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livro que retrata a Economia sob um ponto de vista diferenciado, afirma que (…) qualquer um que deseja que o mundo seja um lugar melhor deve conseguir pensar como um economista.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Pensando como um economista
Síntese de reflexões
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n° 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida.
Marcus Eduardo de Oliveira
Pensando como um economista Síntese de reflexões
2010 Impresso no Brasil / Printed in Brazil
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NOTA 1: O autor declara que fez o possível para evitar equívocos ou omissões nos créditos a autores e citações. Uma vez contatado fará as devidas correções na primeira oportunidade. NOTA 2: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer dessas hipóteses, solicitamos a comunicação, a fim de que possamos esclarecer quaisquer dúvidas pertinentes.
Uma ironia econômica:
“Se todos os economistas fossem postos lado a lado, nunca chegariam a uma conclusão”. (George Bernard Shaw, dramaturgo irlandês)
Uma piada econômica:
Economia é a única ciência em que duas pessoas podem dividir um
prêmio Nobel por afirmarem coisas totalmente opostas. Especificamente, isso aconteceu com Myrdal e Hayek, em 1974.
Para Denise e Victória,
sempre com amor e eterno carinho.
“Os economistas, em conseqüência, aprenderam agora a considerar com vistas mais
amplas e esperançosas as possibilidades do progresso humano. Aprenderam a confiar em que a vontade humana, guiada pela reflexão cuidadosa,
pode modificar as circunstâncias a ponto de alterar o caráter e, assim, realizar novas
condições de vida ainda mais favoráveis ao caráter e, por conseguinte, ao bem-estar tanto moral quanto econômico das massas populares”. Alfred Marshall , em “Principles os Economics”
“A literatura não muda o mundo, mas sim as pessoas. E as pessoas sim, mudam o mundo”. Mário Benedetti , escritor uruguaio
Esta presente obra que o leitor tem agora diante de si, se apresenta também com essa mesma intenção. “Pensando como um economista” , em seus dez capítulos, de forma concisa, proporciona conduzir o leitor ao universo temático que cerca a Economia e alguns de seus “segredos”. Todavia, se for possível definir um objetivo fundamental desta obra, esse vai, certamente, ao encontro daquilo que Alfred Marshall, um dos mais brilhantes economistas de todos os tempos, pensava sobre Economia. Seu objetivo na análise econômica era um só: encontrar uma solução para os problemas sociais. De toda sorte, foi Marshall que, definitivamente, nos ensinou a empenhar-se na busca de uma melhora do bem-estar da humanidade com o utilitarismo de Stuart Mill. Assim sendo, a leitura do presente texto, a exemplo da frase de Mario Benedetti com a qual abrimos essa obra, carrega, na essência, esse sentimento. Por meio de ações, é perfeitamente possível sim buscar-se a construção de um mundo melhor para todos. A economia, para nossa felicidade, possui as ferramentas necessárias para tal transformação. Disso não tenhamos dúvidas. À todos que resolverem enfrentar às páginas que se seguem, em seus 11 breves capítulos, fica aqui o desejo de boa leitura!
M E O Abril de 2010
Texto de Apresentação:
A ÁRVORE GENEALÓGICA DA ECONOMIA
Para início de conversa, vale resgatar uma parte importante descrita na introdução dessa obra. Não tenhamos dúvidas que qualquer mudança na economia acarreta alterações no comportamento social, político e cultural dos indivíduos, ainda que, nas palavras de Alfred Marshall “...pouca atenção tem sido dada à relação entre a Economia e o superior bem-estar do homem”. No entanto, indiscutivelmente, todos nós fazemos parte da economia. Essa é uma premissa simplista, porém verdadeira. Os mais diversos assuntos que envolve a economia também nos envolve a cada momento. Independente do estágio evolutivo de cada sociedade, sempre, em algum momento, determinada situação econômica nos afetará, direta ou indiretamente. “Situações econômicas” que envolvem desde a geração de emprego, de renda, combate à pobreza, existência da fome, as transferências de recursos, a questão da tributação e a compra e venda de mercadorias diversas. Nessas diversas situações do cotidiano, ocorre Economia – enquanto cência e atividade. Assim, ao comprarmos um ingresso de cinema, ao