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Guias e Dicas
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Análise da Flora Medicinal em São Luís, Brasil, Resumos de Medicina

Uma pesquisa sobre as plantas medicinais da cidade de são luís, no brasil, suas origens, preferências de consumo e propriedades terapêuticas, bem como a influência colonial europeia e outras culturais neste contexto. A pesquisa foi realizada em 2010 e incluiu a coleta de dados em estabelecimentos comerciais, entrevistas com vendedores de rua, coletores de plantas silvestres e fitoterapeutas, e o mapeamento de três bairros com diferentes estratos socioeconômicos.

O que você vai aprender

  • Quais são as preferências de consumo das plantas medicinais em São Luís?
  • Como a influência colonial europeia e outras culturais afetaram o uso de plantas medicinais em São Luís?
  • Quais as propriedades terapêuticas das plantas medicinais em São Luís?
  • Quais são as principais plantas medicinais encontradas em São Luís, Brasil?
  • Como a pesquisa sobre plantas medicinais foi conduzida em São Luís?

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011
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Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil
Popular medicinal plants from São Luis, Brazil
Isabel Maria Madaleno
Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, Portugal
Resumo: O saber medicinal tradicional é essencial para resolver problemas de saúde e para mitigar dores, nos países da América
Latina. mais de uma década, o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), em Portugal, vem pesquisando espécies
vegetais usadas por cidadãos de baixa renda, assim como por adeptos da fitoterapia. Em 2010, extraiu-se uma amostra na
cidade de São Luís, no Brasil. O principal objetivo do trabalho de campo era o de estabelecer comparações entre os gêneros
usados pelos informantes brasileiros, assim como entre os povos latino-americanos, sob a hipótese de que a sua localização
geográfica e a história da colonização explicavam aplicações terapêuticas similares. Os resultados obtidos confirmaram que
as espécies nativas da América dominam as preferências, para vasta gama de enfermidades crônicas e problemas de saúde.
Palavras-chave: Plantas medicinais. São Luís. Maranhão.
Abstract: Traditional medicinal knowledge is essential to mitigate pains and solve health problems in Latin American countries. For
over a decade, the Portuguese Tropical Research Institute has been researching the vegetable species used both by low-
income urbanites as by plant-therapy believers. A sample has been obtained in São Luis, State of Maranhão, Brazil, during
the year 2010. The main aim of the fieldwork was to establish comparisons between the popular genus used by the Brazilian
respondents, and by Latin American informants, under the hypothesis that their location and their colonization history explain
similar therapies. Results have confirmed that Native American species dominate the ranking of preferences for a wide range
of chronic diseases and health afflictions.
Keywords: Medicinal plant species. São Luis. Maranhão.
MADALENO, Isabel Maria. Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas,
v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011.
Autor para correspondência: Isabel Maria Madaleno. Instituto de Investigação Científica Tropical. Rua António Galvão, 2-1ºB. Oeiras, Portugal
(Isabel-madaleno@clix.pt).
Recebido em 11/01/2011
Aprovado em 15/08/2011
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Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

Popular medicinal plants from São Luis, Brazil

Isabel Maria Madaleno

Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, Portugal

Resumo: O saber medicinal tradicional é essencial para resolver problemas de saúde e para mitigar dores, nos países da América Latina. Há mais de uma década, o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), em Portugal, vem pesquisando espécies vegetais usadas por cidadãos de baixa renda, assim como por adeptos da fitoterapia. Em 2010, extraiu-se uma amostra na cidade de São Luís, no Brasil. O principal objetivo do trabalho de campo era o de estabelecer comparações entre os gêneros usados pelos informantes brasileiros, assim como entre os povos latino-americanos, sob a hipótese de que a sua localização geográfica e a história da colonização explicavam aplicações terapêuticas similares. Os resultados obtidos confirmaram que as espécies nativas da América dominam as preferências, para vasta gama de enfermidades crônicas e problemas de saúde.

Palavras-chave: Plantas medicinais. São Luís. Maranhão.

Abstract: Traditional medicinal knowledge is essential to mitigate pains and solve health problems in Latin American countries. For over a decade, the Portuguese Tropical Research Institute has been researching the vegetable species used both by low- income urbanites as by plant-therapy believers. A sample has been obtained in São Luis, State of Maranhão, Brazil, during the year 2010. The main aim of the fieldwork was to establish comparisons between the popular genus used by the Brazilian respondents, and by Latin American informants, under the hypothesis that their location and their colonization history explain similar therapies. Results have confirmed that Native American species dominate the ranking of preferences for a wide range of chronic diseases and health afflictions.

