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Prática das Pequenas Construções - Vol. 2 6ª Edição Revista e Ampliada CAPITULO 01 de 06, Exercícios de Engenharia Civil

Prática das Pequenas Construções

Tipologia: Exercícios

2015
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Compartilhado em 03/08/2015

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Não perca as partes importantes!

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Contrato entre engenheiro e cliente 1
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Contrato entre engenheiro e cliente
Quando um cliente recorre a um engenheiro para a execução de uma
determinada obra, estabelece-se automaticamente um contrato entre am-
bos. Mesmo na ausência de documentos, podemos dizer que existe um con-
trato, neste caso, verbal.
A experiência mostra que as i ncertezas da época trazem a necessidade
de uma troca de documentos, evitando acidentes e incidentes durante o
tempo, relativamente longo, de vigência do contato; de fato, não podemos
comparar o tempo de duração de uma obra com o de um simples conserto
de uma tor neira ; para obras de certa durão, o contrato ev itará uma longa
série de dúvidas, de diferenças de interpretação e também de incidentes
(inclusive no caso de falecimento de uma das partes). Por isso, quando um
engenheiro exige de um cliente a assinatura de um contrato, não está de-
monstrando desconfi ança de sua pessoa, mas, sim, agindo com prudência.
Qualquer contrato é, basicamente, composto dos seguintes itens:
a. indicação e descrição das partes contratantes;
b. obrigações (deveres) e direitos de cada uma das partes contratantes;
c. indicação de valor do contrato, multa para a parte que não respei-
tá-lo, sede, data e assinatura.
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Contrato entre engenheiro e cliente 1

Contrato entre engenheiro e cliente

Quando um cliente recorre a um engenheiro para a execução de uma

determinada obra, estabelece-se automaticamente um contrato entre am-

bos. Mesmo na ausência de documentos, podemos dizer que existe um con-

trato, neste caso, verbal.

A experiência mostra que as incertezas da época trazem a necessidade

de uma troca de documentos, evitando acidentes e incidentes durante o

tempo, relativamente longo, de vigência do contato; de fato, não podemos

comparar o tempo de duração de uma obra com o de um simples conserto

de uma torneira; para obras de certa duração, o contrato evitará uma longa

série de dúvidas, de diferenças de interpretação e também de incidentes

(inclusive no caso de falecimento de uma das partes). Por isso, quando um

engenheiro exige de um cliente a assinatura de um contrato, não está de-

monstrando desconfi ança de sua pessoa, mas, sim, agindo com prudência.

Qualquer contrato é, basicamente, composto dos seguintes itens:

a. indicação e descrição das partes contratantes;

b. obrigações (deveres) e direitos de cada uma das partes contratantes;

c. indicação de valor do contrato, multa para a parte que não respei-

tá-lo, sede, data e assinatura.

2 Prática das pequenas construções

MODALIDADES DE CONTRATO

De maneira geral, podemos dizer que existem apenas dois tipos de contrato:

a. por administração;

b. por empreitada;

c. preço-alvo.

Na prática, esses, os três primeiros tipos básicos, poderão ser combinados,

surgindo um quarto tipo de contrato:

d. o misto.

No contrato por administração, o engenheiro só negociará a sua ativida-

de profissional; dessa forma, não assumirá responsabilidade por quantidades e

preços de materiais e mão de obra empregados na construção.

No contrato por empreitada, a responsabilidade do engenheiro será total

sobre os custos envolvidos. O profissional deverá entregar a obra pronta, a troco

de uma importância total previamente combinada.

O contrato misto fica num ponto intermediário entre as modalidades ante-

riores, isto é, serão estipuladas condições em que o preço global poderá ser alte-

rado: aumento ou diminuição do preço dos materiais, criação de novas imposi-

ções legais que onerem o trabalho (aumento de salário-mínimo etc.). O contrato

misto é variável, podendo aproximar-se mais do tipo por administração ou por

empreitada, conforme se aumente ou diminua a responsabilidade econômica do

engenheiro. Mais adiante, com exemplos, poderemos esclarecer melhor.

