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Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Área de concentração: Filologia e Língua Portuguesa. 1. Morfologia Histórica. 2. Sufixo. 3. Aumentativo. I.
Tipologia: Resumos
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Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação de Filologia e Língua Português do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, como requisito para a obtenção do título de Mestre. Orientador : Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro.
São Paulo 2010
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação de Filologia e Língua Português do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, como requisito para a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Filologia e Língua Portuguesa Orientador: Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação de Filologia e Língua Português do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, como requisito para a obtenção do título de Mestre.
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
Aos bons! Não. Aos melhores! À melhor família Aos melhores amigos.
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
A pesquisa que aqui se apresenta trata dos sufixos aumentativos - ão; -aço(a); -uço(a); -arro(a) e -orro(a). Essa investigação pautou-se em aspectos etimológicos, morfológicos e semânticos. Sendo assim, foi possível apontar a origem e delimitar os significados que cada afixo assume em português. Além disso, puderam-se verificar as transformações e o desenvolvimento semântico desses elementos formativos. Para tanto, utilizou-se, como base inicial para o estudo, o Dicionário Houaiss, do qual foram extraídos os vocábulos derivados a partir dos sufixos arrolados acima. A análise diacrônica forneceu indícios do percurso histórico, revelando as influências de algumas línguas românicas. Por isso, em muitos momentos também foi necessário recorrer ao estudo desses formantes lexicais no galego, espanhol, catalão, francês e italiano para esclarecer o trajeto por eles percorrido. Realizou-se ainda uma comparação, no que se refere à função aumentativo-intensiva desses elementos derivacionais. A pesquisa empreendeu também uma análise acerca da produtividade e frequência de uso. A primeira apoiou-se na observação das criações neológicas e a segunda foi estipulada a partir de páginas da internet, escritas em português. Esse procedimento permitiu observar a situação atual dos sufixos em apreço.
Palavras-chave: Morfologia histórica; Derivação sufixal; Sufixos - ão, -aço, -uço, -arro, -orro ; Aumentativos; Polissemia.
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
The research that is here presented is about the augmentatives suffixes - ão; -aço(a); -uço(a); -arro(a) and - orro(a) from Portuguese language. This investigation is based on etymologic al, semantical and morphological aspects. This way, it was possible to point the origin to stablish boundaries for the meanings that each affix holds in Portuguese. In addition, it was also possible to verify the semantical development and transformations of those elements. In order to do that, the Houaiss Dictionary was used as original source of this study, from where words with the suffixes mentioned before could be extracted. The diachronic analysis showed some evidences of the historical pathway and the influence of some Romance languages. Because of that, for many times it was necessary to study those lexical pieces in spanish, catalan, french, italian and galician to clarify the way they have been through. It was also possible to compare them, when talking about the intensive-augmentative function of those derivational elements. Still, the research was an analysis about the productivity and frequency of usage. The first one, the productivity, was based on the observations of neologistical creations and the second one, the frequency, was based on the research on the internet. During this process it was possible to observe the behavior those suffixes have nowadays.
Keywords : Historical Morphology; Suffixal derivation; Suffixes -ão, -aço, -uço, -arro, -orro ; augmentatives; Polissemy.
_________________________________________________________________________________ CONSPECTUS SIGLORUM
DRAG – Diccionario da Real Academia galega^1 DEE – Diccionario eletrónico estraviz^2 DEI – Dicionário etimológico de italiano^3 GDLC – Gran diccionari de la llengua catalana^4 DIEC2 – Diccionari de la llengua catalana (2ª edição) 5 DRAE – Diccionario de La Real Academia española (22ª edição) 6 DCLE – Diccionario clave de la lengua española^7 DRAV – Dicionário da Real Academia de la lengua vasca^8 DALA – Diccionariu de la Academia de la llingua austuriana^9 DHLP – Dicionário Houaiss da língua portuguesa^10 s/d – sem data por. – português spa. – espanhol fre. – francês fro. – francês antigo ita. – italiano cat. – catalão ast. – asturiano lat. – latim pro. – provençal gre. – grego eus. – basco gót. – gótico
(^1) http://www.edu.xunta.es/diccionarios (^2) http://www.agal-gz.org/estraviz/ (^3) http://www.etimo.it/ (^4) http://www.enciclopedia.cat/ (^5) http://dlc.iec.cat/ (^6) http://www.rae.es/rae.html (^7) http://clave.librosvivos.net/ (^8) http://www.euskaltzaindia.net/ (^9) http://www.academiadelallingua.com/diccionariu/index.php (^10) HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. (CD-ROM)
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
LISTA DE GRÁFICOS
Capítulo 2 Gráfico 1 - Frequência de uso em relação ao valor semântico ..................................... 150
Gráfico 2 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico de golpe ....... 152
Gráfico 3 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico aumentativo. 152
Gráfico 4 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico de nomina essendi .......................................................................................................................... 154
Gráfico 5 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico melhorativo 155
Gráfico 6 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico pejorativo ... 155
Gráfico 7 - Faixas de frequência de uso em relação ao valor semântico de coleção.... 156
Capítulo 4 Gráfico 8 - Valores absolutos: número de palavras datadas em cada século com as terminações -ão(s), -ões, -ães ...................................................................................... 245
