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Este artigo sintetiza conceitos básicos de filosofias de controle de custos, com foco prático, comparando as vantagens do custeio direto com os sistemas de custeio que distribuem despesas em todos os produtos. Além disso, discute como os sistemas de controle de custos projetados pelo conselho interministerial de preços (cip) podem impactar as empresas e a importância da definição de custos fixos para o cálculo do ponto de equilíbrio.
Tipologia: Notas de aula
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li Introdução:
2. Classificaçilo geral e composição _de custos de uma empresa;
Norberto Antonio Torres."
#- Professor do Departamento de Métodos Quantitativos e Informática da Escola de Administraçlo de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Consultor empresarial,. Diretor da Unicon Engenharia e Consultoria S/C Ltda.
R. Adm. Emp., Rio de Janeiro,
Este artigo visa apresentar, sinteticamente, conceitos básicos de filosofias de controle de custos, conceitos es- tes discutidos amplamente em livros especializados ou mesmo em artigos de revistas especializadas em ad- ministração, mas dentro de um enfoque puramente prático, mostrando as vantagens do custeio direto sobre os sistemas de custeio que distribuem todas as despesas pelos diversos produtos. Mais ainda, visa mostrar, através de exemplos, como uma filosofia de controle mais objetiva permite decisões mais corretas e melhores resultados rentáveis para a em- presa. Apesar de já bastante divulgado, o sistema de custeio direto não apresenta ainda, no Brasil, o nível de utili- zação que deveria ser esperado, ou por exigir análises de caráter mais amplo ou pelo fato de o custeio por absor- ção apresentar valores individuais para cada produto, parecendo ser, erroneamente, um critério mais amplo de controle. Como veremos nas descrições apresentadas neste artigo, a aplicação do custeio direto é, na maioria dos casos, muito mais simples, exigindo menor esforço de coleta e classificação de dados, e proporcionando meios muito mais objetivos de controle. Além disso, discutimos rapidamente como os sistemas projetados de controle de custos do Conselho Inter- ministerial de Preços (CIP), de maior liberdade de atuação das empresas no mercado, controlando muito mais seus resultados globais do que os resultados por produto, podem fazer com que empresas que não es- tejam preparadas para aplicação do custeio direto e análises globais de aplicação de recursos deixem de aproveitar adequadamente seus mercados, numa si- tuação em que a concorrência será muito mais signi- ficativa do que é atualmente, em especial naqueles setores em que o controle de preços tem sido mais rígido,
Basicamente, os custos de uma empresa podem ser clas- sificados segundo dois critérios:
Custos diretos São aqueles que podem ser associados diretamente a cada produto. Exemplos: a) custo unitário de matéria-prima Jl0 produto; b) custo unitário de mão-de-obra direta; c) comissões pagas por unidade vendida; d) custos promocionais por produto; e) custos de materiais de embalagem; t) custos financeiros, quando associáveis diretamente a cada produto; g) energia elétrica aplicada diretamente a cada produto; h) etc.
15(6): 7-19, (^) nov.ldez. 1975
O método do custeio direto e o aumento do lucro empresarial Noberto Antonio Torres
Custos indiretos São aqueles que não podem ser associados diretamente a cada produto. Exemplos: a) despesas administrativas: ordenados, salários e en- cargos sociais de pessoal administrativo, materiais diversos, impressos, depreciações na área administrativa geral, serviços gerais, etc.; b) despesas indiretas de produção: ordenados, salários e encargos sociais do pessoal indireto da produção (ad- ministração da produção, ôrgãos auxiliares da pro- dução, manutenção, etc.), depreciações, etc.
