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Uma análise detalhada da acepção do verbo 'dar resposta' em português, abordando suas formas, usos e exemplos em diferentes contextos. Além disso, o texto discute as conjunções, interjeições, orações subordinadas, orações adverbiais e outros aspectos da gramática portuguesa.
Tipologia: Notas de estudo
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530 NOV A G R A M Á T I C A DO P O R T U G U Ê S C O N T E M P O R Â N E O
Neste caso, a conjunção conserva pleno o seu valor comparativo; e o segundo termo vem enunciado entre pausas, que se marcam, na escrita, por vírgulas,
considerarmos termos que se adicionam, que se reforçam, interpretação que
É inútil acrescentar que tanto ele como eu esperamos que você nos dê sempre notícias. (Ribeiro Couto, C, 2 0 2 .)
Tanto um como outro se ocupavam em mercadejar. (A. Ribeiro, PSP, 265.)
É um homem excelente, e tanto Emília como Francisquinha o esti mam muito, a seu modo.
Entre os sujeitos não há pausa; logo, não devem ser separados, na escrita, por vírgula. De modo semelhante se comportam os sujeitos ligados por série aditiva
Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.
REGÊNCIA VERBAL
REGÊNCIA
Em geral, as palavras de uma oração são interdependentes, isto é, relacionam- se entre si para formar um todo significativo. Essa relação necessária que se estabelece entre duas palavras, uma das quais serve de complemento a outra, é o que se chama regência. A palavra dependente denomina-se regida, e o termo a que ela se subordina, regente. As relações de regência podem ser indicadas: a) pela ordem por que se dispõem os termos na oração; b) pelas preposições, cuja função é justamente a de ligar palavras estabelecendo entre elas um nexo de dependência; c) pelas conjunções subordinativas, quando se trata de um período composto.
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Em outros capítulos deste livro, estudamos parceladamente tais relações: complementos pedidos por substantivos, por adjetivos, por verbos, por advér bios e, mesmo, por orações. Procuraremos, agora, precisar melhor as formas que assume a regência v er ba l.
O bservação: A r e g ê n c ia é o movimento lógico irreversível de um termo regente a um regido. Reconhece-se o termo regido por ser aquele que é necessariamente exigido pelo outro. Por exemplo: a conjunção embora pede o verbo no subjuntivo, mas o verbo no subjuntivo não exige obrigatoriamente a conjunção embora ; logo a conjunção é o termo regente, e a forma verbal o termo regido. Sobre o conceito de r e g ê n c ia e suas relações com o de c o n c o r d â n c ia , veja-se Louis Hjelmslev. La notion de rection. Acta Linguística, 1: 10-23, 1939.
REGÊNCIA VERBAL
Vimos que, quanto à predicação, os verbos nocionais se dividem em in transitivos e transitivos. Os intransitivos expressam uma ideia completa:
A criança dormiu. Pedro viajou.
Os transitivos, mais numerosos, exigem sempre o acompanhamento de uma palavra de valor substantivo ( objeto direto o u in d ir eto ) para integrar- -lhes o sentido:
O menino comprou um livro. O velho carecia de roupa. Pedro deu um presente ao amigo.
A lig a ç ã o d o v e r b o c o m o s e u c o m p le m e n to , is to é, a regência verbal, p o d e , c o m o n o s m o s tr a m o s e x e m p lo s a c im a , fa z e r-se :
objeto direto ;
m e n t o é OBJETO INDIRETO.
D iv e rs id a d e e ig u a ld a d e d e re g ê n c ia
Verbos há que admitem mais de uma regência. Em geral, a diversidade de regência corresponde a uma variação significativa do verbo. Assim:
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R e g ê n c ia d e a lg u n s v e rb o s
A s p ir a r
Aspirando o frescor do seu vestido... (C. Pessanha, C, 82.)
Destampava as panelas, especulava o que se ia comer, aspirava com gosto o perfume do refogado — da salsa, do alho, da cebolinha.
