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Uma revisão narrativa da literatura sobre o uso de práticas integrativas e complementares (pics) no tratamento de transtornos de ansiedade. O texto aborda a eficácia de técnicas como acupuntura, yoga, meditação, respiração profunda e aromaterapia no manejo dos sintomas de ansiedade, com base em estudos científicos. Discute-se também as limitações da terapia medicamentosa e a importância de uma abordagem combinada entre psicoterapia, medicação e mudanças no estilo de vida para a manutenção dos resultados do tratamento. O documento destaca o crescente interesse pela utilização das pics no tratamento de transtornos de ansiedade e a necessidade de divulgação de estudos e relatos de caso para ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre essas alternativas terapêuticas.
Tipologia: Exercícios
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psychological distress to the individual. Notice a growth in the use of Integrative and Complementary Practices in Health (PICS) in clinical practice, where they have been shown to be beneficial to patients, being able to help reduce the consumption of psychotropic drugs such as benzodiazepines and other drugs in the control of anxiety symptoms, enabling an integrative treatment for patients. In this sense, we searched the scientific literature for materials that address anxiety disorders and complementary practices for the management of their somatic and psychological symptoms, which demonstrate the practical application of treatment protocols such as acupuncture, yoga, meditation, relaxation, deep breathing, mindfulness and aromatherapy. These strategies help in the treatment and their cognitive-behavioral interventions contribute to Cognitive Behavioral Therapy protocols, enabling the patient to have greater control of their thoughts and behaviors in stressful situations, enabling positive impacts on the health of users in the psychological, physical and emotional dimensions. Key-words: Anxiety Disorders; Cognitive Behavioral Therapy Protocols; Integrative and Complementary Practices in Health; Management of anxiety symptoms. Introdução A terminologia da palavra ansiedade, deriva do latim anxietas , que pode ser traduzido como “sentimento de angústia”, biologicamente essa sensação pode ser considerada normal, quando permite ao organismo uma resposta adaptativa, frente a situações de luta, fuga e congelamento. Categorizada como uma condição orientada ao futuro, um sentimento indefinido e desagradável de medo, uma apreensão que resulta em uma tensão ou desconforto diante do desconhecido. O medo é uma emoção natural ao comportamento das espécies e altamente benéfica para a sobrevivência, porém biologicamente existe uma grande diferença entre estar ansioso e ser ansioso, passa-se a considerar a ansiedade como uma característica patológica, quando a frequência da angústia se torna desproporcional aos estímulos que os desencadeiam, assim gerando prejuízos no
funcionamento do organismo e provoca sofrimento psíquico, relacionado a necessidade de fuga e esquiva das situações da rotina cotidiana do indivíduo (Desousa, 2013; Neves, 2018). Estudos como os de Fernandes et al. (2014), apontam forte influência de fatores genéticos e as alterações fisiológicas, verificadas em fases específicas, como a adolescência, o puerpério, a menopausa e envelhecimento como potencializadores sintomas associados aos transtornos ansiosos. Em questões comportamentais estudos como os de Lazarin (2014) apontam destaque aos relacionamentos familiares na origem dos comportamentos ansiosos. Porém, as causas podem ser diversas, ou seja, todo tipo de evento negativo de vida, pode deixar o indivíduo propenso a desordens físicas, sociais e emocionais, dificultando o seu desenvolvimento saudável, comprometendo assim sua saúde, seu bem-estar e sua interação social (Lazarin, 2014). Quanto aos sintomas, Silva (2010), destaca que os indivíduos apresentam sinais específicos no campo somático, que podem ser divididos em dois tipos: Os primeiros podem ser chamados de imediatos, que podem ser boca seca, suor, respiração curta, sensações de tensão muscular, latejo na cabeça, pulso rápido e aumento de pressão sanguínea. Já os segundos são resultantes de um estado crônico de ansiedade, que pode debilitar o sistema fisiológico ocasionando fadiga geral, sofrimento intestinal, fraqueza muscular, hipertensão e constantes dores de cabeça. Por fim, os sintomas motores dizem respeito à impaciência e à inquietação que indivíduos em estados ansiosos podem apresentar, sendo comum que pessoas nesse estado emitam rápidos e repetidos movimentos com dedos, pés ou pernas ou respostas de susto muito exageradas a estímulos como ruídos ou presença súbita de pessoas (Silva, 2010, p. 203). Além destes, verificam-se sintomas de humor, relacionados ao sofrimento advindo da ansiedade, a sensação constante de culpa, um medo de ser condenado e a espera constante de que algo ruim aconteça e sintomas cognitivos, como apreensão, dificuldade de relacionamento interpessoal, baixa autoestima e vitimização (Moraes & Loureiro, 2008).
