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Patologia da construção cívil, Resumos de Patologia

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise dos principais mecanismos de degradação dos edifícios, tendo como metodologia uma revisão bibliográfica. Primeiramente, serão abordadas as prováveis origens das manifestações patológicas, e depois serão apresentadas as principais manifestações presentes em uma edificação, suas principais causas e possíveis formas de prevenção ou recuperação. Por fim, serão apresentadas as conclusões referentes ao conteúdo abordado, destacando a importância do estudo das manifestações patológicas, visando um melhor desempenho das construções.

Tipologia: Resumos

2019

À venda por 02/04/2025

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CAMPUS MONTEIRO
CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO
RENALLY LOPES OLIVEIRA ANDRADE
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MONTEIRO - PB
2019
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA

CAMPUS MONTEIRO

CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

RENALLY LOPES OLIVEIRA ANDRADE

PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

MONTEIRO - PB

RENALLY LOPES OLIVEIRA ANDRADE

PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Monteiro, como requisito parcial para conclusão do Curso Técnico em Edificações Integrado ao ensino médio. Orientador (a): Iracira José da Costa Ribeiro

MONTEIRO – PB

Dedico este trabalho a minha mãe Renata Lopes, e ao meu avô Eugênio Macêdo, obrigada por todo apoio e dedicação.

RESUMO

Ao longo dos anos, profissionais que atuam na área da construção civil têm adquirido diversos conhecimentos que lhes tem permitido construir edifícios com alto grau de complexidade. Entretanto, a possibilidade de inovações conferiu às construções maiores riscos e surgimento de defeitos. Surge em meio a isso um novo campo da Engenharia Civil, designado Patologia das construções. O termo patologia refere-se ao campo da Engenharia Civil responsável pelo estudo de tudo que está relacionado à degradação de um edifício. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise dos principais mecanismos de degradação dos edifícios, tendo como metodologia uma revisão bibliográfica. Primeiramente, serão abordadas as prováveis origens das manifestações patológicas, e depois serão apresentadas as principais manifestações presentes em uma edificação, suas principais causas e possíveis formas de prevenção ou recuperação. Por fim, serão apresentadas as conclusões referentes ao conteúdo abordado, destacando a importância do estudo das manifestações patológicas, visando um melhor desempenho das construções.

Palavras-chave: Construção civil. Patologia. Degradação. Prevenção. Tratamento.

ABSTRACT

Throughout the years, professionals who acts in civil construction area have acquired much knowledge that has allowed them to construct buildings with a high degree of complexity. However, the possibility of innovations increased the risks and occurrence of damage. A new field of civil engineering, called Construction Pathology, emerges in the midst of this. The term pathology refers to the field of civil engineering responsible for the study of everything that is related to the degradation of a building. The present study aims to perform a brief analysis of the main mechanisms of building degradation, having as methodology a literature review. Firstly, the probable origins of the pathological manifestations will be addressed, then the main manifestations in a building will be presented, including their main causes and possible forms of prevention or recovery. Finally, the conclusions regarding the content addressed will be presented, highlighting the importance of the study of pathological manifestations, aiming at a better building performance.

Key-words: Civil construction. Pathology. Degradation. Prevention. Recovery.

4.6.1 Recalques ................................................................................................. 4.6.2 Microfissuras, fissuras e trincas ................................................................ 4.6.3 Corrosão ................................................................................................... 4.7 Procedimentos para reparo das estruturas .................................................... 4.7.1 Instrumentos para análise ........................................................................ 4.7.2 Métodos de recuperação das superfícies de concreto ............................. 4.7.2.1 Polimento ............................................................................................ 4.7.2.2 Lavagem com soluções ácidas .......................................................... 4.7.2.3 Lavagem com jatos ............................................................................ 4.7.2.4 Escovação manual ............................................................................. 4.7.2.5 Limpezas especiais ............................................................................ 4.7.2.6 Corte do concreto ............................................................................... 4.7.3 Tratamento de fissuras ............................................................................. 4.7.3.1 Injeção ................................................................................................ 4.7.3.2 Selagem ............................................................................................. 4.7.3.3 Grampeamento .................................................................................. 4.7.4 Reforço das peças estruturais .................................................................. 4.7.4.1 Encamisamento .................................................................................. 4.7.4.2 Grauteamento .................................................................................... 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................