Arregaçou o focinho, aspirou o ar lentamente, com vontade de subir a ladeira e perseguir os preás, que pulavam e corriam em liberdade. (G. Ramos, V5,130-131.)
Sua vigilância exasperava-me, no íntimo, fazendo-me aspirar, com ânsia, à libertação.
Aspiramos a tuna terra pacífica. (C. Drummond de Andrade, OC, 830.)
E a mim, que aspiro a ele, a mim, que o amo, Que anseio por mais vida e maior brilho, Há de negar-me o termo deste anseio?
Advirta-se, porém, que, embora invariavelmente condenado pelos gramá ticos, o regime direto se insinua, vez por outra, na pena de escritores brasileiros modernos e contemporâneos:
Ele sente, ele aspira, ele deseja A grande zona da imortal bonança. (Cruz e Sousa, OC, 212.)
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Oh! o que eu não aspirava, no titanismo das minhas ânsias de moço, para o meu país!
A s s is tir
Assisti a algumas touradas. (A. F. Schmidt, AP, 175.)
Não é propósito nosso descrevermos uma corrida de touros. Todos têm assistido a elas e sabem de memória o que o espetáculo oferece de notável. (Rebelo da Silva, CL, 177.)
Na linguagem coloquial brasileira, o verbo constrói-se, em tal acepção, de
dernos têm dado acolhida à regência gramaticalmente condenada. Sirvam de exemplo estes dois passos:
Trata-se de um filme que eu assistia.
Dava dinheiro e corrompia para fazer passar de novo e sempre as fitas que não assistira.
A o dono da loja assiste razão de gabar-se, como o fez, por sua ini ciativa.
Que direito lhe assistia de julgar Jacinto?
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É claro que chamei o sacristão e lhe pedi silêncio. (C. de Oliveira, AC, 29.)
As tias chamavam por Santa Bárbara e por São Jerônimo.
Tanto valeu tanger a campainha da ordem como chamar pelo mira culoso padre Antônio. (A. Ribeiro, V, 421.)
O Negrinho chamou pela Virgem sua madrinha e Senhora Nossa.
O povo chamava-o maluco.
Chamaram-no de mentiroso, de ingrato e de vítima.
c) com objeto in direto + pred icativo :
Chama-lhe amizade, se preferires.
Chamava-lhe sempre de miúdo.
1 4 Esta construção, desusada em Portugal e condenada pelos puristas, é a predominante na linguagem coloquial brasileira e tende a sê-lo também na expressão literária modernista.
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4.°) Pode ser intransitivo, quando equivale a “dar ou fazer sinal com a voz ou o gesto, para que alguém venha”:
Chamasse, gritando, José Balbino invadiria o quarto.
— Chamou? pergunta-me o guarda. — Não chamei.
Neste sentido também se usa com objeto indireto precedido da preposição
Sampaio correu a porta e chamou pelos sipaios.
— Ela chamou por mim, Barbaças!
E n s in a r
Vou dizer que o Antoninho andou pelas portas a ensinar-vos a lição e a prometer-vos peitas. (A. Ribeiro, V, 410.)
E eu lhe ensinei a pura alegria.
Se lhe ensinassem um ofício, podia fazer um pedaço.
Comparem-se estes exemplos:
Em vão ensinara-lhe a proteger os animais das pragas e dos vendavais. (N. Pinõn, CC, 52.)
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c) c o m o intransitivo:
Na vossa terra não há quem ensine? (F. Namora, 27, 294.)
Como mestra, a vida ensina mal. (Ó. Soares, DF, I, XIII.)
E sq u e c e r
l.°) Na acepção própria de “olvidar”, “sair da lembrança”, este verbo cons- trói-se, tradicionalmente: a ) se ja c o m obieto direto:
Esqueci um ramo de flores no sobretudo.
— Pois é, não deve deixar que o esqueçam. (J. Paço d ’Arcos, CVT, 722.)