Quadro I
Produtos
r<reo K 1
Despesas nclOindirelos olocdve~ par dreo ou deparlomenlo
Receito total
Custos diretos
Produ/oi Produ/o 2
ProdutoN DeDor omen o. r II uepor omen o z. Deoortomen o. I I
.-
Departamento K. I ueportomento K. I I
Total de custos
Custos indiretos
produzidas ou vendidas. Segundo este critério, temos a seguinte classificação:
Custos fixos São aqueles que independem (até certo ponto) da va- riação do volume de produção ou de vendas. Isto é, sua existência decorre da necessidade de tarefas ou controles cujo volume de trabalho não está associado diretamente ao volume de produção ou de vendas. Exemplos: a) ordenados, salários e encargos sociais do pessoal de administração geral, indireto de produção e adminis- tração de marketing; b) materiais diversos de escrit6rio; c) depreciação de equipamentos de escrit6rio; d) impostos fixos;
Revista de Administração de Empre&tJ
e) seguros diversos; f) etc. O gráfico 1 ilustra o conceito de custos fixos.
Gráfico
~---------------------------'~wme~pro~wo (ouvendlls)
Custo filo
Custos variáveis São aqueles que variam diretamente c~m o volume de produção ou de vendas. Isto é, sua existencia decorre da operação direta de produção ou de vendas; se não ocorrer a produção ou a venda do produto, esses custos não existem. Exemplos: a) matéria-prima aplicada ao produto; b) mão-de-obra direta aplicada ao produto; c) materiais de embalagem aplicados ao produto; d) comissões diretas sobre vendas (quando incidirem diretamente sobre o preço de venda do produto); e) energia elétrica aplicada diretamente sobre o produto; f) outros materiais aplicados diretamente na fabricação de produtos; g) etc. O gráfico 2 ilustra o conceito de custos variáveis.
Gráfico 2
Cus/o voridve!
Custos semifixos (OU semivariáveis São todos aqueles custos que não podem ser classifi- cados como fixos ou variáveis, isto é, são custos que variam com o volume de vendas ou de produção,mas de modo indireto ou não proporcional.
O método do custeio direto e o aumento do lucro empresarial
Ponto de equilíbrio
fixas e variáveis (para esse volume). Abaixo do ponto de equilibrio, considerando-se a classificação em custos fixos e variáveis, a empresa terá prejuizos; se o volume de vendas estiver acima do ponto de equilibrio, a em- presa terá lucro. O gráfico 7 descreve o ponto de equilibrio.
Grófico 7
Cr$
r ~l~~ Cuslos fi.os
~~ ~+-__~ L- --+~~~~ tos) PE - volumede vendas correspondenle ao ponto de equ;lbrio. Se °empresa operar com °volume de vendas VI lera um prej!ízo P. Se operar com volume de vendas v2.lerá um lucro L.
o bservação O ponto de equilibrio somente tem sentido quando puderem ser identificados os custos fixos. Quando é analisado cada produto em particular, pelo sistema de custeio indireto (rateio dos custos fixos), os custos fixos por produto deixam de ser fixos, variando com o parâmetro de rateio considerado, e, portanto, deixa de ter sentido a definição de ponto de equilibrio. Os custos fixos por unidade do produto, em percen- tagem sobre os custos totais, seriam representados pela curva do gráfico 8.
Gráfico 8
L...- 'vfJlume~vendo '1'. - dos custos fillOSunitórios sobre custo 10101unilório.
100'1'.
];: muito comum a utilização indevida de pontos de equilibrio por produto, em situação parecida com a ex- posta. Em sintese, o conceito de ponto de equilíbrio somente tem sentido quando for possivel a definição de custos
Revista de Administração de Empre:ra:r
fixos, e esta sô ocorre, em geral, ou para a empresa como um todo, ou para linhas de produtos, quando existirem apropriações e análises independentes para cada linha de produto. No caso de produção de produto único, podem então ser definidos os custos fixos para o produto e, conseqüentemente, o ponto de equilibrio para o produto.