abastecermos um carro, ao viajarmos em férias, ao matricularmos o filho na escola, ao embarcarmos numa condução pública, ao pagarmos impostos e taxas, ao procurarmos pelos serviços de um dentista, médico, detetive ou advogado, estamos, dessa forma, participando ativamente do comércio e das finanças; estamos, em outras palavras, consumindo, gastando e, assim, fazendo circular o dinheiro. Não é por acaso, nesse pormenor, que a crença popular vaticina que é o dinheiro que move o mundo. E move justamente porque é com dinheiro que ativa-se o comércio de bens e serviços. Bens e serviços são as coisas que movem a economia pelo lado da oferta em direção ao lado da demanda, isso tudo combinado num local conhecido por mercado. Dessa forma, as economias são “controladas” pela base monetária ( a quantidade de dinheiro em circulação ). Em resumo, a base monetária de um país determina a rapidez ( Time is money , diz o adágio frequentemente proferido em países de língua inglesa) com
futuro, as ciências econômicas, desde que esteja realmente a serviço de ser útil para a compreensão do ambiente econômico e social que a cerca, se coloca, nesse pormenor, como especial anfitriã das outras ciências sociais para o completo entendimento daquilo que ocorre atualmente nas diversas sociedades, visto que essa ciência jamais poderá ser negada, uma vez que a todo instante, até mesmo sem percebermos, estamos fazendo parte da “economia”, ora comprando, vendendo, trocando ou mesmo distribuindo, como afirmamos anteriormente. Nesse sentido, a economia se enquadra de forma precisa naquilo que o personagem de Sherlock Holmes disse: tudo é uma questão de “observação e dedução”. É certo que tanto na figura de consumidor ou produtor, patrão ou empregado, provedor ou beneficiário, estamos todos “inseridos” nessa ciência social que é também definida como a “ciências das escolhas”. Assim também é a vida, feita de escolhas, nos dizem os filósofos. Repare então que as ciências econômicas tem um pouco da essência da vida: as escolhas, a tomada de decisão, a opção (ou, em outras palavras, o custo de oportunidade , como dizem os economistas). Conceito: CUSTO DE OPORTUNIDADE Quando um bem é escasso, a opção de usá-lo de um modo significa desistir de usá-lo de outro. O valor de uso do qual se desistiu é o Custo de Oportunidade.
O que se faz necessário enaltecer, todavia, é que longe da frieza dos gráficos, das equações, dos modelos matemáticos e estatísticos e, de taxas diversas, a economia é, antes de tudo isso, uma ciência que estuda o comportamento humano, interagindo num mesmo espaço chamado mercado que, por sua vez, é repleto de fatos e acontecimentos. Nesse sentido, como diz o professor Robert Solow (1924), fígura ímpar das ciências econômicas, “os fatos pedem explicações, e as explicações pedem novos fatos”. Portanto, tentar compreender esse “comportamento” que está em nosso dia a dia é a tarefa precípua que cabe aos economistas modernos. Conquanto, deverá o economista moderno, dotado de visão social, estabelecer como seu principal instrumento analítico e metodológico um canal de abordagem social, entendendo que “à doutrina de que o bem-
estar do povo em geral deve ser o objetivo último de todos os esforços privados e de todos os programas políticos” para lembrarmos aqui uma vez mais o professor Marshall. A esse respeito, sobre o campo de visão específico do economista, é forçoso ressaltar as palavras de Tim Harford, autor de O Economista Clandestino, quando diz que: o fato de que a economia é uma ferramenta para uma análise objetiva não quer dizer que os economistas sejam sempre objetivos. Os economistas estudam o poder, a pobreza, o crescimento e o desenvolvimento. É difícil gerar modelos que descrevam esses assuntos sem se sensibilizar com o contexto real onde eles se encontram. De toda sorte, esta parte do texto que abre esse “Pensando como um Economista” pretende, apenas e, tão somente, fazer um rápido “passeio” pela história econômica, não se curvando à linha do tempo, muito menos se prendendo a analisar, pormenorizadamente, o “comportamento humano”. Evidentemente, não temos aqui nenhuma pretensão em abarcar todos os fatos e personagens importantes que marcaram a história econômica. Tal tarefa, de difícil realização, deve ficar a cargo somente dos mais devotados historiadores econômicos. Esse não é o nosso caso.