Eu não esqueço o bem que ele me fez.
m in a l:
Tendo de lutar para obter melhoria de situação, foi-se esquecendo dos deveres religiosos. (C. Drummond de Andrade, CA, 123.)
Diabo: o Barbaças esquecia-se de deixar as rações na manjedoura.
2.°) Do cruzamento destas duas construções resultou uma terceira, sem o
Esqueceu os deveres religiosos Esqueceu-se dos deveres religiosos
Esqueceu dos deveres religiosos
Tal construção, considerada viciosa pelos gramáticos, mas muito frequente no colóquio diário dos brasileiros, já se vem insinuando na linguagem literária,
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exemplo estes passos:
Guma esquece de tudo, e se deixa ir no doce acalanto dessa toada tâo bela. (J. Amado, MM, 55.)
Ah, sim, esqueci de confessar quando a vi.
elipse da preposição:
— Toma esta chave, e não te esqueças que o seu poder é sobrenatural.
— Um homem acostuma-se a tudo, sim, a tudo, até a esquecer-se que é um homem... (Castro Soromenho, C, 66.)
— Esquece-se que não tenho outra companhia...
de estrutura diversa das que até agora examinamos. Os elementos que nestas fun cionam como objeto ( direto o u in d ireto ) vão figurar nela como sujeito:
E o pior é que me esqueceu tudo, valha-me Deus!
Esqueceram-me todas as mágoas, e comecei a gostar desse Belmiro que olhava para o salão como se estivesse contemplando o mar.
Esqueci-me de tudo
e
Esqueceu-me tudo,
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As histórias de Zefinha não o interessavam.
b) “alcançar”, “ofender”, “ferir”:
O ferimento interessou a aorta.
A facada interessou o pulmão direito.
sentidos de “ter interesse”, “tirar utilidade, lucro ou proveito”:
O rei interessava em que os concelhos fossem poderosos e livres. (A. Herculano, MC, II, 78-79.)
É lícito supor que desejava prolongar a luta, porque interessava em residir na corte de Roma.
Interessei-o nesta empresa.
Interessei meu irmão na charutaria.
b) “atrair”, “provocar o interesse ou a curiosidade de”:
Foi fácil para ele interessar toda a cidade na incrível figurinha de Shirley Temple.
A princípio tentara interessá-lo nos problemas sociais que o entu siasmavam.
Josefina, é verdade que nunca se aproximou de mim para me inte ressar nos seus enigmas. (A. Bessa Luís, M, 296.)
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5.°) No sentido de “empenhar-se”, “tomar interesse por” tem forma reflexa e faz-se acompanhar de objeto indireto encabeçado por uma das preposições
Interesso-me em aspirar todos os aromas que recendem das essências angélicas. (C. Castelo Branco, OS, 1,509.)
Zazá não se interessava muito pelo futebol. (Ribeiro Couto, JVC, 46.)
Interessavam-se as três, humanamente, pelos alunos, pelos seus casos familiares, pelas inclinações que revelavam, pelas suas singularida des físicas e espirituais. (U. Tavares Rodrigues, PC, 198.)
L e m b ra r
Assim:
O monte lembrava um lençol esburacado. (A. Ribeiro, M, 147.)
Lembrei dias de ventanias, sóis de correrias.
Lembro-a hoje, com os seus cabelos brancos... (A. F. Schmidt, P, 43.)
E ali era ele quem mandava, não precisava de o lembrar à filha.
Para me lembrar ao senhor? Para lembrá-lo a mim? Nosso entendi mento se tornou tão fácil que dispensa a operação da lembrança.
V E R B O 545
Não me lembra o motivo que alegou. (C. Drummond de Andrade, CB, 57.)
O terceiro, cruzamento dos dois esquemas anteriores, é de emprego raro na língua atual:
Voltei depois que ela entrou em casa, e só muito abaixo é que me lembrou de ver as horas. (Machado de Assis, OC, II, 648.)