Keywords: Medicinal plant species. São Luis. Maranhão.

MADALENO, Isabel Maria. Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas , v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011. Autor para correspondência: Isabel Maria Madaleno. Instituto de Investigação Científica Tropical. Rua António Galvão, 2-1ºB. Oeiras, Portugal (Isabel-madaleno@clix.pt). Recebido em 11/01/ Aprovado em 15/08/

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

A MEdiCinA PoPuLAR

No advento do terceiro milênio, cerca de ¾ da população

mundial dependem ainda dos poderes curativos das plantas.

As terapias convencionais da medicina moderna, comuns

às culturas ocidentais, continuam a utilizar ingredientes de

fontes naturais no fabrico dos medicamentos prescritos para

as mais variadas afecções e problemas de saúde (WHO,

2009; Hoad, 1999). A fitoterapia busca restabelecer o

equilíbrio físico e emocional do ser humano, num processo

holístico de integração que implica mudança nos estilos

de vida e de relação com o planeta e demais seres que o

habitam, que transcende o mero tratamento de sintomas

da medicina alopática (Hoffmann, 1990).

A medicina tradicional com recurso a plantas com

poderes terapêuticos tem vindo a cativar cada vez mais

adeptos, em particular no caso de indisposições passageiras

ou afecções de menor gravidade, pelo que alguns autores

vêm enfatizando ser crescente o risco de se perder

diversidade genética, que, em alguns ecossistemas, poderá

mesmo redundar na extinção de certas espécies de maior

demanda (Hoareau e Silva, 1999).

Há mais de uma década, pesquisamos as plantas

medicinais usadas pelos residentes em cidades da

América Latina (Madaleno, 2002, 2010a). As espécies

mais popularmente cultivadas nos quintais, nos jardins

públicos e parques, nas chácaras, em vasos nos terraços,

nos fundos das casas das populações mais carentes, as

mudas adquiridas por sugestão de amigos, de curandeiros,

assim como as plantas colhidas na berma dos caminhos,

nos lotes urbanos desocupados, tanto quanto as ervas e

cascas compradas em mercados e feiras, nas ervanárias,

constituem um rico repositório de saberes tradicionais,

usado para mitigar dores e doenças crônicas.

A maioria dos artigos publicados sobre a medicina

popular enfoca uma espécie, ou um número reduzido

de taxa , cuja identificação botânica é estabelecida ou

cujas virtudes curativas são testadas laboratorialmente

(Martínez, 2007; Gonzáles et al. , 2007a, 2007b; Njafian

et al. , 2009; Pollard e Paton, 2009). Muito raros são os

trabalhos que elegem uma cidade ou região metropolitana

como escala adequada para a pesquisa das plantas

medicinais mais consumidas, sendo mais frequentes os

que se referem ao estudo de uma província (Barboza

et al. , 2007). Quando a pesquisa toma cariz geográfico,

normalmente registra as plantas nativas de uma região

extensa (van den Berg, 1993; Rêgo, 2008; Simões et al. ,

1995), ou mesmo de um país (Treviño, 2000; Ochoa e

Alonso, 1996; Navas, 2007). As obras mais universais

tomam a forma de manuais acessíveis aos pares botânicos,

agrônomos, farmacêuticos, médicos (WHO, 1999, 2002,

2007, 2009) ou então de livros destinados ao público em

geral, crente nos poderes curativos da natureza (Bone,

2007; Soares, 2008; Botelho, 2011). A originalidade da

pesquisa vertente está não apenas na escala geográfica

selecionada, como na ênfase dada às espécies cultivadas,

secundarizando as plantas silvestres, pelo bem da

preservação das florestas remanescentes.

Os preparados divulgados são exóticos ou simples, uns

têm raízes indígenas, outros foram importados juntamente

com vagas de imigrantes de variada procedência, incluindo

plantas ou tradições sobre o uso de espécies vegetais

introduzidas por escravos africanos (Vieira, 1992; Treviño,

2000; Aitken, 2008; Madaleno, 2010b). Nem todos os

entrevistados são adeptos da fitoterapia em exclusividade,

muito menos naturalistas, mas por serem conhecidos

os efeitos secundários das drogas administradas pela

medicina alopática, é crescente o interesse dos cidadãos

em geral, inclusive os mais esclarecidos e de melhor nível

socioeconômico, pela medicina natural e, particularmente,

pela cura com plantas (Martins, 1989; Madaleno, 2006a).

