aborda os desafios que a cultura e a diversidade enfrentam em sociedades abertas e globalizadas, onde as barreiras estão se tornando mais fluidas. O texto discute a importância de validar o respeito às diferenças e observarmos a cultura do diferente e sua diversidade. O deslocamento e o descentramento constituem o universo pós-moderno da cultura e da diversidade global. O documento também aborda a importância de refletir sobre a construção da identidade e a necessidade de equilíbrio entre a preservação de nossa cultura e a aceitação de outras.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU- PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for- ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS
REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Jaqueline Boeira, Júlia Oliveira, Leonardo Ribeiro Revisora Luana dos Reis
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O processo de globalização denota a fluidez das fronteiras nacionais, igualmente difusas, e sem barreiras. Deslocamento e descentramento
constituem o universo pós-moderno da cultura e da diversidade global.
SUMÁRIO
O indivíduo enquanto identidade, no cenário cultural atual, entra em crise. Estamos na pós-modernidade, face a demandas que a modernidade não tinha. A crise da identidade pode ser compreendida a partir de uma de suas características: o descentramento do indivíduo. O homem do ideal humanista começa a ruir quando suas fronteiras físicas já não conseguem mais sustentar sua integridade. A crise individual das identidades singulares soma-se a crise coletiva das identidades nacionais. Para contextualizar, observaremos a citação de Le Goff, que compreende a cidade como motivo civilizador e centralizador do indivíduo:
“A cidade da Idade Média é um espaço fechado. A muralha a define. Penetra-se nela por por- tas e nela se caminha por ruas infernais que, felizmente, desembocam em praças paradisíacas. Ela é guarnecida de torres, torres das igrejas, das casas dos ricos e das muralhas que a cercam. Lugar de cobiça, a cidade aspira à segurança. Seus habitantes fecham suas casas à chave, cuidadosamente, e o roubo é severamente reprimido. A cidade, bela e rica, é também fonte de idealização: a de uma convivência harmoniosa entre as classes. A misericórdia e a caridade se impõem como deveres que se exercem nos asilos, essas casas de pobres. O citadino deve ser melhor cristão que o camponês. Mas os doentes, como os leprosos que não podem mais trabalhar, causam medo, e essas estruturas de abrigo não demoram a se tornar estruturas de aprisionamento, de exclusão. As ordens mendicantes denun- ciam as desigualdades provenientes dessa organização social urbana e desenvolvem um novo ideal: o bem comum. Mas elas não podem impedir a multiplicação dos marginais no fim da Idade Média” (Le Goff, 1988, p.71).
Observa-se na citação acima que as “muralhas”, “torres” e “casas” denotam certa iden- tidade organizadora do homem medieval. Ainda que houvesse a praça pública, ela não aparece aqui como um centro de articulação e de conformação dos indivíduos - como eram as ágoras gregas. As marcas fortes são: “fechar”, “vigiar”, “isolar-morar”. Medo de quem vem de fora ou receio do que está dentro.
Nesse universo marcado pelo império do uno, quaisquer ameaças (externas) são seve- ramente banidas. A cidade medieval, portanto, oferece mais e melhores condições para a vi- vência do ideal civilizado. As cidades medievais, via de regra, não toleravam os estrangeiros: eles se tornam desestabilizadores da ordem e, não raro, se transformam em mercenários a serviço de governos tirânicos. O poder também está centralizado. Nestas cidades, passava-se da família ampliada para a família nuclear, pois os governos são concebidos a partir dos clãs familiares.
Neste nosso novo mundo sem fronteiras, o que presenciamos é um caldeirão de culturas, ora interagindo, ora colidindo, ainda construindo um caminho para um entendimento civili- zatório baseado em construções passadas, por catástrofes e guerras, que busca na construção dos movimentos humanos do século passado, construir um mundo sem barreiras medievais, igualitário, justo e diversificado. A verdade é que não podemos mais carregar conosco esse paradoxo medieval de exclusão e medo. Os muros físicos caíram, mas ainda resistimos.