Já me lembrou de o esperar no caminho e pendurar pelo gasnete no galho de um sobreiro. (C. Castelo Branco, OS, 1,401.)
também tida por viciosa. Um exemplo literário:
Lembrava do negro velho Macário que fora escravo do capitão Tomás e que morrera servindo na casa.
O b e d e ce r (e d e so b e d e c e r)
Só os lavradores, e alguns, têm obedecido a este preceito!
Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam? (G. Ramos, V5,29.)
Sofreste tanto que até perdeste a consciência do teu império; estás pronta a obedecer; admiras-te de seres obedecida. (Machado de Assis, OC, III, 1044.)
1 6 Cf. Luís Carlos Lessa. Obra cit., p. 192-193, onde se mencionam mais exemplos literários desta construção condenada.
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Depois de outras muitas e reiteradas ordens foi enfim obedecida.
Esta construção corresponde ao antigo regime transitivo direto do verbo, que ainda se documenta em escritores do século passado:
— Meu tio Campeio ordenou-me e eu o obedeço. (J. de Alencar, OC, III, 1243.)
Restitua o dinheiro àquela menina. Se ainda o tem. Obedeci.
A ruína vem muitas vezes dessas naturezas feitas para obedecer, (A. Bessa Luís, M, 261.)
Você é o único que não obedece!
P e rd o a r
Crimes da terra, como perdoá-los?
Perdoai o nosso erro. (J. Régio, SM, 94.)
Ela perdoara-lhe.
Perdoem-lhe esse riso. (Machado de Assis, OC, 1,600.)
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b ) c o m OBiETo direto p a r a e x p r im ir a re s p o s ta :
O homem comum não responderia o que ele me responde, se lhe pergunto a que hora gosta de escrever.
Nenhum escritor comum, igualmente, responderia isso. (C. Drummond de Andrade, CB, 72.)
O homem respondeu qualquer coisa de ininteligível.
podendo, naturalmente, usar-se na passiva:
... um violento panfleto contra o Brasil que foi vitoriosamente res pondido por De Ângelis. (E. Prado, M, 145.)
c) c o m OBIETO DIRETO e INDIRETO:
Quando lhe perguntei por que motivo ninguém o via há um més, respondeu-me que estava passando por uma transformação. (Machado de Assis, OC, II, 83.)
Respondi-lhe que já tinha lido a receita em qualquer parte. (J. Cardoso Pires, D, 295.)
2.°) Na acepção de “replicar”, “retorquir”, usa-se, normalmente, com objeto in d ir eto :
Quase que lhe respondera com escárnio. (J. Paço d’Arcos, CVL, 706.)
À linguagem do deputado o jovem médico respondeu com igual franqueza. (Machado de Assis, OC, II, 60.)
Não é raro, porém, o emprego in tran sitivo :
Respondia sem revolta ou renúncia na voz. (M. Torga, CM, 14.)
Nascimento não respondeu logo. (H. Sales, C, 209.)
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O guarda gritara duas vezes, espaçadas, e como o da Administração não respondera, calou-se.
Respondeu muito à vontade e com presteza. (C. dos Anjos, M, 170.)
João Fanhoso cantou outra vez. O mesmo canto rachado de taquaraçu, alto e que ia longe. Mas desta vez responderam... Longe, bem longe, outro canto respondeu. E outro. E outro. (M. Palmério, VC, 102.)
Fr. José, depois de ter invocado Nossa Senhora do Salvamento, encetou o terço e as monjas responderam.
Quis puxar as mãos de Capitu, para obrigá-la a vir atrás delas, mas ainda agora a ação não respondeu à intenção. (Machado de Assis, OC, 1,769.)
O movimento bem visível da dobadoira era regular, e respondia ao movimento quase imperceptível das mãos da velha. (Almeida Garrett, 0 ,1 ,55.)
Parecia que outro personagem respondia por ele, a fim de deixá-lo à vontade.