No contrato com preço-alvo, o engenheiro fixa o valor máximo do custo da

obra (como em um contrato por empreitada), entretanto fixa um prêmio para o

caso de conseguir atingir um valor menor que o preço preestabelecido (alvo).

Esse valor geralmente é definido como 50% da economia obtida.

Cada um dos modelos poderá sofrer pequenas variações, dependendo de

acordo entre as partes.

Contrato por administração

Suas características principais são:

1. O engenheiro será remunerado com uma porcentagem sobre a despesa

total da obra.

2. O proprietário custeará todas as despesas, no valor da época em que

feitas.

3. O orçamento prévio, feito pelo engenheiro, terá apenas valor informa-

tivo, não constituindo termo de responsabilidade sobre qualquer dos

itens: quantidade e custo unitário de materiais e custo de mão de obra.

Portanto, orçamentos apresentados por dois ou mais engenheiros não

servem para estabelecer concorrência, já que nada significa a apresen-

tação de um custo total inferior.

A seguir, um exemplo típico de contrato por administração.

4 Prática das pequenas construções

Esse contrato poderá sofrer pequenas variações no seu conteúdo, depen-

dendo, é claro, dos entendimentos entre as partes. No entanto, é um modelo

que estabelece condições usuais em nosso ambiente.

Os itens do contrato que poderão sofrer modificações são:

Cláusula 5

Poderá ser dispensada a apresentação da concorrência para compra de ma-

terial e contrato de empreiteiro, desde que o proprietário queira se encarregar

isoladamente de tal tarefa, ou ainda por considerar tal norma desnecessária, ou

por confiar integralmente na escolha do engenheiro.

Cláusula 7

O engenheiro poderá se encarregar do controle dos operários que traba-

lham por hora por conta do proprietário, desde que este o remunere para tal;

esta remuneração poderá ser um acréscimo à porcentagem da administração

  1. O proprietário se obriga a pagar ao engenheiro, a título de honorários profissionais, a importância correspondente a 15% (quinze por cento) sobre o total das despesas previstas no item 10 (dez) deste contrato. Esse pagamento será parcelado durante as obras. Caberá ao engenheiro a apresentação da fatura mensal entre os dias 25 e 30, correspondente a 15% (quinze por cento) das despesas efetuadas durante o mês em curso. O proprietário deverá efetuar o pagamento até 5 (cinco) dias após a apresen- tação da fatura, desde que esta se encontre correta.
  2. Fica estipulada a multa de R$10.000,00 (dez mil reais) para a parte que desistir deste contrato ou in- fringir qualquer dos seus parágrafos.
  3. Dá-se a este contrato o valor provisório de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
  4. No caso de dúvida a respeito de qualquer dos parágrafos deste contrato, esta será resolvida por Con- selho Arbitral, devendo cada uma das partes nomear perito de sua confiança para solucionar o impas- se. No caso de ainda persistir a dúvida, desde já se escolhe o Fórum desta capital como competente para julgamento. Por estarem de acordo com as cláusulas deste contrato, assinam: proprietário e engenheiro e duas testemunhas. Data ............................................................................................... Proprietário .................................................................................. Engenheiro ................................................................................... Testemunhas ................................................................................. .................................................................................

Contrato entre engenheiro e cliente 5

Cláusula 10, letras d e e

Tais despesas poderão correr por conta do engenheiro, dependendo de en-

tendimento prévio. Não é, no entanto, o mais usual, já que se entende que a taxa

de administração do engenheiro deverá ser livre de despesas, salvo aquelas que

não recaiam diretamente sobre a obra: despesas gerais de escritório, impostos

municipais, estaduais ou federais que recaiam diretamente sobre o engenheiro,

tais como imposto sobre prestação de serviço, sobre a renda etc.