No Brasil, um dos países que vimos pesquisando,

as plantas medicinais fazem parte do arsenal terapêutico

familiar (Soares, 2008) e são tão numerosas como

imaginativas as receitas caseiras, bebidas em fontes escritas

ou transmitidas pela tradição oral. Quase sempre resultam

de conhecimentos empíricos sobre espécies vegetais,

acumulados por diversos grupos étnicos ao longo do

tempo (Simões et al. , 1995).

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

de pesquisar as espécies vegetais comestíveis e medicinais

cultivadas nos quintais e lotes periurbanos (Madaleno,

2000, 2001). No ano de 2002, alargou-se o âmbito

geográfico da pesquisa ao Chile, onde uma equipe luso-

chilena desenvolveu missões científicas, versando diversas

temáticas, no período compreendido entre 2002 e 2006,

em Santiago, no território dos índios Aymara do Norte e

na ilha da Páscoa (Madaleno e Gurovich, 2004; Madaleno,

2006b, 2007a, 2007b, 2007c).

O México foi alvo de pesquisa em 2004 e 2006,

introduzindo-se novas categorias de informantes que

fizeram escola nas missões seguintes, constituídas por

coletores e vendedores de ervas, inovação em muito

estimulada pela exploração do mercado de Sonora, na

Cidade do México, e beneficiada pelo acesso ao magnífico

Herbário Nacional da Universidade Autônoma do México

(UNAM). O ano 2006 marca, ainda, a realização de

uma missão científica ao Peru, que vem completar as

observações feitas no setentrião chileno e na Bolívia,

em 2003 e 2004, já que os índios Aymara residem em

extenso território comum a estes países sul-americanos

(Madaleno, 2006a, 2007c).

Após curto interregno, San José da Costa Rica e

Havana, Cuba, juntar-se-ão ao rol de regiões metropolitanas

onde se recolheram testemunhos sobre a fitoterapia

latino-americana, discutidos com os nossos pares em foros

científicos especializados (Madaleno, 2009, 2010b). Em

2010, buscamos elucidar nossas dúvidas sobre as espécies

da flora medicinal oriundas do Pacífico, com a exploração das

ilhas Fiji e Tuvalu (Madaleno, 2011) e realizamos uma missão

em São Luís do Maranhão, que pretendia dar continuidade

às observações feitas em Belém, em 1998 e 2005, e em

Santarém, no Pará, em 2006 e 2007 (Madaleno, 2008).

A metodologia de trabalho constou de amostra

espacial realizada entre agricultores urbanos, entendidos

como citadinos que cultivam espécies frutícolas, ervas e

arbustos comestíveis e de utilidade terapêutica na capital

maranhense. Foram noventa testemunhos (90), recolhidos

em três bairros – Ponta d’Areia (30), Renascença (43),

Calhau (17) – em novembro e dezembro de 2010,

seguindo metodologias qualitativas (Lessard-Hébert et al. ,

1994; Berg, 2007).

Extraiu-se também, concomitantemente, uma

amostra intencional e casuística entre oito (8) comerciantes

formais e informais dos mercados, das feiras e ervanárias,

compilando, juntamente com a botânica médica, as

prescrições e o receituário recomendado. A técnica

utilizada foi a da entrevista semi-estruturada, com recurso

ao registro de imagens fotográficas das espécies fitoterápicas

e dos locais onde se recolheram testemunhos, tendo-

se recorrido a gravações de vídeo em entrevistas mais

detalhadas, como foi o caso de um coletor de ervas e

fitoterapeuta, categoria que contém dois informantes (2),

totalizando uma centena de testemunhos, cuja composição

etária está expressa na Tabela 1.

Classes etárias

Número de homens

Número de mulheres Total

Menos de 20 anos

21 - 25 anos 3 2 5 26 - 30 anos 3 6 9 31 - 35 anos 2 6 8 36 - 40 anos 2 10 12 41 - 45 anos 1 6 7 46 - 50 anos 2 5 7 51 - 55 anos 3 5 8 56 - 60 anos 2 8 10 61 - 65 anos 3 6 9 66 - 70 anos 0 9 9 71 - 75 anos 0 5 5 76 - 80 anos 2 2 4 81 - 85 anos 0 5 5 86 - 90 anos 0 1 1

Número total de testemunhos

Tabela 1. Idade dos inquiridos e entrevistados em São Luís, Maranhão. Fonte: Madaleno (2010).

