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Caracterização de Displasias, Neoplasias e Câncer, Slides de Patologia

Uma visão geral sobre as displasias, neoplasias e câncer, incluindo suas características, classificação e diferenças entre tumores benignos e malignos. O texto aborda a nomenclatura dos tumores, diferenciação celular, anaplasia, ritmo de crescimento, invasão local e metástase.

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 09/04/2024

leidianeferreiradionisio-leide
leidianeferreiradionisio-leide 🇧🇷

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AULA DE PATOLOGIA - PERÍODO / FARMÁCIA FASF
Professor: Cassilei de Carvalho Silva Data: 21/06/2022
Características Gerais das Neoplasias
1) INTRODUÇÃO
Displasias são condições adquiridas caracterizadas por alterações da proliferação e da diferenciação
celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. As mais
comuns são displasias epiteliais, onde ocorrem, em graus variados, aumento da proliferação celular
e redução na maturação das células, que podem apresentar algumas atipias celulares e arquiteturais.
A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, resultante de alterações no teor de DNA. No
colo uterino, por exemplo, poliploidia e, até mesmo, aneuploidia. Não raramente, as displasias
estão associadas a tecidos metaplásicos ou se originam neles.
As principais lesões pré-cancerosas conhecidas são displasias e, entre estas, podemos citar as do
colo uterino, da mucosa gástrica, do epitélio brônquico, do epitélio glandular da próstata e do epitélio
vulvar. Muitas vezes as displasias precedem os cânceres que se formam nesses locais. Todavia,
nem sempre uma displasia progride para câncer, que pode estacionar ou até mesmo regredir.
O termo neoplasia origina-se do grego neo = novo e plasis = crescimento, diferenciação celular. A
neoplasia pode ser entendida como a lesão constituída por proliferação celular anormal,
descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de
alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. Nesse
contexto, o que diferencia uma neoplasia de uma displasia e hiperplasia é exatamente a autonomia
de proliferação.
A neoplasia é uma massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo, com
características específicas em cada local e apresenta ritmos de crescimento e riscos diferentes.
Quando ocorre em um órgão sólido, o maior número de células de uma neoplasia forma um tumor.
O termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de volume
causados pela inflamação.
As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Entretanto, câncer é a
denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de
invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco = massa).
2) EPIDEMIOLOGIA
A epidemiologia além de fornecer dados quantitativos, permite conhecer melhor a etiologia e definir
estratégias de prevenção. Esta metodologia foi utilizada, mais de 2 séculos, por Bernardino
Ramazzini, na identificação do alto risco de câncer de mama entre freiras, e por Percival Pott, 1775,
analisando maior prevalência de câncer de pele da região escrotal em limpadores de chaminés.
A epidemiologia baseia-se em dois princípios:
- as doenças não ocorrem ao acaso;
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AULA DE PATOLOGIA - 3 º PERÍODO / FARMÁCIA FASF

