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Paulo Galati (Teco): arranjos a três vozes para coro amador, Notas de estudo de Música

Daí nasceu o “Lumiá Ensemble”, coral de estudantes de música, que ... Mas algumas coisas soavam tão bem que eu passava para partitura e testava.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amazonas
Amazonas 🇧🇷

4.4

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Trabalho realizado para a disciplina Estudos de Repertório Coral. Prof. Susana Cecilia Igayara-Souza
Departamento de Música da ECA-USP
Arranjos a Três vozes
para Coro Amador
Arranjador: Paulo Galati (Teco)
Organizado por Lorena Galati
2017
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Baixe Paulo Galati (Teco): arranjos a três vozes para coro amador e outras Notas de estudo em PDF para Música, somente na Docsity!

Trabalho realizado para a disciplina Estudos de Repertório Coral. Prof. Susana Cecilia Igayara-Souza Departamento de Música da ECA-USP

Arranjos a Três vozes

para Coro Amador

Arranjador: Paulo Galati (Teco)

Organizado por Lorena Galati

Índice

    1. Apresentação..........................................................................................
    1. Prefácio....................................................................................................
    • vozes................................................................. 3. Sobre fazer arranjo a tês
    1. Sobre cada arranjo...................................................................................
    1. Asa Branca................................................................................................
    • Lugar.................................................................... 6. Canto do Povo de um
    1. Luar do Sertão........................................................................................
    1. Mulher....................................................................................................
    1. Não Digas Nada......................................................................................
    • Amarelo....................................................................... 10. Natal Verde e
    1. Ó Bela Alice........................................................................................
    1. Papel de Plata....................................................................................
    1. Reticências.........................................................................................
    1. Valsinha.............................................................................................

Prefácio

Quando fiquei sabendo que teria de fazer um catálogo de arranjos certamente pensei em juntar os arranjos do meu pai, coisa nunca feita antes. Rapidamente falei com ele da ideia, ele também achou ótima. Juntamos todos que conseguimos, mas sempre lembramos de um que ainda não estava na lista.Quando eu percebi, tinha mais de 30 arranjos e 108 páginas de trabalho: fugi da proposta. Bom, tenho que escolher 10 desses arranjos, reunidos por algum tema. Logo meu pai falou: junta os arranjos a três vozes, tem muita procura para coro amador, pode ser bem útil para o acervo da universidade. Este trabalho certamente despertou um processo de organização do acervo do Teco, ficamos empolgados e já tivemos várias ideias. Agradeço a oportunidade e espero que seja útil esse caderno de arranjos.

Sobre o fazer arranjos a três vozes

Por Paulo Galati, revisado por Lorena Galati

A realidade de muitos grupos corais que a gente encontra nas escolas, nos bairros, nas igrejas em outras diversas comunidades, é que são pessoas com pouquíssimo treino em música, pouca vivência musical, pouca experiência com o cantar, o que torna a vida do regente difícil. Difícil porque é complicado encontrar material musical que se adeque essa realidade. E essa realidade se estende a um grande número de regentes também, visto que a maioria deles foi formada dentro de grupos com característica semelhante. A realidade é que faltam arranjadores corais.

Então, em todos os locais em que trabalhei com esse público de cantores, trabalhava conceitos de afinação, ritmo, dinâmicas e articulações usando um violão, fazendo canções da música popular brasileira e, por vezes, do repertório popular internacional. Com as músicas que eram mais queridas, eu começava a abrir as voze,s dentro da característica e do conforto vocal dos cantores daquele grupo. Com certeza a maioria desses pequenos arranjos foram perdidos. Alguns nem foram escritos, eram feitos de cabeça guardados apenas na memória de quem os cantava.

Mas algumas coisas soavam tão bem que eu passava para partitura e testava com meu coro, o Lumiá Ensemble, formado, em sua maioria, por alunos da ULM (Universidade Livre de Música, hoje EMESP). Muitas vezes reescrevia algumas partes elaborando com mais cuidado pensando também no aproveitamento do arranjo por outros grupos corais.

Mas de uma coisa nunca abri mão: que apesar da simplicidade eles soassem como música bem elaborada, sem nenhuma concessão à qualidade e, obrigatoriamente, guardando as características que sempre procurei obter em qualquer arranjo:

  1. O Conforto vocal.
  2. Linha melódica com sentido musical.
  3. Não ter medo de dissonâncias , afinal, elas existem no repertório auditivo das pessoas leigas. Muitos regentes, por ter consciência delas, acabam evitando arranjos que possuem dissonâncias por medo do fracasso sonoro, o que acaba por subestimar a capacidade do coro. Ao invés disso, penso que ao enfrentar essas dificuldades , o resultado só pode ser a evolução do nível de execução do coro.
  4. Que cada cantor sinta que na maioria das vezes sua voz, a linha melódica que ele canta deveria ser a principal, de tão bonita e boa de cantar. Essa ideia acaba por complementar o item 3, pois se as frases das vozes soam bem, não importa se é teoricamente dissonante, porque na se na prática é bom de ouvir e cantar, então torna-se consonante, agradável.
  5. Que o público sinta beleza na música.