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011

Embora a classe etária dominante se situe entre

36-40 anos, cerca de metade dos entrevistados tinha

mais de 55 anos de idade e 24% acima de 65 anos.

Acresce que as informantes femininas correspondem

a mais de 2/3 da amostra. Essa ocorrência é comum a

outras amostragens extraídas em grandes cidades latino-

americanas, onde as senhoras mais idosas estavam não

só mais disponíveis para responder às questões que lhes

propusemos, como eram definitivamente as detentoras

do saber, mais interessadas em divulgar a sua experiência

no uso da flora medicinal para as mais variadas aplicações

terapêuticas, em benefício da família.

RESuLtAdoS

A identificação botânica das espécies foi feita por meio

da observação e comparação das plantas dos quintais,

de viveiros e dos mercados. A consulta de obras sobre a

flora brasileira, em especial da Amazônia, como “Plantas

medicinais na Amazônia”, de Maria Elisabeth van den Berg

(1993), e do Maranhão, como “Fitogeografia das plantas

medicinais no Maranhão”, de Terezinha de Jesus Almeida

Silva Rêgo (2008), foi basilar para esta etapa da pesquisa.

Oferecemos exsicatas e porções de plantas embaladas

e comercializadas ao grupo de trabalho da professora

doutora Terezinha Rêgo.

Não obstante, cinco espécies observadas nos quintais

ou encontradas nos mercados eram desconhecidas dos

botânicos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA),

não existindo exemplares herborizados no Herbário Ático

Seabra, com os quais pudéssemos comparar.

O primeiro resultado da amostra efetuada à

produção, à venda e ao consumo de espécies vegetais

medicinais foi o de que a espécie mais abundante nos

quintais, viveiros e mercados é nativa da América,

facilmente consumida em infusão e bastante eclética (vide

Tabela 2). Cerca de 41% dos entrevistados nomearam

a erva-cidreira-de-arbusto ( Lippia alba ) como espécie

preferida como analgésico e calmante, utilizada também

como antipirético e para reduzir a pressão arterial.

A planta americana tomou a designação da espécie

europeia, Melissa officinalis , uma Labiatae, mas se trata

de Verbenaceae autóctone. Curiosamente, tanto a erva-

cidreira como o capim-limão, que se segue nas preferências

dos maranhenses (com 25% dos registros), ocupavam o

lugar cimeiro no ranking das espécies de uso exclusivamente

terapêutico nas amostragens realizadas em Belém do Pará

(Madaleno, 2002, 2010a), onde se efetuaram inquéritos e

entrevistas com 570 informantes. O percentual foi inferior

ao de São Luís do Maranhão (30% para Lippia alba contra

20% de Cymbopogon citratus ), uma vez que duas espécies

frutícolas, com dupla função, nutracêuticos, se destacavam

nos quintais da capital paraense (açaizeiro, com 40%, e

goiabeira, com 35%). Devido ao caráter endêmico da

espécie Euterpe oleracea (Rodrigues, 1989; van den Berg,

1993; Cavalcante, 1996), não se encontra esta Arecaceae

na cidade de São Luís, enquanto a Psidium guajava foi

registrada em apenas quatro quintais.

Como segundo resultado, destaco, entre as árvores

de fruto do Maranhão com poderes curativos, o noni

( Morinda citrifolia ), uma espécie originária das ilhas do

Pacífico, que constitui um verdadeiro ‘modismo’ na cidade

do estudo vertente, partilhada entre amigos e parentes

e muito procurada nos viveiros pelos proprietários de

casas com jardim. O fruto é considerado como o melhor

preventivo do câncer, mas as recomendações bebidas em

fontes escritas são bem variadas. Contrariamente às ilhas

Tuvalu (Pacífico Sul), pesquisadas em fevereiro de 2010, em

São Luís não se usa a folha, que é poderoso antisséptico.