Observações Em geral os custos diretos são variáveis e os indiretos são fixos. Poderemos, porém, ter custos diretos fixos como, por exemplo, royalties pagos por produto, propagandas fixas mensais, etc.: por outro lado, mais freqüentemente temos custos diretos semivariáveis, como os planos promocionais por produto que, em geral, alteram a quantidade de vendas (aqui o conceito é o inverso pois o custo ocorre antes da variação da quantidade). Temos também custos indiretos variáveis, como é o caso dos impostos pagos com base na receita ou lucro total (imposto de renda), etc. Nos itens a seguir, serão classificados os custos como variáveis ou fixos, para facilidade de exposição dos sis- temas de custeio.
Consideraremos, para efeito de descrição dos sistemas de custeio, a divisão dos custos em fixos e variáveis (ou proporcionais). De acordo com a distribuição ou não dos custos fixos pela linha de produtos de empresa, ou seja, absorção ou não dos custos fixos na formação do custo de um produto, tem-se duas filosofias básicas de apropriação de custos:
Quadro 2
Custos fixos tolais
FixOS 1234 I^2 3 4 I^234
Custos unitários dos produlos (^) Varióveis
Matéria-primo "'O~e-obro direlo^ ComissOes 51 vendasdiretos
a) capacidade de produção absorvida para a produção da quantidade vendida - ou por outro critério; b) capacidade de produção absorvida para a quantidade fabricada no mês - ou ainda, por outros critérios; c) receita total proveniente da quantidade vendida no período; d) percentagem-padrão de distribuição; e) outros. Como se vê, o critério de rateio das despesas fixas é bastante subjetivo, portanto, produzindo custos totais também subjetivos. Pelo sistema de custeio por absorção, o custo unitário total de um produto seria obtido por: I CUT = CUF + CUV 10uIr.C==U7.:T=--=-=f=-C-=-U=r.-.i-+-r-C-U-V-'i I
onde: CUT = custo unitário total do produto CUF = custo unitário fixo do produto; é a soma de todos os custos unitários fixos obtidos pelo rateio dos custos fixos totais pelos diversos produtos = 1: CUF .i .r CUV = custo unitário variável; é a soma de todos os cus- ros variáveis incidentes sobre o produto = ~ CU"i sendo: I PVL = preço de venda líquido, já excluídos descontos, ICM e IPI, temos: LU = lucro unitário do prodqto ILU=PVL -cui]
e o lucro total produzido pelo produto será:
ILT = Q XLul onde: Q = quantidade vendida do produto
o bservação Quando consideramos custos unitários, os custos unitários variáveis são, na realidade, constantes (isto é, cada unidade do produto absorve a mesma quantidade de custo variável, independente da quantidade fabri- cada ou vendida); já os custos unitários fixos são va- riáveis, com relação à quantidade fabricada ou vendida; assim, se uma empresa tem Cr$ 1 000,00 de custos fixos, ao produzir 1 000 unidades mensais do produto (supon- do produto único), cada unidade terá como custo unitário fixo Cr$ 1,00; se produzir 2000 unidades, o custo unitário fixo será Cr$ 0,50, variando, portanto, com a quantidade fabricada. Posteriormente será apresentado um exemplo de apropriação de custos, tanto pelo sistema de absorção como pelo custeio direto, ilustrando melhor os conceitos apresentados.
2. Custeio direto Pelo sistema de custeio direto, cada produto absorve somente os custos que incidem direta e proporcional- mente sobre si mesmo (custos variáveis), sendo que a diferença entre o preço líquido de venda e o custo unitário variável, chamada margem de contribuição (MO, deve contribuir tanto para a absorção dos custos fixos como para a geração do lucro total da empresa. Sendo: CUV = custo unitário variável = somas dos custos unitários variáveis dos diversos itens de custo variáveis ou proporcionais (materiais diretos, mão-de-obra direta, comissões diretas, etc.) PVL = preço de venda líquido então: IMcU=PVL-cuvl MCU = margem de contribuição unitária do produto Se Q for a quantidade vendida do produto, então a mar- gem de contribuição total do produto será: IMCT = Q (PVL - CUV) = Q' Mcul A margem de contribuição total para a empresa será a soma das margens de contribuições totais por produto: MC = ~ MC1i (onde i = índice representando os pro- dutos) I Logo, o lucro da empresa, L, será: L = R - CD - CF
onde: F = receita líquida total CD = custos variáveis totais - soma dos totais de custos variáveis dos produtos CF = custos fixos totais ou
ou
ou
Custeio direto
Citaremos, aqui, apenas as principais vantagens e des- .vantagens de cada sistema de apropriação, em relação ao outro. Vantagens do sistema de custeio por absorção sobre o sistema de custeio direto.
