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que os médicos possam realizar visita domiciliar aos acamados com frequência regular e periódica. • Fazer uma lista com todos os pacientes acamados do ESF de ...
Tipologia: Notas de aula
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista.
Orientadora: Prof. Drª Mara Vasconcelos
Agradeço a tutora Lizziane D Avila Pereira pelas sugestões, compreensão e incentivo durante o inicio do trabalho.
A orientadora professora Drª Mara Vasconcelos pela atenção, pelos ensinamentos e brilhantes sugestões durante todo o processo do Trabalho de Conclusão de Curso
Aos profissionais da secretaria de saúde de Rio Manso e do distrito do Souza, em especial a secretária de saúde Vanilda Dornas, que apoiou o projeto e a iniciativa, e a técnica de enfermagem Eliene, uma contagiante da ideia.
A minha querida Ana Angélica, sempre carinhosa e atenciosa.
A todos os participantes do trabalho, pois sem eles não teríamos alcançado o resultado final desse estudo.
Introdução: O município de Rio Manso apresenta pelo IBGE de 2010 uma população estimada de 5276. A cidade consta com diversos distritos afastados da cidade, muitas casas em zonas rurais. Existem duas equipes para o Programa de Saúde da Família no local, e as mesmas estão começando a formação de grupos operativos e iniciando as visitas domiciliares. Em março de 2013, a partir do diagnóstico situacional, foi observado a falta de visitas domiciliares programadas e assistida pelo médico. Foi constatado também que existiam vários pacientes idosos sem condições de irem ao posto de saúde devido a imobilidade ou a capacidade cognitiva. Objetivo: Elaborar um plano de ação para realização de visitas domiciliares assistidas pelo médico em Rio Manso-MG com frequência determinada. Metodologia: Para realização dessa intervenção foi necessário a utilização do Planejamento Estratégico Situacional, inicialmente fazendo a identificação dos problemas, selecionando o prioritário, descrevendo e discutindo sobre esse problema. Foi necessário uma revisão bibliográfica narrativa de artigos científicos baseados em acervos do sistema informatizado, BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), SCIELO (Livraria Eletrônica Científica online), no banco de dados LILACS. Resultados: Elaborado um plano de ação com a observação de nós críticos, as operações que deveriam ser realizados e as respectivas estratégicas para obtenção de êxito na execução do plano de ação. Conclusão: A realização de visitas domiciliares assistida pelo médico na unidade básica de saúde do Souza de Rio Manso é uma medida fundamental para a população do distrito. Percebemos o quanto os pacientes são beneficiados por uma assistência baseada na equidade e na integralidade de cada ser humano.
Palavras chave: visita domiciliar, saúde da família
ESF - Estratégia de saúde da família PSF - Programa de Saúde da Família OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
Quadro I - Identificação dos nós críticos relacionados ao problema............................
Quadro II - Desenho de operações para os nós críticos relacionados ao problema...
Quadro III - Propostas de ações para a motivação dos atores....................................
Quadro IV - Ações estratégicas e responsável............................................................
No município de Rio Manso, em março de 2013, a partir do diagnóstico situacional foi observado a falta de visitas domiciliares programadas e assistida pelo médico na Unidade de Saúde da Família Souza e raras visitas domiciliares na Unidade de Saúde da Família do centro de Rio Manso. Foi observado também que existiam vários pacientes idosos sem condições de irem a unidade do Souza devido a impossibilidade de locomoção ou do comprometimento da sua capacidade cognitiva.
A partir da visualização desse problema encontrado no PSF do município, abordei a situação com a secretária de saúde e com a coordenadora da atenção básica do município. Ambas concordaram com a ideia de melhorar o planejamento das visitas domiciliares no município, principalmente para as pessoas com dificuldade de locomoção.
Foram discutidas as prováveis dificuldades para a organização das visitas domiciliares no município. A principal talvez seja o fato da inexistência de um transporte para realização dessas visitas com frequência programada. Outras dificuldades encontradas foram a ausência de lista de pacientes, a falta de dia para colocar na agenda, a inexperiência da equipe, a falta de um profissional com interesse em organizar a agenda para visita e a falta de um médico com esse interesse.
A partir da perspectiva de incentivo à assistência domiciliar e a necessidade de uma organização no ESF no município de Rio Manso, observou-se uma necessidade de um plano de ação para realização de visitas domiciliares nessa localidade.
