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Este documento aborda a questão da violência divina no antigo testamento, questionando como a cultura do antigo oriente médio influenciou a percepção de deus na bíblia sagrada. Através de exemplos, o texto ilustra como as guerras e os costumes locais poderiam ser interpretados como a vontade de deus, e como as mudanças sociais levam tempo e respeito. Além disso, o documento aborda a questão dos descendentes de saul sendo punidos por seus pecados, explicando como a consulta a outras fontes além do senhor pode levar a interpretações errôneas.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Fonte: programa Evidências Por que Deus mandou matar? Falar da imagem complacente de Jesus segurando um carneirinho ou abençoando crianças é fácil, ninguém se oporia a isso. Porém, essa não é a única imagem que a bíblia apresenta de Deus. Ela também o descreve como uma divindade a primeira vista sanguinária, déspota e que ordena genocídios sem a menor hesitação. Mesmo no ambiente cristão, parece que muitos religiosos fogem dessa imagem arbitrária de um Deus que mata e manda matar. Mas a bíblia está repleta de textos que descrevem Deus justamente assim, como um esqueleto no armário dos crentes. Por exemplo: “Quando o SENHOR teu Deus te houver introduzido na terra, à qual vais para a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; E o Senhor teu Deus as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas” ( Deuteronômio 7:1,2) E não foi um caso isolado, há outros textos também. O pior de todos os versos aparece em 1º Samuel 15: “Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos”. (1 Samuel 15:3) A pergunta que se faz é: como pode um Deus de amor agir assim? Em 1966 o pisicólogo Jord Tamarim fez uma pesquisa com 1066 crianças com idades variadas entre 8 e 14 anos. Depois de apresentar a história bíblica da destruição de Jericó, ele perguntou: - você acha que Josué e os Israelitas agiram corretamente? Dois terços da crianças disseram que sim. Mas quando Tamarim substituiu o nome de Josué pelo nome do terrível general Leen e o nome de Israel pelo nome do império chinês, apenas 7% das crianças acharam certa a atitude da China em destruir seus oponentes. Parece que quando quem pratica o massacre é Hitler ou os Utus de Ruanda, achamos que aquilo foi um condenado ato de genocídio, mas quando quem pratica são os israelitas, achamos que eles estão cumprindo a vontade de Deus. Talvez por isso muitos cristãos parecem ficar restritos as páginas do novo testamento. Parece que o Deus descrito do Gêneses até Malaquias (o Deus do antigo testamento), é um sujeito que não dá vontade de conhecer. Como podemos responder a essa situação. Será que finalmente os céticos e os ateus tem agora em mãos um discurso que os religiosos não podem honestamente contestar? Para responder é necessário entendermos a cultura no antigo oriente médio, quando o antigo testamento foi escrito. Isso é importante, pois a bíblia sagrada foi dada inicialmente a eles, em sua cultura, língua e costumes. Essas questões culturais não são simples assim. Pessoas leigas em antropologia e etimologia, tendem a julgar a cultura alheia com seus próprios códigos de valores. Nem sempre isso dá certo. Um exemplo: em nossa cultura atual, uma mulher de respeito, não mostra os seios em público, ainda mais se for uma mulher religiosa, mas no Zaire, África, algumas tribos valorizam mulheres que mostrem os seios. Missionários estrangeiros pediram que elas cobrissem os seios pelo menos nas horas do culto, mas não aceitaram por uma razão simples. Naquela etnia as mulheres mostravam seus seios fartos e caídos como honroso símbolo de maternidade e respeito. Em contrapartida as prostitutas eram privadas desse direito, por isso essas eram obrigadas a cobrirem os seios.
No antigo oriente médio muitas vezes as coisas eram decididas com guerras. Havia a estação da colheita, do plantio e da guerra. Tais estações deveriam ser respeitadas. Mas tais situações não significam que Deus aceitaria eternamente tais comportamentos. Devemos lembrar que a bíblia possui relatos históricos, mas que muitas vezes não os endossam (ou apóiam) tais relatos. Mudanças sociais levam tempo e Deus não infringe a cabeça do homem para colocar tais mudanças. Deus respeita o amadurecimento do povo. Não era intenção de Deus que seu povo fosse guerrilheiro, tanto que Abraão não usou força armada, salvo para resgatar seu sobrinho. O gêneses o descreve mais como um comerciante adquirindo terras. Aliás, terras essas que foram confiscadas quando o povo hebreu esteve preso no Egito. As conquistas de Josué, através das batalhas na realidade eram a retomada das terras de seu povo que foram usurpadas. A terra de Canaã para ser recuperada, não seria fácil pois ela estava repleta de grupos hostis que queriam a todo custo matar Israel, varrê-los da face da Terra. Por isso os hebreus foram obrigados a pegar em armas para se defender. Vamos imaginar a seguinte situação: um grupo de traficantes perigosos tomam sua família como refém e ameaçam matá-los de um por um no esconderijo da quadrilha. Você acharia errado que a polícia entrasse armada no local realizasse um cerco e se preciso for, matasse alguns marginais para libertar a sua família e garantir a integridade física deles? Claro que não! Veja o caso da segunda guerra mundial. Todos comemoraram quando foi anunciado que Hitler e seus generais tinha sido mortos pelas forças aliadas. Você imaginou o que teria acontecido com o mundo se o nazismo de Hitler não tivesse sido derrotado? O problema nesses casos, é que a perda de controle é inevitável. Berlim foi bombardeada antes que Hitler fosse morto e muitos inocentes morreram. Por situações como essas foi que Deus não só autorizou como também ordenou Israel guerrear contra alguns povos cuja índole estava abaixo do aceitável. Para se ter uma idéia, entre as práticas comuns de alguns desses povos, como cananeus, que foram destruídos, estavam: o sacrifício de crianças em rituais religiosos, prática de orgias ritualísticas onde as virgens eram violentadas e depois mortas por sacerdotes pagãos para garantir a fertilidade da terra, além desse povo querer eliminar Israel da Terra. O humanista e arqueólogo Whillian Foxwell admitiu certa vez que “as comparações dos objetos de culto e texto mitológico dos Cananeus com os dos egípcios e mesopotâmios levam a uma única conclusão: que a religião cananita era muito mais centrada em sexo e suas manifestações. Em nenhuma outro país foram encontradas tantas figuras de deusas de fertilidade nuas, algumas distintamente obscenas. Em nenhum outro país aparece com tanta força as duas deusas Astarte e Anate, são chamadas de as grandes deusas que concebem mas não dão a luz” É um grave erro imaginar que todas as culturas indistintamente devam ser respeitadas ou preservadas ou que todas elas gozam do mesmo direito de existir sem transmitir qualquer problema para geração futura. Por exemplo: o que você acha daqueles que insistem em perpetuar o nazismo? Ou os costumes tribais de canibalismo ou encolhimento de cabeças? Será que essas culturas servem para o bem da humanidade? Em conflitos armados, baixas de inocentes infelizmente é inevitável. Mas Deus fará justiça, aos que por ventura morreram nos conflitos e não por causa de sua rebeldia, eles terão a oportunidade de receber a vida eterna (Salmos 9:8 e 103:6). Eles serão como mártires do evangelho, que foram mortos mesmo sem terem feito nada para merecerem isso. Claro que isso não significa que a religião tenha o direito de tirar vidas, longe disso. O antigo Israel estava em um contexto e cultura bem distintos se comparados ao nosso. Além do fato deles serem regidos por uma teocracia e nós não. É muito perigoso transferir para mãos humanas o veredito final sobre a vida ou a morte de um indivíduo e mesmo que a prisão ou a execução seja inevitável, não somos nós