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Uma pesquisa sobre a produção e uso dos espaços públicos em arapiraca, alagoas, no período de 2000 a 2015, com foco no parque municipal ceci cunha e no bosque das arapiracas. A pesquisa utiliza a análise de posteriori (apo) para entender como os usuários interagem com esses espaços e identificar fatores positivos e negativos que possam ajudar na obtenção de diretrizes para a melhoria desses espaços e de espaços futuros semelhantes. Além disso, o documento aborda a importância da variedade e flexibilidade no uso e projeto dos espaços públicos.
Tipologia: Notas de aula
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Maceió 2016
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas como requisito para obtenção do grau de mestre em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dr. Odair Barbosa de Moraes Maceió 2016
A Deus, essa grande energia que existe em todos nós, a natureza, o primeiro arquiteto, que proporciona esse grande tabuleiro onde podemos aprender, ensinar e evoluir. A minha família, por sempre estar ao meu lado em todos os momentos mesmo quando eu estava longe (em vários sentidos). Apesar de ser um marmanjo ainda continuo sendo mimado pela minha mãe, meu pai e minhas irmãs. Eles me ajudaram a ser o que sou hoje e essa conquista também é deles. Ao meu orientador, Odair Barbosa de Moraes, pelos ensinamentos passados, os quais fizeram parte da mudança na pessoa e no profissional que sou/serei. Também ao professor Rafael Rust Neves, o qual colaborou de forma fundamental para o início da minha carreira acadêmica. Aos professores Augusto Aragão de Albuquerque e Geraldo Majela Gaudêncio Faria pela disponibilidade da avaliação de meu trabalho. À professora Sheila Walbe Ornstein pela participação na banca, seus estudos e trabalhos sobre a APO foram essenciais desde o início da minha trajetória nos estudos de percepção ambiental e qualidade do espaço público. A minha amiga de todas as horas, Aline ‘Anja’ Almeida, que sempre me acompanhou várias vezes nas pesquisas em campo. Agora ela conhece tanto das praças de Arapiraca quanto eu, tantas foram as fotos que tiramos dos bancos e lixeiras, por exemplo. Ao meu amigo de décadas, Pedro “Geraldo” Emanuel, o qual sempre vem elevando minha autoestima e me lembrando de que posso ser o que eu quiser. Aos meus amigos da “República Tcheca”, que me acolheram prontamente na capital do Estado e tornaram minha trajetória bem mais divertida. E convenhamos que a trajetória acadêmica é bastante solitária em certos momentos. Aos usuários dos espaços públicos de Arapiraca pela contribuição direta ou indireta de informações, opiniões e dados que foram de grande importância para a pesquisa.
Os espaços públicos são de grande importância para a constituição da cidade em vários aspectos, entre eles o embelezamento das ruas, os efeitos positivos para o ambiente urbano, tais como quebra da monotonia da paisagem, valorização visual, etc., e para a população, como a melhoria da qualidade de vida. A produção do espaço público tem ligação direta com sua forma de uso pelos usuários, assim, é fundamental entender como o usuário utiliza e se comporta em tais espaços para aprimorar os projetos dos mesmos. A Avaliação Pós-Ocupação (APO) tem sido utilizada em diversos estudos e pesquisas como um método centrado nas necessidades do usuário para melhoria do processo de projeto, buscando identificar os pontos positivos e negativos do ambiente em estudo para definir recomendações, diretrizes ou propostas de projetos. Nesta pesquisa, a APO foi utilizada para analisar como vem ocorrendo a produção e uso dos espaços públicos da cidade de Arapiraca, Alagoas tendo como base o período de 2000 a 2015, período no qual a cidade passa a investir na ideia de "Metrópole do Futuro", baseada em alguns indicadores socioeconômicos. Foram escolhidos dois casos de espaços públicos implantados nesse período e utilizados diferentes métodos tanto para levantar características físicas dos ambientes estudados, quanto para obter medidas de comportamento e satisfação dos usuários. Como resultado da pesquisa, espera-se entender como tem se dado a produção e o uso dos espaços públicos em Arapiraca, buscando elencar os fatores positivos e negativos que auxiliem na obtenção de diretrizes para a melhoria desses espaços e de espaços futuros semelhantes. Palavras-chave : Arapiraca. Avaliação Pós-Ocupação (APO). Espaços Públicos. Psicologia Ambiental.