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1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da civilização que o homem tem se preocupado com a construção de estruturas adaptadas às suas necessidades, sejam elas habitacionais, como casas e edifícios; comerciais como escritórios, indústrias, silos e galpões ou de infraestrutura, como pontes, cais, barragens, metrôs e aquedutos. Ao longo dos anos foi-se adquirindo um grande acervo de conhecimentos que permitiu o desenvolvimento científico e tecnológico nas edificações. Entretanto, o desempenho insatisfatório de tais estruturas resultou na busca incessante por estudos que analisassem a fundo os problemas existentes nas mesmas. Em meio a isto, surge um novo campo da Engenharia civil, designado Patologia das construções (SOUZA E RIPPER, 1998). O termo Patologia, de origem grega (p áthos, doença, e lógos, estudo), é amplamente utilizado nas diversas áreas da ciência, com denominações do objeto de estudo que variam de acordo com o ramo de atividade. Na área de construção civil há um grande equívoco no emprego da palavra patologia, pois se ouve repetidamente a palavra patologia sendo empregada para definir o que na verdade pode ser chamado de manifestação patológica. Portanto, a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica nas estruturas e a manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo de degradação. Em função disso, fica claro que a patologia é um termo muito mais amplo do que manifestação patológica, uma vez que ela é a ciência que estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que se relaciona com a degradação de uma edificação (FRANÇA et al., 2011). Na engenharia civil, o termo patologia refere-se ao campo que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas (SOUZA E RIPPER, 1998). Desse modo, a patologia nas edificações se dedica ao estudo de anomalias ou problemas (possíveis doenças) do edifício e as alterações anatômicas e funcionais causadas no mesmo. Estas doenças podem ser adquiridas congenitamente, ou seja, durante a execução da obra (emprego inadequado de

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destes, fez-se necessária a construção de regulamentações que atuassem de modo a garantir a qualidade e segurança das edificações (ANTONIAZZI, 2019). Em 1780 a.C., o código de Hamurabi já impunha regras básicas para punição dos responsáveis, caso algum tipo de colapso na estrutura viesse a ocorrer. Este código era representado por um conjunto de leis que impunham punições para o não cumprimento das regras estabelecidas. Foi criado na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C., pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de Talião, “olho por olho, dente por dente” e possui 282 artigos em 46 colunas de escrita cuneiforme acádica (ANTONIAZZI, 2019).

Figura 1 - Diorito de cerca de 2,5 m de altura

Fonte: Antoniazzi (2019)

Ainda segundo Antoniazzi (2019), os artigos referentes à responsabilidade daquele que construísse toda e qualquer edificação encontra-se no capítulo XIII que são:

  • Art. 227 - Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho , e a casa que construiu caiu e causou à morte do dono da casa, esse construtor será morto.
  • Art. 229 - Se um arquiteto constrói para alguém e não o faz solidamente e a casa que ele construiu cai e fere de morte o proprietário, esse arquiteto deverá ser morto.

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  • Art. 230 - Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do arquiteto.
  • Art. 231 - Se mata um escravo do proprietário ele deverá dar ao proprietário da casa escravo por escravo.
  • Art. 232 - Se destrói bens, deverá indenizar tudo que destruiu e porque não executou solidamente a casa por ele construída , assim que essa é abatida, ele deverá refazer à sua custa à casa abatida.
  • Art. 233 - Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as paredes são viciosas , o arquiteto deverá à sua custa consolidar as paredes.

4.2 Vícios de construção

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é obrigatório o respeito às normas técnicas brasileiras elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para qualquer tipo de projeto ou execução de obras civis. Caso a mesma seja desobedecida, será aplicada ao responsável uma infração legal (CARVALHO JR., 2013). A não aplicação das normas pertinentes, bem como o uso de mão de obra desqualificada e a má qualidade dos materiais utilizados na construção do edifício, aliadas à eventual negligência dos construtores podem ocasionar vícios e, consequentemente, danos ao proprietário (morador) da edificação (CARVALHO JR., 2013). Muitos autores conceituam vícios, mas a ABNT define como:

Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção (NBR 13752: 1996 p. 5).

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Esses autores apontam as diversas falhas em projetos:

Um projeto construtivo pode apresentar falhas de diversas naturezas: inobservância a normas técnicas; inobservância à legislação; falhas intrínsecas, de qualidade do trabalho, decorrentes de dimensionamentos ou especificações inadequadas de materiais, e assim por diante (COELHO; CALHEIROS; ARAÚJO, 2013 apud DEL MAR, 2007, p. 5).

Logo, para que as falhas presentes nos projetos sejam minimizadas é necessário que, desde a etapa inicial haja a integração entre os diversos profissionais envolvidos na obra uma vez que, a ausência da comunicação entre os projetistas e executores, aumentam as chances de ocorrer incompatibilidade entre os sistemas prediais (estrutural, elétrico, telefônico, ar-condicionado) e subsistemas como vedações, circulação horizontal e vertical (COELHO; CALHEIROS; ARAÚJO, 2013).

4.2.2 Falhas de execução

A fase de execução é tida como uma das fases que mais necessita de atenção no processo construtivo, pois, grande parte dos vícios presentes nas edificações resulta desta (NUNES, 2015). A causa dos erros nas obras segundo Blanco (2007) é decorrente do uso de materiais inadequados, acompanhado de uma mão de obra desqualificada, má interpretação do projeto e ausência ou deficiência de fiscalização. Segundo Cunha et al. (1996), a ausência de fiscalização efetiva em grande parte das obras, faz com que frequentes falhas de execução venham a comprometer a qualidade da construção. Desse modo, é de suma importância a presença de profissionais capacitados para cuidar dos detalhes técnicos, administrativos e financeiros de uma obra.