Portanto, o tratamento psicoterápico dessa fobia é bastante objetivo, primeiramente levando o paciente a compreender suas crenças limitantes e posteriormente propondo uma dessensibilização sistemática, através da exposição gradual ao estímulo fóbico, nesse contexto as práticas terapêuticas mais comuns são as de exposição imaginativa e mais recentemente com o apoio da tecnologia pode-se criar ambientes de imersão virtual, assim o paciente consegue desenvolver habilidades de enfrentamento do problema e autoconfiança diante do elemento que lhe cause aversão (Heldt et al ., 2013). Na literatura, aponta-se que não é comum na prática clínica, a indicação do tratamento farmacológico para fobias específicas, uma vez que os medicamentos não demonstram efetividade no controle do comportamento frente aos desencadeadores da fobia. Os antidepressivos tricíclicos, benzodiazepínicos, β-bloqueadores, não parecem úteis com base no número limitado de estudos (Hales et al ., 2012). O transtorno de ansiedade social, ou fobia social, se caracteriza, pela vivência do medo ou ansiedade acentuados em situações sociais, quando o paciente precisa se expor à avaliação de outras pessoas, quando verifica-se esse quadro nota-se o esforço para evitar tais situações e consequentemente o sofrimento que estas causam. “O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade, que serão avaliados negativamente provocando a rejeição ou ofenderá a outros. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade” (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2014). Na prática psicoterápica, verifica-se que os protocolos da TCC são uma das mais aplicadas no contexto da fobia social, dentre os elementos Guimarães et al. (2015) aponta a efetividade das técnicas de: Reestruturação cognitiva: onde visa-se a reestruturação das crenças e pensamentos do paciente, para que esse consiga substituir os pensamentos automáticos disfuncionais, por percepções mais realistas das situações sociais; Técnicas de relaxamento: onde busca-se acalmar a mente para uma redução dos sintomas fisiológicos em situações provocadoras de ansiedade;
Treinamento de habilidades sociais: em que se objetiva o domínio da ansiedade, para lidar com situações sociais que provocam o medo e a esquiva do paciente; Técnicas de exposição: objetivam auxiliar o paciente no enfrentamento das situações sociais temidas e evitadas, visando o controle dos sintomas fisiológicos até a habituação e extinção destes (Guimarães et al ., 2015). Atualmente, as evidências na literatura e nos estudos clínicos apontam que fármacos inibidores seletivos da receptação da serotonina, os ISRS se demonstram eficazes no tratamento deste transtorno, assim paroxetina (20-80mg/dia), a sertralina (50-200mg/dia) e a fluvoxamina (50-200mg/dia), são as drogas mais testadas seguidos da fluoxetina (5-100mg/dia) e o citalopram (20- 80mg/dia), sendo utilizados clinicamente como a primeira escolha no tratamento. Os benzodiazepínicos aparecem como segunda escolha, ou como medicação associada no tratamento. Os betabloqueadores possuem ação limitada e por isso, não são indicados no tratamento da fobia social generalizada (Blanco et al ., 2012). No transtorno de Pânico o paciente passa a apresentar episódios recorrentes de surtos abruptos de medo ou desconforto intenso, pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso e atinge o pico em curtos espaços de tempo. Muitas vezes o paciente não consegue identificar o que desencadeia a crise. Os sintomas mais frequentes sentidos durante o momento de crise são: aperto ou dor no peito, palpitações, falta de ar ou sensação de sufocamento, tontura e formigamentos. É comum que o paciente sinta medo de morrer, perder o controle ou enlouquecer. (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2014). Comportamentalmente, o paciente passa a estar em constante estado de alerta e com persistentes preocupações sobre a possibilidade de passar novamente pela situação, normalmente o paciente tende a ter comportamentos evasivos sobre situações e sensações que se relacionam aos episódios de pânico, como evitar os locais que ocorreram, evitar lugares com muitas pessoas, não sair de casa desacompanhado (Manfro et al. , 2018). O principal protocolo aplicado nos pacientes com transtorno de pânico é a psicoeducação, técnica que visa a decomposição dos elementos do ciclo de ansiedade e pânico, buscando encontrar a fonte dos sintomas de ansiedade e de pânico, esclarecendo a função dos pensamentos no
