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Plano de intervenção para prevenir Hipertensão e doenças cardiovasculares, Notas de aula de Metodologia

Este estudo propõe um plano de intervenção para a diminuição e prevenção da hipertensão arterial sistêmica (has) e das doenças cardiovasculares no âmbito da unidade estratégia saúde da família (esf) no município de resende costa, brasil. O plano é baseado em um diagnóstico situacional de saúde do município, que identificou os principais problemas de saúde e fatores de risco que afetam a população. O objetivo é melhorar a qualidade da assistência aos portadores de has, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA
LAZARO ENRIQUE ALVARADO ARZUAGA
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA A DIMINUIÇÃO E PREVENÇÃO DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMILIA ELO SAUDÁVEL DE RESENDE COSTA MG
JUIZ DE FORAMG
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

LAZARO ENRIQUE ALVARADO ARZUAGA

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA A DIMINUIÇÃO E PREVENÇÃO DE

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMILIA ELO SAUDÁVEL DE RESENDE COSTA – MG

JUIZ DE FORA – MG

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

LAZARO ENRIQUE ALVARADO ARZUAGA

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA A DIMINUIÇÃO E PREVENÇÃO DE

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMILIA ELO SAUDÁVEL DE RESENDE COSTA – MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização Estratégia Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora : Profa. Ms. Alcione Bastos Rodrigues

JUIZ DE FORA – MG

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo propor um plano de intervenção para a diminuição e prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), bem como das doenças cardiovasculares dela decorrentes, no âmbito de abrangência da unidade Estratégia Saúde da Família (ESF) Elo Saudável, do município de Resende Costa – MG. O diagnóstico situacional de saúde do município possibilitou a identificação dos principais problemas de saúde e fatores de risco que afetam a população e estabelecer prioridades dos problemas identificados, bem como elaborar um programa de ação para dar solução aos problemas detectados. A elaboração do plano de intervenção baseou-se no Planejamento e Avaliação das Ações em Saúde (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010). Foram utilizados registros escritos ou presentes nos bancos de dados do município (SIAB, SAI, DATASUS); e observação ativa do pesquisador. Como metodologia norteadora da elaboração do plano de intervenção foi utilizado o método de Planejamento Estratégico Situacional abordado, na Unidade Didática I, no Módulo de Planejamento e Avaliação das Ações em Saúde do Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família.

Palavras chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Doenças cardiovasculares e isquêmicas. Combate e prevenção de HAS.

ABSTRACT

The present study aimed to propose an action plan for the reduction and preventing systemic hypertension (SH), as well as cardiovascular disease derived therefrom within scope of the unity the Family Health Strategy (ESF) Elo Saudável, the municipality Resende Costa - MG. The situational diagnosis the of municipal health enabled the identification of the main health problems and risk factors that affect the population and prioritize the identified problems and to develop a program of action to solve the problems detected. The preparation of the action plan was based on the Planning and Evaluation of Health Actions (FIELDS; FARIA; SANTOS, 2010), They used written records or present in municipal databases (SIAB, SAI, DATASUS); and active observation of the researcher. As guiding methodology of drawing up the action plan we used the Situational Strategic Planning method discussed in Teaching Unit I, the module Planning and Evaluation of the Shares in the Specialization Course Health in the Family Health Strategy.

Keywords: Hypertension. Cardiovascular and ischemic diseases. Fighting and prevention of SAH.

SUMARIO

  • 1 INTRODUÇAO
  • 1.1 Contextualização do município
  • 1.2 Diagnóstico situacional da saúde do município
  • 2 JUSTIFICATIVA
  • 3 OBJETIVOS
  • 3.1 Objetivo geral
  • 3.2 Objetivos específicos
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISÃO DE LITERATURA
  • 6 PLANO DE INTEVERÇÃO
  • 6.1 Primeiro Passo: Identificação dos problemas
  • 6.2 Segundo Passo: Priorização dos problemas
  • 6.3 Terceiro Passo: Descrição do problema
  • 6.4 Quarto Passo: Explicação do problema
  • 6.5 Quinto Passo: Identificação dos nós críticos
  • 6.6 Sexto Passo: Desenho das operações
  • 6.7 Sétimo Passo: Identificação dos recursos críticos
  • 6.8 Oitavo Passo: Análise da viabilidade do plano de intervenção
  • 6.9 Nono Passo: Elaboração do plano operativo
  • 7 CONSIDERAÇOES FINAIS
  • REFERÊNCIAS

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Van Eyken e Moraes (2009), atualmente mais de 80% dos casos de morte por doenças cardiovasculares estão associados a vários fatores, dentre eles, os de impacto independente e os modificáveis. Dentre os modificáveis, estão o diabetes mellitus, a obesidade, a inatividade física, o uso do tabaco, a hiperlipidemia e, especialmente a hipertensão arterial, que é considerada a causa mais importante nas doenças cardiovasculares e isquêmicas. Para Nascimento (2011, p. 4): “Pacientes com esta patologia crônica padecem ainda com outras doenças agudas que aparecem no decorrer das suas vidas, a chamada dupla carga de doenças [...]”, o que faz com que a ocorrência de morbilidade seja considerada grande nesse grupo. No território adscrito da Estratégia Saúde da Família (ESF) Elo Saudável, percebe-se claramente esta mesma realidade, onde mais dos 50% dos pacientes hipertensos cadastrados possuem alto risco para doenças cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010), existe no Brasil uma alta incidência de portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), sendo considerado um grave problema de saúde pública, e um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Com o desenvolvimento deste trabalho, esperam-se melhorias na qualidade da assistência com ações resolutivas e pertinentes aos portadores de HAS atendidos pela equipe da unidade ESF Elo Saudável, o que acarretará em melhoras na qualidade de vida dos pacientes.

1.1 Contextualização do município

O município de Resende Costa, localiza-se na Mesorregião do Campo das Vertentes, e distancia-se da capital do Estado de Minas Gerais – Belo Horizonte –, cerca de 186 km. Com 1.026 metros de altitude, situa-se 27km a Norte-Leste de São João Del Rei, um dos três mais importantes municípios da mesorregião. Oliveira, Ritápolis, Lagoa Dourada, Passa Tempo e Coronel Xavier Chaves são alguns dos municípios limítrofes.

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40 – 59 anos 1559 476 2035 60 e + 986 608 1594 Total 7341 3577 10918 Fonte: IBGE, 2014 – Mapa indicadores população.

1. 2 Diagnóstico situacional da saúde do município

O município de Resende Costa dista cerca de 36 km de São João Del Rei, que é o município referência para o atendimento de média e alta complexidade na saúde; a rede de atendimento à saúde da população é composta pela Secretaria Municipal de Saúde, 1 (um) hospital, 1 (uma) unidade Estratégia Saúde da Família (ESF) na região central da sede do município e 5 (cinco) centros de saúde localizados nos bairros rurais de Curralinhos dos Paula, Jacarandiras, Cajurú, Ribeirão de Santo Antônio e dos Pintos; 1 (um) consultório odontológico na Escola Estadual Assis Resende, um centro de fisioterapia, 1 (uma) Unidade Básica de Suporte SAMU e 2 (dois) laboratórios. A unidade ESF central conta com 1 (uma) equipe de 9 (nove) profissionais, sendo 3 (três) médicos e 1 (uma) dentista, que atuam por 20h semanais cada um; 1 (uma) enfermeira,1 (uma) técnica de enfermagem, uma auxiliar de consultório dentário e 1 (uma) recepcionista que atuam por 40h semanais cada, e 1( uma) auxiliar serviços gerais, sendo parte desses profissionais efetivos e parte contratados. Nessa unidade são realizados atendimentos de urgência e primeiros socorros. O espaço físico é constituído por 1 (uma) sala de recepção/arquivo com quantidade de cadeiras suficientes para a demanda, 2 (dois) consultórios, auditório, sala de curativo, sala de ECG, 1 (uma) sala para consulta de enfermagem, sala de expurgo e de esterilização, almoxarifado, cozinha e 4 (quatro) banheiros. A estrutura física, também está muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da equipe. O município conta com duas ambulâncias para transporte de pacientes que precisam de atendimento fora da cidade e um microônibus para transporte de pacientes que fazem tratamento fora do domicilio. Possui também, em pleno funcionamento, um Conselho Municipal de Saúde, constituído de um presidente e 48

