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Traqueostomia - procedimento, Notas de estudo de Cirurgia Geral

Resumo sobre traqueostomia, envolvendo: anatomia, indicações, complicações e passo a passo desde a preparação até a execução da técnica.

Tipologia: Notas de estudo

2023

À venda por 14/05/2023

viviane-cardoso-47
viviane-cardoso-47 🇧🇷

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Traqueostomia
Essa técnica consiste em uma prática cirúrgica em que realiza-se a abertura da
parede anterior da traqueia, de forma que seja possível sua comunicação com o
meio externo através do posicionamento de uma cânula, tornando a via aérea
pérvia.
Anatomia
A traquéia é formada por 15 a 20 semi anéis cartilaginosos com 2,5cm de
diâmetro que mantêm a abertura para a passagem de ar para os pulmões. Ela
estende-se da extremidade inferior da laringe no nível da vértebra C6,
terminando entre T4 e T5, no nível do ângulo do esterno, dividindo-se nos
brônquios principais direito e esquerdo. Sua face posterior está em contato com o
esôfago.
Indicações:
Ventilação prolongada + comum;
Obstrução de via aérea alta (tumor, trauma..);
Intubação orotraqueal por longo período (> 2 semanas);
Via aérea cirúrgica em pacientes <12 anos;
Complicações de cirurgias da tireoide;
Na ressecção total da laringe;
Na remoção eficaz de secreções abundantes;
No tratamento prolongado da insuficiência respiratória de várias
etiologias;
Suporte respiratório;
Tosse ineficaz;
Proteção de broncoaspiração;
Apneia obstrutiva do sono.
Complicações:
Hemorragia;
Pneumotórax;
Enfisema cirúrgico;
Infecção local;
Deslocamento da cânula traqueal que pode ocorrer devido ao ato
cirúrgico ou devido à ventilação mecânica -;
Bloqueio da extremidade da cânula por pressão da carina ou da parede
traqueal;
Obstrução do tubo por secreção;
Herniação do balonete e consequente oclusão da cânula;
Irritação traqueal;
Ulceração e necrose;
Traqueomalácia;
Estenose traqueal;
Fístula traqueoesofágica; e
Infecção da árvore brônquica.
Passo a passo:
Preparação:
1. Identificação do paciente, explicação da técnica ao paciente ou ao
responsável legal e obtenção de paciente;
2. Materiais:
EPIs estéreis;
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Traqueostomia

Essa técnica consiste em uma prática cirúrgica em que realiza-se a abertura da parede anterior da traqueia, de forma que seja possível sua comunicação com o meio externo através do posicionamento de uma cânula, tornando a via aérea pérvia. Anatomia A traquéia é formada por 15 a 20 semi anéis cartilaginosos com 2,5cm de diâmetro que mantêm a abertura para a passagem de ar para os pulmões. Ela estende-se da extremidade inferior da laringe no nível da vértebra C6, terminando entre T4 e T5, no nível do ângulo do esterno, dividindo-se nos brônquios principais direito e esquerdo. Sua face posterior está em contato com o esôfago. Indicações: ● Ventilação prolongada + comum; ● Obstrução de via aérea alta (tumor, trauma..); ● Intubação orotraqueal por longo período (> 2 semanas); ● Via aérea cirúrgica em pacientes <12 anos; ● Complicações de cirurgias da tireoide; ● Na ressecção total da laringe; ● Na remoção eficaz de secreções abundantes; ● No tratamento prolongado da insuficiência respiratória de várias etiologias; ● Suporte respiratório; ● Tosse ineficaz; ● Proteção de broncoaspiração; ● Apneia obstrutiva do sono. Complicações: ● Hemorragia; ● Pneumotórax; ● Enfisema cirúrgico; ● Infecção local; ● Deslocamento da cânula traqueal – que pode ocorrer devido ao ato cirúrgico ou devido à ventilação mecânica -; ● Bloqueio da extremidade da cânula por pressão da carina ou da parede traqueal; ● Obstrução do tubo por secreção; ● Herniação do balonete e consequente oclusão da cânula; ● Irritação traqueal; ● Ulceração e necrose; ● Traqueomalácia; ● Estenose traqueal; ● Fístula traqueoesofágica; e ● Infecção da árvore brônquica. Passo a passo: Preparação:

  1. Identificação do paciente, explicação da técnica ao paciente ou ao responsável legal e obtenção de paciente;
  2. Materiais: ● EPIs estéreis;

● Campo cirúrgico; ● Pinça kelly; ● Gaze; ● Degermante e antisséptico; ● Lidocaína 2%;Agulha e seringa para anestesia; ● Bisturi com lâmina 11; ● Bougie/guia; ● Tubo; ● Seringa para insuflar o cuff; n° ● Material para fixar; ● AMBU.

  1. Posição: decúbito dorsal e com coxim abaixo dos ombros (para hiperextensão, superficialização e melhor exposição da via aérea cervical);
  2. Paramentação para procedimento: gorro, máscara, luvas de procedimento;
  3. Realizar limpeza do local a ser puncionado com solução degermante; ● Soluções degermantes: clorexidina degermante, PVPI;
  4. Realizar escovação das mãos por pelo menos 5 minutos com solução degermante;
  5. Colocar paramentação estéril: avental de manga comprida e luvas estéreis;
  6. Realizar limpeza do local com solução alcoólica utilizando gazes e pinças para assepsia; ● Soluções antissépticas alcoólicas: clorexidina alcoólica e PVPI tópico;
  7. Colocar campos estéreis, deixando exposta apenas a área a ser puncionada;
  8. Aspirar anestésico local em uma seringa e conectar agulha de anestesia; Anestesia: ○ Geral: maior conforto e comodismo médico (se disponível no centro cirúrgico e demais). ○ Local (com vasoconstritor): ■ Lidocaína a 2% em dose de 5-7 mg/Kg. Execução: 11. Fazer infiltração de anestésico até o plano anterior à traqueia; 12. Incisão de 2-4 cm (vertical ou horizontal); ➔ Observação: Realizar uma incisão grande o suficiente para que haja espaço para a passagem da cânula na região cervical anterior, aproximadamente 1cm abaixo da cartilagem cricóide, podendo ser transversal ou vertical. 13. Dissecar planos até a traqueia ➔ Observação: A partir da incisão haverá a dissecção das estruturas cervicais anteriores e afastamento da musculatura pré-tireoidiana da linha média, bem como a ligadura ou o afastamento do istmo da glândula tireóide, o que permitirá que haja a exposição da parede anterior da traqueia e a identificação dos anéis traqueais e a porção anterior da cartilagem cricóide. 14. Expor e abrir a traqueia - incisão transversal na traqueia entre o 2° e 3° arcos; ➔ Observações: A abertura da traqueia pode ser feita de maneira longitudinal a partir do 2° anel ou transversal entre o 2° e o 3° anel, o que possibilitará a passagem da cânula. ➔ É importante que a traqueostomia seja realizada do 2° ao 4° anel, uma vez que no 1° pode haver lesão da região subglótica da laringe e abaixo do 4º há o aumento dos riscos de lesão de estruturas torácicas. 15. Realizar flap com a tesoura, com cortes laterais da incisão transversa, no sentido craniocaudal; 16. Fazer reparo no subcutâneo do flap. Suturar o flap (tecido solto da traquéia) à pele; 17. Introduzir cânula munida do respectivo mandril. 18. Após a retirada do mandril, o paciente deve ser ventilado; conectando ao dispositivo bolsa-válvula-máscara a própria cânula; 19. Insuflar o cuff/balonete e realizar a fixação da cânula com os cadarços em torno do pescoço, ou com a sutura nas abas laterais da cânula.