Public spaces are of great importance for the constitution of the city in many ways, including street beautification, the positive effects for the urban environment like breaking the monotony of the landscape, visual enhancement, etc., and the population like improving quality of life. The production of public space is directly linked to its manner of use by users, so it is essential to understand how they use and behaves in such spaces to enhance the projects of the same. The Post Occupancy Evaluation (POE) has been used in several studies and research as a method centered on user needs to improve the design process in order to identify the strengths and weaknesses of the environment under study to set recommendations, guidelines or proposals projects. In this research, the POE was used to analyze as it has the production and use of public spaces in the city of Arapiraca, Alagoas based the period 2000-2015, during which the city started to invest in the idea of "Metropolis of the Future" based on some socio-economic indicators. Were chosen two cases of built public spaces in this period and used different methods to raise both physical characteristics of the studied environments, as for measures of behavior and user satisfaction. As result of the research, is expected to understand how has given the production and use of public spaces in Arapiraca, seeking to list the positive and negative factors that help in obtaining guidelines for the improvement of these spaces and similar ones. Keywords: Arapiraca. Post Occupancy Evaluation (POE). Public Spaces. Environmental Psychology.
12 1 INTRODUÇÃO Os espaços públicos proporcionam um local para a socialização dos usuários a partir do lazer, práticas desportivas, encontro com o outro, etc. Existem vários espaços na cidade que proporcionam estas formas de se socializar, como as ruas, as praças e os parques. Assim, o espaço público está vinculado ao acesso de todos os indivíduos, moradores ou visitantes capazes de interagir, por meio do lazer, da atividade física ou da conversa, livremente na mesma base, independentemente de sua condição social. Para Sun Alex (2008), praças, ruas, jardins e parques formam o conjunto de espaços abertos na cidade, que mesmo que não haja uma farta vegetação, respondem ao ideal de vida urbana em determinado momento histórico. Ainda segundo o autor, a localização de tais espaços na cidade, sua permeabilidade como acesso, a impressão que irradia e a atmosfera de seu interior, que convidam a adentrá-los, amplificam suas condições de espaços públicos. Outra característica refere-se à multiplicidade de usos urbanos que os parques e praças admitem, como o comércio, os serviços, o encontro, o lazer e o descanso. Autores como Jacobs (2009), Gehl (2015), Reis (1994), Lay (1994), assim como o Project for Public Spaces (2012) colocam determinadas características que fortalecem a atração do usuário para usar o espaço público. São aspectos como a multiplicidade de usos, a segurança para que a população usufrua do espaço sem maiores preocupações, a boa iluminação, dentre outros. Além destes aspectos técnicos e construtivos, torna-se importante, para entender como o espaço está sendo usado, observar o próprio usuário, tanto por meio de questionamentos como pela própria observação in loco. Assim, tem-se a população que utiliza o ambiente em estudo como uma importante fonte de informação para a melhoria do mesmo (ORNSTEIN et al., 1995). Tendo estes dois aspectos em vista, a avaliação técnica e a dos usuários, optou-se, como metodologia, utilizar a Avaliação Pós-Ocupação (APO), que, segundo Ornstein (1992), é uma metodologia de avaliação de desempenho de ambientes construídos que prioriza os aspectos do uso, sendo necessário o apoio do usuário para análise deste aspecto, ainda sendo um mecanismo que serve para auxiliar no controle de qualidade. A APO contempla, com métodos e técnicas, ambos os aspectos: técnicos e comportamentais. Este trabalho tenta aprofundar o enfoque na participação do usuário como peça fundamental para a avaliação dos espaços públicos, por isso, também foi