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membros, sendo eles líderes religiosos, civis e políticos. As reuniões ordinárias acontecem uma vez por mês regularmente. As fontes de recursos financeiros para a saúde são provenientes do Fundo de Participação Municipal (FPM), Imposto Sobre Serviço de Quaisquer Naturezas (ISSQN), Piso de Atenção Básica (PAB Fixo), Programa Saúde da Família (PSF), Epidemiologia Controle de Doenças e Ações Básicas de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2014a). Alguns indicadores sociais e econômicos podem contribuir para que se compreenda o contexto da área da saúde no município de Resende Costa, destacando-se a proporção de moradores abaixo da linha de pobreza de 1,32%, o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 6,2 5º ano e 4,4 9º ano; e índice de analfabetismo de 5,4% e 9,12% (IBGE, 2014), na população maior de 15 anos de idade urbana e rural respectivamente, e população usuária da assistência à saúde no SUS de 90%. No município, 92,88% dos domicílios são abastecidos com água tratada, e 38,31% possuem serviço de recolhimento de esgoto por rede pública. (IBGE, 2014; BRASIL, 2014a; BRASIL, 2014b). A estrutura de saneamento básico na área de abrangência das unidades de saúde urbanas é razoavelmente boa; e essa área conta também com coleta de lixo e instalação sanitária na maioria das residências. Quanto aos aspectos epidemiológicos, segundo os dados do Sistema de Informações da Atenção Básica (SIABDATASUS), o município no final de 2013 tinha cadastrado 3.167 portadores de hipertensão arterial, 736 portadores de diabetes e 2 portadores de tuberculose. O município não registrou no ano de 2013 casos de dengue. As principais causas de internação registradas no ano de 2013, segundo dados do SIH/DATASUS foram complicações do diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e câncer. E as principais causas de óbitos registradas neste mesmo ano, segundo levantamento realizado a partir dos dados das DO’s foram: pneumonias, IAM e acidentes de trânsito. A taxa de mortalidade infantil foi de 15/1000 nascidos vivos, que apesar de bastante elevada apresentou uma diminuição em relação ao ano anterior, tendência observada nos últimos anos. A cobertura de vacinação da população de menores de 5 anos de idade foi de 90% (BRASIL, 2014b). Sobre as condições de saúde da população de Resende Costa, dentre os diversos fatores observados estão hábitos e estilos de vida inadequados e baixo

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2. JUSTIFICATIVA

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a hipertensão pode ser considerada uma doença “democrática”, pois acomete homens e mulheres de qualquer raça ou classe econômica, atinge 30% da população adulta brasileira. Na população acima de 60 anos a hipertensão atinge 50% das pessoas e da população jovem – crianças e adolescentes –, aproximadamente 5% são hipertensos; e é considerada um dos principais fatores para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares – AVC e infarto do Miocárdio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENÇÃO, 2014). Este trabalho se justifica pela alta incidência de hipertensão arterial em pessoas assistidas na unidade ESF Elo Saudável, e pelo grande número de pacientes com níveis pressóricos não controlados e pelo risco cardiovascular aumentado e suas consequências. A intervenção é fundamental para promover a mudança no comportamento de grupos de qualquer natureza, seja em seus processos de trabalho, seja no ambiente familiar ou nas instituições. Segundo Machado et al. (2007), a promoção, prevenção, recuperação da saúde e reabilitação de doenças dever ser trabalhados em todos os seus aspectos de forma dinâmica, envolvendo integralmente os agentes de saúde e comunidade, de forma autônoma e resolutiva, sendo possível modificar o processo de saúde e doença de indivíduos e comunidades. Para Vasconcelos (2014, p. 14):

Faz-se necessário um acompanhamento minucioso dos portadores de HAS por ser uma doença crônica, de difícil controle e que apresenta recomendações e medidas não medicamentosas que muitas vezes implicam na resistência do paciente em aderir a estas recomendações.

Sobre a pertinência da elaboração de um plano de intervenção que possibilite que equipes multidisciplinares de unidades de saúde contribuam no combate e prevenção de doenças da população, como no caso dos portadores de HAS na ESF Elo Saudável, Campos, Faria e Santos (2010, p. 40; MATUS, 1989) destacam que a elaboração de um diagnóstico situacional de saúde:

[...] permite a produção de informações de forma participativa, embora incompletas, úteis para a identificação dos problemas e seus determinantes,

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para a definição das prioridades e das intervenções necessárias para a sua solução.

Os autores destacam a abordagem de informações como, ambiente físico e socioeconômico; composição, organização e estrutura da população; serviços ambientais e de saúde; perfil de doenças e capacidade de ação da população. A equipe de saúde da unidade ESF Elo Saudável participou da análise dos problemas levantados e considerou que, no nível local, encontram-se recursos humanos e materiais para fazer um Projeto de Intervenção, e que, portanto, a proposta é viável.

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4. METODOLOGIA

Este projeto de intervenção baseou-se no Planejamento e Avaliação das Ações em Saúde (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010) que na Seção 3 – Elaboração do plano de ação, orienta a elaboração do plano de intervenção a partir de um problema diagnosticado. Para a fundamentação teórica fez-se uma revisão de literatura a partir de artigos indexados em bases eletrônicas tais como: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) além da Biblioteca Virtual do Nescon. Foram também pesquisadas outras fontes tais como compêndios relacionados ao tema e documentos governamentais. Foram utilizados no processo registros escritos ou presentes nos bancos de dados do município de Resende Costa - MG (SIAB, SAI, DATASUS) e a observação ativa do proponente. Como instrumentos norteadores para a elaboração do plano de intervenção, foram utilizados os métodos do Planejamento Estratégico Situacional, diagnóstico situacional e construção de plano de ação propostos na unidade I, modulo III, oferecidos durante o Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família.