4.2.3 Falhas de uso

Esta falha não tem relação direta com a engenharia em si, mas com a má utilização do imóvel por meio do proprietário onde este, por falta de conhecimento ou

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descuido, submeta a construção a ações excessivas ou constantes reformas e alterações (COELHO; CALHEIROS; ARAÚJO, 2013). Segundo Nunes (2015) o uso inadequado de ambientes associado à má execução de partes do imóvel implica em perda de desempenho e consequentes problemas que dificultam a qualidade de vida dos usuários da edificação.

4.3 Problemas causados pela umidade

Segundo Souza (2008), a água apresenta um ciclo contínuo. Inicialmente, o vapor desta, evaporado dos oceanos e mares e de outras superfícies hídricas, armazena-se sobre forma de nuvens de vapor, precipitando-se em forma de chuva, neve ou granizo. Parte desta água decorrente da precipitação que posteriormente cai no solo, é utilizada pela vegetação, outra parte é evaporada e outras ou são absorvidas pelo solo (formação de aquífero) ou escorrem através da superfície, originando rios e lagos, que irão desaguar em oceanos e mares, fechando deste modo o ciclo. O ciclo pode ser observado na Figura 2 (SOUZA, 2008).

Figura 2 - Ciclo da água

Fonte: U.S. GEOLOGICAL SURVEY (2019)

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como meio necessário para que grande parte das manifestações ocorra nas construções. A água apresenta-se como fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens, mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais.

4.3.1 Recuperação das edificações afetadas por umidade

4.3.1.1 Drenagem nas paredes por eletro-osmose

Segundo Gewehr (2004 apud Merino, 1995) a eletro-osmose é um fenômeno natural por onde um fluxo hidráulico, com uma determinada concentração de sais, passa através de uma membrana ou corpo poroso de menor densidade, ou menor concentração de sais.

Conforme Gewehr (2004), este fenômeno está associado a uma diferença de potencial elétrico entre duas zonas de contato e no mesmo sentido de fluxo da umidade. No processo, o terreno atua como ânodo (-), enquanto a parede atua como cátodo (+). Mediante a indução de potencial elétrico este fluxo pode sofrer alteração em um e outro sentido.

O tratamento de eletro-osmose fundamenta-se em determinadas propriedades da eletricidade terrestre, este, utiliza a eletricidade que se produz espontaneamente entre uma parede de tijolos úmidos assentados sobre um solo também úmido. O valor da corrente elétrica produzida pode alcançar entre 600 a 700 milivolts. O efeito da corrente resulta na migração da água do muro até a terra. A aplicação prática do processo efetua-se da seguinte maneira: na parede de tijolos, são colocados alguns dispositivos de contato que posteriormente, serão conectados a dispositivo metálicos cravados na terra, através de condutores devidamente vedados. Alguns fatores deverão ser levados em consideração antes da prática do eletro-osmose, tais como: grau de umidade da terra e sua reação ácida ou alcalina (pH). Estes fatores fazem variar o tipo de contato, condutores e número de pontes elétricas (GEWEHR, 2004 apud ULSAMER, 1995).

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4.3.2 Prevenção da umidade por sistemas de impermeabilização

Segundo NBR 9575 (2003), entende-se por impermeabilização como sendo o produto resultante de um conjunto de componentes e serviços que objetivam proteger as construções contra a ação deletéria de vapores, umidades e fluídos. É importante destacar que, alguns cuidados deverão ser tomados antes da aplicação do impermeabilizante, como por exemplo, a preparação do substrato a ser impermeabilizado. A impermeabilização atua como fator fundamental tratando-se da durabilidade e bom desempenho das edificações. Para a execução desta, deve-se elaborar um projeto específico com as seguintes informações: identificação da área a ser impermeabilizada e escolha do sistema e materiais mais adequados (SOUZA, 2008).

4.3.2.1 Impermeabilização rígida

A NBR 9575 (2003) define impermeabilização rígida como sendo o conjunto de matérias ou produtos aplicáveis nas partes construtivas não sujeitas à fissuração. Este sistema de impermeabilização, não suporta a movimentação das estruturas e grandes variações de temperaturas, uma vez que, não trabalham junto à estrutura. O sistema rígido torna a área aplicada impermeável pela inclusão de aditivos químicos, aliado à correta granulometria dos agregados e redução da porosidade do elemento (SOUZA, 2008).

Exemplos de impermeabilização rígida:

  • Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;
  • Cristalizantes;
  • Cimento impermeabilizante de pega ultrarrápida;
  • Argamassa polimérica.

4.3.2.2 Impermeabilização flexível

A NBR 9575 (2003) define impermeabilização flexível como sendo o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas sujeitas à fissuração.