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Inflamação: Processos, Mecanismos e Tipos - Um Guia Completo, Notas de aula de Patologia

A inflamação, um processo complexo do corpo em resposta a agentes agressores. Explica os mecanismos da inflamação, desde a resposta inicial do endotélio até a migração de leucócitos e a formação de exsudato. Descreve os diferentes tipos de inflamação, incluindo aguda e crônica, e seus padrões morfológicos. O documento também discute as causas e consequências da inflamação, incluindo a aterosclerose, a coagulação intravascular disseminada e a embolia.

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 08/02/2025

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Aterosclerose
É a resposta inflamatória crônica na parede das
artérias que progressivamente leva a diminuição
ou oclusão da luz devido a formação de placas
ateromatosas, compostas primariamente de
lipídeos, células inflamatórias e tecido fibroso. É
a principal causa de morte no mundo.
Normalmente:
Causa:
Agressão ao endotélio inicia um processo
inflamatório crônico que inclui participação de
células endoteliais, lipoproteínas, células imunes,
plaquetas e células musculares lisas.
Reação inflamatória progressiva leva a formação
do ateroma.
Essa agressão pode ser iniciada por agentes
físicos, químicos, infecciosos, imuno complexos,
hipóxia etc.
Consequências:
Leva a gradual oclusão do vaso, ocasionando
isquemia aguda ou crônica. Podendo estimular a
dilatação arterial (aneurisma) ou então a
formação de trombos e embolia.
Patogenia:
Agressão do endotélio: ocorre alteração da
permeabilidade do endotélio, levando ao acúmulo
de lipídeos na intima, recrutamento de monócitos
(sangue) que se transformam em macrófagos
quando chegam aos tecidos. Os hepatócitos
possuem mecanismos de autorregulação para a
captação de colesterol, diferente dos macrófagos
e células musculares lisas.
O LDL sofre oxidação no tecido se tornando
OxLDL, que exerce uma gama de efeitos sobre
os macrófagos, células endoteliais e células
musculares lisas. Os macrófagos fagocitam
LDL/oxLDL e ocorre formação de células
espumosas, que secretam citocinas pró-
inflamatórias e podem sofrer apoptose induzida
pela oxLDL.
Sinalização inflamatória recruta mais células
imunes, entre elas linfócitos TCD4 ativados.
Célula musculares produzem componente de
matriz extracelular + produção de fatores de
crescimento pelo endotélio e macrófagos.
Incialmente com formação de estria lipídica e
depois pode evoluir a placas complicadas.
Fatores de risco:
1. Hipercolesterolemia (genética)
2. Distúrbios hemodinâmicos (hipertensão
arterial)
3. Inflamação
4. Síndrome metabólica
5. Lipoproteínas Lp(a) que compete com o
sítio de ligação do plasminogênio levando
a formação de trombos.
6. Obesidade
7. Doença multifatorial
Distúrbios hemodinâmicos
Fluxo sanguíneo: unidirecional e laminar
(leucócitos e hemácias circulam
predominantemente na parte central da coluna de
sangue, enquanto as plaquetas fluem sobretudo
na periferia, mais próximas do endotélio).
Fluxo linfático: conjunto de vasos que se iniciam
na matriz extracelular como capilares em fundo
cego, cuja parede é muito fina e revestida por
células endoteliais com bordas interdigitadas ou
parcialmente sobrepostas e ligadas entre si por
complexos juncionais descontínuos.
Hiperemia : aumento do volume
sanguíneo no interior dos vasos de um
órgão ou tecido de forma ativa, levando
ao aumento do INFLUXO sanguíneo. Ex:
rubor facial, vasodilatador metabólico e
mediadores inflamatórios.
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Aterosclerose É a resposta inflamatória crônica na parede das artérias que progressivamente leva a diminuição ou oclusão da luz devido a formação de placas ateromatosas, compostas primariamente de lipídeos, células inflamatórias e tecido fibroso. É a principal causa de morte no mundo. Normalmente: Causa: Agressão ao endotélio inicia um processo inflamatório crônico que inclui participação de células endoteliais, lipoproteínas, células imunes, plaquetas e células musculares lisas. Reação inflamatória progressiva leva a formação do ateroma. Essa agressão pode ser iniciada por agentes físicos, químicos, infecciosos, imuno complexos, hipóxia etc. Consequências: Leva a gradual oclusão do vaso, ocasionando isquemia aguda ou crônica. Podendo estimular a dilatação arterial (aneurisma) ou então a formação de trombos e embolia. Patogenia: Agressão do endotélio: ocorre alteração da permeabilidade do endotélio, levando ao acúmulo de lipídeos na intima, recrutamento de monócitos (sangue) que se transformam em macrófagos quando chegam aos tecidos. Os hepatócitos possuem mecanismos de autorregulação para a captação de colesterol, diferente dos macrófagos e células musculares lisas. O LDL sofre oxidação no tecido se tornando OxLDL, que exerce uma gama de efeitos sobre os macrófagos, células endoteliais e células musculares lisas. Os macrófagos fagocitam LDL/oxLDL e ocorre formação de células espumosas, que secretam citocinas pró- inflamatórias e podem sofrer apoptose induzida pela oxLDL. Sinalização inflamatória recruta mais células imunes, entre elas linfócitos TCD4 ativados. Célula musculares produzem componente de matriz extracelular + produção de fatores de crescimento pelo endotélio e macrófagos. Incialmente com formação de estria lipídica e depois pode evoluir a placas complicadas. Fatores de risco:

  1. Hipercolesterolemia (genética)
  2. Distúrbios hemodinâmicos (hipertensão arterial)
  3. Inflamação
  4. Síndrome metabólica
  5. Lipoproteínas Lp(a) que compete com o sítio de ligação do plasminogênio levando a formação de trombos.
  6. Obesidade
  7. Doença multifatorial Distúrbios hemodinâmicos Fluxo sanguíneo: unidirecional e laminar (leucócitos e hemácias circulam predominantemente na parte central da coluna de sangue, enquanto as plaquetas fluem sobretudo na periferia, mais próximas do endotélio). Fluxo linfático: conjunto de vasos que se iniciam na matriz extracelular como capilares em fundo cego, cuja parede é muito fina e revestida por células endoteliais com bordas interdigitadas ou parcialmente sobrepostas e ligadas entre si por complexos juncionais descontínuos.  Hiperemia : aumento do volume sanguíneo no interior dos vasos de um órgão ou tecido de forma ativa, levando ao aumento do INFLUXO sanguíneo. Ex: rubor facial, vasodilatador metabólico e mediadores inflamatórios.

Congestão : aumento do volume sanguíneo no interior dos vasos de um órgão ou tecido de forma passiva, levando a redução do efluxo sanguíneo (redução da drenagem venosa). Sistemica x localizada, causada pelo bloqueio obstrutivo localizado, compressão ou então empilhamento de eritrócitos e aumento da viscosidade sanguínea. Ex: insuficiência cardíaca. Insuficiência cardíaca: Direita: Incapacidade de o coração bombear sangue em quantidade e pressão necessárias para manter a perfusão e as necessidades metabólicas dos órgãos. Leva acúmulo de sangue nos membros e órgãos. Hepatomegalia (veias hepáticas dilatadas) Esquerda: leva acúmulo de sangue no pulmão. Pode levar a hemorragia por diapedese e aumento de hemossiderina Edemas e efusões: acúmulo de líquidos no interstício ou nas cavidades corporais. Na normalidade o corpo faz trocas de líquido da seguinte forma: Pode ser localizado (hidroperitonio, hidro pericárdio, hidrotorax, hidrarto, hidrocele) ou então generalizado, chamado de anasarca. Etiopatogênese:

  1. Aumento da pressão hidrostática vascular: disfunções que impedem o retorno venoso, podendo ser localizada como a trombose ou sistêmica como a insuficiência cardíaca. Caracterizado pelo transudato. Apresenta melhora quando os membros inferiores estão em posição horizontal, ao se deitar que diminui a pressão venosa periférica e logo o acúmulo de líquidos.
  2. Redução da pressão oncótica: pode ser causada pela síntese inadequada de proteínas ou perda dela pela urina. Reduz o volume intravascular, causando hipoperfusão renal e hiperaldoteronismos secundário. A retenção de sal e água não corrige o déficit de volume plasmático e exacerba o edema. A variação de pressão e volume são sentidas nas células justaglomerulares da arteríola aferente do glomérulo onde ocorre a produção de renina.

forma, liberando substâncias químicas como ADP, tromboxano A2 e serotonina. Esses mediadores promovem a ativação de mais placas e aumentam a vasoconstrição local, ajudando a reduzir o fluxo sanguíneo no local da lesão.  Agregação : As plaquetas ativadas começam a se agrupar por meio de proteínas adesivas, como o fibrinogênio, que formam ligações entre elas. Esse agrupamento cria o “tampão plaquetário” que atua como uma barreira temporária, impedindo a perda de sangue até que a coagulação forme um coágulo estável e mais resistente na região.