contribuem significativamente para o surgimento e manutenção dos sentimentos de tristeza e ansiedade. Com auxílio de técnicas como a psicoeducação, a identificação dos pensamentos automáticos, o Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD), a identificação das crenças centrais e intermediárias que mantêm a forma ansiosa de pensar do paciente e da Reestruturação cognitiva, os pacientes aprendem como surgiram e como funcionam esses padrões de pensamento, que podem inclusive terem se desenvolvido no passado para lidar com experiências difíceis ou dolorosas, como podem ser identificados e o que fazer para alterá-los a fim de reduzir a as sensações fisiológicas e emocionais geradas pela ansiedade (Saaed et al ., 2019). O tratamento medicamentoso é feito principalmente pela prescrição de classes de inibidores seletivos da receptação da serotonina como o escitalopram, a sertralina, a paroxetina, a fluoxetina e o citalopram e inibidores da receptação da serotonina-norepinefrina como a duloxetina e a venlafaxina, verifica-se também a comum utilização de antidepressivos atípicos como a mirtazapinae ou vilazodone no tratamento (Saaed et al ., 2019). Benzodiazepínicos como a buspirona e antidepressivos tricíclicos como a clomipramina e a imipramina, também podem ser usados em associação em casos mais agudos, assim como os antipsicóticos podem complementar o tratamento em pacientes que apresentem problemas de comportamento associados a ansiedade. (Muscatello et al., 2019). As taxas de mortalidade, associadas aos transtornos de ansiedade são baixas, porém os comprometimentos ligados a estes transtornos prejudicam severamente as atividades diárias, gerando grande impacto na qualidade de vida. O sofrimento prolongado leva ao esgotamento emocional e fisiológico, uma vez que para estas pessoas o controle dos pensamentos é difícil e há preocupações constantes. Além disso, o excesso de pensamento e preocupações geram reações físicas derivadas como os tremores, a inquietação, a dor de cabeça, a falta de ar, o que leva a irritabilidade e facilidade em alterar-se (Muller, 2014). Os efeitos da ansiedade são prejudiciais ao funcionamento do organismo, verifica-se o aumento da frequência respiratória, da frequência cardíaca, do tônus muscular, do metabolismo e diminuição da função imune, características que se apresentam degradantes ao equilíbrio do organismo, o tornando mais propenso ao estresse e aos estressores, assim os pacientes ansiosos se
mostram agitados, com dificuldades de concentração, tensão muscular e distúrbios do sono (Serafim, 2018). Nas últimas décadas, a incidência de transtornos de ansiedade vem crescendo exponencialmente na população adulta em geral. Diversos distúrbios mentais, tais como depressão, transtornos de ansiedade, fobias, transtorno de pânico, têm como ponto-chave ou sintoma em comum a ansiedade excessiva. [...] de fato, as queixas de ansiedade são comuns entre indivíduos saudáveis e têm sido associadas às mais diversas consequências negativas para a saúde. Atualmente, a maioria dos tratamentos para a ansiedade envolve intervenções psicológicas e farmacológicas. No entanto, existe uma necessidade emergente de estratégias de autoajuda confiáveis, já que não parece razoável passar uma vida inteira fazendo uso de drogas ou submetendo-se a tratamentos psicológicos (Vorkapic & Rangé, 2011, p.51). Em uma ampla maioria, os transtornos de ansiedade são tratados já de início pela via medicamentosa, com a associação de tipos específicos de psicoterapia. Como demonstrado no âmbito farmacológico, verifica-se a adoção principalmente de antidepressivos, inibidores seletivos, que atuam na receptação da serotonina, ansiolíticos e medicamentos à base de benzodiazepinas e beta- bloqueadores. A administração destas medicações ocorre em média por seis meses, sendo mantida por períodos mais extensos em casos mais graves (Castillo, 2000). Entretanto, verifica-se uma grande porcentagem de pacientes com prescrição de antidepressivos, que interrompe o tratamento medicamentoso nos primeiros meses. Levando em consideração o abandono do tratamento, um estudo transversal desenvolvido por Cruz et al. (2016), aponta que muitos pacientes, demonstram insatisfações relacionadas ao atendimento oferecido no serviço de saúde, assim desejavam que os médicos responsáveis pelos tratamentos pudessem elevar a qualidade dos encontros clínicos, passando mais informações e alternativas para controle da ansiedade, que não se limitem à prescrição de uma receita medicamentosa. Foram identificados, em alguns relatos, temores e preocupações relacionadas ao risco de que os medicamentos causem dependência. [...]Os participantes do estudo também