**Professor: Cassilei de Carvalho Silva Data: 21 /06/ Características Gerais das Neoplasias

  1. INTRODUÇÃO** Displasias são condições adquiridas caracterizadas por alterações da proliferação e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. As mais comuns são displasias epiteliais, onde ocorrem, em graus variados, aumento da proliferação celular e redução na maturação das células, que podem apresentar algumas atipias celulares e arquiteturais. A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, resultante de alterações no teor de DNA. No colo uterino, por exemplo, há poliploidia e, até mesmo, aneuploidia. Não raramente, as displasias estão associadas a tecidos metaplásicos ou se originam neles. As principais lesões pré-cancerosas conhecidas são displasias e, entre estas, podemos citar as do colo uterino, da mucosa gástrica, do epitélio brônquico, do epitélio glandular da próstata e do epitélio vulvar. Muitas vezes as displasias precedem os cânceres que se formam nesses locais. Todavia, nem sempre uma displasia progride para câncer, já que pode estacionar ou até mesmo regredir. O termo neoplasia origina-se do grego neo = novo e plasis = crescimento, diferenciação celular. A neoplasia pode ser entendida como a lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. Nesse contexto, o que diferencia uma neoplasia de uma displasia e hiperplasia é exatamente a autonomia de proliferação. A neoplasia é uma massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo, com características específicas em cada local e apresenta ritmos de crescimento e riscos diferentes. Quando ocorre em um órgão sólido, o maior número de células de uma neoplasia forma um tumor. O termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de volume causados pela inflamação. As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Entretanto, câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco = massa). 2) EPIDEMIOLOGIA A epidemiologia além de fornecer dados quantitativos, permite conhecer melhor a etiologia e definir estratégias de prevenção. Esta metodologia foi utilizada, há mais de 2 séculos, por Bernardino Ramazzini, na identificação do alto risco de câncer de mama entre freiras, e por Percival Pott, 1775, analisando maior prevalência de câncer de pele da região escrotal em limpadores de chaminés. A epidemiologia baseia-se em dois princípios:
  • as doenças não ocorrem ao acaso;
  • as causas predisponentes podem ser identificadas. A frequência de determinada doença em diferentes populações ou grupos de indivíduos, pode estar associada a fatores predisponentes. Por exemplo, a ocorrência de câncer bucal em pacientes fumantes e alcoólatras é maior em relação aos pacientes que não possuem esses hábitos. O câncer embora seja importante na mortalidade global, não tem sido bem avaliado em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, visto que nesses países a taxa de mortalidade por doenças infecciosas e perinatais é maior. Esse índice tem sido utilizado para planejamento de medidas levando-se em consideração custo e benefício. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, as doenças transmissíveis eram a maior causa de óbito até 1960 em todas as capitais dos estados brasileiros. No entanto, na década de 1970, as doenças cardiovasculares predominaram em quase todas as regiões do país. A mortalidade por neoplasias que era de 2,7% em 1930, aumentou para 11,2% em 1980. Atualmente as doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte na população brasileira, exceto na região Norte, onde predominam doenças infecciosas e perinatais. A monitorização contínua da incidência regional é o componente mais importante da vigilância epidemiológica em oncologia, sendo feito através dos registros de câncer com base populacional. Há mais de uma centena de registros de câncer no mundo e muitos existem há mais de 50 anos. Cerca de um terço deles foram estabelecidos a partir de 1970. No Brasil, existem seis registros de câncer (Belém, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife e São Paulo). Seus principais objetivos são o estudo da incidência e da mortalidade por câncer em determinadas regiões ou grupos de indivíduos, para servir de base de estudos etiológicos. Mortalidade proporcional das cinco principais causas de óbito por região geográfica do Brasil. Mortalidade proporcional por região (%) Causa de óbito Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil Infecciosas Neoplásicas Cardiovasculares Respiratórias Perinatais Outras causas

3) NOMENCLATURA

Os tumores benignos e malignos têm dois componentes básicos: parênquima que é constituído por células neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. A nomenclatura dos tumores é baseada na origem das células do parênquima.

8 Bexiga urinária 3,8 Ovário 1, 9 Outros 22,1 Outros 17, 4) CARACTERÍSTICAS Diferenciação e Anaplasia: O termo diferenciação refere-se ao grau em que as células neoplásicas assemelham-se às células normais. As neoplasias benignas apresentam células bem diferenciadas ou seja, semelhantes às células do tecido de origem. As neoplasias malignas apresentam células com grau variável de diferenciação. As células indiferenciadas são também chamadas de anaplásicas. As células anaplásicas apresentam variação de tamanho e forma. As principais características da células anaplásicas são: a) Pleomorfismo; b) Núcleo hipercromático; c) Relação núcleo-citoplasma aumentada; d) Aumento no tamanho e número dos nucléolos; e) Mitoses atípicas. Ritmo de crescimento: Genericamente a maioria das neoplasias benignas cresce lentamente e as malignas crescem rapidamente. Entretanto, alguns tumores benignos podem apresentar crescimento mais rápido que tumores malignos. O ritmo de crescimento depende do tipo de tumor e de alguns fatores como suprimento sangüíneo e hormonal. Invasão local: As neoplasias benignas crescem por expansão, permanecendo no local de origem, sem infiltrar ou invadir tecidos vizinhos ou provocar metástase para outros locais. As neoplasias benignas são geralmente circunscritas por uma cápsula de tecido fibroso que delimita as margens do tumor. Devido à cápsula, os tumores benignos formam massas isoladas, palpáveis e móveis, passíveis de enucleação cirúrgica. Entretanto, alguns tumores benignos são localmente invasivos e recidivantes, como os ameloblastomas e mixomas. As neoplasias malignas são invasivas provocando destruição dos tecidos adjacentes e podendo desenvolver metástase regional e à distância. Devido a essa característica invasiva, é necessária a ressecção cirúrgica de considerável margem de tecido aparentemente normal, conhecida como cirurgia radical. É preciso ressaltar que alguns tipos de câncer evoluem de uma lesão inicial conhecida como carcinoma in situ. Neste estágio as células tumorais estão restritas ao epitélio e não romperam a membrana basal com consequente invasão do conjuntivo. As ressecções cirúrgicas nesta fase são menores com um maior índice de cura.