Vol. 27 - nl? 4 Out./Dez. 1975
ARQUIVOS
DE PSICOlOGIA APlICADA
À venda nas livrarias da Fundaçlo Getúlio Vargas. Praia de Botafogo, 188 Av. Graça Aranha, 26, lojas C e H - Rio de Janeiro Av. Nove de julho, 2029 - 510 Paulo Super Quadra Sul, 104, Bico A, loja 37 - Brasnia
Pedidos pelo reembolso postal: FGV Praia de Botafogo, 188 - CP 9052 - ZC- (Cheque pagável no Rio de Janeiro - RJ)
Custeio direto
Exemplo: Suponhamos que as despesas fixas de produção de uma indústria representem, em média, 10% dos custos totais:
Custos variáveis Despesas fixas de produção Outras despesas fixas Total de despesas
os 60 000, os 10 000, Cr$ 30 000, os 100 000,
Suponhamos, também, que a empresa adota o per- centual de 10070 como razoável. Se as vendas da empresa aumentarem em 50%, aproveitando a capacidade ociosa de produção, e as des- pesas fixas aumentarem 'Segundo o quadro a seguir, teremos:
Custos variáveis Despesas fixas de produção Outras despesas fixas Total de despesas
os 90 000, os 14,000, Cr$ 30 000, os 134 000,
As despesas fixas de produção aumentaram 40070, tal- vez sem justificativas, mas o critério de análise não detecta ou sugere qualquer controle adicional sobre es- sas despesas, já que sua participação sobre o total de custos é de 10,4%, próximo do valor estipulado (100/0). Assim, aumentos injustificados passam despercebidos. Pelo custeio direto, o controle seria feito forçosamente sobre os totais Cr$ 10000,00 e Cr$ 14000,00, exercen- do-se, assim, melhor controle sobre as despesas.
Revista de Administração de Empresas
Com o intuito de reforçar as vantagens da aplicação do sistema de custeio direto sobre o custeio por absorção, apresentaremos um exemplo comparativo com a aplicação dos dois sistemas, critérios de decisão, resul- tados esperados e efetivos, indicando quando o sis- tema adotado foi responsável pelo resultado obtido.
1. Situação problema Uma empresa trabalha com dois produtos, A e B, cuja composição de custos unitários variáveis é a seguinte:
Quadro 6
Produto A^ B Custos unitários 1. Matéria-prima Cr$ 4,00 Cr$ 3, variáveis 2. Material de embalagem " Cr$ 2,00 Cr$ 2,
" Excluldos ICM e IPI
A mão-de-obra direta será considerada como um cus- to fixo mensal, supondo-se que todos os funcionários sejam mensalistas e que, dentro de determinadas faixas de variação das quantidades produzidas, nenhum em- pregado seja dispensado ou admitido, e não haja neces- sidade de horas extras. Caso isto não ocorra, a mão-de- obra direta seria considerada como um custo variável, tendo tratamento idêntico aos outros.