Assim, Beck (2010) elenca os princípios Básicos do Tratamento na TCC, sendo eles: A base no desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação individual, em termos cognitivos; A formação de uma aliança terapêutica sólida; As sessões são estruturadas; A ênfase na colaboração e a participação ativa; Se orienta aos objetivos e se foca nos problemas; Foca o presente; Tem caráter educativo, ensina os pacientes a identificar, avaliar, responder, aos seus pensamentos e crenças disfuncionais; Usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento o humor e o comportamento. A terapia medicamentosa é frequentemente utilizada no controle dos sintomas ansiosos, porém vem se tornando crescente a discussão a respeito dos benefícios a longo prazo dessa terapia, com base nos riscos associados, utilização abusiva, dependência e tolerância, recomendando-se seu emprego no menor período possível com a dose mínima necessária. Estudos como os de Cruz et al. (2016) apontam que na prática clínica observa-se que uma porcentagem entre 30 a 40% dos pacientes, não responde ao tratamento efetivamente, experienciando efeitos adversos indesejados que podem comprometer a sua qualidade de vida ainda mais, tais como: sedação, leve perda de memória, diminuição do estado de alerta, tempo de reação retardado, irritabilidade, agressividade, efeitos hipnóticos, anestésicos, anticonvulsivantes e de relaxamento muscular. Observa-se que o uso ideal da terapia medicamentosa, requer uma compreensão clara de toda a farmacocinética, farmacodinâmica, interações medicamentosas potenciais e diagnóstico preciso, uma vez que os transtornos de ansiedade são inúmeros e podem evoluir para outros tipos de transtornos. Portanto, é imprescindível que o tratamento medicamentoso de escolha seja determinado de acordo com os sintomas específicos apresentados pelo indivíduo, a temporalidade de ocorrência da mesma e a compilação de todos os prós e contras
referentes ao uso [...] Muitos médicos prescrevem psicotrópicos sem passar pelos passos corretos de um diagnóstico, somente escutam suas queixas e fazem a prescrição de drogas com grande potencial de adição, também há muita desvalorização e desconhecimento a respeito do uso de outras terapias no tratamento do transtorno de ansiedade (Dantas, 2017, p.21). Considerando as preocupações levantadas a respeito da utilização da farmacoterapia no controle dos sintomas ansiosos, verifica-se na literatura uma preocupação crescente com a introdução de alternativas de tratamento não-farmacológicas que produzam resultados e benefícios mais duradouros e promovam mais bem-estar ao paciente (Dantas, 2017). Retoma-se nesse contexto a importância das estratégias de exposição, distração e reestruturação cognitiva, e sua eficácia na regulação emocional para transtornos ansiosos. Assim o tratamento com a TCC, que abrange técnicas específicas de extinção do medo condicionado e regulação emocional, baseando-se na reestruturação e flexibilização da interação do indivíduo com seu pensamento e comportamento, pode ser complementado com técnicas integrativas, proporcionando maiores chances do paciente retomar sua qualidade de vida e diminuir seu sofrimento psíquico (Mocaiber et al. , 2008). Nesse contexto, destaca-se a introdução das PICS, metodologias de manejo da ansiedade que vem sendo incorporadas ao sistema de saúde, por meio da portaria nº 971 (Brasil, 2006), visando a inserção de alternativas para o tratamento de patologias mentais, além do modelo tradicional de saúde, proporcionando uma visão ampliada do processo saúde-enfermidade, enfatizando a escuta acolhedora e o desenvolvimento do vínculo terapêutico. As terapias integrativas e complementares têm sido amplamente utilizadas no tratamento de vários tipos de transtornos de ansiedade. Observa-se que as PICS, como yoga, aromaterapia, acupuntura, fitoterapia, arteterapia, meditação e reiki, estão sendo cada vez mais utilizadas como ferramentas-chave para redução dos níveis de ansiedade A utilização das PICS é muito promissora, devido ao modo de assistência que, neste caso, tem seu foco de atenção voltado ao indivíduo, como um todo e não apenas à doença, proporcionando uma abordagem integral de assistência, destacando-se principalmente pelo baixo custo, menos efeitos colaterais e acessibilidade (Brasil, 2006).
