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Este estudo aprofunda a análise hematológica em cães com leishmaniose, utilizando dados de exames hematológicos de cães com diagnóstico confirmado. O estudo aborda alterações observadas microscopicamente, como hiperproteinemia, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia e anemia normocítica normocrômica, e analisa a frequência dessas alterações em diferentes fases da doença. O estudo também apresenta dados sobre trombocitopenia e discute a importância da análise hematológica no diagnóstico e acompanhamento da leishmaniose canina.
Tipologia: Teses (TCC)
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Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB para obtenção do título de Médico Veterinário. Orientador: Professor MSc. Ricardo Martins Santos
Agradeço em geral aos professores, que me acompanharam e me auxiliaram na minha graduação, pois cada um teve um papel importante, de orientação e de ensino, em cada área acadêmica, tanto na minha vida, quanto na vida de meus colegas acadêmicos. Agradeço também a todos aqueles que se tornaram meus amigos durante a graduação, que me apoiaram, me auxiliaram, e quero agradecer principalmente e especialmente a estes amigos, que estiveram comigo desde o início desta jornada, que são pessoas que tenho imenso carinho, os quais tem muita importância e que sempre farão parte da minha vida, a Gisele Rezende da Costa, Mariane Oliveira Malaquias e Ramon Pereira da Silva. Agradeço à minha supervisora, a Médica Veterinária MSc. Maristela Halverson e ao M. V. Angelo Munhoz que abriram as portas do seu laboratório, e me deram a oportunidade de fazer estágio neste ambiente incrível que é o CEAV, e agradeço especialmente a Maristela, que me ensinou e auxiliou em muitas coisas, que se mostrou ser uma pessoa muito atenciosa, querida, compreensível. Quero agradecer profundamente a M.V. Nayara Romero que foi de extrema importância durante esse ano de estágio no CEAV, ela que foi responsável, por me ensinar boa parte de tudo que sei da área laboratorial, me acolheu e me ensinou a vivência laboratorial, ela que se tornou minha guia nesta reta final da minha jornada, como também uma amiga e conselheira de grande importância para mim. Também quero agradecer a M.V. Mariana Gomes que apesar do curto período de convivência no CEAV, foi o suficiente para ver o quão amiga e inteligente essa pessoa é, e que continua sendo até hoje, agradeço, pois, junto com a Nayara, esteve me ajudando demasiadamente durante meu estágio supervisionado, me ensinando muitas coisas. Agradeço a todos os funcionários e membros do Hospital Veterinário NEOVETS, pois se mostraram ser pessoas amigas e acolhedoras, que por algumas vezes pude ver e compreender outras especialidades, além de terem garantido uma ótima convivência durante esse ano de estágio. Não esquecendo de todos com os quais convivi por quase dois anos como estagiário na Clínica Veterinária e Pet Shop Animais e Cia, que foi um marco importante, experiencias na área principalmente de internação que me permitiram discernir o que eu queria tomar como meu caminho na profissão. Agradeço
especialmente a M.V Ana Carolina Robles, que na época era a Responsável Técnica do local, que por muitas vezes me ensinou várias coisas durante este período. Por fim agradeço ao Laboratório LabDOC, por todos os ensinamentos vindos de lá, onde fiz estagio nos meus 3 primeiros semestres de graduação, por tudo que aprendi e por ter me mostrado o qual interessante e incrível é a área laboratorial, neste laboratório que foi o início deste meu desejo de exercer minha profissão como patologista clínico, agradeço especialmente a M.V MSc. Leizinara Gonçalves, que foi uma grande responsável pelos ensinamentos a mim disponibilizados durante meu estagio no LabDOC.