SUMÁRIO
O maior desafio da cultura sempre foi o respeito às diferenças, ou à diversi- dade. A cultura é portadora de uma sensí- vel linha de separação entre os povos, car- regada de símbolos, histórias e memórias. Cada cultura carrega consigo uma “cer- teza”sobre o mundo, sobre o seu mundo, mas não sobre o mundo do outro. Estes confrontos estão cada vez mais evidentes nos dias atuais, pela globalização, acesso à comunicação e tudo mais.
Para vivermos em mundo onde todos possam manifestar suas crenças e ideias é preciso validar o respeito e a tolerância, sempre. Como visto no capítulo anterior, não vivemos mais cercados por muros medievais com imensos portões, o mundo é aberto. As pessoas vão e vem fisicamente ou virtualmente. O caldeirão cultural está cada vez mais misturado e consequen- temente polarizado. É preciso uma observação empática dos nossos atos considerando nossas bases culturais e o conhecimento que temos sobre a diversidade. O respeito e a tolerância são necessários para podermos “enfrentar” o desconhecido.
A sociedade brasileira, historicamente, é marcada por grandes desafios, sendo a diver- sidade cultural dos povos que compõem nossa grande população, ainda uma barreira. Hoje, percebe-se que uma troca de experiências e costumes tradicionais acontece entre todos, por outro lado, ainda se nota uma difícil aceitação de parte da sociedade em relação a essa troca de culturas.
É de conhecimento de todos, que com a chegada de novos povos com diferentes etnias, o país passou a possuir uma diversidade cultural imensa e mesclada. Com a evolução dos es- tudos da Antropologia e a afirmação dos direitos fundamentais de liberdade de expressão, tem crescido consideravelmente a relação de mistura de culturas, fazendo com que costumes, que em épocas passadas eram evitadas por determinados grupos sociais, passem a ser cultura comum entre todos.
Em contrapartida, ainda é possível notar que nem todos compartilham da ideia de troca entre culturas, muitas vezes gerando um cenário de intolerância e preconceito bastante ex- pressivo. O argumento usado pelos que se opõem é sempre o mesmo, defendendo que a tradi- ção não pode ser repassada a pessoas com pensamentos que divergem dos seus pensamentos e não fazem parte de sua “raça”. Em um mundo globalizado, onde diversas etnias precisam conviver e produzir juntas, este pensamento precisa cada vez mais ser combatido em virtude de trocas culturais produtivas para todos.
SUMÁRIO
O compartilhamento de culturas é sem dúvida um grande avanço, mas ao mesmo tempo um grande desafio. É necessário, portanto, uma reflexão mútua entre poder público e sociedade, para o apontamento de uma saída, impondo limites a mudanças que realmen- te ferem os costumes de uma determinada cultura, bem como a proteção contra a intole- rância, gerando um ambiente de equilíbrio e de paz entre todos.
Hoje, muito se fala em valorização da diversidade cultural, mas é preciso tomar cui- dado com a expressão “diversidade cultural”, pois ela pode levar a uma noção romântica e a confinamentos das comunidades a sua própria história. Uma espécie de cristalização de seu passado. O enfrentamento crítico da questão sugere que se vá além da postura que confina a diversidade cultural ao passado, às tradições ou às culturas populares.
Ao evidenciar as experiências vividas, podem-se abrir caminhos para as questões, ex- pectativas e desafios que se colocam no presente para as próprias pessoas, os próprios grupos, comunidades, coletivos, redes. É a partir desse horizonte que podemos entender a diversida- de cultural como construção, assumindo um papel de fonte de dinamismo social e econômico, capaz de enriquecer a condição humana no século XXI e suscitar novas relações entre me- mória, a criatividade e a inovação.
A diversidade cultural traz em si a questão das identidades ou da identidade dos grupos, comunidades, pessoas. Aqui podemos cair na armadilha de utilizarmos identidade simples- mente como sinônimo de raízes e origens, desvinculadas do presente.
Segundo Morin (2001): “a cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibiç ões, estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. Não há sociedade humana, arcaica ou mo- derna, desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas”.
Filosoficamente falando, a cultura é muito importante, pois insere o indivíduo num meio social. Quando temos a diversidade cultural, temos costumes diferentes dentro de uma mes- ma sociedade, fato que a torna especial.