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5. REVISÃO DE LITERARIA

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010, p. 1), a hipertensão arterial sistêmica (HAS):

[...] é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais.

Para Malveira (2013), a hipertensão arterial é considerada o principal fator de risco para complicações de saúde, como: acidente vascular cerebral, enfarto do miocárdio e insuficiência renal grave. E segundo a autora, em uma unidade de ESF, é fundamental a mobilização e aprimoramento do processo de trabalho da equipe de saúde, no sentido de identificar os hipertensos, seus hábitos, fatores de risco e necessidades em relação à sua saúde. Segundo Oliveira et al. (2013), o controle de fatores como o consumo de álcool, obesidade, uso de tabaco, dieta não balanceada e ausência de prática de atividade física, deve estar associado a medidas farmacológicas e ao tratamento não medicamentoso, sendo este último considerado de fundamental importância. Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010, p. 3), a HAS é uma doença de alta prevalência e difícil controle; e que só a partir de sua detecção é possível implementar medidas de controle e prevenção, o que constitui num “[...] grande desafio para os profissionais e gestores da área de saúde”. E que formas mais efetivas de prevenção das doenças decorrentes da HAS devem estar entre as metas prioritárias em saúde oferecida pelo Sistema Único de Saúde – SUS, pois, no Brasil, cerca de 75% da assistência é oferecida nesse sistema de saúde. Para Silva, Colósimo e Pierin (2010, p. 489), o atendimento e tratamento aos portadores de HAS, “[...] requer por parte da equipe de saúde atenção especial no tocante à problemática do controle, que por sua vez apresenta estreita relação com o processo de adesão ao tratamento”. E consideram ainda que: “[...] a atenção básica é a porta de entrada do hipertenso no sistema de saúde, o que pode ser facilitado pelas ações do Programa de Saúde da Família”. Visto que seus

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6. PLANO DE INTERVENÇÃO

O ponto inicial para o planejamento de uma ação é a identificação do problema. Entende-se por problema a insatisfação de um ator frente componentes da realidade que ele quer e pode modificar. (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

6.1 Primeiro Passo: Identificação dos problemas

Os principais problemas identificados durante a realização do diagnóstico situacional da ESF Elo Saudável foram:

  • Elevado número de pacientes hipertensos.
  • Aumento do número de fumantes.
  • Abuso no uso de álcool.
  • Uso abusivo de medicamentos psicofármacos.
  • Hábitos e estilos de vida inadequados.
  • A comunidade desconhece as doenças crônicas e suas possíveis complicações.
  • As condições socioeconômicas e culturais a que está submetida a população interferem na aceitação e adesão ao tratamento.
  • Pouca adesão aos projetos e atividades educativas dirigidas aos portadores de doenças crônicos enfocando a promoção da saúde e prevenção de doenças.

6.2 Segundo Passo: Priorização dos problemas

Para que as ações do plano de intervenção sejam definidas, é necessário que os problemas sejam priorizados, e são descritos no quadro a seguir:

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Quadro 2 – Priorização dos problemas

Principais Problemas Importância Urgência

Capacidade de enfretamento

Seleção

Elevado número de pacientes hipertensos Alta^7 Parcial^1 Hábitos e estilos de vida inadequados. Alta^6 Parcial^2 A comunidade desconhece as doenças crônicas e suas possíveis complicações.

Alta 6 Parcial 3

As condições socioeconômicas e culturais a que esta submetida a população interferem na aceitação e adesão do tratamento.

Alta 6 Parcial 4

Pouca adesão aos projetos e atividades educativas, dirigidas aos portadores de doenças crônicos, que enfocam a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Alta 6 Parcial 5

Abuso no uso de álcool. Alta 5 Parcial 6

Os itens descritos foram levantados a partir dos problemas identificados e priorizados no diagnóstico situacional

6.3 Terceiro Passo: Descrição do problema

A seguir são descritos os problemas diagnosticados e quantificados, de forma que possa ser entendida a sua dimensão como se apresentam na realidade.

Quadro 3 – Descritores do problema e número de pacientes hipertensos.

Dados Número de pessoas Total de hipertensos 748 Não adesão ao tratamento 97