Se os calmantes naturais são os preferidos, as plantas

digestivas e hepáticas seguem-se no ranking das mais

consumidas. Há três variedades de boldo cultivadas nos

quintais e jardins de São Luís, outra originalidade desta

pesquisa, genericamente e impropriamente designados

boldo-do-Chile. Assim, como terceiro resultado assinalável,

encontrei duas espécies de Plectranthus (plantas rasteiras

de origem provavelmente africana), com dezessete

ocorrências, e o arbusto Vernonia condensata , com

dezesseis registros. Os falsos boldos são utilizados contra

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011

Nome vernáculo Nome científico (gênero e espécie) Família Aplicação terapêutica

Lima Citrus aurantiifolia (Christm.) Swingle Rutaceae Anti-inflamatório, calmante

Jatobá Hymenaea courbaril L. Fabaceae Problemas urinários e na próstata, anemias, câncer

Girassol Helianthus annuus L. Compositae Derrame

Mangabeira Hancornia speciosa Gomes Apocynaceae Anti-inflamatório, regula a pressão arterial e o colesterol, diabetes

Erva-cidreira europeia Melissa officinalis L. Labiatae Calmante

Cajueiro Anacardium occidentale L. Anacardiaceae

Analgésico (dor de garganta, usado em gargarejos)

Catuaba Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld & J.F.Souza Bignoniaceae Tônico, afrodisíaco, sistema nervoso

Mamoeiro Carica papaya L. Caricaceae Antidiarreico, indigestão Maxixe Cucumis sativus e C. anguria L. Cucurbitaceae Diabetes, gota (regula o ácido úrico) Camapu Physalis angulata L. Solanaceae Hepático, gota (regula o ácido úrico) Cravo-de-defunto Tagetes minuta L. Compositae Dores reumáticas

Nanusca ou noz-moscada Myristica bicuhyba Schott ex Spreng. Myristicaceae Congestão cerebral, ovários

Vinagreira Hibiscus sabdariffa L. Malvaceae Febrífuga, bactericida

Cipó-de-tracoá Philodendron imbe Schott ex Endl. Araceae Banho contra o reumatismo e dores articulares

Quebra-pedra Phyllanthus niruri L. Euphorbiaceae Contra a pedra nos rins

Piqui ou pequi Caryocar brasiliense Cambess. Caryocaraceae Pneumonia, bronquite (noz), reumatismo, queda de cabelo (óleo)

Araticum-do-brejo ou jacama Annona glabra L. Annonaceae Diabetes Enxuga ou inxuga Vernonia filantus Scherb Asteraceae Inflamação nos ovários Copaíba Copaifera reticulata Ducke Fabaceae Anti-inflamatório, dores de garganta

Uxi-amarelo Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.

Icacinaceae (Humiriaceae)

Mioma, quistos, câncer, sistema imunológico (SIDA)

Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Bignoniaceae Anticâncer, próstata, anti-inflamatório (casca)

Joá ou juá Ziziphus joazeiro Mart. Rhamnaceae Elimina a caspa, contra a queda de cabelo

Sucuúba

Himatanthus sucuuba (Spruce ex. Mull. Arg.) Woodson Apocynaceae Úlceras gástricas, tumores (látex)

Cordão-de-são-francisco ou de frade Leonotis nepetifolia (L.) R.Br. Labiatae (Lamiaceae)

Contra a pedra nos rins, artrite e dores articulares

Tabela 2. (Continua)

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

Nome vernáculo Nome científico (gênero e espécie) Família Aplicação terapêutica

Bálsamo santo Myroxylon balsamum (L.) Harms Fabaceae Cataratas, afecções da visão

Jalapa ou batata-de-purga Ipomoea purga (Wender.) Hayne Convolvulaceae Derrame, anticonceptivo

Picão-preto Bidens pilosa L. Compositae Hepático Malva-do-reino Malva sylvestris L. Malvaceae Gripe, analgésico Algodão Gossypium herbaceum L. Malvaceae Anti-inflamatório Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae Queda de cabelo Coentro-do-maranhão Eryngium foetidum L. Umbelliferae Afrodisíaco, labirintite

Pussuri ou pixuri Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm. Lauraceae Congestão cerebral

Moleque-seco??