Reservamos comentários mais amplos para o final do capítulo, quando já

tivermos exposto os sistemas por empreitada e misto.

Contrato por empreitada

No sentido absoluto da palavra, entende-se por contrato de empreitada

aquele em que o engenheiro se obriga a construir determinada obra por um

preço também determinado; só poderá haver alteração do preço desde que haja

alteração no serviço a ser executado e com entendimentos prévios entre as

partes. Por isso, conclui-se que são partes importantes, de um contrato por em-

preitada, as plantas e o memorial descritivo, pois descrevem satisfatoriamente

o que vai ser construído. Não se pode fixar um preço para a execução de um

objeto indeterminado; por isso, no sistema de administração, essas peças são

anexadas ao contrato apenas para completá-lo, enquanto que na empreitada

são as peças principais.

Nessa modalidade de contrato, portanto, além da indicação das partes, as

obrigações e deveres de cada uma, as importâncias a serem pagas e a forma

parcelada do pagamento juntam-se às plantas e ao memorial descritivo comple-

to. Esse memorial deve descrever todo e qualquer detalhe, por menos impor-

tante que possa parecer. Se vamos descrever uma porta, deveremos citar suas

medidas por completo: espessura e largura dos batentes; largura e espessura

das guarnições; altura, largura e espessura da folha; e também a madeira a ser

empregada. Ao descrever a ferragem, dessa porta, deveremos citar marca, tipo

e número de fábrica da fechadura; dimensões e tipo das dobradiças; se estas

serão niqueladas ou de ferro polido; se os parafusos serão de cabeça, niquelada

ou não etc.

Podemos compreender a necessidade de tantas minúcias porque, se orça-

mos essa esquadria, com um determinado material, caso utilizemos uma mer-

cadoria mais cara, seremos lesados, e, no caso de utilizarmos uma mercadoria

inferior, estaremos lesando o cliente. Podemos pensar que uma certa e pequena

porcentagem (2% a 5%), incluída no orçamento, poderia suprir essas pequenas

variações; é engano, porque o número e variedade de materiais a serem empre-

gados serão tão grandes que sua variação de custo pode ultrapassar, e muito,

qualquer expectativa.

Deixamos de citar aqui um exemplo completo de contrato por empreitada,

porque, em capítulos posteriores, teremos oportunidade de abordá-lo em um

caso concreto.

Após a exposição do contrato misto, faremos uma comparação entre con-

tratos por empreitada e administração.

Contrato entre engenheiro e cliente 7

Esse objetivo será conseguido em duas condições:

a. Nos trabalhos por administração, quando o profissional for correto e

capaz.

b. Nos trabalhos por empreitada, quando o orçamento for exato.

Vemos, pois, que, nos dois sistemas, devem existir condições para que o

cliente termine despendendo a quantia estipulada.

Se na administração da obra o profissional, deliberadamente ou não, des-

perdiçar material ou mão de obra, quem pagará pelo desperdício será o cliente.

No contrato por empreitada, se houver um orçamento falho, sairá perdendo o

cliente se o cálculo for exagerado, e sairá prejudicado o engenheiro se o calcu-

lado foi insuficiente; a prática mostra que esta segunda hipótese é a que mais

acontece. Podemos aempresar, sem receio de grande erro, que, em empreita-

das para particulares, o engenheiro ganha menos do que deveria ganhar; mas

ganhará pelo menos uma coisa: experiência para não mais aceitar obras por

empreitadas. Pode-se então perguntar: se assim ocorre, como ainda existem

profissionais que aceitam empreitadas? Ora, sempre haverá aqueles que ainda

não têm experiência.

Somos partidários do sistema de construção por administração e adiante

explicaremos a razão. Para conjecturar, citaremos os argumentos geralmente

apontados pelos clientes contra esse sistema:

Argumento 1

O cliente não saberá, de início, qual a importância total que virá a despen-

der até o término da construção. Dessa forma, poderá o custo da obra ultrapas-

sar sua verba disponível, colocando-o em dificuldades.