Gráfico 9 -Valores absolutos: número de palavras datadas em cada século ................ 246
Gráfico 10 - Valores absolutos: número de palavras datadas em cada séculores......... 246
Gráfico 11 - Valores relativos: número de palavras, com as terminações - aço(a)(s) , em cada século, em relação as demais palavras do dicionário ........................................... 247
Gráfico 12 - Valores relativos: número de palavras, com as terminações - arro(a)(s) , em cada século, em relação as demais palavras do dicionário ........................................... 247
Gráfico 13 - Valores relativos: número de palavras, com as terminações - ão(s), -ões, -ães , em cada século, em relação as demais palavras do dicionário ........................... 248
Gráfico 14 - Valores absolutos: número de palavras datadas em cada século com a terminação - orro(a)(s) .................................................................................................. 249
Gráfico 15 - Valores absolutos: número de palavras datadas em cada século com a terminação - uço(a)(s) ................................................................................................... 249
Gráfico 16 - Valores relativos: número de palavras datadas em cada século com a terminação -orro(a)(s) .................................................................................................. 250
Gráfico 17 - Valores relativos: número de palavras datadas em cada século com a terminação - uço(a)(s) ................................................................................................... 250
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________ Quadro 19 - Re-organização dos valores semânticos do sufixo - arro(a) em português ...................................................................................................................................... 218
Quadro 20 - Campos e traços semânticos das palavras terminadas em -arro(a) do português ...................................................................................................................... 218
Quadro 21 - Campos e traços semânticos das palavras terminadas em -arro(a) do português ...................................................................................................................... 221
Quadro 22 - Campos e traços semânticos das palavras terminadas em -orro(a) do português ...................................................................................................................... 222
Quadro 23 - Campos semânticos das palavras terminadas em - arro(a) do espanhol... 226
Quadro 24 - Valores semânticos do sufixo -arro(a) em espanhol ............................... 226
Quadro 25 - Campos semânticos das palavras terminadas em - arro(a) do catalão. .... 228
Quadro 26 - Valores semânticos do sufixo - arro(a) em catalão. ................................. 228
Quadro 27 - Campos semânticos das palavras terminadas em - arro(a) em austuriano. ...................................................................................................................................... 231
Quadro 28 - Valores semânticos do sufixo - arro(a) em asturiano ............................... 231
Quadro 29 - Campos semânticos das palavras terminadas em - arro(a) do galego ...... 233
Quadro 30 - Valores semânticos do sufixo - arro(a) em galego ................................... 233
Capítulo 4
Quadro 31 - Classes gramaticais das bases selecionadas pelo sufixo - uço e das formas derivadas ....................................................................................................................... 240
Quadro 32 - Classes gramaticais das bases selecionadas pelo sufixo -orro e das formas derivadas ....................................................................................................................... 241
Quadro 33 - Classes gramaticais das bases selecionadas pelo sufixo - arro e das formas derivadas ....................................................................................................................... 242
Quadro 34 - Valores semânticos das criações neológicas em - aço. ............................. 257
Quadro 35 - Valores semânticos das criações neológicas em - ão. ............................... 265
perspectiva diacrônica
Figura 1- Desenvolvimento dos valores semânticos do sufixo -ão (-anum) .................. 54
Figura 2 - Desenvolvimento dos valores semânticos do sufixo -ão (-onem) ................. 75
Figura 3 - Proposta de Genealogia do sufixo português -ão ........................................ 113
Figura 4 - Proposta de Genealogia do sufixo -aço ....................................................... 159
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________
A presente investigação situa-se no campo da formação de palavras, setor que tem sido classificado como policêntrico e polidimensional (Rio-Torto, 1998). Isso significa, portanto, que este trabalho não se restringe aos estudos morfológicos, já que se crê em interfaces entre esse nível de análise linguística e os demais, coadunando-se a posturas que concebem a formação de palavras “ como um setor de intersecção de diferentes áreas disciplinares, ou em que aspectos de diversas componentes da gramática confluem ” (1998: 58). Esta pesquisa busca analisar alguns sufixos, responsáveis pela criação de aumentativos, bem como pelo traço de intensidade. Dentre aqueles que possuem esta função, foram selecionados os sufixos - ão, -aço(a), -uço(a), -orro(a) e -arro(a), os quais serão estudados sob uma ótica diacrônica, sem contudo excluir questões sincrônicas pertinentes. As gramáticas normativas do português descrevem os aumentativos e diminutivos como graus do substantivo, do adjetivo e do advérbio^11 , caracterizando-os como flexão dessas classes gramaticais. Já Câmara Jr. (1976: 83) é categórico ao negar tal filiação: “ A expressão de grau não é um processo flexional em português (...)”. Na gramática de Said Ali (1964) os diminutivos e aumentativos são apresentados em diferentes seções. Essas categorias estão presentes no capítulo de lexicologia, o que indica a sua filiação ao campo da flexão, e também voltam a ser abordados na seção de formação de palavras, atitude que aproxima as categorias dimensionais da derivação. Isso vem a confirmar a imprecisão que esse ponto da gramática suscita.