Afrodisíaco, diurético, favorece a circulação sanguínea, hipoglicémico, estimulante

Mostarda-negra Brassica nigra (L.) W.D.J. Koch Cruciferae (Brassicaceae)

Congestão cerebral

Melancia Citrullus vulgaris Schrad. ex Eckl. & Zeyh. Cucurbitaceae Congestão cerebral (semente)

Gergelim-preto Sesamum indicum L. Pedaliaceae Congestão cerebral Abóbora ou jerimum Cucurbita pepo L. Cucurbitaceae Congestão cerebral (semente)

Coronha Dioclea violacea Mart. ex Benth. Fabaceae Congestão cerebral (vagem)

Olho-de-boi Dioclea wilsonii Standl. Fabaceae Quistos, antitumoral Trevo-verde Tricorea jasminiflora Engl. Fabaceae Dor de ouvidos Anador Plectranthus barbatus Andrews Labiatae Analgésico

Coramina Pedilanthus tithymaloides (L.) Poit. Euphorbiaceae Coração, problemas circulatórios

Infectrin?? Dor de barriga, gripe Quina Quassia amara L. Simaroubaceae Ovários Cajuí Anacardium tenuifolium Ducke Anacardiaceae Anti-inflamatório Insulina ou cipó-pucá Cissus sicyoides L. Vitaceae Diabetes Vick Mentha spicata L. Labiatae Analgésico, antigripal

Imburana Torresea cearensis Allemão Fabaceae Analgésico, sinusite (inalação), tempero de cachaça

Espinheira-santa Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek Celastraceae Gastrite, câncer

Açoita-cavalo Luehea speciosa Willd. Tiliaceae Afecções nos rins e na próstata

Tabela 2. (Continua)

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

Nome vernáculo Nome científico (gênero e espécie) Família Aplicação terapêutica

Sucupira Bowdichia nitida Spruce ex. Benth. Fabaceae Anti-inflamatório (garganta)

Abacaxi Ananas comosus (L.) Merr. Bromeliaceae Pedra nos rins (suco do fruto)

Tomate Physalis ixocarpa Brot. ex Hornem. Solanaceae Anemia (suco do fruto)

Coco Cocos nucifera L. Palmae (Arecaceae)

Hepático, problemas de ovários (entrecasca)

Cataplã?? Anti-inflamatório Pau-de-índio?? Anti-inflamatório

Tabela 2. (Conclusão)

enjoos, vômitos e afecções hepáticas, mas apenas quatro

arbustos observados eram efetivamente da espécie chilena

Peumus boldus , que encontramos em tempos pretéritos,

tanto em Belém do Pará como em Santiago do Chile e no

Jardim Botânico da Cidade do México.

A babosa, com quinze registros, é outra planta

da flora medicinal universal encontrada nos quintais

maranhenses. Originária da África, encontra-se entre as

dez espécies mais consumidas em todas as metrópoles

da América Latina pesquisadas, com menor expressão

em Santiago do Chile, onde as plantas do Velho

Mundo, europeias (quase sempre aromáticas) e asiáticas

(sobretudo citrinos, mas também especiarias), dominam

o ranking dos consumos.

Esta afirmação conduz-nos ao quarto resultado da

amostra de São Luís: na capital maranhense, predominam

as espécies nativas da América, em especial as da América

do Sul, sobre as introduzidas de outras procedências.

Espécies autóctones, como o piqui ( Caryocar brasiliense ),

a copaíba ( Copaifera reticulata ), a andiroba ( Carapa

guianensis ), a imburana ( Amburana cearensis ), a espinheira-

santa ( Maytenus ilicifolia ) e a casca-do-maranhão ( Aniba

canelilla ) vendem-se profusamente nos mercados e

nas ervanárias, enquanto a penicilina e o pau-pelado

( Alternanthera brasiliana e Euphorbia brasiliensis ) se cultivam

nos quintais, sendo o seu uso muito popular.

EtnoBotâniCA dA AMéRiCA LAtinA

O estudo desenvolvido em São Luís do Maranhão

integra-se numa abordagem comparativa das espécies

de uso curativo mais consumidas num espaço

geográfico dotado de identidade cultural e história de

colonização europeia comum, pelo fato de haver sido

povoada pelos dois povos ibéricos: os portugueses e

os espanhóis. A Tabela 3 apresenta a origem de todas

as plantas pesquisadas até o presente em sete regiões

metropolitanas da América Latina: Belém e São Luís,

no Brasil; Santiago, no Chile; Lima, no Peru; Cidade

do México, Puebla e Cuernavaca, na grande metrópole

centro-mexicana; Havana, Cuba; e San José, na Costa

Rica. Presidente Prudente, situada no estado brasileiro

de São Paulo, cidade de escassa dimensão humana,

foi desestimada, por não se enquadrar na categoria de

região metropolitana.