Para tentar compreender os fenômenos econômicos atuais, é preciso, todavia, “mergulhar” antes no espaço e no tempo daqueles que fizeram e contribuíram ( tanto na teoria quanto na prática ) para a história do pensamento econômico. Assim sendo, dos mais singelos aos mais ilustres pensadores, as ciências econômicas , espécie de “filha legítima” da Teologia, do Direito e da Filosofia, é a ciência que foi “desenvolvida” por um médico francês da corte de Luís XV, por um professor de Anatomia em Oxford, por um filósofo grego que cunhou o termo Economia , por um escocês que dava aulas de Filosofia Moral, por um britânico que fez fortuna operando na bolsa de valores de Londres, por um professor universitário inglês que assessorou o governo dos Estados Unidos, por um austríaco que chegou ao cargo de Ministro das Finanças em seu país, por um pastor protestante preocupado com o excesso populacional, por aquele que foi considerado o chefe da chamada “escola neoclássica de Cambridge”, por um professor norte-americano que acreditava “não existir almoço grátis” , por um
escola clássica ( Smith, Malthus, Stuart Mill, Ricardo ), na crítica ao capitalismo ( Marx, Weblen e Hobson ), no marginalismo ( Pareto, Jevons e Walras ), no neoclassicismo ( Marshall ), no keynesianismo ( Keynes e Kalecki ), no historicismo ( Weber ) e no pensamento econômico contemporâneo ( Schumpeter, Samuelson, Myrdal, Sraffa, Robinson e Galbraith ). (Tabela 1). Todavia, é importante ressaltar que quando os neoclássicos se apresentaram ao mundo, as ciências econômicas lá estava representada no conceito de utilidade marginal e na busca do bem-estar individual. Tempos depois, quando a crise econômica resolveu “abalar” os alicerces do capitalismo mundial, a economia se fez presente no programa New Deal e, com John M. Keynes, voltou a “abalar” o mundo, só que agora em forma de “revolução científica”, fundando os conteúdos teóricos da atual macroeconomia. As ciências econômicas esteve junto à teoria política que inaugurou a planificação na União Soviética, assim como esteve presente no primeiro plano quinquenal desse país. A economia esteve nos custos e nas consequências da Segunda Guerra Mundial (1937-45) e na Guerra Fria (a partir de 1947), assim como se fez presente com Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) na “sobrevivência” do capitalismo, pelas mãos dos “revolucionários da economia”: os empreendedores.
Tabela 1: Escolas de Pensamento e Pensadores Econômicos Escolas Pensadores Mercantilismo Willian Petty Fisiocracia François Quesnay Clássicos Adam Smith, Thomas Malthus, John Stuart Mill, David Ricardo Crítica ao Capitalismo Karl Marx, Weblen, Hobson Marginalismo Vilfredo Pareto, Stanley Jevons, Léon Walras Neoclassicismo Alfred Marshall Keynesianismo John Maynard Keynes, Michail Kalecki Historicismo Max Weber Pensamento Contemporâneo John Kenneth Galbraith, Paul Samuelson, Gunnar Myrdal, Piero Sraffa, Joan Robinson, Joseph Alois Schumpeter.
A atividade econômica esteve, está e sempre estará nas grandes empresas, nos grandes sindicatos, nos grandes governos, assim como também está, acima de tudo, na grande sociedade, ávida por vivenciar dias melhores; principalmente quando se trata de consumir mais bens e serviços, de preferência a custos mais baixos para que grande parte da população tenha acesso as benesses que essa atividade econômica pode proporcionar. Em suma, a economia está nos custos e benefícios marginais que são o que realmente interessa para a eficiência de uma economia.
Como a economia está em tudo e quase tudo parece gravitar ao redor da economia, o professor Roger E. Backhouse, renomado historiador econômico, afirma que até mesmo nos textos do Velho Testamento ou na poesia de Homero encontram-se excertos econômicos. Não nos esqueçamos, nesse pormenor, que a sociedade descrita na Ilíada e na Odisséia, obras atribuídas a Homero ( ainda que haja dúvidas quanto a sua existência ), reflete o mundo micênico ( Idade do Bronze ) e eram sociedades organizadas fora dos padrões do mercado, baseadas na pilhagem, no roubo e nos tributos pagos por sociedades derrotadas como maneiras de distribuir riquezas. Portanto, foram sociedades em que a atividade econômica, de fato e de direito, marcou sua presença. Nessa linha dos antigos pensadores, é importante destacar Hesíodo que viveu no final do século VIII a.C.. Esse é outro poeta do Mundo Antigo que também parece guardar uma relação próxima com a economia ( embora, naquele momento ainda não fosse uma ciência propriamente construída ). Mas, o fato é que um dos poemas atribuídos a esse autor – Os trabalhos e os dias – tem forte conteúdo econômico. De acordo com Backhouse, Hesíodo pode ser lido como alguém que via o problema econômico básico como de escassez de recursos. A razão para os homens trabalharem é que “os deuses mantêm o alimento escondido dos homens: caso contrário se trabalharia facilmente em um dia o suficiente para se prover para o resto do ano sem trabalhar”.