  1. Coagulação  Fator tecidual: presente nas células ao redor do vaso lesado, é exposto após uma lesão vascular e, ao se ligar ao fator VII, inicia a via extrínseca da coagulação.  Esse complexo ativado gera a expressão de complexos fosfolipídicos na superfície das placas e células endoteliais, que são essenciais para a montagem de outros complexos enzimáticos.  Com o desenvolvimento da cascata de coagulação, o fator X é ativado e, em conjunto com o fator V e os complexos fosfolipídicos, forma a protrombinase, que converte a protrombina em trombina. A trombina desempenha papel central, pois converte o fibrinogênio em monômeros de fibrina.  Esses monômeros sofrem de polimerização para formar uma rede de fibrina insolúvel que, juntamente com as placas, estabiliza o coágulo, permitindo que ele sirva como uma barreira eficaz até que o tecido seja completamente reparado. A conversão sequencial de proenzimas em enzimas ativadas, culminando na clivagem de fibrina insolúvel proveniente da proteína plasmática solúvel, o fibrinogênio. Os fatores que limitam a coagulação são:
  • Diluição dos pró-coagulantes no fluxo sanguíneo;
  • Necessidade de fosfolipídios com carga negativa;
  • Mecanismos contraregulatórios expressos pelo endotélio intacto adjacente ao local da lesão.
  • Ativação concomitante da cascata fibrinolítica (plasmina quebra fibrina interferindo na sua polimerização) Coagulação intravascular disseminada: condições obstétricas, traumatismo com destruição tecidual, infecções sistêmicas, neoplasias malignas, pancreatite aguda. Embolia: parte de um trombo ou outro material se solta dos vasos e passa a circular na corrente sanguínea, podendo obstruir um vaso. Pode ser sólida como na ateroembolia, gasosa quando gases passam a não se solubilizar no plasma (quando diminui a pressão). Ou liquida, quando o líquido amniótico passa a circular na corrente sanguínea e ele não se solubiliza com o sangue.

Isquemia: é a redução ou a cessação do fluxo sanguíneo para um órgão ou território no organismo. Infarto: área de necrose isquêmica causada por obstrução do suprimento vascular (arterial ou venoso). Branco quando não ocorre hemorragia, vermelho quando ocorre. Pode evoluir a cicatrização, abscesso ou calcificação. Choque: Distúrbio: hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea de órgãos vitais, o que resulta em hipóxia generalizada. A hipotensão arterial induz modificações circulatórias, devendo utilizar vasoconstritores endógenos, retenção de sódio e hormônios antidiuréticos para melhora do quadro, que elevam a volemia e reversão do processo. Se não controlados pode causar redução da função miocardia e acidose metabólica, aumento da permeabilidade vascular e vasodilatação mediada por mediadores pró inflamatórios. Pele cianótica e fria. Redução do oxigênio leva a lesão, trombose e coagulopatia de consumo.

Inflamação

É uma reação complexa dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. Um mecanismo de defesa cujo objetivo final é eliminar a causa inicial. É caracterizada pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. Aguda: é a resposta inicial, imediata a um agressor, de duração curta (minutos ou dias), com exsudação de líquido e proteínas plasmáticas e um acúmulo de leucócitos (neutrófilos). Os estímulos para uma inflamação acudam pode ser infecções, trauma, agentes físicos e químicos, necrose tecidual, corpos estranhos e reações imunológicas. Nos vasos ocorre vasodilatação mediada pela liberação de histamina, que aumenta a circulação sanguínea (CALOR), com isso mais sangue e logo mais vermelhidão na região (RUBOR). Com a dilatação das células endoteliais, abre-se espaço e ocorre aumento da permeabilidade, saindo mais líquido e proteínas causando o exsudato (EDEMA). Extravasamento de leucócitos:

  1. Marginação e rolagem : Com o aumento da permeabilidade vascular, o fluxo sanguíneo diminui, permitindo que os leucócitos, antes da corrente central do sangue, se aproximem das paredes dos vasos (marginação). Moléculas de adesão como selectinas nos endotélios permitem que os leucócitos façam contato, rolando ao longo da parede dos vasos.
  2. Ativação e adesão firme : Mediadores inflamatórios (como citocinas) ativam os leucócitos e células endoteliais, aumentando a expressão de integrinas e outras moléculas de adesão. Isso permite que os leucócitos se prendam firmemente ao endotélio, interrompendo a rolagem.
  3. Diapedese : Após uma adesão firme, os leucócitos atravessam o endotélio e a membrana basal em um processo chamado diapedese, que envolve a passagem entre as células endoteliais e sua saída do vaso.
  4. Migração quimiotática : Os leucócitos, já no tecido, se movem em direção ao local da lesão ou infecção, guiados por gradientes de quimiocinas e outros mediadores. No tecido, eles combatem agentes patogênicos.

Os produtos dos macrófagos ativados podem ser os agentes agressores mortos, reparo através de angiogênese e fibrose e lesão tecidual.

  1. Granulomatosa: acumulo focal de macrófagos ativados (aparência epitelioide) cercado por um colar de leucócitos mononucleares que leva ao isolamento de bactérias, fungos, vírus e corpos estranhos. Do tipo imunogênico a aparecimento de macrófagos, células gigantes, leucócitos, fibroblastos e elementos alternativos (necrose, neutrófilos, plasmócitos e eosinófilos).
  2. Corpo estanho: pode ser causada por fios de sutura que impedem a fagocitose por um único macrófago, sema presentar resposta inflamatória. Pode formar um microambiente isolado capaz de destruir o agente agressor ou de prevenir a disseminação dele. E pode formar um processo inflamatório com participação do sistema imunológico, o que o torna mais eficaz. Pode ocorrer uma evolução e se tornar fibrose, pode ocorrer uma reabsorção completa e desaparecer ou então incompleta, que a fibrose se estabiliza e leva ao encapsulamento.