O município de Rio Manso possui um grande número de famílias situadas em zonas rurais da região, o que dificulta a procura dos usuários por profissionais de saúde em unidades básicas. A dificuldade de acesso, a necessidade de um carro para a realização dessas visitas são fatores que prejudicam a ida de um profissional até essas regiões.
A partir dessa perspectiva do município e ao realizar um diagnóstico situacional da população da zona rural, principalmente a população idosa, observei uma parcela significativa da população que não apresentava condições de saúde adequadas, e vários viviam em situação precária de saúde.
Recentemente o Ministério da Saúde instituiu a Portaria Nº 2.527, de 27 de outubro de 2011 possibilitando que cidades com número de habitantes menor que 20. habitantes pudesse se inscrever no Programa de atenção domiciliar, desde que junto com outro município e as duas cidades juntas tivesse no mínimo 20. pessoas. Devido ao grande número de pacientes acamados e em zona rural, o Ministério da Saúde divulgou uma portaria liberando um município de 5000 habitantes inscrever nesse programa sem a necessidade de se associar a outro município, devido a grande quantidade de pacientes que precisam de assistência (BRASIL, 2014).
Levando em consideração todo esse planejamento por parte da esfera estadual e federal, do incentivo nacional para a realização de visitas domiciliares a pacientes acamados, acredito que seja necessário a implantação no município em que estou inserido de um programa responsável por realizar visitas domiciliares a estes pacientes com dificuldade de chegar até a unidade básica de saúde com uma freqüência desejável.
4.1 Visita Domicilair
A visita domiciliar realizada por profissionais de saúde destacou-se no inicio do século XX, a partir de políticas sanitárias que visavam a redução de doenças infecto- contagiosas (SANTOS et al. , 2008). Desde então, as visitas domiciliares começaram a ganhar importância na rede assistencial em saúde. No inicio da década de 90, com a implantação do programa de estratégia de saúde da família (ESF) as visitas domiciliares tornaram-se mais frequentes e estratégicas no âmbito do programa em questão, acreditando que esse instrumento poderia melhorar a prevenção e promoção em saúde (SAVASSI et al., 2006).
A atenção domiciliar é um espaço potente na criação de novas formas de cuidar (SILVA et al ., 2010), no entanto para que isso seja possível é fundamental que o profissional de saúde compreenda a família que está orientando, e que está cuidando, sua estrutura e sua funcionalidade (BRASIL, 2011; WAGNER, 2001).
A abordagem familiar quando se trata de atenção domiciliar é um elemento de gestão do cuidado, de prática diagnóstica e terapêutica. Não é fácil a abordagem familiar, existem diversos tipos de famílias, além daquelas ditas convencionais, existem pelo menos mais nove (KASLOW, 2001): Família nuclear de duas gerações, unidas pelo matrimônio e com seus filhos biológicos; Famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações; Famílias adotivas temporárias; Famílias adotivas bi-raciais ou multiculturais; Casais que podem morar separadamente; Famílias monoparentais, chefiadas por pai ou mãe; Casais homossexuais com ou sem crianças; Famílias resultantes de divórcios anteriores com ou sem filhos do casamento anterior. Observa-se o quão necessária é a família na atenção domiciliar.
Nos últimos anos no Brasil tem-se observado um crescente aumento do número de visitas domiciliares realizadas à população adscrita na ESF ou até mesmo a população não coberta pelo ESF, seja por um aumento do incentivo financeiro do governo à esse instrumento, ou por profissionais do setor privado que recebem demanda em atendimentos desse tipo.
Sabe-se que a atenção domiciliar faz parte do processo de trabalho das equipes de atenção básica. A criatividade e o senso crítico no atendimento domiciliar são itens indispensáveis para realização de uma prática humanizada, que envolva ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação.
Schraiber (2008), entende que a visita domiciliar é um espaço de comunicação entre o paciente e o médico, no qual a habilidade de comunicação é imprescindível para a construção de relação favorável entre ambos e evitar que a perda da confiança outrora existente seja motivo de criação de construção de outros dilemas.