Dentre as hemoparasitoses, a leishmaniose tem grande importância, tendo como vetor o flebotomíneo como responsável pela transmissão da Leishmania sp. em suas duas formas, a visceral ( L. infantum ) e a tegumentar ( L. braziliensis e L. amazonenses ). O isolamento social causado pela pandemia do Coronavírus SARS- CoV-2 tem provocado um aumento na importância da leishmaniose, devido às interações mais frequentes entre humanos e animais, pois provoca uma série de sintomas e alterações hemato-bioquímicas muito semelhantes a outras hemoparasitoses, podendo gerar reações cruzadas e falsos positivos, tendo seu diagnóstico como um dos desafios da medicina veterinária. Com o objetivo de auxiliar os profissionais da área a identificar e correlacionar as alterações apresentadas, foi realizado um estudo documental, levantando e tabulando dados, elencados com base em exames hematológicos e bioquímicos de cães acometidos pela leishmaniose, que tiveram confirmação diagnóstica através de achados em esfregaços de sangue, exames citológicos, histológicos e PCR, e também em animais reagentes a testes sorológicos de ELISA e RIFI. Foram selecionados 90 casos, e após a coleta dos dados, foram listados estudos que ocorreram em pelo menos 50% dos exames, portanto dentre as alterações encontradas em cada estudo respectivamente, a hiperproteinemia foi elencada com maior pertinência (72,22 % e 68,75%), seguido de diminuição da relação A/G (64,44% e 75%), hipoalbuminemia (55,55% e 81,25%), hiperglobulinemia (83,33% e 81,25%), hipohemoglobinemia (51,11% e 81,25%), rouleaux (42,22% e 68,75%), trombocitopenia (35,55% e 50%), eritrocitopenia (53,33% e 81,25%) e anemia (51,11% e 81,25%), principalmente do tipo normocítica normocrômica (45,56% e 75%). Por fim, comprovou-se que existe uma variedade de alterações relacionadas à leishmaniose, mas dentre elas a hiperproteinemia, foi a alteração mais importante, visto que pode estar relacionada à causa de todas as outras alterações também encontradas. Palavras-chaves: Alterações hemato-bioquímicas. Leishmania sp.. Hiperproteinemia.
Among hemoparasitoses, leishmaniasis is of great importance, with the sandfly acting as the vector responsible for transmitting Leishmania sp. in its two forms: visceral (L. infantum) and cutaneous (L. braziliensis and L. amazonenses). The social isolation caused by the SARS-CoV- 2 coronavirus pandemic has led to an increased significance of leishmaniasis due to more frequent interactions between humans and animals. This is because leishmaniasis causes a series of symptoms and hemato- biochemical changes very similar to other hemoparasitoses, potentially leading to cross-reactions and false positives. Diagnosing leishmaniasis poses a challenge in veterinary medicine. To assist professionals in the field to identify and correlate the presented alterations, a documentary study was conducted. Data were collected, compiled, and listed based on hematological and biochemical examinations of dogs affected by leishmaniasis, with diagnostic confirmation through findings in blood smears, cytological and histological examinations, and PCR. Additionally, animals reactive to ELISA and IFA serological tests were included. Ninety cases were selected, and after data collection, studies that occurred in at least 50% of the cases were listed. Among the alterations found in each study, hyperproteinemia was identified as the most relevant (72.22% and 68.75%), followed by a decrease in the A/G ratio (64.44% and 75%), hypoalbuminemia (55.55% and 81.25%), hyperglobulinemia (83.33% and 81.25%), hypohemoglobinemia (51.11% and 81.25%), rouleaux formation (42.22% and 68.75%), thrombocytopenia (35.55% and 50%), erythrocytopenia (53.33% and 81.25%), and anemia (51.11% and 81.25%), mainly of the normocytic normochromic type (45.56% and 75%). In conclusion, it was confirmed that there is a variety of alterations related to leishmaniasis, but among them, hyperproteinemia was the most important alteration, as it may be related to the cause of all the other alterations found. Keywords: Hemato-biochemical changes, Leishmania sp.. Hyperproteinemia
Tabela 11: Tipos de anemias encontradas a partir dos dados dos exames do estudo...................................................................................................................... 41 Gráfico 5 – Frequência (%) da ocorrência dos tipos de anemia predominantes no estudo.................................................................................................................... 42 Gráfico 6: Exames realizados durante o período de estagio, sendo divido por setores..................................................................................................................... 48 Gráfico 7: Exames hematológicos realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame.......................................................................................... 49 Gráfico 8: Exames bioquímicos realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame.......................................................................................... 51 Gráfico 9: Exames de urinálise realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame.......................................................................................... 52 Gráfico 10: Exames parasitológicos realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame................................................................................ 53 Gráfico 11: Exames citológicos realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame.......................................................................................... 54 Gráfico 12: Exames imunológicos realizados durante o período de estagio, sendo divido por tipo de exame.......................................................................................... 55