2. Formação de custos Custeio por absorção Critérios adotados Distribuir: mão-de-obra direta de produção e custos
Supondo que tenha as seguintes alternativas:
Quadro 12 Aplicação Alternativa A B
I 2 3
o 1000000
2000000 lOOOOOÓ O
Como deverá fazer a escolha? Para isto deverá consultar o Departamento de Custos e verificar a rentabilidade de cada produto. Pelo custeio por absorção, mesmo sem efetuar cálculo algum, es- colheria o produto B para receber a carga promocional, já que apresenta lucro muito maior que A (este apresen- tando quase prejuízo). Estará a escolha certa? Se o critério foi lucro unitário, sem dúvida que sim. Mas, estará o lucro unitário cor- reto, já que sujeito a vários aspectos subjetivos de dis- tribuição dos custos indiretos? Os quadros 13, 14 e 1S, a seguir ilustram o fluxo de caixa previsto para as três alternativas de aplicação de recursos, utilizando-se o custeio direto, e supondo-se que: a) as estimativas de vendas sejam confiáveis; b) os custos fixos mensais não se alterem; c) as despesas de aplicação em promoção sejam dis- tribuídas de modo homogêneo por um ano; d) cada H.H. adicional necessário tenha um custo de Cr$ S,OO; e) as quantidades a serem produzidas sejam supostas iguais às vendas previstas, já que as pequenas diferen- ças, que na realidade existiriam, não alterariam sig- nificativamente os resultados globais; f) os preços dos produtos não se alterem. O processo de cálculo dos quadros, segundo a nu- meração das linhas, é o seguinte: (1.A) Carga promocional mensal aplicada sobre o produto A em Cr$ distribuída pelo período de um ano.
(1.B) Idem, para o produto B.
(2.A) Vendas previstas, em médias mensais por trimes- tre, para o produto A, se aplicada a carga promocional especializada em. (1.A).
(2.B) Idem, para o produto B.
(3.A) Receita prevista para o produto A = (2.A) x preço de A.
(3.B) Receita prevista para o produto B = (2.B) x preço de B.
(4.A) Custos totais de matéria-prima para a quantidade de vendas previstas para o produto A = (2.A) x custo unitário de matéria-prima para o produto A.
Revista .de Administração de Empresas
(4.B) Idem, para o produto B.
(S.A) Custos totais de materiais de embalagem para a quantidade de vendas previstas para o produto A = (2.A) x custo unitário de materiais de embalagem.
(S.B) Idem, para o produto B.
(6.A) Comissões diretas pagas para as vendas previstas em (2.A) = (2.A) x comissão unitária.
. (6.B) Idem, para o produto B.
(7.A) Total de custos variáveis para o produto A = (4.A)
(7.B) Idem, para o produto B.
(8.A) Margem total de contribuição devida ao produto A = (3.A) - (7.A).
(8.B) Idem, para o produto B.
(9.A) Mão-de-obra direta necessária para produção da quantidade prevista de vendas do produto A (em ho- mens/horas) = (2.A) x 2,0, sendo 2,0 o número de H.H. necessários para a produção de uma unidade de A.
(9.B) Idem, para o produto B.
(10) Mão-de-obra direta disponível (em H.H.), por mês. No caso, 120 000 H.H. constante para todo o período analisado.
(11) Mão-de-obra adicional, necessária para as pro- duções previstas de A e B, em H.H. = (9.A) + (9.B) - (10). Se o valor for negativo, há horas normais ociosas, com o total dado pela expressão.
Cr$ 500 000,00 quando não forem necessárias adi- cionais, e igual a Cr$ SOO000,00 + (11) x Cr$ S,OO,quan- do estas forem necessárias.
(13) Custos indiretos de produção, supostos, fIXOS e iguais a Cr$ 200 000,00.
(14) Custos fixos de administração geral, supostos iguais a Cr$ 300 000,00.
(1S) Custos fixos de administração de marketing, supos- tos iguais a Cr$ 200 000,00.
(16) Outros custos fixos, supostos iguais a os 100 000,00.
(17) Total de custos fixos = (12) + (13) + (14) + (1S). Observação: a mão-de-obra direta adicional foi incluída nos custos fixos para facilidade de tratamento.
(18) Lucro total = (S.A) + (S.B) - (17).