Desenvolveu-se uma tabela de coleta de dados que permitiu a obtenção de informações de identificação do texto – título, nome dos autores e ano de publicação, objetivos do estudo. A busca combinada nas bases mencionadas resultou em 116 trabalhos, após avaliação, excluiu-se os artigos duplicados, aqueles que não apresentavam a versão completa disponível, resumos de artigos ( abstracts ) foram excluídos e aqueles que não demonstravam a aplicação das PICS em transtornos ansiosos, focando em patologias adjacentes. Chegou-se ao número 13 textos, dentre artigos, monografias e teses, para a análise os quais têm seus objetivos explicitados na tabela a seguir: Tabela 1 Título Autores Objetivo Publicação Intervenção cognitivo- comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de Caso Oliveira, 2015 Mostrar o manejo do transtorno de ansiedade no serviço público, como uma possibilidade real de promoção da autonomia do sujeito a partir de intervenções cognitivo-comportamentais Revista Brasileira de Terapias Cognitivas O uso da aromaterapia no alívio da ansiedade Kurebayashi et al , 2011 Verificar como o uso dos óleos essenciais (OE) de Lavanda e Gerânio alteram a percepção de ansiedade e comparar sua eficácia Revista Saúde em Foco Os benefícios do yoga nos transtornos de ansiedade Vorkapic & Rangé, 2011 Localizar investigações clínicas que incorporam técnicas de yoga ou técnicas baseadas em yoga no tratamento de transtornos de ansiedade ou sintomas associados Revista Brasileira de Terapias Cognitivas Eficácia da Acupuntura no Tratamento de Ansiedade e Estresse Psicológico Zatesko & Ribas- Silva, 2016 Comprovar através da dosagem de cortisol a eficácia do tratamento de acupuntura em casos de ansiedade e estresse Revista Brasileira de Terapia e Saúde Ansiedade, estresse e auriculoterapia: uma revisão de literatura Frezza, 2016 Identificar a contribuição da auriculoterapia no controle de estresse e ansiedade, a partir de uma revisão bibliográfica Monografia, Graduação em Biomedicina - Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC Analisar o potencial da aplicação da Aromaterapia
Potencial terapêutico da aromaterapia no manejo de transtornos de ansiedade Conceição, 2019 como alternativa para o tratamento da ansiedade e identificar as principais vias de administração utilizadas nos trabalhos, bem como o óleo essencial mais empregado no tratamento da ansiedade Monografia, Graduação em Farmácia - Universidade Federal de Ouro Preto Projeto de intervenção para a utilização de Terapias alternativas no tratamento dos Transtornos de ansiedade, na unidade básica de Saúde santa rosa do município de Uberlândia – Minas Gerais Dantas, 2017 Propor um plano de ação para possibilitar melhor diagnóstico e tratamentos alternativos do transtorno de ansiedade na área de abrangência da unidade de Saúde da família e facilitar o encaminhamento de pacientes ao serviço de atenção especializada as práticas integrativas e complementares Monografia, Graduação em Medicina - Universidade Federal de Minas Gerais Efeitos de um breve protocolo de treinamento de respiração profunda sobre os sintomas de ansiedade Serafim, 2018 Avaliar os efeitos de um protocolo de respiração profunda sobre a ansiedade e investigar mudanças no ritmo biológico pré e pós- intervenção Dissertação, Mestrado em Psiquiatria e Ciências do Comportamento - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Óleo essencial de lavanda ( lavandula angustifolia ) no tratamento da ansiedade Alves, 2018 Fazer uma revisão bibliográfica sobre a utilização do óleo essencial de L. angustifolia para o tratamento de ansiedade e outros transtornos, além de descrever também outras atividades biológicas comprovadas pelos estudos científicos Revista científica eletrônica de ciências aplicadas da FAIT Os benefícios da meditação no tratamento do transtorno de ansiedade: uma revisão sobre o tema Ferreira et al., 2019 No presente artigo objetivou- se avaliar os aspectos relevantes dos benefícios da prática de meditação no tratamento do transtorno de ansiedade Artigo Anais CONGREPICS Atividade física e técnicas de relaxamento no tratamento da depressão e ansiedade Machado, 2015 Rever de forma sistemática a influência da atividade física e das técnicas de relaxamento no tratamento da depressão e crises de ansiedade Dissertação, Mestrado em Medicina – Universidade da beira interior