Comentário : Não há dúvida de que o inconveniente é real; no contrato por

administração, o engenheiro, apesar de elaborar um orçamento para a constru-

ção, não assume responsabilidade sobre o total calculado, mas apenas um com-

promisso moral e profissional. Se o custo previsto for ultrapassado sem motivos

justificados, o engenheiro será visto como incompetente no item orçamento,

mas não será obrigado a cobrir a diferença. Por essa razão, o cliente é que será

obrigado a despender soma maior do que a prevista. Poderá acontecer que o

cliente não disponha, nem possa arranjar numerário para cobrir esse acréscimo

e a obra permanecerá inacabada, até que seja possível resolver o dilema. Incon-

veniente grave, pois muito capital já foi empatado na obra, e esta, por não estar

terminada, não poderá ser usada.

É preciso, porém, analisarmos por que um orçamento “estoura”, isto é, por

que é ultrapassado no seu total. Sabemos que o orçamento é composto de:

a. cálculo de quantidades;

b. escolha de preços unitários.

A quantidade de um determinado material, multiplicada pelo seu preço

unitário, será a despesa com esse material. A somatória dessas despesas dará o

total orçado. Portanto, se o total não coincidiu, é porque houve erro no cálculo

das quantidades ou nos preços unitários escolhidos.

8 Prática das pequenas construções

Dentro de certo limite, podemos dizer que o engenheiro poderá ser respon-

sabilizado por um cálculo errado das quantidades, mas nunca pela oscilação de

preço no mercado. A realidade mostra que dificilmente há engano no cálculo

das quantidades. Onde aparece maior variação é no preço unitário dos mate-

riais. Não se pode, portanto, responsabilizar o engenheiro por essas variações.

Claro que o proprietário deverá pagar, pois irá usufruir do objeto construído.

Ademais, se os preços subiram durante a construção, o cliente estará na posse

de um imóvel valorizado, na mesma proporção do aumento.

Devemos lembrar, também, que as indústrias sentem dificuldades em esta-

belecer um preço exato de custo de seus produtos, mesmo aquelas com grande

organização e que calculam o custo de um produto pronto. Por que devemos,

pois, esperar que o engenheiro, com pequeno número de funcionários em sua

organização, produza um objeto muito mais complexo, calcule com exatidão o

custo de uma coisa ainda a ser feita? Parece-nos que só esses fatos justificam

as variações que possam surgir num orçamento.

O que resolve esse inconveniente é o cliente ter sempre uma margem

disponível de 10% a 20% acima do cálculo previsto. Se possui à disposição

R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), que peça um projeto para cerca de R$

160.000,00 (cento e sessenta mil reais). Dessa forma, estará seguro de que a

obra não ficará inacabada por falta de verba.

Argumento 2

O cliente terá excessivo trabalho e preocupação, pois caberá a ele a com-

pra, verificação e pagamento dos materiais e, ainda, a contratação, controle e

pagamento das diversas mãos de obra.

Comentário : Aempresamos, de início, que o cliente terá trabalho e preocu-

pação na razão direta da desconfiança sobre o profissional. Mesmo no sistema

de construção por administração, o cliente poderá estar isento de qualquer tra-

balho ou preocupação; bastará, para isso, confiar inteiramente no profissional.

Essa confiança não significa nada de excepcional; esse mesmo cliente, comple-

tamente anestesiado, expõe sua vida numa mesa de operação a um cirurgião;

por que não confiar também no engenheiro, ainda mais tratando-se de coisa

menos importante, já que se trata apenas de um bem material?

Havendo essa confiança, o escritório de engenharia poderá se encarregar

de todos os serviços de:

a. Escolha dos fornecedores e dos empreiteiros, mediante concorrência.

b. Fiscalização da remessa do material para a obra.

c. Pagamentos em geral, quer sejam a empreiteiros, quer sejam de dupli-

catas em banco ou em carteira.

Assim, a única obrigação que continuará pertencendo ao cliente será o for-

necimento da verba.

Para os pagamentos, o engenheiro solicita ao cliente a importância neces-

sária para as despesas do mês, deixando, em garantia, um recibo provisório.

Após efetuar os pagamentos, trocará seu recibo provisório por aqueles dos for-

necedores e dos empreiteiros.

10 Prática das pequenas construções

O primeiro cuidado prende-se a uma descrição minuciosa do serviço a ser

executado. Essa descrição depende de plantas completas e de um longo e cui-

dadoso memorial descritivo.

A seguir, exemplificamos um projeto de memorial descritivo, chamando,

no entanto, a atenção do que deve ser ainda mais detalhado, para não permitir

dúvidas. Esse exemplo é apenas um esboço e serve de base para o definitivo.

Geralmente, depois de uma descrição geral do projeto, passamos a detalhar

cada um de seus itens.

Providências importantes nos contratos por empreitada

Quando um profissional aceita um contrato por empreitada, deverá se cer-

car de inúmeras garantias:

a. memorial descritivo bem detalhado e completo;

b. condições de pagamento que permitam comprar materiais com antece-

dência, prevenindo-se, dessa forma, contra aumentos de preço;

c. indicação clara e firme no contrato, de que qualquer modificação nos

planos originais só poderá ser feita após acordo entre as partes, para o

novo preço que vigorar. Esse acordo deverá ser feito por escrito, assi-

nado por ambas as partes e anexado ao contrato original. Não esquecer

de combinar a forma de pagamento para esses acréscimos de preços;

d. efetuar contrato de mão de obra em geral e para compra de materiais,

logo após a assinatura de contrato, para garantir os preços vigentes que

servirão de base para o orçamento;

e. nas conversações com o cliente, não admitir absolutamente que peque-

nas alterações no serviço possam ser feitas sem cálculo e a redação de

anexos no contrato para o reajuste de preço, e também, em hipótese

alguma, deixar esses cálculos para o final da obra (ver letra c );

f. os trabalhos da obra devem ser feitos em ritmo acelerado, já que, com

atrasos, os preços dos materiais poderão sofrer alta e a mão de obra

também encarecerá.

Contrato entre engenheiro e cliente 11

MeMORiAl desCRiTivO Para construção de casa térrea em terreno sito à Rua .................................................................................. de propriedade do Sr. ............................................................................................................................................

  1. CONDIÇÕES LOCAIS Especificações a. Terreno de dimensões 12 m x 32 m (retangular), com aclive para os fundos em rampa aproximada e uniforme de 3% (Figura 1.1). b. Não há rede de água ou de esgoto. c. Previsão para profundidade de poços: 6 m (dado conseguido de poços próximos). Terreno bas- tante permeável, que permite o uso de fossa negra e fossa séptica. d. Existe iluminação na via pública. e. Não há necessidade de tapume, pelo fato de a construção ser recuada. f. A resistência do terreno permite o uso de alicerces simples de tijolos sobre camada de concre- to simples e magro; (isso não se faz mais atualmente, o alicerce de tijolos é substitido por uma viga de concreto geralmente com 40 cm de largura por 15 cm de altura, armada com 4 ferros de 12,5 mm, com estribos de 4 mm, que dará à construção uma rigidez necessária, no caso de solos duros; sobre essa viga, será assentada, no mínimo, duas camadas de tijolos comuns para isolar a umidade do concreto. A altura das camadas de tijolo comum será o suficiente até o nível de 20 cm acima da cota do terreno; sobre essa alvenaria, será aplicada a impermeabilização como escrito abaixo. Acredito que o texto original deva ser substituído por este acima). g. Já existem 17,5 m de muros construídos, segundo um croqui. Figura 1. +3% 32 m 17,5 m Muro existente 12 m
  2. ABERTURA DE VALAS PARA ALICERCES Especificações a. para paredes de um tijolo, vala com 0,45 m de largura; b. para paredes de meio-tijolo, vala com 0,35 m de largura; c. as valas deverão ser aprofundadas pelo menos 0,5 m no terreno; d. o nível da casa deverá estar 0,2 m acima do terreno atual, no mínimo, em qualquer ponto; e. o piso das valas deverá ser apiloado, para a uniformização do terreno. Caso apareçam formiguei- ros de certa proporção, seus vazios deverão ser preenchidos com concreto.