(19)-
(18) x 3.
(21) Lucro total acumulado, em cada trimestre = (21) do trimestre anterior + (21) do trimestre considerado. Para o primeiro trimestre considerado, (21) = (20)
Análise Como vemos, pela análise de custos e resultados através do sistema de custeio direto, das três alternativas mos- tra-se mais lucrativa aquela em que a carga promocional é dividida entre os produtos A e B, com um lucro total, no período de 18 meses, previsto em Cr$ 14439996, contra Cr$ 9 993 995,00 (SOOlo a mais); referente à alter- nativa de aplicação de todo o orçamento disponível para promoção no produto B, que é o que sugere a apropria- ção pelo custeio por absorção. ~ claro que o exemplo foi forçado a uma situação par-
. ticular, em que as diferenças de resultados são eviden- tes. Porém, nos casos reais, podemos ter diferenças de resultados bastante significativas, e, até mesmo, maiores. De que decorre o erro na utilização do custeio por ab- sorção? Decorre, basicamente, de dois fatores:
Em geral, a consideração de toda a linha de produtos e, em diversas alternativas possíveis, é bastante tra- balhosa e demorada. Porém, com a utilização do proces- samento eletrônico de dados, este problema deixa praticamente de existir.
O Conselho Interministerial de Preços (CIP), órgão de controle de preços do governo, vem, gradativamente, orientando sua política de controle para os resultados das empresas, tomando, desse modo, mais flexível a atuação delas nos respectivos mercados. Assim, prevê-se que, para 1976, o CIP esteja con- trolando, para diversos setores, não mais os preços de cada produto (é claro que dentro de determinados li- mites), mas sim o resultado geral das empresas, através da aplicação imediata do sistema de custeio direto. Tornando mais flexível a atuação das empresas nos seus mercados, e, portanto, liberando as forças de oferta e procura, estas tenderão a se equilibrar (quase sempre em equilibrio instável (miniequilíbrio), Como a utili- zação deste conceito de controle, em que a ação com- petitiva volta a ser um fator extremamente significativo, perderão as empresas que continuarem a exercer o con- trole sobre cada produto, de forma individual, não atribuindo a devida importância para uma política geral de resultados e aplicação de recursos. Ou seja, o CIP, permitindo a atuação mais direta das empresas sobre o mercado, favorecerá aquelas que souberem como aproveitar melhor esses mercados. E o sistema de cus- teio direto é a principal ferramenta para esse tipo de análise.
Do exposto, conclui-se claramente que o custeio direto apresenta inúmeras vantagens sobre o custeio por ab- sorção além da facilidade de tratamento e objetividade nas análises (as despesas indiretas são controladas para o fim a que se destinam e não distribuídas pelos pro- dutos). Apesar de estar em utilização há muito tempo, e de comprovação das evidentes vantagens sobre o sistema de custeio por absorção, somente na década de 60 é que o custeio direto teve uma aplicação mais ampla no Brasil, e, mesmo hoje, muitas empresas, sem dúvida alguma, estão aproveitando inadequadamente seus recursos na exploração de mercados, simplesmente por contarem com estruturas desatualizadas de custos (ou mesmo por não contarem com estrutura alguma). E, prevendo-se a utilização do custeio direto pelo próprio órgão de controle de preços do governo (CIP), mais ênfase deve ser dada à necessidade de utilização de métodos mais adequados de controle para a empresa, sendo o custeio direto, aliado ao estudo de alternativas para aplicações de recursos, principalmente em pro- moção e propaganda sobre os produtos, um dos mais úteis instrumentos de análise e controle de que o ad- ministrador pode dispor.
Cu&teio direto
Quadro 15 Tabela: Resultados globais Aplicação de os 2 000 000,00 em A e os 0,00 em B
Item
M~ias mensais 1.°trim. 2.°trim. 3.° trim. 4.°trim. 5.°trim. (^) 6.^0 trim.
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Custeio direto