Nota. Tipos de estudos promovidos dentre os trabalhos elencados para a composição desse artigo. Elaborado pelos autores. A apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos é feita de forma descritiva, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão narrativa elaborada, de forma a impactar positivamente o campo de estudo da psicologia, e demonstrando como o tema vem sendo colocado e apontando pontos de potencial futuro. Discussão dos Resultados No Brasil, os transtornos de ansiedade (DSM V) vem apresentando uma alta prevalência, em 2019, a Organização Mundial da Saúde afirmou que o país apresenta o maior número de pessoas ansiosas no mundo, com cerca de 18,6 milhões de brasileiros, que apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade (OMS, 2019). Dados como estes, demonstram o impacto que esses transtornos causam em nossa sociedade, uma vez que os custos associados a essas patologias, indicam que os transtornos de ansiedade constituem um grupo de transtornos de grande importância para a saúde individual e pública. Apesar dos avanços farmacológicos observados no tratamento dos transtornos de ansiedade, estima-se que menos de 50% dos pacientes apresentem uma remissão total da sintomatologia, indicando a necessidade da exploração de diferentes protocolos no combate aos sintomas, visando o bem-estar a longo prazo do paciente. Dentre os principais métodos explorados na literatura, destacam-se: a acupuntura, yoga, meditação, o relaxamento, a respiração profunda, o mindfulness , a aromaterapia, estratégias que auxiliam no tratamento da TCC e suas intervenções cognitivo-comportamentais, possibilitando ao paciente um maior controle de seus pensamentos e comportamentos em situações estressoras. O exercício físico é destacado por Machado (2015), como um dos principais aliados no controle dos sintomas ansiosos, assim em seu estudo o autor aponta evidências que demonstram a potencialidade ansiolítica do exercício físico, as quais são comparáveis a resultados de tratamentos farmacológicos, sendo um importante adjuvante terapêutico. Nesse sentido, estimular o uso do exercício físico no alívio da sintomatologia da ansiedade, não só como medida preventiva da
generalidade das doenças mentais, mas como um processo integrativo de promoção de saúde de modo a que o exercício físico seja oferecido ao paciente como uma opção válida para o tratamento das perturbações psiquiátricas é uma alternativa para a redução do uso de medicamentos. Dentre as terapias integradas, destacam-se as de origem na Medicina Tradicional Chinesa, embora a terminologia ansiedade não seja encontrada na literatura da medicina oriental, os sintomas descritos são amplamente estudados, a cultura oriental, que considera a patologia como uma desarmonia do espírito, e apresenta uma série de possibilidades de intervenções por técnicas tradicionais como a yoga, a meditação, a acupuntura, a auriculoterapia, aromaterapia (Ferreira et al., 2019). Ferreira et al. (2019) apontam que a meditação, refere-se a uma ampla variedade de práticas, que vão desde técnicas para a promoção do relaxamento, a exercícios realizados com um objetivo mais abrangente, visando alcançar uma maior sensação de bem-estar. Por meio de seus preceitos milenares, visa proporcionar a autorregulação do corpo e da mente levando o indivíduo ao um nível de controle psicofisiológico autonômico, resgatando seus mecanismos de equilíbrio orgânico e contribuindo para que ocorram alterações mentais e comportamentais que fornecem saúde e bem-estar psicológico. Em seus estudos Ferreira et al. (2019), apontam que a meditação pode proporcionar o desenvolvimento de características psicológicas positivas, por meio da redução de pensamentos ruminativos e de distração. A meditação como forma de voltar-se ao momento presente pode ser favorável para amenizar os principais sintomas da Ansiedade Generalizada. A partir disso, podemos analisar os benefícios que essa técnica meditativa pode ocasionar ao indivíduo com sintomas ansiosos, dentre eles estão: maior bem-estar, diminuição da ansiedade e do estresse, além de uma melhor integração social. Faz-se necessário a compreensão de que essa prática pode proporcionar uma melhor qualidade de vida ao sujeito ansioso, lhe proporcionando absoluta tranquilidade e equilíbrio sem necessariamente fazer uso da prática medicamentosa (Silva et al., 2018, p. 4).