14 Uma das causas da baixa frequência e degradação dos parques e praças urbanos são ambientes deteriorados, sem manutenção e que são projetados sem o interesse nas reais necessidades dos usuários. O estado de conservação de um espaço público serve como reflexo da aceitação ou rejeição dele pelos usuários refletindo se o mesmo atende ou não os seus anseios. Assim, tem-se necessidade de avaliar a qualidade e o desempenho do ambiente construído tanto numa visão quantitativa quanto na visão dos usuários buscando entender quais os pontos positivos e negativos desses espaços e como sanar os problemas encontrados. Foram escolhidos dois parques urbanos da cidade de Arapiraca, o Parque Municipal Ceci Cunha e o Bosque das Arapiracas, para aplicação dos métodos e técnicas. Esses parques foram selecionados tendo como critério sua implantação no centro da cidade e por serem bastante utilizados. Como procedimentos metodológicos e técnicas de pesquisa, foram utilizados registros fotográficos, observações comportamentais, análise dos aspectos técnicos com apoio de checklist, entrevistas e questionários. As entrevistas foram aplicadas aos usuários pessoalmente e serviram como base para a produção do questionário. Foram empregados dois tipos de questionários, um online, aberto a toda população para avaliar os espaços públicos (praças, parques e áreas verdes) da cidade e outro face-a-face com os usuários dos espaços estudados. Espera-se, como este trabalho, entender como vem se dando a produção e o uso dos espaços públicos de Arapiraca a partir de seus aspectos físico-construtivos e pela percepção do usuário para, assim, refletir sobre alternativas que potencializem o uso dos mesmos. 1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA Objetivo geral Identificar os fatores que têm levado a população ao uso/desuso dos espaços públicos (parques) na cidade de Arapiraca.
15 Objetivos específicos Verificar/Identificar os usos dos espaços públicos estudados. Identificar seus pontos positivos e negativos; Avaliar o nível de satisfação dos usuários com os espaços públicos estudados; Elaborar um conjunto de diretrizes para elaboração de projetos de espaços públicos. 1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO Neste primeiro capítulo tem-se a introdução com uma revisão bibliográfica das variáveis abordadas na pesquisa. Seguindo-se com a apresentação do tema, a problemática, objetivos geral e específicos e a estrutura do trabalho. O segundo capítulo traz uma explanação dos espaços públicos conceituando-os e explorando sua importância para a cidade, o que dá subsídios teóricos para a caracterização do objeto de estudo. Os estudos sobre psicologia ambiental e a inter-relação entre o ambiente construído e o comportamento do usuário estão no terceiro capítulo. Neste capítulo há uma explanação e reflexão sobre a importância da participação do usuário no decorrer do processo do projeto. Seguindo com os critérios de avaliação e qualidade de projetos desses espaços. Trata-se ainda dos processos metodológicos da Avaliação Pós-Ocupação, sua importância e adequação ao presente trabalho pela união de avaliações tanto por parte dos especialistas quanto por considerar a opinião dos usuários como elemento de análise para o estudo de ambientes construídos. Também são analisados fatores de qualidade em projetos de espaços de uso público, as quais foram utilizadas na avaliação dos parques estudados. Os métodos e técnicas utilizados na pesquisa são descritos no quarto capítulo, onde há a explanação de como os instrumentos analisados no capítulo anterior foram aplicados, assim como a caracterização da população-alvo. O quinto capítulo trata do estudo de caso. Neste capítulo são analisados os dois objetos de estudo com base nas variáveis abordadas na pesquisa para o entendimento da produção e uso desses espaços na cidade de Arapiraca. Com este entendimento, espera- se uma compreensão de como vem se dando esta produção e o nível de satisfação da população com relação aos parques avaliados.