Contrato entre engenheiro e cliente 13

6. LEVANTAMENTO DAS PAREDES

Em alvenaria comum, respeitando o alinhamento, espessuras e vãos reprensentados na planta cons- trutiva. A locação da obra deve ser feita pelo método da tábua corrida, pelos eixos das paredes. a. Com tijolos comuns assentados com argamassa de cal e areia (1:3), mais 100 kg de cimento por metro cúbico, usando areia média (podendo ser levemente suja) e cal hidratada. b. Com vigas sobre portas e janelas: Figura 1.4 – Tipo 1 para vãos de até 1 m. Argamassa de cimento-areia (1:3) 2 Ø 1/4” Figura 1.5 – Tipo 2 para vãos de 1 m até 2 m. 2 Ø 1/4” sem estribos 0,1 m 0,1 m Concreto 1: 2,5 : 4 Tipo 3 para vãos maiores (depende de cálculo). Figura 1.6 – Tipo 4 as vigas deverão ultrapassar a largura do vão pelo menos 0,3 m de cada lado. Verga Vão 0,3 m 0,3 m

14 Prática das pequenas construções

c. Com cinta de amarração no respaldo do telhado (sob os tarugos do forro): Figura 1.7 – Tipo 1 para paredes de um tijolo. Tijolos em espelho 2 Ø 1/4” 0,1 m 0,1 m FIgura 1.8 – Tipo 2 para paredes de meio-tijolo. Argamassa de cimento-areia (1:3) 2 Ø 1/4” d. Sempre que necessário, serão levantados oitões sobre as paredes e sob o telhado para suportar o seu madeiramento. Na planta de telhados, serão indicados esses oitões.

  1. TELHADO a. em madeiramento indicado na planta especial de telhado; b. com carpinteiro contratado por metro quadrado; c. com cobertura de telhas de barro tipo paulista ou canal, de categoria comum; d. com emboçamento feito por telhadista especializado; e. com funilaria em chapa, detalhada na planta de telhados.
  2. FORRO DE ESTUQUE Em toda a casa principal e no quarto de empregada. a. em madeiramento quadriculado com sarrafos de 1” x 4”, na menor dimensão do cômodo, e 1” x 2”, na maior. Reforço com tábua de 1” x 12” no centro da sala; b. com tela de arame galvanizado fio 21, malha de 2 cm; c. com o enchimento da tela, feita por cima (argamassa mista: cal, cimento e areia); d. com o emboço (revestimento grosso) de cal e areia (1:3); e. com reboco (revestimento fino) de areia lavada, grossa e peneirada e nata de cal.

16 Prática das pequenas construções

Figura 1.10 – Tipo 2 em dormitórios e corredor, de peroba. Figura 1.11 – Tipo 3 no quarto de empregada e armários dos dormitórios, de peroba em escama. A colocação dos tacos ficará por conta da empresa fornecedora. O verso dos tacos terá o sistema comum com piche e pedrisco, sem forma especial de fixação, e o assentamento será com argamassa de cimento e areia (1:3). b. ladrilhos de cerâmica