A aceitação e o entendimento da diversidade cultural ajudam a combater a discrimi- nação e a desigualdade. Trabalhar a diversidade cultural é trabalhar o pluralismo e o diá- logo entre as diversas culturas.
SÍNTESE SUMÁRIO
Os movimentos culturais nunca foram tão expressivos como agora. Nunca as diferenças marca- ram tão fortemente as nossas relações. Este estreitamento tem provocado atritos e desgastes, abrindo caminho para os diálogos culturais (necessários) que estabelecem o respeito e a multiplicidade. Sem essa vigília podemos cair nas armadilhas etnocêntricas, que nos limitam em diversos aspectos.
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Lemos no texto alguns dos desafios da cultura e da diversidade, cite outros. 2. Sem muros, vivendo em sociedades fluidas, como podemos preservar e manter a nossa cultura? 3. Por que da importância de respeito à diversidade cultural?
SUMÁRIO
Mindset pode ser traduzido do inglês para algo como “atitude mental” ou ainda “mode- lo mental”. Trata-se da forma como o indivíduo organiza e dá sentido às experiências do dia a dia. Esse conceito também é tratado como um caminho de “enxergar o mundo”. Esta ideia está ligada ao nosso comportamento, pois se alinha ao jeito de encarar a realidade que nos cerca. O mindset pode ser construído ao longo da nossa trajetória. Do mesmo modo, ele pode ser alterado em prol de mudanças fundamentais em diversas áreas da vida, seja para melho- rar a performance profissional ou para transformar hábitos, atitudes e comportamentos.
Quando formatamos um modelo mental estamos construindo nossas ideias e conceitos sobre bases culturais, ideias pré-formatadas e repassadas ao longo da nossa vida. O modelo mental cultural é o mais resistente e mais difícil de ser alterado, por diversos motivos: con- fiança, segurança, poder, propriedade, identidade, etc.
Por vezes, em nossa vida pessoal, social ou profissional, é necessário promovermos uma alteração em nosso mindset, para nos alinharmos a um novo ambiente ou, simplesmente, para fazermos parte de um novo tempo.
Nunca foi tão necessário confrontarmos os nossos modelos mentais, essa desconstru- ção gera evolução! Vale lembrar que toda alteração em nosso modelo mental tem como con- sequência uma transição comportamental. A partir disso, será possível construir uma nova realidade no dia a dia pessoal, social e profissional. É necessário ainda, perceber que o mun- do muda a todo instante e permanecer fixo, seja enraizado em um lugar ou preso a uma ideia, é que exige esforço. Questionar é uma forma de refletir, e a partir disso poderá alterar o que não está te fazendo bem. Comece refletindo sobre, após descobrir o que é mindset, como poderá melhorar sua vida. Essa elasticidade mental nos prepara para os desafios do dia a dia.
SUMÁRIO
Mindsets fixos são aqueles pensamentos estáticos, sem nenhuma trilha neural em de- senvolvimento. As pessoas com esse tipo de mindset tendem a ser apegadas as suas caracte- rísticas pessoais e culturais, tratando-as como algo engessado. Dificilmente mudam a ma- neira de ser e de pensar, não importando o tempo que passe. Já o mindset progressivo leva as pessoas à procura do novo, lubrificando a atividade cerebral em busca do aprendizado e de múltiplos estímulos.
A curva exponencial que o mundo vive hoje está só no ponto inicial – e ninguém tem noção do que vem pela frente, pois o que vem continuará mudando tudo o tempo todo, tudo mesmo! Temos que estar preparados. A verdade é que não existe setor ou pessoa que não será profundamente impactado pela transformação digital que o mundo assiste e vivencia hoje. Nós fomos educados para seguir padrões e comportamentos lineares. Esse tipo de comporta- mento progressivo não é natural para a maioria das pessoas. Para que mudemos, para que nos adaptemos, precisamos provocar essa mudança.