As hemoparasitoses tem uma distribuição mundial, principalmente por seus vetores serem carrapatos e mosquitos, assim nem paredes, muros ou vegetação podem impedi-los de atacarem os animais, com o surgimento da pandemia do Coronavírus SARS-CoV-2, as pessoas começaram a viver num isolamento social, aumentando a interação homem-animal e a importância dos cuidados com a saúde de todos. Dentre eles a Leishmania sp. , uma doença comum em regiões tropicais como no Brasil, teve uma grande importância por depender de cães para seu reservatório, causando uma série de sintomatologias, e alterações hematológicas e bioquímicas muito semelhantes a outras hemoparasitoses, e por estarmos numa região endêmica, seu diagnóstico sempre foi um dos desafios da medicina veterinária. Apresenta-se a realização de um estudo de caráter documental, no qual foi feito um levantamento e tabulação de dados, elencados com base em exames hematológicos e bioquímicos de cães acometidos por leishmaniose, que tiveram confirmação diagnóstica através de achados em esfregaço sanguíneo, exames citológicos, histológicos e PCR, e também animais que foram reagentes a testes sorológicos, tais como ELISA e RIFI. As alterações encontradas mais frequentemente foram elencadas com o intuito de auxiliar os profissionais da área, a identificar e correlacionar as alterações apresentada, dos quais são, a hiperproteinemia, diminuição na relação A/G, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, hipohemoglobinemia, rouleaux, trombocitopenia, eritrocitopenia e anemia, principalmente a do tipo normocítica normocrômica. Em seguida, relata-se um relatório de estágio, realizado no Centro Especializado em Análises Veterinárias - CEAV, uma adjacência ao centro de especialidades NEOVETS. Durante o período de estágio, foi possível aprender com os profissionais da área, a realização de exames, tais como bioquímicos, hematológicos, urinálise, parasitológicos, imunológicos, citológicos e demais procedimentos laboratoriais cabíveis à patologia clínica, e passíveis que forem efetuadas com total responsabilidade do estagiário, sob supervisão.
alguns destes demonstrarem potencial zoonótico (BRUM & CARVALHO, 2022; VIEIRA, 2017). A Leishmania spp. é um dos diversos tipos de microrganismos hemoparasitas, que acometem cães nesta região, e por conta da sua semelhança entre sinais clínicos e características apresentadas por outros agentes causadores de hemoparasitose, o diagnóstico desta sempre foi um dos grandes desafios da medicina veterinária. Para auxiliar nos diagnósticos existem vários exames e testes, não somente através do teste ouro que é a visualização do agente em lâmina de esfregaços sanguíneos, mas também aqueles que envolvem reações enzimáticas, como a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA, do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay ), e principalmente a que usa detecção do DNA por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR, do inglês Polymerase Chain Reaction ), auxiliando assim na eficácia do diagnóstico (OTRANTO et al ., 2010; MONTEIRO, 2007). Além dos testes de diagnóstico, um fator importante para auxiliar no estudo do caso, tratamento como também o diagnóstico de hemoparasitoses, são exames realizados por laboratórios de análises clínicos veterinários a partir de sangue coletado, destes os mais importantes e aqueles principalmente realizados na rotina clínica veterinária, são os perfis de hematologia e bioquímica (SANTÉ, 2021 ; PREVENTIVA, 20--; SÃO JOSÉ, 20--). Na hematologia, é realizado o hemograma completo, que consiste na realização de analises do sangue total coletado, no qual será feito eritrograma, plaquetograma e leucograma que são realizados normalmente por aparelhos hematológicos e a pesquisa de parasitas no esfregaço sanguíneo realizado por veterinários patologistas. Já a parte bioquímica consiste na realização de análises do soro e/ou plasma do sangue dos animais, por meio de uma análise quantitativa e detecção da concentração de certos químicos presentes (STOCKHAM & SCOTT, 201 1f; CAMPBELL, 2015). Já existem diversas pesquisas sobre a leishmaniose, principalmente aquelas que tem como âmbito, medir a incidência desta e outras hemoparasitoses em certas regiões, como as feitas no Espírito Santo (VIEIRA, 2017), Minas Gerais (RODRIGUES et al ., 2018), Rio Grande do Norte (NOGUEIRA, 2022) e Rondônia (BRUM & CARVALHO, 2022). Porém poucas destas pesquisas focavam nas espécies da Leishmania sp. e também correlacionavam as alterações hematológicas e
bioquímicas encontradas nos exames, com o agente responsável pela hemoparasitose destes animais. Objetivou-se com este estudo, trazer novos dados sobre prováveis características da leishmaniose, a fim de montar um novo método diagnóstico embasado em análise clínico-patológica, com o intuito de auxiliar os profissionais da área, além de identificar e correlacionar as alterações, achados hematológicos e método de diagnóstico de cada um dos exames para Leishmaniose canina com o intuito de auxiliar o diagnóstico clínico prático.