(^11) Essa postura mostra a incoerência das gramáticas portuguesas, uma vez que, sendo o advérbio uma classe gramatical definida como invariável, é no mínimo um contra-senso apresentar e reconhecer que nela há flexão de grau. Na Nova gramática do português contemporâneo , de Celso Cunha e Lindley Cintra (2008), o grau é discutido, no caso dos substantivos e adjetivos, no subitem do subtítulo flexões do substantivo/adjetivo. No caso do advérbio, o grau é tratado no subtítulo graus , indicando uma alteração conceitual em relação às outras classes gramáticas abordadas. Entretanto, encontra-se nessa mesma seção o subitem advérbios que não se flexionam em grau, evidenciando a discrepância entre a definição e a descrição.
perspectiva diacrônica _________________________________________________________________________________ O limite entre derivação e flexão já foi tema de vários estudos e, embora já se tenha discutido vastamente essa questão, desde Varrão (116 a.C. – 26 a.C) com a conhecida oposição derivatio naturalis e derivatio voluntaria, não há ainda um consenso entre os especialistas. Vê-se uma tensão entre a postura adotada pelas gramáticas prescritivas e pelos demais materiais. As gramáticas tradicionais descrevem a categoria de aumentativo como componente de uma das flexões dos substantivos, adjetivos ou advérbios. Autores como Câmara Jr. (1976), Macambira (1978), Zanotto (2001) e Monteiro (2002) preferem descrevê-lo como derivação, já que vêem comportamento bastante distinto da formação dos aumentativos e as desinências flexionais. Há ainda uma terceira via na concepção dessas categorias gramaticais. Bybee (1985: 82) acredita que não haja uma oposição bem marcada entre flexão e derivação. A autora assegura a existência de um continuum entre essas categorias: “(...) derivational morphology is transitional between lexical and inflectional expression ”. Essa postura parece mais condizente com as relações entre esses universos, visto que ao analisar atentamente os critérios utilizados pelos estudiosos para proporem tal separação, vê-se que esses não são totalmente decisórios na definição de cada domínio. Encontra-se, tanto em Câmara Jr. (1976), quanto em Rocha (1998), critérios que apontam para o caráter obrigatório e sistemático da flexão em contraposição ao facultativo da derivação. Câmara Jr. também ressalta que, no caso da derivação, há a criação de um novo vocábulo que acaba por enriquecer o léxico, diferentemente da flexão, a qual se constitui como uma nova expressão de uma mesma palavra. Rocha lembra que a derivação não se prende à natureza da frase, ou seja, não é por ela exigida, ao contrário a flexão que se dobra as exigências da sentença. Os afixos participiais^12 também provocam questionamentos acerca de sua classificação, já que, inegavelmente, são flexões verbais, mas também são usados como sufixos derivacionais na criação de nomina actionis^13 : cadeirada e bolada 1 e nomina quantitatis^14 : cortiçada e criançada. O mesmo ocorre nas formações com os afixos de infinitivo e de gerúndio ( bandejar , mestrando, doutorando etc.).
(^12) Vale lembrar que os particípios eram considerados uma classe independente na gramática latina. Em português, como se sabe, passou a integrar uma das flexões verbais. 13 Nesses exemplos, o valor semântico é o de golpe “ golpe desferido com a cadeira ” e “ golpe com a bola 14 ”. Aqui, o significado selecionado é o de coletivo nos dois casos: “ ajuntamento de folhas ou peças de cortiça ” e “ grupo ou bando de crianças ”