Aceitar-se vulnerável frente ao futuro e as novas culturas, encarando com curiosidade, resiliência e coragem não é um caminho fácil. Exige muito esforço mental para se questionar o tempo todo e desafiar crenças pessoais que vem sendo alimentadas dentro de cada um de nós desde que nascemos.
Mudar o nosso modelo mental cultural é o caminho de um futuro mais diversificado e promissor, muito mais empático às questões humanas e aos desafios com os quais o mundo nos desafia hoje. Um futuro muito mais inclusivo, diverso e abundante. Certamente muito mais leve e divertido. Tudo indica que esse esforço deve valer – e muito – à pena.
SUMÁRIO
O etnocentrismo ganhou forma durante os descobrimentos, quando a cristandade de- clarou sua missão sagrada de levar a fé pela ação dos missionários e conquistadores. Poste- riormente, o Iluminismo afirmou o triunfo da razão, que seria a medida de todo progresso que justificava o colonialismo ocidental. Junto a isso, desenvolveu-se uma outra definição mais específica do etnocentrismo, a saber, o “Eurocentrismo”, pelo qual o europeu foi considerado o modelo de “homem civilizado”. Nos anos seguintes, até o início do século XIX, evidências pseudocientíficas embasaram vários dados que permitiram o estabelecimento de uma linha evolutiva da cultura em estágios: selvagens, bárbaros e civilizados. De modo similar, o racis- mo científico constituiu uma ideologia de superioridade da raça branca. Nesse momento, ser branco e europeu era considerado o máximo da evolução cultural e social no planeta.
O relativismo cultural é uma linha de pensamento da Antropologia, que busca relativizar as culturas, instituindo uma teoria geral da relatividade cultural. Esse conceito está apoiado numa metodologia capaz de analisar os vários sistemas culturais, sem o determinismo da vi- são etnocêntrica. O significado de um ato para o relativismo cultural não é tomado de forma absoluta, mas considerado em seu próprio contexto. A partir dessa perspectiva, compreende- mos que o “outro” também possui seus valores, os quais devem ser considerados segundo o sistema cultural em que estão inseridos.
SÍNTESE SUMÁRIO
Mudar a forma de pensar, principalmente referente a nossa cultura, é um grande desafio para qualquer um. Quanto mais vemos nossa cultura ser atacada, mais queremos protegê-la, mas estas re- ações podem dar caminho para o etnocentrismo. Nestes novos tempos, onde não podemos mais viver isolados, precisamos preservar sim a nossa cultura, mas sem nos fechar para a cultura do próximo, do “estrangeiro”.
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Toda a sociedade que não se preocupa com a sua definição, com a sua identidade, perde a razão do seu existir. Uma sociedade não pode ser
definida apenas pelas suas demarcações territoriais, ela precisa também de
um teto cultural.
SUMÁRIO
Dialética é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias, e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos.
A prática da dialética surgiu na Grécia, embora não se saiba ao certo quem foi seu fun- dador, porém, segundo Platão, o “pai” da dialética teria sido o filósofo Zênon de Eléia. Na Grécia antiga, dialética era a “arte do diálogo”, cuja tradução literal pode ser “caminho entre as ideias” e talvez por esta razão, passou a significar a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese. Desde a Antiguidade, Platão e Aristóteles já se preocupavam com a natureza dos signos, da significação e da comunicação humana. No decorrer do tempo, o conceito de dialética foi empregado por diferentes doutrinas filosóficas, assumindo, de acordo com cada uma delas, um significado diferente.
Para a cultura, as dialéticas geram caminhos comunicativos entre lados opostos, suge- rindo o caminho entre as ideias, proposto pelo conceito filosófico da palavra, o que pode re- duzir os ruídos na comunicação cultural, que geram as crises.
Um tipo diferente de mudança estrutural começou a fragmentar as sociedades moder- nas do século XX, fazendo com que essas identidades estejam em declínio, surgindo novas identidades, identidades híbridas, frutos do mundo globalizado, de um mundo digital e sem fronteiras, do fluxo contínuo de informação em tempo real, das influências culturais de uma
cultura nacional a outras. Nesse cenário nascem as crises culturais de identidade na pós-mo- dernidade. O termo pós-moderno denota como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente.