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Partograma: gráfico de gestão da qualidade no trabalho de parto, Notas de aula de Evolução

O partograma é uma ferramenta gráfica de gestão da qualidade no trabalho de parto, utilizada para acompanhar e documentar a evolução do parto, identificar alterações e indicar a necessidade de condutas apropriadas. Consiste em uma representação gráfica que mostra a evolução da dilatação do colo e a descida da apresentação fetal, ajudando a evitar intervenções desnecessárias e melhorando a qualidade da assistência ao parto. O preenchimento correto do partograma é de importância incontestável para o bom andamento do serviço, facilitando o ensino da arte obstétrica e a tomada de condutas mais fundamentadas.

O que você vai aprender

  • Como é definido o início da fase ativa do trabalho de parto?
  • Quais são as vantagens de utilizar o partograma no trabalho de parto?
  • Como o partograma pode melhorar a qualidade da assistência ao parto?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tucano15
Tucano15 🇧🇷

4.6

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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
Protocolo Clínico
PRO.OBS.022 Página 1/10
Título do Documento:
PARTOGRAMA
Emissão: 01/03/2015
Revisão Nº: 01 – 21/11/2017
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I. AUTOR
Elfie Tomaz Figueiredo
Pablito Miguel Andrade Aguiar
Raimundo Homero de Carvalho Neto
Jordana Parente Paiva
Francisco Edson de Lucena Feitosa
II. INTRODUÇÃO
O partograma é uma representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua
evolução, documentar e diagnosticar alterações e indicar a necessidade de condutas apropriadas
para a correção de desvios da normalidade, ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias.
Mostra, entre outros dados, a evolução da dilatação do colo e a descida da apresentação, associando
dois elementos fundamentais na qualidade da assistência ao parto: A simplicidade gráfica e a
interpretação rápida de um trabalho de parto.
que se lançar mão do partograma, tão somente, quando a parturiente estiver na fase
ativa do trabalho de parto (TP).
PHILPOTT(1972): definiu o início da fase ativa do TP quando o colo encontra-se
apagado, dilatação de 03 cm e contratilidade uterina regular (mínimo = 02/10 ).
ACOG (2014): dilatação cervical de 6 cm deve ser considerada a dilatação inicial na
fase ativa da maioria das mulheres em trabalho de parto.
CONITEC (2016): trabalho de parto estabelecido quando dilatação cervical 4 cm de
dilatação cervical.
Em nosso serviço, a abertura do partograma só é recomendada após os 06cm de dilatação.
Na fase latente ou pródromos de trabalho de parto, utilizar a folha de evolução onde devem
ser anotados dados clínicos obstétricos, bem como o motivo do internamento. Importante nunca
esquecer o dia, hora, e setor do hospital em que foi feita a evolução inicial e subsequente. Evoluções
bem situadas no tempo e espaço serão de grande valia para complementar uma rápida interpretação
do partograma.
É, portanto, de importância incontestável, o correto preenchimento do partograma para o bom
andamento do serviço, na sala de parto e demais setores. No tocante ao aspecto científico,
passaremos a oferecer aos pesquisadores dados mais precisos e confiáveis. O seu emprego facilita o
ensino da arte obstétrica e melhora a qualidade da assistência na sala de parto, ao transformar a
conduta intuitiva em números, em ciência, em previsão, levando-nos a tomar condutas mais
fundamentadas.
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Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 1/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

I. AUTOR

  • Elfie Tomaz Figueiredo
  • Pablito Miguel Andrade Aguiar
  • Raimundo Homero de Carvalho Neto
  • Jordana Parente Paiva
  • Francisco Edson de Lucena Feitosa

II. INTRODUÇÃO

O partograma é uma representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua evolução, documentar e diagnosticar alterações e indicar a necessidade de condutas apropriadas para a correção de desvios da normalidade, ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias. Mostra, entre outros dados, a evolução da dilatação do colo e a descida da apresentação, associando dois elementos fundamentais na qualidade da assistência ao parto: A simplicidade gráfica e a interpretação rápida de um trabalho de parto. Há que se lançar mão do partograma, tão somente, quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (TP).

  • PHILPOTT(1972): definiu o início da fase ativa do TP quando o colo encontra-se apagado, dilatação de 03 cm e contratilidade uterina regular (mínimo = 02/10 ).
  • ACOG (2014): dilatação cervical de 6 cm deve ser considerada a dilatação inicial na fase ativa da maioria das mulheres em trabalho de parto.
  • CONITEC (2016) : trabalho de parto estabelecido quando dilatação cervical ≥ 4 cm de dilatação cervical.

Em nosso serviço, a abertura do partograma só é recomendada após os 06cm de dilatação. Na fase latente ou pródromos de trabalho de parto, utilizar a folha de evolução onde devem ser anotados dados clínicos obstétricos, bem como o motivo do internamento. Importante nunca esquecer o dia, hora, e setor do hospital em que foi feita a evolução inicial e subsequente. Evoluções bem situadas no tempo e espaço serão de grande valia para complementar uma rápida interpretação do partograma. É, portanto, de importância incontestável, o correto preenchimento do partograma para o bom andamento do serviço, na sala de parto e demais setores. No tocante ao aspecto científico, passaremos a oferecer aos pesquisadores dados mais precisos e confiáveis. O seu emprego facilita o ensino da arte obstétrica e melhora a qualidade da assistência na sala de parto, ao transformar a conduta intuitiva em números, em ciência, em previsão, levando-nos a tomar condutas mais fundamentadas.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 2/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

III. ORIENTAÇÕES GERAIS » ESPAÇO 01 – Dados do paciente: Caso não haja etiqueta, preencher manualmente os espaços. A etiqueta deve ser fixada no espaço tracejado. (Figura 1) Figura 1.

  • Nome: Não esquecer do nome completo e em letra legível (de forma). Tratar a paciente sempre pelo nome. Preenchimento obrigatório conforme PRO.NUSEP.006 – Identificação Segura.
  • Prontuário: O número do prontuário deve ser o número do Master e é de preenchimento obrigatório conforme PRO.NUSEP.006 – Identificação Segura.
  • Data de Nascimento: Preenchimento obrigatório conforme PRO.NUSEP.006 – Identificação Segura.
  • Idade: A idade vai nos chamar atenção para a importância de cuidados especiais a serem dispensados nos extremos da vida reprodutiva (ex: Gestante adolescente - maior incidência de pré-eclâmpsia e distócias. Gestante > 35 anos - dispensar maior atenção para incidência de discinesias uterinas, distócias e hipertensão crônica.).
  • Data de admissão: Importante para identificarmos o tempo de internação da paciente.

» ESPAÇO 02 – Utilizar regra de Naegele ou modificada: soma-se 10 ao primeiro dia da última regra e diminui-se 03 ao mês. Se a soma do dia do mês ultrapassar 30 colocar o excedente no espaço reservado ao dia e somar (+1) ao mês da última regra. Finalmente, se o mês for menor do que 03, basta somar 09 para obter o mês provável de parto. (Figura 2)

Figura 2.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 4/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

» ESPAÇO 09 – Situação fetal é a relação do maior eixo fetal e uterino. Coincidentes os dois, a situação será longitudinal; quando perpendiculares, a situação é transversa, e se cruzados, será oblíqua (representa fase de transição entre as duas primeiras). (Figura 5)

Figura 5

» ESPAÇO 10 – Nunca deixar de preencher com um “x” referentes à cef(x), pélv(x), corm(x), pois as apresentações pélvicas em primíparas e apresentações córmicas em qualquer parturiente traduzem indicação de cesariana, salvo alguns casos particulares. Exemplo: primípara pélvica com feto morto, apresentação córmica sem viabilidade fetal/prematuridade extrema. (Figura 5)

» ESPAÇOS 11 e 12 - definem as apresentações cefálicas. O polo cefálico pode apresentar- se fletido, com o mento próximo à face anterior do tórax ou dele se afastar em 03 graus definidos de extensão (deflexão): 1º grau (I) ou bregma, 2º grau (II) ou fronte, e na deflexão máxima 3º grau (III) ou apresentação de face. (Figura 5)

Na prática toca-se:

• A sutura sagital e fontanela lambdóide nas apresentações cefálicas fletidas.

• A sutura sagitometópica e a fontanela bregmática, nas delexões de I grau.

• A linha metópica e a glabela nas deflexões de II grau. A linha facial e o mento nas

deflexões do III grau.

» ESPAÇO 13 - Variedade de posição - Diz respeito ao perfeito conhecimento da estática fetal nas situações longitudinais. Nomeiam - se pelo emprego de duas ou três letras: a primeira indicativa da apresentação, é símbolo da região que a caracteriza, as demais correspondem ao ponto de referência ao nível do estreito superior da bacia, exemplo: O E A (mais comum) significa que a apresentação é de occipital e que o ponto de referência, o lâmbda (símbolo “O”), está em correspondência com o estreito superior, à esquerda (E) e anterior (A), ponto EA, conforme figura a seguir. (Figura 6)

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 5/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

Figura 6. Pelve

As apresentações cefálicas fletidas, em occipital são:

• O.P. (Occípito-Pubiana) - fase final da rotação (período expulsivo).

• O.E.A. (Occípito-Esquerdo-Anterior) - mais comum

• O.D.P.(Occípito-Direito-Posterior)

• O.E.T.(Occípito-Esquerda-Transversa)

• O.D.T.(Occípito-Direita-Transversa)

• O.S. (Occípito-Sacral)

IV. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PARTOGRAMA

O controle gráfico do trabalho de parto supera a intuição e permite, um diagnóstico de evolução eutócica ou distócica do parto - mesmo para um observador menos experiente.

Baseados nos trabalhos de Friedman (1958), Philpott (1972) idealizou o partograma utilizando papel quadriculado e duas linhas anguladas a 45° e paralelas entre si, distando 4 horas conforme gráfico a seguir.

Figura 7.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 7/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

interpretação do partograma.

• Dilatação Cervical (O)

• Plano de HODGE (X) o Plano de DE LEE (X)

• Frequeência Cardíca Fetal (F.C.F) - (x)

» ESPAÇO 15 – O registro dos batimentos cardíacos fetais (BCF) deve ser realizado antes, durante e após a contração. (Figura 9)

Figura 9.

» ESPAÇO 16 – Destinado às contrações uterinas, anotar o número de contrações em 10 minutos e duração média das mesmas em segundos. (Figura 10)

Figura 10.

» ESPAÇO 17 – Espaço destinado a descrição da situação das membranas, conforme legenda abaixo. (Figura 11)

  • Bolsa Íntegra (I)
  • Bolsa Rota (R)
  • Amniotomia (AT)
  • Rotura acidental ao exame (R.A.)

Figura 11.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 8/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

» ESPAÇO 18 – O aspecto do líquido amniótico deve ser registrado conforme legenda abaixo: (Figura 11) Líquido amniótico:

  • C = claro,
  • M = meconial,
  • S = sanguinolento
    • Claro com grumos = Cl c/ Gr;
    • Claro sem grumos = Cl s / Gr.

Figura 12.

» ESPAÇO 19 – É indispensável a verificação e anotação da P.A. Ter o cuidado para não aferir P.A na vigência da contração. (Figura 12)

» ESPAÇO 20 e 21 – Temperatura e pulso não devem ser esquecidos, principalmente em pacientes com história de bolsa rota. (Figura 12)

» ESPAÇO 22 – Anotar o tipo do medicamento administrado ex: S.G 5 % + ocitocina 3 unidades internacionais (UI); ocitocina 01 ampola I.M.; Concentrado de hemácias (01 unid). (Figura 13)

Figura 13.

» ESPAÇO 23 – Assinar e carimbar. Na ausência de carimbo, colocar nome em letra de forma e à seguir I1, I2, I3, I4, no caso dos internos; R1, R2, R3 para os residentes de obstetrícia ou residente de enfermagem. A importante identificação do examinador não tem função punitiva e sim de admoestação construtiva, visando a melhoria no aprendizado.

Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.022 Página 10/

Título do Documento: PARTOGRAMA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 01 – 21/11/

Elaborado por: Elfie Tomaz Figueiredo Raimundo Homero de Carvalho Neto

Revisado por: Jordana Parente Paiva

Data: 21/11/