Como se conclui, as espécies registradas são

majoritariamente nativas do continente americano, a que se

podem juntar as não identificadas, por serem desconhecidas

dos botânicos dos países em apreço. Presumimos, no

entanto, que sejam também nativas. Seguem-se de perto

as plantas europeias e as asiáticas. As espécies vegetais

europeias são quase sempre oriundas da zona climática

temperada mediterrânica, levadas para o espaço latino-

americano por colonos portugueses e espanhóis.

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 2, p. 273-286, maio-ago. 2011

Origem Número de espécies

Americana 280 59, Europeia 58 12, Asiática 54 11, Africana 10 2, Pacífica 4 0, Australiana 7 1, Universal 11 2, Desconhecida 46 9,

TOTAL 470 100

Tabela 3. Origem das espécies de uso terapêutico pesquisadas na América Latina. Fonte: Madaleno (1998-2010).

Em São Luís, temos exemplos paradigmáticos de

plantas europeias, como a Melissa officinalis , Rosmarinus

officinalis e Ocimum basilicum. O percentual de espécies

europeias é de 11,9%. Quanto às asiáticas, sublinho a

ocorrência da Punica granatum , que exemplifica bem

o processo de importação de plantas encontradas nos

quintais das cidades latino-americanas, já que, juntamente

com vasta gama de frutícolas, como a laranja, a lima e

o limão, e especiarias, como o gergelim ou o cravinho-

da-índia, foram introduzidas no Brasil pelas rotas lusas,

ou seja, primeiro expandiram-se por Portugal e dali para

a América do Sul.

No respeitante às sete regiões metropolitanas

estudadas, foram registradas 470 espécies botânicas,

correspondentes às preferências anotadas durante

os processos de amostragem realizados. Um relato

circunstanciado foi elaborado sob a forma de manual

destinado ao grande público e encontra-se em fase de

edição. Sintetiza-se, em seguida, em jeito de exemplificação

da pesquisa produzida durante mais de uma década, a

classificação das plantas medicinais estudadas, usando

a metodologia adotada por Joy ( et al. , 1998), da Kerala

Agriculture University da Índia.

1. Partes de plantas usadas:

i) Toda a planta: Solanum americanum ; Plantago major ;

Urtica dioica ; Melissa officinalis.

ii) Raiz: Uncaria tomentosa ; Bauhinia forficata ; B.

nitida ; B. divaricata ; Taraxacum officinale.

iii) Talos: Casimiroa edulis ; Psidium guajava.

iv) Cascas: Uncaria tomentosa ; Bauhinia nitida ; B.

forficata ; B. divaricata ; Psidium guajava.

v) Folhas: Psidium guajava ; Taraxacum officinale ; Lippia

alba ; Uncaria tomentosa ; Bauhinia nitida ; B.

forficata ; B. divaricata ; Jatropha gossypiifolia ;

Petiveria alliacea ; Bryophyllum calycinum ; Persea

americana ; Costus spicatus ; Casimiroa edulis.

vi) Flores: Bauhinia nitida ; B. forficata ; B. divaricata ;

Psidium guajava.

vii) Frutos: Persea americana ; Psidium guajava ;

Casimiroa edulis.

viii) Sementes: Casimiroa edulis.

ix) Visco: Aloe vera ; Bryophyllum calycinum.

2. Valor terapêutico divulgado pelos informantes:

a) Antirreumático: Lippia alba (Belém, São Luís,

Lima, San José, Havana); Solanum americanum

(Cidade do México, San José, Lima, Havana).

b) Antitumoral: Plantago major (Cidade do México,

Lima, Santiago, San José, Belém); Uncaria

tomentosa (Lima, Belém, São Luís, Santiago,

Cidade do México, San José, Havana).

c) Antidiabetes: Bauhinia nitida ; B. forficata ; B. divaricata

(São Luís, Belém, Santiago, Cidade do México,

Lima, San José); Jatropha gossypiifolia (Belém,

São Luís, Cidade do México, Lima, San José).

d) Anti-inflamatório: Petiveria alliacea (Belém, Cidade

do México, Lima, Havana, San José); Urtica

dioica (Belém, Santiago, Cidade do México,

Lima, Havana, San José).

e) Antiviral: Melissa officinalis (Santiago, Lima, Belém,

São Luís, Havana, Cidade do México, San

José); Aloe vera (São Luís, Belém, Havana,

San José, Cidade do México, Lima, Santiago).

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