Metástase: Metástase é a presença de células ou massas tumorais em tecidos que não apresentam continuidade com o tumor primário. É a principal característica das neoplasias malignas e a disseminação das células tumorais ocorre através dos vasos sanguíneos, linfáticos ou cavidades corporais. Todos os tipos de câncer podem provocar metástases, com poucas exceções como o carcinoma basocelular de pele e os gliomas (neoplasias de células gliais do SNC). O desenvolvimento de metástase diminui de maneira acentuada a possibilidade de cura dos pacientes. As principais vias de disseminação são: A) Disseminação através de cavidades e superfícies corporais: Esse tipo de disseminação ocorre quando células neoplásicas penetram em uma cavidade natural, como a peritonial. Em casos de carcinomas de ovário não é raro que as superfícies peritoniais fiquem revestidas por células neoplásicas. Outras cavidades corporais podem estar envolvidas como a pleural, pericardial e subaracnóide. B) Disseminação linfática: As células tumorais são transportadas pelos vasos linfáticos. É a via preferencial dos carcinomas, e a menos frequente nos sarcomas. Os gânglios linfáticos regionais funcionam como barreiras contra a disseminação generalizada do tumor, pelo menos por algum tempo. C) Disseminação hematogênica: É a via de disseminação mais utilizada pelos sarcomas, porém também pode ocorrer nos carcinomas. As artérias são mais resistentes que as veias à invasão tumoral. Os órgãos mais acometidos por essa disseminação são o fígado e o pulmão. Diferenças entre tumores benignos e malignos CARACTERÍSTICAS BENIGNOS MALIGNOS diferenciação ritmo de crescimento invasão mitoses metástase bem-diferenciados lento não invadem raras e normais ausente indiferenciados rápido invadem frequentes e atípicas presente 5) ESTADIAMENTO (SISTEMA TNM) O sistema TNM é a classificação mais usada para os tumores malignos. Este critério foi estabelecido pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), para determinar a extensão do crescimento e disseminação das neoplasias malignas. O sistema TNM está baseado em três componentes:

M1 metástase à distância Grupamentos por estádios clínicos Estádio 0 Estádio I Estádio II Estádio III Estádio IV Tis T T T T T T T Qualquer T Qualquer T

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Questões: 1- Defina displasia, neoplasia, câncer e tumor. Displasias são condições adquiridas caracterizadas por alterações da proliferação e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. A neoplasia é uma massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo, com características específicas em cada local e apresenta ritmos de crescimento e riscos diferentes. O termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de volume causados pela inflamação. Câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. 2- Quais são os dois princípios nos quais se baseia a epidemiologia? A epidemiologia baseia-se em dois princípios:

  • as doenças não ocorrem ao acaso;
  • as causas predisponentes podem ser identificadas. 3- Defina parênquima e estroma tumoral. Parênquima que é constituído por células neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. 4- Como é realizada a nomenclatura dos tumores benignos? Dê 3 exemplos. Nas neoplasias benignas acrescenta-se o sufixo OMA à célula de origem. Os tumores benignos de células mesenquimais geralmente seguem esta regra.

Exemplos: fibroma, lipoma, osteoma. 5- Como é realizada a nomenclatura dos tumores malignos? Dê 3 exemplos. As neoplasias malignas de origem mesenquimal recebem o sufixo SARCOMA (sarco = carne) às células de origem. Exemplos: fibrossarcoma, lipossarcoma, osteossarcoma. 6- Como é realizada a nomenclatura dos tumores epiteliais? A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é baseada nas células de origem, arquitetura microscópica ou padrão macroscópico. As neoplasias benignas com estruturas glandulares são chamadas de adenomas e, papilomas são tumores epiteliais benignos que produzem projeções epiteliais. 7- Cite, por ordem decrescente, as três neoplasias mais frequentes no Brasil, para os homens e para as mulheres. Homens: pele, 28,9%; estômago, 10,6% e boca, 8,5%. Mulheres: colo de útero, 23,7; pele, 23,4 e mama, 16,5%. 8- Defina diferenciação e anaplasia para células tumorais. O termo diferenciação refere-se ao grau em que as células neoplásicas assemelham-se às células normais. As neoplasias benignas apresentam células bem diferenciadas, semelhantes às células do tecido de origem. As neoplasias malignas apresentam células com grau variável de diferenciação. As células indiferenciadas são também chamadas de anaplásicas. 9- Quais são as 5 características que permitem a caracterização das células como anaplásicas? Pleomorfismo; Núcleo hipercromático; Relação núcleo-citoplasma aumentada; Aumento no tamanho e número dos nucléolos; Mitoses atípicas. 10- Diferencie tumores benignos e malignos com relação a ritmo de crescimento e invasão local. A maioria das neoplasias benignas cresce lentamente e as malignas crescem rapidamente. As neoplasias benignas crescem por expansão, permanecendo no local de origem, sem infiltrar ou invadir tecidos vizinhos ou provocar metástase para outros locais. As neoplasias malignas são invasivas provocando destruição dos tecidos adjacentes e podendo desenvolver metástase regional e à distância. 11- Com relação a delimitação tecidual (histológica) como podemos diferenciar, em geral, os tumores benignos dos malignos?