17 2 ESPAÇOS PÚBLICOS: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA PARA A CIDADE Os espaços públicos fazem parte do processo da produção das cidades e são neles que as relações de vivência e coletividades de uma comunidade se desenvolvem. Como uma forma de massificar a ideia de conservação e preservação da biodiversidade, os parques e praças geralmente são concebidos como áreas que abrangem o uso da vegetação em seu interior (PINA; SANTOS, 2012 apud GOMES et al , 2012). O espaço público é considerado o espaço que se encontra dentro do território urbano sendo de uso comum e posse coletiva. Porém, defini-lo como o oposto do espaço privado, referindo-se a seu uso e caráter jurídico, não é o bastante para conferir-lhe uma qualidade formal. Sendo assim, somente os espaços públicos que possuírem as características qualitativas que supram as necessidades dos usuários (como acessibilidade, permeabilidade, estética, etc.) é que poderão se constituir como um lugar culturalmente significativo para a cidade (FERNANDES, 2009). São nesses espaços onde as pessoas podem entrar em contato entre si, funcionando como um importante meio de socialização. Assim, os espaços públicos, além de proporcionarem benefícios para a sociedade, como o embelezamento da cidade, a quebra de monotonia e a melhoria do bioclima urbano; ainda exercem forte influência sobre o comércio, pois lugares agradáveis e seguros atraem as pessoas. Esses espaços são projetados para usos cotidianos, como passagem, lazer e permanência, sendo abertos e acessíveis para todas as pessoas na ampliação da ideia de liberdade e igualdade. São áreas de interação social onde pessoas de diferentes segmentos compartilham da co-presença para a prática da civilidade e do encontro (ALEX, 2008; GOMES, 2002). Existe uma variedade de espaços, com usos específicos, dentro da cidade. O espaço urbano, segundo Corrêa (1993), está relacionado com o conjunto de determinados usos da terra. A partir destes usos, as áreas como o centro da cidade, o local de concentração de atividades comerciais, as áreas industriais, as áreas de lazer, dentre outras, são definidas pela gestão da cidade. Dentro do espaço urbano encontram-se os demais espaços. Dentre eles: os espaços abertos, que “são locais que propiciam às pessoas o contato com a vegetação, a socialização e possibilidade de desenvolver atividade de lazer e esportes” (DORNELES et al. , 2013, p.56). Os espaços abertos são o conjunto de espaços ao ar livre e que são
18 destinados a usos que envolvem o passeio, a prática de esporte, o desporto e o lazer em horários de ócio. De acordo com Faria (2011), estes espaços têm relação direta com o cotidiano dos indivíduos e servem de lugares de contato com os elementos da natureza. Os espaços verdes, categoria que se insere dentro de um espaço aberto, são constituídos por áreas dentro da cidade que tenham como elemento principal a vegetação, corpos hídricos ou feições geológicas (LLANDENT, 1982, apud DALBEM, 2011). Os espaços públicos podem ser caracterizados pela sua morfologia e pelas formas de usos que proporcionam. Desde as ruas, os largos, praças e parques, estes espaços possuem características que permitem certas distinções entre si. A rua, estruturadora do traçado urbano, regula a disposição dos edifícios e quarteirões, além de ligar os vários espaços e partes da cidade (LAMAS, s/d, apud MENDONÇA, 2007). Ela também é apontada como extensão para diversas comunidades, vista por meio de atividades cotidianas, como as brincadeiras infantis e encontros entre vizinhos, ou sazonais, como as festas (SANTOS; VOGEL, 1985). Como espaço público, a rua é o lugar relacionado com a formação e o crescimento da cidade. Já os pátios públicos são espaços livres definidos a partir de uma igreja ou outro elemento arquitetônico expressivo além do casario antigo aos quais dá acesso, quase sempre pavimentados e exercendo a função de respiradouros, de propiciadores do encontro social e eventualmente destinados a atividades lúdicas temporárias (CARNEIRO; MESQUITA, 2000). Os largos são espaços livres públicos definidos a partir de um equipamento geralmente comercial, com o fim de valorizar ou complementar alguma edificação como mercado público. Ainda segundo Carneiro e Mesquita (2000), pátios e largos são espaços consolidados a partir das necessidades surgidas durante o processo inicial de ocupação da cidade. Para ratificar ainda mais o caráter de apropriação, a definição formulada por Robba e Macedo (2002) afirma que os largos são espaços livres públicos destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos. A praça é o lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações da vida urbana comunitária, e, consequentemente, de funções estruturantes e arquiteturas significativas (LAMAS, s/d). Para o mesmo autor, ainda, caracterizada a praça pela intencionalidade e resultante de um programa, a mesma é diferenciada de espaços como o largo e o terreiro, que são caracterizados como espaços acidentais que com o tempo foram apropriados e usados.