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O período pré-modernista no Brasil foi marcado por uma transição entre os movimentos literários do final do século XIX e início do XX. Autores como João do Rio, Euclides da Cunha e Lima Barreto se destacaram nesse período de busca pela identidade nacional.
Tipologia: Esquemas
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O pré-modernismo pode ser considerado um período de transição entre os movimentos literários situados ao final do século XIX e início do século XX. Tal fato ocorre porque muitos autores daquele período passaram, aos poucos, a se aproximarem de uma inovação temática, formal e linguística (características essas que só se consolidarão na 1ª fase do Modernismo). No entanto, ao mesmo tempo, os autores ainda se sentiam presos a valores conservadores que marcaram o século XIX (como exemplo, a valorização da linguagem culta), por isso, a noção de transição. É muito importante observar como as obras pré-modernista começaram a inserir, nos textos em prosa, uma preocupação com a identidade nacional.
O contexto histórico liga-se diretamente à produção literária, pois os ideais daquela época contribuíram para a criação de textos com maior engajamento social. Além disso, tal período de transição começou próximo ao início do século XX e terminou em 1922, ano da Semana de Arte Moderna. Entre os acontecimentos históricos que motivaram uma maior preocupação social no âmbito literário, podemos destacar:
Os principais aspectos que marcaram o pré-modernismo são:
Além disso, não podemos esquecer dos autores que mais se destacaram neste momento. Na prosa, temos João do Rio, Euclides da Cunha (1866 – 1909), Lima Barreto (1881 – 1922), Graça Aranha (1868 – 1931) e Monteiro Lobato (1882 – 1948). Já no âmbito da poesia, o autor Augusto dos Anjos (1884 – 1914) se destaca por sua temática de cunho “orgânico”, fazendo alusão a micróbios, decomposição orgânica e seu tom de intensa melancolia e pessimismo. Texto de apoio Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! Augusto dos Anjos. Versos íntimos Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão – esta pantera – Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Augusto dos Anjos.
Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância… Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme – este operário das ruínas – Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré- modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo. b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”. c) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem. d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial. e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. 7 Literatura Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...] A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e zera ao regime novo – essa indecência de negro igual. LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento). A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto. e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos
Durante o período de transição conhecido como pré-modernismo, os autores enfrentaram mudanças em suas temáticas, níveis formais e características que somente se consolidaram na 1ª geração modernista. Entretanto, é nesse momento que os autores começam a inserir uma preocupação com a identidade nacional em seus textos.
2. D Apesar de se voltar para a mudança e modernização, os pré-modernistas estavam ainda presos aos modelos estéticos e formais de seus movimentos antecessores. 3. D A questão atenta para a contradição entre a ideia de que a senhora era boa e bem vista aos olhos dos outros, mas versava na arte da tortura, por ser herança do período escravocrata. 4. C Policarpo Quaresma possuía ideais irreais para a Pátria que tanto amava. Por exemplo, queria que o Tupi se tornasse língua oficial do Brasil. Tais pensamentos se mostraram ilusórios e o levaram à frustração. 5. A A questão aqui é a busca pela Terra prometida, pela pátria ideal, pelas questões sociais vividas.