4.2 Visitas domiciliares: um olhar ampliado do profissional
A assistência às famílias e à comunidade é um dos elementos chaves da visita domiciliar no âmbito da atenção básica. É por meio desse instrumento que se observa o ambiente familiar, a condição social, a condição de saúde do paciente a ser visitado e dos familiares que cuidam deste paciente. É nesse momento que se percebe o quanto difícil pode ser o processo do individuo conscientizar-se sobre a importância de ir ao médico, o entendimento da conduta do médico diante do próprio paciente, o deslocamento até ao posto de saúde, a consulta com o profissional, a compra ou resgate do medicamento prescrito, a marcação para realização de exames laboratoriais, o retorno para casa e por fim atitude de aderir ou não a conduta prescrita pelo profissional. Observa-se que esse é um processo, onde o médico é apenas mais um diante de tantos passos a serem realizados para obter o êxito na promoção de saúde. Diante desse processo aparentemente simples para muitos, mas dispendioso e talvez impossível para outros, dá-se a necessidade da realização de visitas domiciliares constantes as famílias da comunidade. É nesse momento que se percebe a importância dos agentes comunitários de saúde, da enfermagem e do médico, atuando como elementos essenciais para a composição da equipe multidisciplinar.
Mioto (2001), foi enfático ao ressaltar que o objetivo da visita domiciliar é conhecer as condições sociais em que moram os sujeitos assistidos e aprender as relações interfamiliares, o que é impossível em um atendimento simples de consultório.
Percebe-se que as visitas domiciliares apresentam um potencial enorme em proporcionar uma crescente humanização dos profissionais que assistem a comunidade, melhorando o acolhimento e a afetividade na relação entre pacientes e familiares (SAKATA et al. , 2007).
O tempo para as visitas domiciliares é considerado pequeno por muitos, no entanto o pouco que se faz, é o suficiente para observar o momento único entre profissional e paciente. É nesse momento que o paciente fala e o profissional escuta, dá tempo ao tempo. E muitas vezes o profissional percebe a singularidade desse momento e a sua importância durante a programação da agenda semanal (SAKATA et al. , 2007). Também o profissional percebe que poderia ter mais tempo para a realização de visitas, visto a importância para a comunidade e para a promoção de saúde.
No entanto, ao realizar as visitas os profissionais percebem alguns pontos que devem ser melhorados e aperfeiçoados. Além do pouco tempo para a realização das visitas, muitos se sentem frustrados e com sentimento de impotência frente a algumas peculiaridades vivenciadas no ambiente familiar e a difícil tarefa de separar a vida profissional da vida pessoal(SAKATA et al. , 2007).
Levicotz e Garrido (1996), acreditam que as visitas domiciliares não devem ser exclusivas do PSF. Devido ao potencial enorme de promoção de saúde as visitas domiciliares devem ser uma estratégia utilizada pelos municípios e instituições de saúde para melhorar o nível de saúde no país.
4.4 Cuidados paliativos e a atenção domiciliar
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) acredita que os cuidados paliativos devem ser iniciados e prestados a partir do diagnóstico da doença com risco de morte, no momento em que se observa que o paciente necessita de abordagens para a redução do sofrimento, alivio de dor e prevenção de outros problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes e familiares.
Os cuidados paliativos apresentam alguns princípios que devem ser seguidos e entendidos pelos profissionais: deve-se respeitar a vida, considerando a morte como um processo natural, sem necessidade de apressá-la ou adiá-la. É fundamental que proponha um sistema de apoio para que os pacientes possam viver sem sofrimento psíquico e físico (BRASIL, 2012).
Há uma demanda pelos profissionais de saúde de encaminhar pacientes no final da vida para a atenção domiciliar, observando-se o quão importante é a Atenção Domiciliar no processo de implantação dos cuidados paliativos de forma abrangente na realidade do país, que vive uma limitação de recursos na saúde e poucas possibilidades de cuidados institucionais.
Para muitos pacientes em final de vida o desejo de morrer em casa não é raro, no entanto, ainda existe uma dificuldade por parte dos familiares, cuidadores e alguns poucos pacientes em virtude de alguns motivos: medo do sofrimento insuportável pelo paciente e ausência de assistência nesse momento, medo das lembranças tristes ficarem na consciência do familiar por muitos anos subsequentes, medo de não conseguir a declaração de óbito com tempo hábil e o corpo permanecer por muito tempo no local. Devido a esses temores e vários outros que atinge a família, torna-se imprescindível que a equipe de profissionais que atendem o paciente em domicilio esteja preparada para abordar a situação, e a família comece a vislumbrar a morte em casa como algo possível e com certo significado de valor (BRASIL, 2012).
São vários os benefícios observados dos cuidados paliativos no ambiente domiciliar. Observa-se que muitos pacientes encontram no domicilio um ambiente conhecido, que mantêm sua intimidade e a capacidade para manter alguns hábitos e costumes. Além disso, apresenta a possibilidade de uma alimentação variável e com horários flexíveis, promovendo a autonomia do usuário. Em relação aos familiares, geralmente alguns apresentam um grau maior de satisfação pelo fato de estarem participando ativamente do cuidado e sentem que respeitam a vontade do paciente em permanecer no domicilio. Já para o sistema de saúde observa-se uma redução nas internações longas e de alto custo para o serviço de saúde (BRASIL, 2012).
O plano de ação é uma abordagem que possibilita planejar de acordo com as características da unidade de saúde um plano estratégico que possa iniciado e implementado na unidade, evitando erros durante a execução que inviabilize o projeto.
Abaixo segue o plano de ações em diferentes etapas que servirá de modelo prático para atuação no problema escolhido por meio do Diagnóstico Situacional: ausência de visitas domiciliares realizadas por médico na Equipe de Saúde da Família da Unidade de Saúde Souza.
6.1 Primeiro passo: Identificação dos nós críticos
A Unidade Básica de Saúde Souza em Rio Manso apresenta vários problemas relacionados ao processo de trabalho que foram identificados a partir do diagnóstico situacional, elaborado no Módulo de Planejamento do curso. Entretanto, em função do curto espaço de tempo para implantação de novas ferramentas de organização da prática junto à equipe do PSF, priorizou-se a visita domiciliar como um dos problemas a serem enfrentados a médio prazo.
Principalmente, em razão da necessidade do município, dos meus conhecimentos e da minha experiência, optei por colocar como prioridade a realização de visitas domiciliares programadas para pacientes da área adscrita à Unidade de Saúde Souza, seja por problemas de dificuldades de locomoção até à Unidade Básica de Saúde , ou por cognição. Desse modo, o problema a ser enfrentado seria a ausência de visitas domiciliares realizadas pelos médicos. Assim, abaixo seguem alguns nós críticos, que seriam os motivos pelos quais as visitas domiciliares não estão sendo realizadas.
Ao iniciar os trabalhos no município, observei que não existia agendamento e planos de visitas domiciliares por parte de médicos aos pacientes acamados que por algum outro motivo não apresentavam condições de ir à unidade de saúde. Também não encontrei uma lista de pacientes acamados e, suas respectivas enfermidades, que poderiam ser visitados com frequência de acordo com a necessidade de cada um.
Acredito que essa ausência de planejamento para as visitas domiciliares é um grande problema. O governo federal e estadual estão promovendo a atenção domiciliar em todo o Brasil nos últimos anos, e isso mostra o quanto é importante a realização de visitas, tanto atuando como prevenção primária, tanto como prevenção secundária e/ou reabilitação, assim como substituição de leitos hospitalares. O governo federal acredita que os recursos gastos em internações domiciliares são muito inferiores ao se comparar com internações hospitalares.
Existem diversos motivos pelos quais ocorre a falta de visitas domiciliares no município. Primeiro é a falta de um cronograma para a visita domiciliar, seja por desinteresse da equipe de saúde, seja por desinteresse do gestor anterior. Outro fator dificultador é a falta de recursos materiais, como por exemplo a falta de um carro que possibilite a locomoção do profissional encarregado da visita, além da falta de um incentivo por parte do gestor.
Quadro I – Identificação dos nós críticos relacionados ao problema
Problema Nós críticos
Ausência de visitas domiciliares realizados por médicos
Ausência de um transporte para realização de visitas domiciliares Ausência de lista de pacientes cadastradas com necessidade de visita domiciliar Inexperiência da equipe Falta de motivação da equipe
6.2 Segundo passo: Desenho de operações para os nós críticos do problema
Em seguida, pensamos em como solucionar os nós críticos, pois entendíamos que sem a solução dos mesmos infelizmente não poderíamos obter sucesso no nossos desafios. Nesse desenho de operações que segue abaixo observamos um recurso indispensável: o financeiro. Colocamos a necessidade de um transporte para a realização das visitas, pois o município encontra-se em zona rural, apesar de não ser classificado como tal. Existem muitas propriedades distantes da Unidade de