Mulher

Esse arranjo eu fiz especialmente pro coro do IPEN (Instituto de Pesquisa em Energia Nuclear, situado na USP). Lá, existia um coral com um razoável equilíbrio entre vozes femininas e masculinas. Por ocasião de comemorar dia Internacional da mulher, fizemos algumas músicas combatendo o machismo. Mas o encantamento feminino não podia deixar de ser exaltado, visto que o autor da música devia estar muito apaixonado (ou, pelo menos, fingia). Os homens são os protagonistas dessa música e as mulheres, por serem coadjuvantes, interviam com comentários. A música foi pensada para ser acompanhado com violão.

Não digas nada

Esse arranjo foi feito às pressas, porque recebemos uma encomenda de fazer um espetáculo de uma hora com músicas que tivessem letra do Fernando Pessoa. Procurando que já existia de músicas, encontrei essa, gravada pelo conjunto secos e molhados. esse arranjo Deve ter sido criado em meia hora. simples e funcional. Soa muito bem, apesar da simplicidade.

Natal verde e amarelo

Esse foi outro arranjo feito para o coral do IPEN. eles já cantavam essa música, mas, acho que era em uníssono. Achei ela muito interessante. A gravação original tinha uma sonoridade daquelas propagandas da VARIG, ou daqueles grupos vocais jazzisticos norte-americanos. Não aproveitei a gravação original, nem a sonoridade da época. Me orgulho muito desse arranjo. Acho que é uma das melhores coisas corais que temos para comemorar o Natal no Brasil, pois é bem humorado, gostoso de cantar e de ouvir, e fica bem longe da sonoridade das músicas típicas de natal (que eu e minha querida torcida do flamengo já enjoamos). Pode ser feito com acompanhamento instrumental, mas não depende disso.

Ó Bela Alice

Um dia me deparei com um CD em que havia o resultado de uma pesquisa feita por Lídia Portela, com canções populares do interior da Bahia, canções que datavam do início do século XX. Deu vontade de ouvir o coro cantando aquilo. Procurei fazer um arranjo simples, começou com apenas duas vozes, depois se aprofundou na sonoridade das três vozes, que nessa altura soava tão complexo. Espero que alguém o encontre. Seria muito bonito de ouvir cantado por aí. Não é tão fácil, pode dar um trabalho, mas compensa. Soa muito bem.

Papel de Plata

No final da década diz 70 do século XX, a música latino-americana chegava com força do Brasil. Era o final da ditadura militar, E a gente se nutria da sua natureza Como música de protesto. Existiam grupos brasileiros, como o Tarancón, que trazia às nossas terras vários desses sucessos. Na Universidade, tive a oportunidade de participar de um grupo musical formado por bolivianos e dirigidos por um equatoriano. Neste grupo pude cantar, tocar charango, queña e zampoña. Aprendi com eles a essência da música americana. Papel de Plata é uma música tradicional andina, e três vozes foram suficientes para trazer a essência dessa canção ao repertório coral.

Reticências

Fiz nesse ano de 2017 algo inédito na minha vida de arranjador. Recebi encomenda e preparei todo o repertório que o Coro Juvenil do Moinho, da cidade de Caxias do Sul, RS, fez nesse ano. Construí o repertório, junto com sua regente, Cristiane Ferronato, através de conversas no Whatsapp. Tive a oportunidade de, antes de começar fazer os arranjos, ir para Caxias do Sul conhecer seus cantores. É um coral que renova 70% dos participantes todo ano e que tem tradição de cantar acompanhado ao piano e percussão. Reticências é uma composição que ouvi com um grupo “As Bahias e a Cozinha Mineira”. Havia a sugestão de um cânone na gravação original, mas resolvi incrementar esse cânone. Como era muito simples – a primeira parte no modo mixolídio, que é a tonalidade maior da música nordestina – fiz uma alteração, na segunda parte, com uma mistura de modos comuns à música brasileira. Como educador musical, sempre aproveito as músicas para servir como um estudo, desde que o resultado seja bonito. E esse, sem dúvida, é muito fácil, além de soar muito bem.

Valsinha

Tive oportunidade trabalhar por dois anos no ECI, espaço de convivência de idosos, No Parque da água Branca, em São Paulo. Lá eu dava concurso de canto em conjunto, e, no desenvolvimento das atividades, a apresentação final era um grande coral. Valsinha foi uma das músicas preferidas pelos alunos daquele semestre. Fiz o arranjo na medida exata do desenvolvimento que esses alunos puderam ter em apenas 15 aulas. Agora, olhando para ele, vejo o quanto aquelas aulas renderam. A particularidade desse arranjo, são as contraltos muito graves. Coisa corriqueira, e tratando de idosas. Mas pode ser transposto para outro tom, e se adaptar a outras formações.