  1. cozinha e copa, ladrilhos sextavados de cerâmica esmaltada e rodapés de ladrilhos 7,5 cm x 15 cm. Pisos de armários, cacos de cerâmica vermelha e rodapé de ladrilhos retangulares 7,5 cm x 15 cm;
  2. terraço de frente, incluindo passagem coberta para automóvel, ladrilhos de cerâmica es- maltada retangulares de 10 cm x 20 cm; junta de 5 mm com cimento preto, rodapé igual aos anteriores;
  3. terraço dos fundos, garagem, WC e lavanderia, cacos vermelhos com 5% de preto e rodapé igual aos anteriores;

Contrato entre engenheiro e cliente 17

  1. todas as soleiras da casa principal e da porta do quarto de empregada, lajotas de cerâmica esmaltada boleadas;
  2. todos os peitoris das janelas (externos), lajotas e cerâmica, boleados com pingadeira. O pei- toril interno da janela da sala será feito com cerâmica esmaltada;
  3. soleiras da garagem, WC e lavanderia, cerâmica boleada. c. granilito Em banheiro e box, cor creme-claro, e rodapés um pouco mais escuros. Tiras de plástico dividin- do o rodapé (tipo hospital) com o piso. O piso do box ficará 1,5 cm abaixo do piso do banheiro. O granilito será aplicado sobre preparação prévia com argamassa de cimento e areia (1:3), de- sempenada e executada por empresa especializada que faça polimento à máquina. d. cimentados externos Com 80 cm de largura em volta de toda a casa e da edícula e 2 passeios ligando o portão à gara- gem, também com 80 cm cada (Figura 1.12). Figura 1. 0,8 m 32 m 12 m Garagem 0,8 m 0,8 m 0,8 m 0,8 m 0,8 m A área em cinza é que será cimentada. Executados sobre preparação de cacos de tijolo apiloado, coberto com argamassa de cimento e areia traço (1:3) com 3 cm de espessura, exceto o percurso do carro do portão à garagem, que será feito com concreto magro e simples, traço 1:3:6, espessura de 8 cm, coberto com cimento e areia (1:3) com 2 cm de espessura. O acabamento será desempenado.

Contrato entre engenheiro e cliente 19

16. HIDRÁULICA

A água será retirada do poço situado no quintal, por meio de bomba de sucção e elevação (centrífu- ga), alimentando dois reservatórios: o primeiro colocado sobre o corredor interno da edificação e o segundo sobre o WC de empregada. Será preparada também entrada pela rua, para a futura rede da concessionária de água (ver distribuição na planta respectiva). A rede de esgotos levará a água servida para a fossa séptica e, a seguir, para a fossa negra, passando pela calçada, onde, por uma curva, ficará preparada a ligação para a futura rede.

  1. ELETRICIDADE E TELEFONE Objeto de planta e descrição à parte. Na planta construtiva, aparecem os pontos de luz com os respec- tivos interruptores e tomadas de corrente. Compreende-se serviço de primeira, isto é, conduítes plásticos e fios plastificados de primeira quali- dade. Carga em cada circuito estipulada pela companhia concessionária (Eletrotal). Para telefone(s), deixar os eletrodutos colocados. No contrato definitivo, será anexada descrição completa desse serviço.
  2. PINTURA Especificações a. nas paredes externas, com caiação simples; b. no forros internos em geral, também com caiação simples; c. nas paredes da cozinha, copa e banheiros, com caiação simples; dormitórios, com tinta à base de látex; sala e terraço, tinta à base de látex sobre base preparada com massa corrida; d. nas esquadrias de madeira externas, com esmalte simples; e. nas esquadrias de ferro (janela e grades de proteção), pintura a óleo comum, antecedida de zarcão; f. nos portões e grades, pintura a óleo comum.
  3. LIMPEZA GERAL a. será efetuada raspagem e enceramento dos tacos; a raspagem será feita com três lixas, havendo calafetação entre a 1ª e 2ª lixas. A seguir, aplicação de resina sintética (sinteko ou outra); b. a limpeza compreenderá azulejos, ladrilhos, vidros, aparelhos sanitários com seus metais e o quintal.

20 Prática das pequenas construções