A leishmaniose é uma enfermidade infecciosa de caráter crônico, zoonótico e de distribuição mundial, causada por um protozoário cinetoplastídeo pleomórfico, podendo ser encontrada em dois tipos, a leishmaniose tegumentar e a visceral. (STOCKHAM & SCOTT, 201 1 a). 3 .2.1 Leishmaniose Visceral A leishmaniose visceral (L.V.) é uma importante zoonose das américas, no qual, pode ser causada pelo gênero Leishmania infantum ( syn. L. chagasi ), que dentre as várias variantes, é o principal agente etiológico da doença em canídeos, que são o reservatório mais importante da doença em áreas urbanas, apesar de que ainda existam alguns casos raros, de L.V. em felinos. A leishmaniose devido a gravidade de sua sintomatologia, por seu ciclo ser heteróxeno e principalmente por não se ter uma cura até o momento, tem grande importância na Medicina veterinária, onde todos os anos são desenvolvidos novos métodos de tratamento e controle (GUALDA et al. , 2015; LAURINDO, 2021; MARCONDES & VASCONCELLOS, 2021). Os parasitos apresentam-se sob duas formas: amastigota, contendo núcleo e cinetoplasto, podendo ser encontrada sob as formas de gota e oval no interior de células do sistema imune, como neutrófilos e monócitos (Figura 1), com maior frequência nas pertencentes ao sistema mononuclear fagocitário; e promastigota, que possuem núcleo, cinetoplasto, além de um flagelo livre, sendo encontradas normalmente no tubo digestório do flebotomíneo (STOCKHAM & SCOTT, 201 1 a; FERREIRA et al. , 2021).
Figura 1. Esfregaço de sangue periférico de cão, apresentando neutrófilo contendo vários organismos Leishmania sp. (setas), podendo ser observado no citoplasma destas, o núcleo oval e cinetoplasto ventral pequeno e escuro (arquivo pessoal). (aumento da observação em 1000x, com objetiva de 100x coloração de Diff-Quick ) O parasitismo ocorre primeiramente na pele do hospedeiro, no qual estes adquirem os parasitas através do repasto sanguíneo da fêmea do flebotomíneo, após esse acontecimento o corpo reage naturalmente fazendo então que se dê início a um processo inflamatório na região da picada. Na saliva dos flebótomos existem substancias que causam vasodilatação na região da picada, auxiliando na disseminação das promastigotas. As primeiras células recrutadas como resposta inflamatória são os leucócitos, e certos componentes que estão naturalmente ligados a promastigotas, irão agir como opsoninas, para assim facilitar o parasitismo em células fagocitárias, auxiliando em seu englobamento (PEREIRA, 2006; STOCKHAM & SCOTT, 201 1 b). Dentre estes, neutrófilos, monócitos e principalmente os macrófagos (Figura 2), são os responsáveis pela fagocitose e parte do ciclo da L. infantum. Após adentrarem o citoplasma do macrófago, as promastigotas se transformam em formas aflageladas, as amastigotas e vão se multiplicando nos vacúolos parasitóforos, conseguindo assim destruir os macrófagos por rompimento celular e infectando novas células. Elas também podem formar bolsas de proteção no interior do macrófago, no qual abrigam